Capítulo 3;



Capítulo três



- E aí “lindas-pernas", como vai à vida no campo? - , perguntou Luna, ao telefone, enquanto andava pelo parque da cidade.

“Muito bem, mas quantas vezes eu terei de repetir para não me chamar desse jeito?”, resmungou Hermione, e em seguida riu. “Espere Madeleine, eu já estou indo...”, falou para a garotinha, e Luna pudera ouvi-la também do outro lado.

- Madeleine? Arrumou uma amiga caipira e está me trocando? – perguntou, em tom de brincadeira.

“Não, sua tonta! Madeleine é a filha do Harry, estamos brincando de boneca, e eu abandonei meu posto pra falar com você...”

- Oh! Hermione Granger, você entrou por uma via cruel, isso pode comprometer o namoro. - a mulher falou com voz de especialista, ofegante devido à corrida.

“Não entendo o que quer dizer!” – retrucou a morena.

- Bem, imagine só, se por um momento você e o Harry decidem que a amizade é melhor do que namoro, e vocês param de trocar bicotas por todos os lados... - parou de falar e respirou mais uma vez recuperando o fôlego. -... Então vocês se separam e a menina ficará com o coração partido.

“Luna, não viaja!”, ralhou ela, diminuindo o tom de voz. “Primeiro: Harry e eu não estamos namorando, e só trocamos um único beijo...”,terminou o sussurro, olhando para os lados.

- Um beijo que te faz suspirar sem perceber de cinco em cinco segundos. – retrucou, seca.

“Isso não vem ao caso... Sua teoria é ridícula!”, replicou no mesmo tom.

- O problema é esse, Hermione, não é uma teoria, é um fato. Tratar de um relacionamento onde uma terceira pessoa totalmente inocente e lindinha pode se machucar não é muito legal para a mente, nem para o coração! - a amiga falou enquanto respirava mais uma vez e parava um pouco perto da fonte do parque.

“Não fale assim, eu não vou machucar ninguém, por que pretendo me manter muito longe do pai dela.”, falou baixo.

- Sua mente quer se manter longe dele, mas tente transmitir isso para o seu coração. - aconselhou a loira sentando-se no concreto da ponte e descansando.

“Eu estou tentando fazer isso, mas está sendo muito difícil. O que eu faço?”, indagou, um tanto aflita.

- Talvez se você... - a loira parou a narrativa avistando o dono de seus sonhos mais quentes -... OH MEU DEUS!
“Oh meu Deus? Você quer que eu reze, é isso?”, indagou divertida.

- Não, isso é um: oh meu Deus, de uma loira que acaba de ver o médico Draco Gostoso Malfoy, andando pelo parque! Cara que pernas... - a loira falou, babando um pouco ao ver o perfil do médico.

“É! Eu imaginei, mas comentei aquilo para descontrair.”, falou Hermione, imaginando a cara de boba da amiga. Deveria ser assim que ela ficava também quando via Harry. Será?

- Ohhh – murmurou, sentando ao pé da fonte.

“Luna? Luna...?”

A loira ficara tão abismada ao ver que o médico sorria e andava em sua direção, que nem se deu conta de que seu celular havia caído na fonte. Ao perceber o que havia ocorrido, Luna pegou o celular todo molhado e tentou ligar o telefone, mas pela segunda vez no ano iria ter que trocar de aparelho.

Draco riu quando, ao se aproximar mais, viu o celular totalmente ensopado nas mãos da mulher. Que o sacudia, e olhava para ele como se fosse reanimá-lo, com isso.

- Problemas com o celular? – perguntou, jocoso.
- Ele quis tomar banho... – falou, corada devido ao mico que havia pagado.
- Seu aparelho deve ser daqueles que tem vida própria, eu sei como é. – comentou, sorrindo.
- Eu acabei me distraindo e sabe como é... E ele pulou da minha mão! - a loira riu do comentário feito e olhou o doutor, parando para uma análise mais completa de seu belo peitoral. - Correndo pelo parque?
- Sim, tenho que manter a forma física, e nada melhor que um dia ensolarado e de folga para isso. – respondeu ele, também dando uma olhada nos trajes da enfermeira.
- Hm e que forma! - falou baixo, sem que o médico ouvisse. - Você está em ótima forma doutor!
- Obrigado, mas... Pode me chamar de Draco, afinal não estamos no hospital. – sugeriu, simpático. – E devo dizer que você também está em plena forma...
- Obrigada, pode me chamar de Luna, é um nome feio, mas combina comigo – disse, rindo.
- Não é feio. Luna... Deusa romana da lua. É um belo nome. – falou sedutor, e a mulher suspirou.
- Sabe, é melhor você parar de falar essas coisas, eu posso me apaixonar. - brincou a enfermeira.
- Você é quem sabe. – disse, sugestivamente. – Ainda vai continuar a se exercitar pelo parque?
- Não, já estava indo para casa, é aqui perto eu vou andando – falou, pesarosa jogando o celular na lixeira mais próxima. - Foi bom ver você, Draco.
- Bom te ver também Luna... Até breve.




Hermione não entendera, Luna desligara o telefone na sua cara? Mais tarde tiraria satisfações com a amiga, agora tinha que voltar para a sala onde deixara Made sozinha. E deixar uma criança sozinha não era nada confortável. Principalmente para ela, que sempre atendia muitas delas por conta de suas aventuras quando seus pais não estavam por perto.

Entrou rapidamente na sala, e encontrou a pequena sentada no carpete. Ao seu redor, várias bonecas faziam companhia a ela.

- Mamãe, vamos brincar de boneca? – perguntou, enquanto pegava uma boneca morena e um boneco que fazia par para a boneca.
- É claro, querida. – respondeu, caminhando até ela.
- Tome essa boneca. - colocou a boneca de cabelos castanhos nas mãos da mulher. - E eu sou ele! - apontou para o boneco.
- ‘Ta bem. – Aceitou então a boneca, que vestia um belo conjunto verde claro com florezinhas de cor lilás. – Nossa... Faz tanto tempo que não brinco de boneca! – emendou e riu.
- Olá! - a menina falou, tentando fazer uma voz masculina, mas tudo que conseguiu foi arrancar algumas risadas de Hermione, e mexendo as mãos do boneco.
- Ah! Oi senhor...? – indagou, tentando entrar na brincadeira.
- Não, ele é o seu esposo, não se chamam esposos de senhor! - corrigiu rindo.
- Então me desculpe... – se retratou, e suspirou. – Bem... Oi, meu querido. ‘Ta melhor assim?
- Muito melhor! - sorriu e continuou a brincadeira. - Como você está “Mionezinha”?
- Er... eu... – riu, e decidiu entrar de vez na brincadeira da menina. – Estou ótima, e como foi seu dia?
- Ah! Eu esqueci de dizer... - parou de brincar colocando a mão na testa. -... O nome dele é Harry.
- Harry, é? – murmurou, sorrindo amarelo. – Claro! Vejamos... Como foi seu dia Harry, querido?
- Oh, muito bom, Hermione. - a menina olhou em volta e pegou uma outra boneca de tamanho inferior. - Tudo bem, Madeleine? - perguntou com voz “masculina”. - Eu estou bem, pai.
- Madeleine se comportou muito bem hoje, Harry. – falou Hermione, agitando a boneca.
- Oh! Que bom, está na hora de dizer para ela a grande surpresa... - a menina riu e pegou outro boneco. - Vamos ter outro bebê, parabéns princesa! Agora me dê outro beijo como aquele lá na varanda, Hermione. - puxou a boneca de Hermione e selou colocando a boca do boneco na da boneca.
- Que tal brincar de outra coisa agora? – perguntou Hermione, constrangida.
- ‘Ta bom, vamos fazer um piquenique? – perguntou, distraída.
- É uma boa idéia. – concordou a morena, aliviada.




O moreno estava olhando seus e-mails, distraído, parou sério ao ver um correio meio estranho que continha a palavra Erro como assunto do e-mail. Ao abrir, ficou chocado ao ver as fotos de seu primeiro beijo com Hermione, e abaixo uma mensagem breve e muito significativa.

“Você pode se esconder de todos, menos de mim.”

A brincadeirinha de Gina estava indo longe demais! Bateu as mãos fechadas na mesa, furioso. Uma série de mensagens chegavam a seu e-mail de minuto em minuto, e cada frase martelava em sua cabeça, como se a própria Gina estivesse ali ao seu lado a sussurrar cada palavra.

“Será que ela vai gostar de você quando souber do nosso pequeno segredo?”

“Você ainda tem a nossa aliança, Harry?”

“Como eu ficaria no papel de mãe arrependida em frente ao juiz?”

“Será que médicos são como gatos que tem sete vidas, que tal fazermos um teste?”


Fechou a página, bruscamente. Não poderia ficar ali vendo tais mensagens, sua raiva apenas aumentava. Queria tanto espantar o fantasma de Gina de sua vida, mas a cada tentativa ele falhava de modo expressivo.

- Harry? – chamou Hermione, entrando devagar no escritório.

O moreno fechou o computador rapidamente e olhou para a mulher, que ficara assustada com a forma ríspida em que ele fizera tal gesto.

- Oi, Hermione!
- Oi... Aconteceu alguma coisa? – perguntou, notando-o um tanto sombrio.
- Não... Não aconteceu nada!- respondeu, seco.
- Certo, eu queria saber se poderia sair e dar um passeio com Made na cidade... Vou visitar uma amiga e queria que ela a conhecesse... – explicou.
- Claro, vai ser bom para ela conhecer outras pessoas. – falou, enquanto levantava da cadeira.
- É, mas tem certeza de que não aconteceu nada? Você parece tenso... – comentou encarando-o, fazendo com que o moreno desviasse os olhos, incomodado. – Desculpe... Não quero me intrometer. Prometo não demorar a voltar com Made.
- Ok, se divirtam... - respondeu por fim.

Ela sorriu antes de deixar o lugar, mas seus pensamentos permaneceram ali, concentrados em Harry. Não achou mesmo que ele fosse lhe contar o que o afligia. Seria muita prepotência, acreditar que ele confidenciaria coisas a ela. Talvez fosse seu coração apaixonado que desejava tal coisa.

Apaixonado? Desde quando a palavra paixão existia com ela e Harry, talvez Luna tivesse razão, era melhor tomar cuidado com seus sentimentos.

Suspirou cansada, e seguiu para fora da casa onde Made a aguardava com a resposta. Fosse ela positiva ou negativa. Queria tanto sair com Hermione, tomar sorvete e simplesmente passar o dia com ela. A morena aproximou-se com um sorriso nos lábios e o polegar para cima mostrando que as preces da garotinha haviam sido atendidas.




Logo que afivelou o cinto de segurança da menina, que sorria em demasia, Hermione seguiu até a casa de Luna. No caminho as duas morenas conversavam e riam de qualquer frivolidade que fosse dita. Brincaram de adivinhar, o que gerou mais e mais risadas. Estavam se dando tão bem, que quem as visse julgaria mesmo se tratar de mãe e filha.

- Bem vindas, ao Confusão & CIA! - Luna falou, fazendo gestos que apontavam para sua casa. - Cuidado para não se assustarem com a bagunça, prometo que ela não morde!
- É mais fácil Made se assustar com você, do que com bagunça! – comentou Hermione, fazendo a menina rir.
- Oh... Minha mãe sempre dizia que eu era bonita, você está chamando a minha mãe de mentirosa? – perguntou, fazendo pose e fingindo estar ofendida.
- Todas as mães acham seus filhos bonitos, independentes de serem ou não... – alfinetou, sorrindo.
- Você me acha bonita, mamãe? – perguntou Madeleine, puxando a calça de Hermione.
- É claro que sim, e no seu caso, é justo o elogio... – respondeu, abaixando-se e beijando a menina na bochecha.
- Oh, a competição é injusta, a Madeleine é a mais bonita das meninas... - Luna falou, marota, piscando para a garotinha, que corou.
- Você também é bonita, mas a minha mãe é muito mais! – exclamou ela, abraçando as penas de Hermione, que sorriu bobamente.
- Mas você é filha dela, também não vale... - a loira explicou, risonha.
- As crianças nunca mentem. – se gabou a médica.
- Mas se magoam com facilidade... - lembrou à amiga mesmo que por meio da brincadeira.

O sorriu de Hermione se extinguiu, apertou os ombros de Madeleine. Nem mesmo por um instante Luna não a deixaria se esquecer? Expulsou o ar dos pulmões lentamente.

- Made quer ver TV, enquanto a tia Luna e eu conversamos? Daqui a pouco te levamos sorvete. – falou e a menina assentiu. – Ela tem canal de desenho...
- Sabe quando eu era pequena, ficava horas vendo os ursinhos carinhosos na tevê, mas como hoje em dia eu sou uma velhinha, não sei quais são os desenhos da moda. - a loira riu, enquanto acomodava as visitas em seu lar doce lar.
- Eu gosto de todos! – exclamou ela, olhando para as duas. – Posso ligar a televisão, sozinha?
- Claro, é o canal...? – indagou, olhando para Luna.
- Acho melhor que eu ligue! - a loira tomou a frente, bloqueando alguns canais. - Meu antigo namorado gostava da programação para maiores de 18 anos. - murmurou para a amiga.
- Certo... – sussurrou Hermione. – Fique aí assistindo, e qualquer coisa que queira é só pedir, ‘ta bom? – acrescentou carinhosa, e a menina sorriu, acomodando-se no sofá macio e cheio de almofadas.

As duas olharam para a menina que assistia sossegada ao desenho das meninas super poderosas, enquanto a loira andava de um lado para o outro da cozinha, mostrando um pouco do stress das últimas horas. Stress esse, devido às horas de preocupação com os sentimentos de certa médica, e com as pernas do Dr. Malfoy... Ou como ele mesmo dissera: Draco.

- Acho que você precisa de umas férias também. – falou Hermione, quebrando o silêncio. A morena apoiou-se no balcão, debruçando-se sobre ele em seguida.
- De jeito nenhum, minha vida social é zero, e se eu entrar de férias ficarei tendo uma TPM constante, seguida de horas de tédio, que com toda a certeza me deixariam doida.
- Não exagere! – disse Hermione. – Eu estou curtindo minhas férias... – emendou a esmo.
- Imaginei que sim, pensou no que eu te falei no telefone? - a loira chegou mais próximo do ouvido da amiga para que a garotinha na sala ao lado não ouvisse. - Você sabe... Aquela coisa toda de estar apaixonada?
- Não precisei pensar muito... – murmurou, corada. – A verdade é... A verdade é que estou apaixonada! Sei que não deveria, mas não pude evitar. – concluiu, com certa emoção.
- Ai que merda...! - a loira gritou, atraindo o olhar de Madeleine para a cozinha. - O cachorro da vizinha fez cocozinho... Na cozinha, que coisa ruim!
- Sei que estou fazendo besteira, mas ninguém precisa ficar sabendo desse detalhe. Eu pretendo reprimir o que sinto, entendeu? – falou, vendo que Madeleine voltara sua atenção novamente para a televisão.
- Isso é praticamente impossível, seria como querer esconder um elefante atrás de uma árvore. - a enfermeira brincou, olhando para a amiga. - Você tem certeza de que quer esconder isso dele?
- É claro que sim, vai ser melhor. Logo quando a Matilde ficar boa, ele volta para Londres, e tudo resolvido. – explicou, tentando sorrir. – Vai ser difícil, praticamente impossível como disse, mas vou tentar. E vou conseguir!
- Acredite... a distância só piora as coisas, e depois vem a incerteza, como se fosse um diabinho martelando na sua mente e dizendo..."Hei, você poderia ter tentando e talvez desse certo" . - a enfermeira parou olhando para a cara da amiga.
- O que os olhos não vêem o coração não sente. – falou Hermione, um pouco triste. – Vou superar... Quando isso acontecer, e Luna, não me encoraje a tentar. Porque sinceramente eu não entendo você!
- Não me entende?- perguntou, incrédula - Pois eu sou uma pessoa de fácil entendimento...
- Não é mesmo! Num dia me aconselha a pular fora de tudo isso, e em certos momentos, me dá a entender que devo cair de cabeça num possível relacionamento com Harry.
- Cara, eu mudei de opinião... Após ver a cara que você fez ao lembrar dele, sabe... parecia que você estava tendo dez mil orgasmos! - a loira tapou a boca ao ver que Madeleine ouviu a palavra.
- Luna! Não estamos sozinhas... – murmurou Hermione, ficando extremamente corada. – Agora é que estou mais confusa ainda.
- Simples, se arrisque, beije o príncipe e ganhe o reino.
- Que ótimo, mas isso foge dos meus planos, de não contar nada a ninguém! Muito menos de demonstrar tal sentimento. – disse, e suspirou. – Não adianta eu ficar aqui me debatendo sobre isso, vou deixar rolar... Vamos ver o que acontece.
- Querida, não fique assim, pelo menos você não tem uma paixão quente por um Doutor boa pinta que nem te dá bola! - reclamou a loira.
- Estamos ótimas no campo sentimental, não? – comentou, irônica. – Ainda sem sucesso com o Draco?
- Sabe àquela hora em que eu desliguei na sua cara? - relembrou a amiga... - Bem o meu celular levou um tombo e caiu dentro da fonte do parque.
- Minha nossa, uma coisa bem típica. – falou e riu. – E...?
- Ele caiu, pois eu havia levado um susto devido a uma presença ilustre no parque. – falou, misteriosa.
- Presença ilustre? Seja mais clara...
- Draco "Gostosão" Malfoy...
- Hum, então eu te perdôo, porque eu pensei mesmo que tivesse desligado na minha cara. – disse Hermione e sorriu. – E o que aconteceu depois?
- Bem... A gente conversou sobre algo que eu não lembro, pois fiquei olhando aquelas pernas lindas...
- Entendo. – concordou, dando risada. – Viu? Ele conversou com você!
- Sim, e falou que eu sou bonita... - a loira suspirou. - E provavelmente eu devo estar fazendo uma cara igual a sua quando vê o Harry.
- Está sim, pode crer! – exclamou, rindo ainda mais. – Espera...! Eu não faço uma cara de quem teve um... orgasmo! - acrescentou baixinho.
- Hermione Granger, você é uma mentirosa, toda vez que vê o Harry faz a maior de todas as caras de orgasmo do mundo! – gritou, chamando mais uma vez a atenção da pequena na sala.
- Não faço, nada! – defendeu-se no mesmo tom.
- Claro que faz! – falou, enquanto levava a taça de sorvete para Madeleine.
- Certo, já chega desse assunto. – encerrou Hermione seguindo a amiga. – Então fofinha, o desenho está bom?
- ‘Ta muito legal, a Docinho pegou o Macaco Louco... - falou rindo. - Mamãe, eu estou com saudade do papai.
- Já? – indagou, sentando-se ao lado da menina.
- É que eu quero falar com ele uma coisinha...
- Daqui a pouco, vamos embora, está bem? –falou, limpando o canto da boca da menina, a qual estava melada de sorvete.
- Tudo bem então... - a menina afirmou enquanto se ajeitava na confusão de almofadas no sofá de Luna.




Mãe e filha chegaram em casa cansadas e satisfeitas. Madeleine entrou na cozinha e beijou as faces da bisa enquanto tirava os sapatos e as meias, depois de tirar a meia calça a menina correu pelas escadas em busca do pai.

Entrou no quarto dele, mas estava vazio. Abaixou-se e olhou debaixo da cama, bagunçando os seus cabelos presos em presilhas de borboleta. Saiu então do quarto, e partiu para o escritório, certamente ele ainda estaria lá.

O pai estava adormecido em meio ao monte de papéis e mantinha um sereno sorriso no rosto. Ela sorriu, e entrou em silêncio. Passo por passo, medindo a intensidade das pisadas na madeira. Chegou perto dele, e o cutucou de leve no braço.

- Papai...? – chamou ela.
- Olá princesinha, como foi à tarde com a Hermione? - o moreno bocejou e sorriu ao ver a filha.
- Foi ótima! Eu tomei sorvete na casa da Tia Luna, mas só um pouquinho, por que a mamãe não me deixou exa... exagerar! – contou a menina, sorridente.
- Que ótimo. - o pai fez um gesto para que a filha se calasse. - Que tal você me contar tudo quando estiver na cama e depois de ter tomado um bom banho?
- Está bem, eu tenho que te perguntar uma coisa! – falou Madeleine.
- Na hora da historinha você me pergunta, ok? – A menina assentiu, e esperou o pai se levantar. Saíram então de mãos dadas, pela porta.

Depois do banho e de estar toda arrumada e perfumada, Madeleine fora para seu quarto, acompanhada do pai. Embora a menina insistisse que queria Hermione, o moreno alegou cansaço por parte da mulher, afinal não queria sobrecarregar Hermione com um trabalho que nem era dela.

O moreno já havia contado a história para a garotinha, que continuava acordada pronta para fazer a sua grande pergunta. A menina começara a tagarelar, quando viu a mãe chegar. Hermione se postou próxima a garotinha e lhe deu um beijo no alto da cabeça.

- Pronto Made, o que você quer me perguntar?- indagou o pai, olhando disfarçadamente para Hermione.
- Pai... Eu quero saber se posso ter um orgasmo !
- Como é que é?! – perguntou, levantando-se da cama de súbito, encarou Hermione com o pouco de coragem que tinha, no entanto, não fora o bastante para permanecer com os olhos presos nela.
- Made... Made, querida... – balbuciou Hermione, rubra de vergonha. Parecia que Madeleine gravara o pior da conversa que tivera com Luna.
- Onde é que ouviu isso?! – questionou, engolindo em seco.
- É que a tia Luna disse que a mamãe tem um monte de orgasmos quando vê você, papai. - a garota explicou portando um sorriso nos lábios pequenos. - Então... A partir de hoje eu quero ter um orgasmo, nem que seja um pequenininho... Mas eu quero ter um!
- Bem, pois a senhorita só vai ter um orgasmo quando estiver casada, aos 45 anos de idade, até lá, você não pode ter orgasmos...! Já está muito tarde e você tem que dormir. Boa noite, e pare de pensar em orgasmos. - o moreno beijou a filha e a acomodou na pilha de travesseiros.
- Está bem... – resmungou a menina. – Mamãe, você pode me cobrir direitinho, bem apertadinho? – perguntou a Hermione, que se mantinha imóvel.
- Hã?! Ah claro, meu bem... É... – riu nervosa, passando as mãos sobre os braços.
- Você pode convencer o papai a me deixar ter um orgasmo? – perguntou baixinho, quando Hermione se aproximara para cobri-la.
- Acho que não, querida. – respondeu, sem graça.
- Ah! Então, boa noite e tenha um monte de orgasmos pensando no papai!




N/A:

Paula: Até que enfim chegamos aos 50 né, Jessy?
Jessy: É verdade, eu fiquei surpresa... Mentira! Esses leitores só trabalham na base da chantagem... E eu to gostando disso, desse negocio de chantagem... Embora tenha sido você a chantagear desta vez, hehe!
Paula: Tadinhos... Epa! Estamos invertendo as coisas, era pra eu estar sendo má e você boazinha.
Jessy: To aprendendo a ser má, embora o meu lado grifinória boazinha seja superior, mas não vamos falar de nós e sim do capitulo, que espero que seja apreciado e com boas gargalhadas.
Paula: Já sei por que eu estou boazinha, to guardando meu lado ruim para a Gina... Coitada da Talita Lima, a menina deve estar com tendinite de tanto que digitou posta rs...
Jessy: Mas foi devidamente recompensada! Agradeço desde já a todos que comentaram! BRIGADAAAAAAAA!
Paula: Especialmente a dona Talita Lima... Ai, Jessy se eles tivessem noção do que vem pela frente...
Jessy: Éééééé, e se eu fosse vocês comentava ainda mais, porque sempre somos movidas a comentários, digo, nossa imaginação, então não nos deixe sem combustível criativo. Beijinhos para todos, e até a próxima atualização.

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