Surpresas



Hermione acordou assustada e respirando com dificuldade, teve um pesadelo horrível, mas agora estava bem mais calma. Foi então que percebeu que o lençol estava ligeiramente molhado, só podia significar uma coisa.


- Rony! – começou a chamar o homem, que estava dormindo ao seu lado – Acorda!


- O que foi? – se sentou parecendo um pouco sonolento – Eu estava dormindo tão bem.


- Está na hora Rony! – falou ficando ligeiramente nervosa.


- Na hora de que? – não estava entendendo nada.


- A nossa filha – explicou melhor – Ela vai nascer!


- O que? – quase caiu da cama de susto – Agora?


- Exatamente! – balançou a cabeça afirmativamente.


- E o que estamos esperando? – se levantou e caminhou diretamente para o armário – Temos que apartar no St Mungus.


- Vamos para o hospital trouxa! – estava praticamente gritando – Quero que ela nasça da mesma maneira que a Rose e o Hugo.


- É verdade! – pareceu se lembrar naquele mesmo momento – Então temos que ir logo, pois precisamos pegar o carro.


- Eu vou trocar de roupa – também seguiu para a porta do armário – Enquanto isso você chama as crianças.


- Está bem! – concordou antes de sair do quarto.


- Em menos de vinte minutos, Rose e Hugo estavam sentados mo banco de trás do carro. O ruivo apareceu com duas malas e as colocou no porta-malas, em seguida, sentou-se no lugar do motorista.


- Acho que está tudo certo! – balançou a cabeça afirmativamente olhando para a frente – Já podemos ir.


- Pai! – a menina disse, ela estava bastante sonolenta – Não está se esquecendo de nada? Ou melhor, de ninguém.


Pôs a mão no queixo bastante pensativo, foi então que percebeu que havia uma pessoa a menos dentro do carro.


- Mione! – praticamente gritou.


Voltou para dentro da casa e encontrou a “esposa” descendo as escadas com bastante dificuldade.


- Desculpe-me meu Amor! – a ajudou deixando que se apoiasse em seu ombro – Esqueci completamente de você.


- Fico feliz com isso – comentou enquanto caminhavam – Vamos logo.


Finalmente retornaram ao veiculo. Em vez de sair andando, Rony permaneceu parado com as mãos no volante.


- O que você está esperando para a gente ir? – Hermione praticamente gritou – Quer que essa menina nasça dentro do carro?


- Acabei de me lembrar de uma coisa! – disse – Eu não tenho carteira de motorista.


- Mas sabe dirigir! – lembrou – Isso é uma emergência.


- Sei que sou totalmente capaz de pegar esse carro e dirigir até o hospital trouxa – respirava profundamente várias vezes – Mas eu estou nervoso, não seu vou conseguir.


- Eu tenho certeza de que você vai conseguir papai! – a menina disse – Não precisa ficar nervoso.


- É mesmo! – Hugo concordou com a irmã – Confiamos em você.


- Obrigado crianças – sorriu para os filhos – Mas quando eu estou nervoso não consigo fazer nada, sempre foi assim.


- Tive uma idéia! – a morena falou – Lança o feitiço de piloto automático no carro, Você só vai precisar fingir que está dirigindo.


- Tem certeza de que eu posso usar? – pareceu em dúvida – Você disse que esse feitiço era proibido aqui em casa.


- Hoje você pode usar – avisou – Isso não significa que vai poder usar no seu exame de motorista.


Nesse momento, a mulher sentiu uma contração, parecia estar cada vez mais forte.


- E anda logo – pediu – Por favor.


Pegou a varinha e consegui enfeitiçar o carro. Logo estavam saindo da garagem de casa rumo ao hospital.


Harry estava sentado em sua mesa do ministério da magia, tentava trabalhar, mas não conseguia se concentrar na sua atividade. Há cerca de uma hora recebeu uma carta de Rony, a pequena Dominique nasceu no inicio da manhã, ela e Hermione estavam passando muito bem. Pretendia ir visitá-las no fim do dia.


Tudo isso o estava fazendo se lembrar de quando Rose nasceu. Foi o momento mais feliz de sua vida, embora não pudesse demonstrar isso.


 


*Flash back*


Estacionou o carro em frente à casa de seus dois melhores amigos. Finalmente estava conseguindo ir visitar os dois, andava muito ocupado com o trabalho. Chegou à porta e tocou a campainha, logo Hermione foi atendê-lo.


- Harry! – o abraçou fortemente parecendo bastante feliz em vê-lo – Que bom você veio até aqui.


- Queria ter ido até o hospital – avisou – Mas estava muito ocupado no ministério.


- Não tem problema – deu de ombros enquanto deixava que o moreno entrasse – Na realidade ninguém foi até lá, acharam melhor esperar voltarmos para casa.


- Entendo! – concordou – Mas tenho certeza de que sou a primeira visita de vocês.


- É mesmo! – balançou a cabeça afirmativamente – Afinal, chegamos ontem à noite.


- E como foi à noite ontem? – quis saber – Afinal, é a primeira noite com um bebê em casa.


- Não tivemos problema nenhum – respondeu – Rose é um bebê bastante tranqüilo.


- Que sorte! – suspirou pesadamente – E onde está o Rony?


- Teve que resolver um problema na loja, mas daqui a pouco está de volta – explicou – A Gina não quis vir com você?


- Eu tentei convencê-la – falou – Mas ela disse que não tem vontade de sair de casa com aquele barrigão.


- Eu sei muito bem como ela se sente – concordou – Isso é mesmo terrível.


- Nunca vou poder confirmar isso que você esta dizendo – riu levemente – Mas eu vim aqui ver a Rose, mostre-me ela.


- Claro! – concordou caminhando até a escada – Vamos até lá.


Chegaram ao andar de cima e caminharam até a penúltima porta do corredor.


- Achamos melhor colocá-la no quarto ao lado do nosso – disse ainda parada – Assim vamos ouvir melhor quando ela chorar.


- Tem razão! – concordou com a cabeça – Foi uma boa idéia.


Entraram no quarto e se aproximaram do berço, onde o bebê dormia profundamente.


- Aqui está ela! – Hermione a segurou pegou no colo.


- Será que eu posso segurá-la – pediu esticando os braços.


- Está bem! – concordou – Só toma cuidado por que ela ainda é muito pequena.


- Pode ficar tranqüila – avisou antes de segurar a menina – Eu sei como segurar um bebê recém-nascido.


Rose esboçou um sorriso no momento em que passou para os braços do homem. A menina se parecia um pouco com ele, mas, certamente, se alguém percebesse isso, a morena iria negar.


Harry já tinha um filho com Gina e teria outro daqui a um mês. Mas com ela era diferente, era um momento totalmente especial.


- Parece que ela gostou de você – comentou rindo levemente.


- É claro! – iria completar a frase, mas recebeu um olhar atravessado da amiga.


- O Rony está bastante feliz com a filha – continuou enquanto se sentava na poltrona – Foi ele quem decorou o quarto inteiro e já disse que ela só vai namorar quando tiver 30 anos.


Riu levemente, mas estava se sentindo muito incomodado com tudo isso.


- Mione! – ouviram a voz de Rony! – Onde você está?


- No quarto da Rose! – respondeu – O Harry está aqui.


Passaram alguns segundos até que o ruivo apareceu no quarto e sorriu ao ver o moreno.


- Oi cara! – cumprimentou o amigo – Vejo que você já conheceu a minha filha.


- Sim! – concordou antes de olhá-la – Ela é muito linda.


- É mesmo! – balançou a cabeça afirmativamente – E você já passou tempo demais com ela, deixe-me segurá-la.


- Está bem! – concordou.


Quando ele a pegou, a menina começou a chorar histericamente. Assustando os dois homens.


- O que será que houve? – Rony a balançava levemente tentando acalmá-la – Ela estava tão bem.


- Não tenho idéia! – o outro deu de ombros pensando em alguma solução.


- Ela deve estar com fome – a mulher concluiu segurando a filha – Deixem que eu resolvo isso.


- Vamos esperá-la lá embaixo – avisou antes de sair do quarto junto com o moreno.


*Fim do flash back*


 


Já estava de noite quando Harry chegou em casa. Encontrou a esposa sentada no sofá lendo uma revista.


- Boa noite Gina! – disse assim que fechou a porta da frente.


- Oi! – disse sem retirar os olhos da sua leitura.


- Onde estão as crianças? – quis saber.


- Lá em cima! – respondeu simplesmente – Eu estava pensando. O que acha de irmos jantar fora? Eu, você e as crianças.


- Estava pensando em irmos até o hospital visitar a Mione! – sugeriu – A Dominique nasceu hoje.


- O Rony me avisou – comentou parecendo totalmente indiferente – Mas não estou com vontade, hospitais me deixam deprimida. Além disso, vamos acabar demorando lá e temos que acordar bem cedo amanhã para buscar o James.


- Então faça o que você quiser – deu de ombros – Eu vou até o hospital. Vou ver se a crianças querem ir.


- Depois a Luna diz que eu estou ficando maluca – falou depois que o homem desapareceu no andar de cima – Isso é prova mais que o suficiente de que os dois estão tendo um caso.


Foi diretamente falar com os filhos. Lilian preferiu ficar em casa com a mãe, mas Alvo quis ir com ele. Em menos de meia hora estavam saindo de casa.


Assim que chegaram ao hospital, perguntaram na recepção qual era o número do quarto de Hermione e estavam caminhando para o local, mas encontraram Rony e os filhos no meio do caminho.


- Oi cara! – o ruivo cumprimentou o amigo – Que bom que você esta aqui.


- Viemos ver a Mione e bebê – explicou – Gina preferiu ficar em casa.


- Entendendo – balançou a cabeça afirmativamente, sabia como a irmã estava agindo estranho há bastante tempo – Estamos indo lanchar, a Mione está lá dentro com a Dominique – apontou para a porta logo atrás de si.


Todos ficaram se encarando por alguns minutos em total silêncio.


- Por que vocês não vão até lanchonete – o homem se abaixou para ficar na altura dos filhos e do sobrinho – Já vamos encontrar vocês.


- Está bem! – os três disseram ao mesmo tempo antes de saírem correndo.


- Não corram! – pediu, mas não adiantou nada – Eles não têm jeito mesmo – comentou balançando a cabeça negativamente.


- É mesmo! – concordou rindo.


- Vamos entrar! – disse – A Mione vai ficar feliz em vê-lo.


Entraram no local. Hermione estava sentada na cama olhando para a menina que mamava tranquilamente.


- Oi meu amor! – o ruivo disse se aproximando e dando um selinho na mulher – Você tem visitas.


- Harry! – sorriu ao vê-lo parado em frente à porta.


Ele se aproximou e pode olhar Dominique melhor. Como ela ainda era muito pequena, não dava para saber com quem se pareceria, também não dava para saber a cor dos seus olhos, pois estavam fechados.


- Ela é linda! – sorriu, ainda olhando o bebê.


- Eu sei! – concordou – Não acha que ela se parece com a Rose quando era pequena?


- É verdade! – viu melhor e percebeu que ela lembrava um pouco a irmã mais velha, isso o deixava feliz, mas bastante incomodado.


- Eu disse Rony! – dirigiu ao “marido” um sorriso vitorioso – Ele disse que a Dominique se parece com o Hugo – explicou.


- Mas é! – o homem continuou – Vou pegar uma foto dele recém-nascido em você vai me dar razão.


- Não discutam isso agora! – o de olhos verdes pediu – Daqui a alguns meses vão descobrir com quem ela realmente se parece.


- Ele tem razão – Rony concordou – Vamos até a lanchonete encontrar as crianças.


- Está bem! – ela balançou a cabeça afirmativamente por fim.


- Não vou demorar – avisou.


- Eu, provavelmente, não vou voltar aqui – o outro explicou – Então, tchau Mione! – despediu-se da morena dando um rápido beijo em sua testa.


- Tchau Harry! – sorriu.


Saíram do quarto e foram em direção a lanchonete.


No dia seguinte, todos na casa da família Potter acordaram bem cedo. Precisavam ir à estação King Cross buscar James.


- Temos que sair logo! – a ruiva disse enquanto pegava seu prato e o dois filhos e colocava dentro da pia – O trem de Hogwarts chega em vinte minutos.


- Sei disso! – respondeu sem retirar os olhos de sua caneca de café – Já estou indo.


- Como foi ontem lá no hospital? – ela quis saber voltando a se sentar em frente ao marido.


- Tudo bom! – deu de ombros – Não fiquei muito tempo lá dentro, a Mione precisava descansar.


- Entendo! – concordou com a cabeça – E a Dominique. Como ela é?


- Como todo o bebê recém-nascido – não queria prolongar muito aquela conversa – Normal.


- Acho que ela se parece com você? – perguntou logo de vez.


- Como? – não estava entendo nada.


- Esquece! – se levantou rapidamente – Tenho que ir lá visitá-la.


- É mesmo! – disse – Vamos comprar alguma coisa para levar.


- Vamos sim! – balançou a cabeça afirmativamente – Vou trocar de roupa. Será que você pode lavar a louça?


- Está bem! – respondeu.


Depois que estavam todos arrumados eles saíram de casa. Quando chegaram a King Cross, o expresso de Hogwarts já havia chegado e alguns alunos já iam embora para suas casas.


- Oi família! – garoto disse assim que avistou seus pais e seus irmãos – Pensem que tivessem me esquecido aqui.


- Nunca faríamos isso! – Gina o abraçou com bastante força – Só demoramos para sair de casa.


- Eu estava precisando de férias – se espreguiçou – Vou passar o verão inteiro sem fazer nada.


- Está bem! – concordou – Onde estão os seus primos?


- Espalhados por ai! – respondeu simplesmente – Mas eu não sei onde estão os meus tios, se é isso que querem saber.


- Vamos embora para casa! – Harry comentou – Tenho certeza de que o James está querendo descansar.


- É verdade! – ela concordou – Vou fazer o seu prato favorito no almoço. O que acha?


- Está bem! – respondeu.


O caminho da estação até em casa foi basta tranqüilo. Assim que entraram na sala perceberam que havia um envelope sobre a mesa.


- Uma carta de Hogwarts! – James comentou espantado – Eu não fiz nada.


- Não é para você – o homem respondeu segurando a carta – É para o Alvo.


- Para mim! – o outro garoto se assustou, mas, mesmo assim pegou o pergaminho e leu atentamente – Eu fui aceito em Hogwarts.


- Que maravilha – Harry ficou feliz, mas já sabia que isso ia acontecer.


- Meu segundo bebê já vai ficar fora de casa o ano inteiro – a mulher o abraçou com muita força – Isso me deixa tão triste.


- Calma mãe! – ele conseguiu se afastar – Você ainda tem a Lilian, ela ainda vai demorar dois anos para ir a Hogwarts.


- Agora eu sei como a minha mãe se sentia quando nós íamos para Hogwarts – continuou, ignorando o que ele estava dizendo – é muito difícil.


- Vou lá para o meu quarto – Alvo avisou – Quero escrever uma carta para Rose dizendo que eu também vou para Hogwarts.


- Acho que eu vou preparar o almoço – a ruiva avisou indo em direção a cozinha – Pelo menos ainda me restam às férias de verão.


- E quanto a você? – o de olhos verdes se virou para o filho mais velho – O que você andou aprontando?


- Não é nada! – tentou disfarçar – Foi só o habito.


Subiu as escadas correndo deixando o homem sozinho na sala.


- Esses meninos! – balançou a cabeça negativamente – Não tem jeito.


Sentou-se no sofá e abriu o jornal.

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