Pesadelo



Capítulo 30 – Pesadelo


 


Era a primeira aula de Snape no ano, a primeira vez que o veriam depois da aula de DCAT, e seria a primeira vez que encontrariam com a turma da Sonserina depois da aula do Hagrid.


Rony e Hermione estavam preocupados, mas Harry não se intimidava pelo morcegão, nem pelo Malfoy.


Esperaram fora da sala de poções esperando o professor, e pela cara dele ao abrir a porta ele ficara sabendo do bicho-papão do Neville.


- Hoje começaremos como poções mais difíceis, mais perigosas e qualquer erro pode ser fatal. – disse o professor olhando diretamente para Neville.


Harry ficou pensando que essa era a atitude que fazia o maior medo do colega ser Snape.


Snape já tinha passado as instruções para a poção do dia, quando Draco Malfoy adentrou na sala. Seu braço machucado em uma tipóia, como se fosse um inválido.


- Não posso manusear os ingredientes com isso. – disse o loiro.


- Você pode se sentar com... – disse o professor olhando para sala e parando na mesa de Harry e Rony.


Uma batida na porta desviou a atenção do professor.


- Desculpe pela intromissão na sua aula, mas me pediram para verificar uma coisa. – disse Tiago para Snape. – Madame Promfrey mandou isso para você.


Ele lançou para Malfoy um sapo de chocolate. Intencionalmente ele mandou um pouco para o lado do braço na tipóia.


 Por reflexo, o loiro agarrou o doce.


- Ela vai ficar satisfeita de ver que seu braço está bom. Não que ela duvidasse disso, mas ficou muito chateada por você ficar falando que não estava curado. – disse ele. – Espero sorte no quadribol. Da próxima vez não falte a um compromisso comigo, você acaba de perder dez pontos e ganhar uma detenção comigo. Seu pai não deve ficar muito feliz com isso tudo.


O auror saiu da sala deixando os sonserinos com raiva e os grifinórios felizes.


Snape estava lívido, seu aluno tinha sido enganado na frente dele, e não pode fazer nada. Queria se vingar em alguém, mas sabia que não podia encostar em Harry, o ‘pai’ ia direto na jugular dele se fizesse. Era melhor aterrorizar os alunos do primeiro ano, ou os do sétimo ano.


 


Tiago tinha preparado para a primeira reunião com o quarteto para as aulas. Estava ansioso para isso, não queria ninguém machucado. Desta vez ele não permitiu que Letícia participasse, preferia trabalhar com ela nas reuniões dos magos.


- Pai, chegamos. – disse Harry entrando com os amigos.


- Vamos começar. – disse ele. – Hoje vamos começar com um feitiço simples, o feitiço escudo.


- Pensei que você ia ensinar como afastar dementadores, como o Harry fez no trem. – disse Rony.


- Teremos tempo para isso, agora é melhor que ensine vocês a se protegerem sozinhos. O feitiço contra dementadores pode ser executado por outras pessoas, mas o escudo é mais fácil se você mesmo executar.


O auror demonstrou como fazer e para provar que era eficiente pediu que Hermione lançasse nele um feitiço de desarmamento. A morena ficou meio ressabiada com isso, mas fez o que ele pediu. Ficando espantada quando seu feitiço bateu em uma barreira invisível a frente do professor.


- Esse feitiço é eficaz de acordo como o poder do usuário, o feitiço que ele barrara e a concentração de quem executa. – disse novamente Tiago. – É praticamente impossível se proteger com ele de alguns feitiços negros, portanto não podem ficar muito confiantes com ele, existem barreiras mais fortes e eficientes, mas que demandam mais energia e são mais complicadas. Portanto sempre temos que ter condição de evitar os ataques. Agora quero que vocês tentem repetir.


Harry já sabia esse feitiço, mas preferiu evitar que seus amigos ficassem mal e errou as primeiras tentativas, sendo copiado por Gina, que esperou que Hermione conseguisse algo antes de acertar.


Depois que Rony conseguiu conjurar o escudo de forma satisfatória, Tiago pediu que se separassem em duplas para que um testasse o feitiço do outro. Harry e Rony ficaram de um lado da sala, enquanto Gina e Hermione faziam a outra dupla. No fim da sessão, todos já conseguiam se proteger bem, mas foram recomendados que treinassem mais, para fortalecer o escudo.


 


- Não consegui entender nada do que esse fantasma fala. – disse Rony reclamando do Professor Binns.


- Se alguém conseguisse ficar acordado na aula dele, conseguiria entender. – disse Harry.


-Mione, como você consegue? – perguntou o ruivo. – Mione? Uê cadê ela? Juro que ela tava do meu lado a dois segundo atrás.


- Não sei. – disse Harry a procurando pelo corredor. – Olha ela ali conversando com aquela corvinal.


- Como ela foi parar lá tão rápido? – perguntou Rony, recebendo apenas um balançar de ombros de Harry.


- Ela está muito estranha esse ano. – resmungou Rony.


 


Olívio estava obcecado pela vitória esse ano. Seus treinos estavam mais pesados e longos este ano.


- Nem parece que ganhamos os dois últimos anos. – disse Fred.


- Ele não precisa matar a gente, só por que ele forma esse ano. – devolveu George.


- Enquanto vocês dois encontram energia para reclamar dele, eu vou cair nesse sofá até que sinta minhas pernas de novo. – disse Harry se jogando em um sofá qualquer, e ignorando os resmungos dos dois.


Scar pulou em seu colo e ele começou a acariciar o gato de Gina automaticamente, Bichento se contentou em deitar ao seu lado e dormir, enquanto Rex deitava nos seus pés.


Sem conseguir se segurar, o moreno acabou dormindo ali mesmo, ainda vestido com seu uniforme, já que não teve forças para mudar no vestiário. Como já era tarde ninguém viu o moreno ali dormindo, portanto ele ficaria ali até a manhã seguinte.


Porém, ele acordou por volta das três da manhã com um som que ele não esperava ouvir ali, um choro, um choro feminino.


Olhando em volta ele viu Gina enrolada chorando em uma poltrona. Aproximou-se dela com cuidado, para que ela não se assustasse.


- Gina. – chamou.


- Harry. – disse ela pulando no pescoço dele. – Eu estava com medo de perder você.


- O que aconteceu?


- Eu sonhei com a câmara, você lutando com o basilisco, mas sem a espada e você...


- Shi! Foi só um pesadelo. Estamos todos vivos, eu, você e a Luna. Não precisa ter medo. – disse ele acariciando o cabelo da menina.


- Você promete que não morre.


- Prometo. – disse ele apanhando a menina no colo e voltando para o sofá que ele estava sentado, ainda com a menina no colo. – Agora dorme.


A menina demorou ainda alguns minutos para dormir, e ele ficou ali velando o sono dela, não se lembrando de estar cansado.


Acordou-a antes que os outros alunos.  Ela parecia melhor.


- Obrigada, Harry, não sei o que faria se você não estivesse aqui.


- Você só demoraria um pouco mais ficar bem, mas ficaria, você é forte, mais do que você mesma imagina.


- Obrigada. De novo.


 


- Letícia, anda rápido. O Tio Almofadinhas vai ficar irritado comigo, se a gente se atrasar. Ele está querendo impressionar a Manú, acho que essa será sua tia. – disse Lilian.


- Já estou pronta. – disse a menina. – Como estou?


- Uma rainha. Mas para que isso tudo, se só vamos almoçar com os dois no beco?


- E que... – começou a falar a menina de forma envergonhada. – eu sonhei que conheci um garoto no beco, pode ser hoje.


- Não deixa seu pai escutar isso, ele te prende em casa por trinta anos.


- Não conta para ele, papai é ciumento. Ele não vai deixar.


- Eu não conto, mas vou ter que falar com ele sobre seus sonhos, eles me parecem ser reais. Não contarei sobre o conteúdo, mas esse é um poder que nem eu, nem ele temos. Apesar dele e seu irmão anteciparem alguns fatos.  


- Isso é bom. – disse a menina feliz. - Eu sou diferente.


- Mas pode ser ruim, se pessoas errados souberem. Não saia contando isso para todo mundo.


- Pode deixar mamãe. – disse a menina dando um beijo na mãe. – Agora vamos senão o Tio Al, vai ficar com carinha triste.


 


Gina e Luna andavam pelos corredores depois de fazer seus deveres na biblioteca. Elas gostavam de fazer isso, para poderem conversar e relaxar um pouco.


- Olha o que temos aqui, as duas garotinhas que foram seqüestradas pela cobrinha. – disse um sonserino que apareceu na frente delas.


- Olha um projeto de boneco falante. – disse Gina retrucando o menino, fazendo Luna rir.


- Calada menina, você me deve respeito. – disse o menino.


- Por quê? – perguntou Gina.


- Por que eu sou superior. – disse ele.


- Quem te contou essa mentira? – perguntou Gina, Luna se divertia com isso tudo, podia parecer que ela não estava fazendo nada naquela discussão, mas ela preferia deixar isso para Gina, que tinha experiência nisso, já que tinha seis irmãos mais velhos para discutir.


- Você não pode falar nada, sua pobretona. Aduladora de cobra.


- Quer me acompanhar em uma visitinha a nossa cobra de estimação, sabe ela está com fome, acho que ela pode se satisfazer com você.


O menino arregalou os olhos e saiu correndo dali.


- Agora entendo o apelido que seus irmãos te deram de Incêndio. – disse Luna.


- Quem te contou?


- Harry. Ele me visita de vez em quando na biblioteca. E eu vou vê-lo voar. Ele voa bem.


- Voa mesmo. – disse a ruiva de forma sonhadora.


Em uma das sombras ali perto, Tiago viu a cena toda. Ele ficou muito contente com a menina, que agora ele amava como se fosse mesmo sua sobrinha, já que realmente ele se sentia como irmão de Molly. Ele tinha ficado preocupado com o que Harry tinha contado para ele sobre o pesadelo, mas parecia que era somente isso, um pesadelo. A ruiva não estava abalada com a experiência da câmara, isso só seria problema quando um dementador chegasse perto dela. Mas isso ele saberia ensinar a ela a contornar, sua Lilian tinha se curado também, sendo que as lembranças dela eram piores.


- Boa menina. – disse ele sumindo dali, ele não precisava mais se preocupar quanto a isso.

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