O inacreditável acontece

O inacreditável acontece



Capítulo 13 – O inacreditável acontece

   Depois do meu encontro com o Harry eu fui para o meu dormitório me arrumar para jantar com o Olívio e a Mari. Eles deveriam estar à minha espera, pois devido ao meu encontro com o meu irmão eu acabei me atrasando, então me troquei rapidamente e fui em direção a Torre da Grifinória aonde era o quarto deles. Bati na porta e esperei que um dos dois viesse abri-la.
—Olá Laís, eu pensei que você nem vinha mais. – falou a Mari ao abrir a porta.
—Atrapalho? – perguntei ao escutar a voz de mais algumas pessoas.
—Não de jeito nenhum, venha. Fique à vontade, eu tenho só que me certificar de algumas coisinhas e já venho falar com você o Olí...vio está ali. – falou indicando o lugar onde o Olívio estava sentado com mais dois garotos. E agora que eu examinava bem a sala eu podia notar que havia mais duas outras garotas ali, uma morena que estava de costas para mim e outra ruiva que estava bem na minha frente e agora me encarava. Gina.
—Oi, Olívio. – eu falei me aproximando dele.
—Oi Laís. – ele falou ao mesmo tempo em que os dois garotos me olharam e então eu os reconheci. Harry e Rony. – Eu acredito que você já conheça o Harry e o Rony?
—Infelizmente... – falei fingindo desprezo e pude ver que o Harry se controlava para não rir. Eu percebi então que a outra garota era Hermione, pois ela e Gina  se aproximaram, provavelmente querendo saber se eu e o Harry iriamos brigar.
—O jantar está pronto. – Falou a Mari reaparecendo por uma porta lateral.
—Laís eu posso falar com você um minutinho? – perguntou Olívio quando todos começaram a se dirigir a mesa do jantar.
—Claro.
—Por que você fez isso com o Harry? – ele perguntou sussurrando quando os outros se sentavam à mesa.
—De que jeito? – perguntei fazendo cara de inocente.
—Laís!
—O que foi que eu fiz?
—Laís eu pensei que você ao menos fosse tentar conhecer o Harry!
—Eu não sei do que você está reclamando nós nem discutimos nem nada do tipo!!!
—Laís!
—Que foi!
—Nada! É melhor irmos jantar, venha.
—Ótimo. – falei indo em direção á mesa, e me dirigindo à um lugar vago perto da Mari, no entanto eu só percebi que este lugar ficava em frente ao Harry quando já estava sentada e dessa vez fui eu quem teve que segurar o riso.
—Bom, agora que já estão todos aqui podemos começar à jantar. – falou a Mari.
—Só um minutinho, eu quero lembrar a todos o motivo desse jantar. – falou o Olívio.—Bom acontece que a Mariana acaba de ser promovida no trabalho, pois a Madame Ponfrey pretende parar de trabalhar em Hogwarts então a Mari vai ocupar o lugar dela. Sendo assim eu gostaria de propor um brinde à isso! – falou erguendo a taça com vinho dos elfos, enquanto nós (leia-se menores de idade) brindavamos com cerveja amanteigada.
   O jantar transcorreu tranquilamente, quando todos terminamos voltamos para a sala de estar onde o clima ficou realmente tenso. Harry e eu ainda fingiamos que não nos davamos bem e durante o jantar trocavamos farpas de vez em quando. Eu percebi que os amigos dele  queiriam intervir, mas não o faziam por achar que o Olívio não sabia de nada. No entanto quando chegamos à sala eu e Harry decidimos sentar na mesma poltrona e acabamos colidindo um no outro.
—Seu idiota! Você não viu que eu já tinha escolhido essa poltrona! – eu gritei ao mesmo tempo que me controlava para não rir da cara dos outros presentes.
—Eu não estou na sua mente para saber onde você decide sentar! – falou ele irritado.
—Graças a Merlin! Ter você como irmão já é ruim suficiente ter você na minha cabeça então!
—O que você tem contra mim? – ele gritou de volta e pelo canto dos olhos eu podia ver que os outros estavam nos olhando, assustados com a nossa reação explosiva embora os amigos dele estivessem mais acostumados com essas nossas brigas idiotas.
—Tirando tudo?
—O que eu fiz pra você me odiar tanto?
—Você nasceu! – eu já estava tendo que me controlar ao máximo. Não sabia por quanto tempo mais conseguiria desfarçar e o Harry também não estava aguentando se conter então com um minúsculo aceno de cabeça nós já sabiamos exatamente o que fazer. – Por que você simplesmente não some?
—Os incomodados que se mudem!
—Quer saber é exatamente o que eu vou fazer. – e então usando toda a concetração que me restava eu me virei para o Olívio e para a Mari. – Me desculpem por tudo isso mas eu já vou.
   Foi só quando eu estava três corredores abaixo que me permiti rir da cena que o Harry e eu haviamos feito na sala deles. Eu só realmente tinha ficado com pena por ter estragado a comemoração deles, mas fazer o que né?


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   No dia seguinte eu acordei, tomei um banho e troquei de roupa. Não precisei colocar o uniforme pois era dia de passeio a Hogsmead. Sendo assim vesti uma calça jeans preta e uma blusa de manga comprida rosa. Por cima joguei um sobretudo também preto e um cachecol pink. A maquiagem era da de sempre; lápis preto, que destacava meus olhos verdes e fazia um belo contraste com meus cabelos negros, e um gloss. Pronto! Olhei-me no espelho. Estava até que bonita mas nada muito diferente do dia-a-dia. Peguei minha bolsa e saí em direção à Casa dos Gritos, onde havia combinado de me encontrar com meu irmão.
   Durante minha trajetória, notei algo estranho. Todos os meninos pelos quais eu passava me olhavam de cima a baixo com interesse. Já as meninas também me olhavam muito só que muitas delas com um certo desprezo.
   Quando cheguei aos pilares encimados por javalis alados que ladeavam os portões da escola avistei por um grupo de meninas formado por; Gina, Hermione e mais umas quatro garotas que eu não sabia dizer quem eram. Era possível ouvir o que diziam. Gina reclamava de eu Harry havia recusado ir com ela a Hogsmead e perguntava desesperadamente às amigas se elas achavam que ele iría com outra garota. “Se ela soubesse com que garota ele vai.” Pensei ao passar por elas e ri sozinha, o que chamou a atenção delas para mim e fez com que eu percebesse que me olharam demorada e diferentemente também.
   Segui pelo caminho que começava a se cobrir de neve e me perdi em pensamentos. “Por que será que todos estavam me olhando de um jeito tão diferente hoje? Será que tinha algo a ver com ser o primeiro dia que me notavam sem o uniforme largo de Hogwarts? Não. Não podia ser pois eu já tinha usado outras roupas desde que entrara na escola. Bom, isso não importa. Pode ser coisa da minha cabeça. Ninguém me notou de um modo diferente e estranho. Chega de delirar Laís Alarcón. Epa. Quero dizer, Laís Potter!” quando me dei conta, já havia percorrido todo o caminho e tinha chegado perto da Casa dos Gritos. Avistei Harry de costas para mim e debruçado em uma cerca fitando a paisagem que envolvia a casa. Aproximei-me e disse:
—Olá Insuportável. Como passou de ontem? – perguntei em tom de brincadeira.
—Laís! Você veio mesmo! – exclamou ele com um enorme sorriso.
—Claro que sim. Eu sempre cumpro as minhas promessas Harry. – eu disse retribuindo o sorriso.
—Então vem comigo. Lá na dentro da Casa dos Gritos nós podemos conversar à vontade. – ele falou alegremente.
—Ok. Vamos.
   Eu estava ansiosa. Queria saber se essa conversa com meu irmão daria certo. Respirei fundo e pensei: “Pior do que era antes, nossa relação não pode ficar.”
   Quando chegamos, ele me levou à um quarto no andar superior. Era escuro, feio e mal cuidado mas era suportável permanecer ali. Nós nos sentamos na cama quebrada e nos encaramos por uns minutos. Parecia que nenhum dos dois sabia como começar, mas então ele tomou coragem e falou:
—Bom. Eu acho que te devo uma explicação sobre o motivo de ter escolhido esse lugar não é?
—É...quer dizer, eu estou um pouco confusa. – eu disse encarando-o nos olhos.
—Eu te trouxe aqui porque acho que é o melhor lugar para te explicar algumas coisas.
—Que coisas? – perguntei curiosa.
—Como eu conheci o Sirius e soube que ele é meu padrinho, por exemplo. – disse ele. – ou como eu descobri quem realmente traiu os nossos pais.
—Então fala logo Harry! Eu quero saber de tudo! – falei.
—Há três anos atrás, no meu terceiro ano em Hogwarts, eu ouvi uma conversa da Profª McGonagall com o ex-ministro Cornélio Fudge. Eles diziam que Sirius Black havia traído Lílian e Tiago Potter ao contar para o Lord Voldemort onde eles estavam escondidos. Mas também disseram que Sirius Black era meu padrinho. Na hora eu me revoltei. – disse ele. – Como o homem que havia sido escolhido para ser meu padrinho e melhor amigo deles pôde trair os meus pais?!
—Nossa! Mas e aí? O que você fez? – perguntei.
—Além de querer matá-lo? – ele perguntou como se fosse algo muito simples.
—:O
—Eu não via a hora de me encontrar com ele para vingar os nossos pais, meus pais na época.
—E quando você se encontrou com ele pela primeira vez?
—No final do ano letivo. Bem aqui. Neste quarto. – ele falou sombriamente. – Ele atraiu a mim, ao Rony e a Hermione para que viéssemos parar aqui. E foi então que descobrimos que o verdadeiro traidor era Pedro Pettigrew, que passou doze anos disfarçado de Perebas o rato do Rony. Sabe? Como Animago. – disse ele por fim
—Uau!!! – era o único som que eu consegui emitir após ser bombardeada com tantas informações.
   Ele me contou coisas por horas. Muitas delas que eu custei a acreditar. Sirius, um animago? Pedro Pettigrew foi um rato por anos? E justo do Rony? Que Remo, o meu padrinho, era um lobisomem eu já tinha ficado sabendo antes. E por meios dos quais não gosto de me lembrar. Draco Malfoy! Mas eu ouvi muitas outras coisas interessantes e até chocantes. Seu primeiro encontro com Voldemort depois da morte dos nossos pais, aos onze anos coitadinho! Todas aquelas pessoas petrificadas. A ida à toca das aranhas gigantes. A abertura da Câmara Secreta. Seu encontro com Voldemort no cemitério após sua incrível participação no Torneio Tribruxo. A Armada de Dumbledore e tudo o que sofreu com a Umbridge. Mas Harry também me contou coisas legais e emocionastes como receber a Capa da Invisibilidade que pertencia ao nosso pai, seu primeiro vôo de vassoura e sua primeira vitória no Quadribol. Ou quando ganhou a Taça das Casas e a de Quadribol. E até seu primeiro beijo, com Cho Chang apesar de dizer que nunca gostou dela de verdade e que ama muito a Gina. Nós rimos bastante mas também sou obrigada a confessar que em certas partes da conversa eu quase chorei. Depois de muitas das minhas dúvidas esclarecidas ele disse:
—Ah, mas eu já falei muito! Agora eu quero saber de você. Me conte da sua vida até você ter entrado em Hogwarts. – disse ele animado.
—Ok. Bom, eu sempre achei que realmente fizesse parte da família Alarcón. – comecei. – Eu amava muito os meus “pais” que sempre foram muito carinhosos comigo. Eu fui uma criança-bruxa normal. Tinha meus amigos, o amor da minha família e aprendi muito com eles. Principalmente magia. – eu disse enquanto observava o Harry. Ele ouvia atentamente. – Todos eles eram muito divertidos, principalmente quando passavam do inglês para o espanhol enquanto falavam. O mas divertido era o meu avô, Sebastian. Ele me contava histórias quando eu era pequena e sempre foi meu grande amigo. – eu contei sorrindo enquanto lembrava dele. – Mas... – e então meu sorriso se transformou em lágrimas.
—Mas...? – indagou Harry.
—Mas infelizmente ele morreu no ano passado. – eu disse chorando.
—Oh Laís. Não fique assim! – disse ele afagando meu rosto.
—Está tudo bem, Harry. Não se preocupe. – eu disse e então respirei fundo controlando o choro.
—É horrível perder quem amamos não é mesmo? – ele perguntou e eu concordei com um aceno de cabeça. – Nós dois sabemos bem disso não é?
—É verdade. – eu disse parando de chorar e então me assustei. – Nossa!
—O que foi? – perguntou ele ansioso.
—Já é tarde! Está quase escurecendo! – eu disse olhando pela janela quebrada.
—É mesmo! Por Merlim, temos que nos apressar se não quisermos levar uma detenção!
—Então vamos, Harry! – eu disse puxando-o pela mão.
   Caminhamos de mãos dadas até a cerca onde havíamos nos encontrado mais cedo. Chegando lá ele disse:
—Você vai na frente para não estragar o nosso segredinho. – falou rindo e eu acabei rindo junto com ele. – Eu espero aqui e vou um pouco depois.
—Ok, eu já vou. Mas antes preciso dizer que foi ótimo passar o dia com você. Eu adorei.
—Eu também gostei muito de passar esse dia com você, Laís. – disse ele. – E vai ser muito mais engraçado fingir que ainda nos odiamos na frente de todos.
—Vai mesmo! – eu ri. – Mas agora eu preciso ir.
—Tudo bem, vá. Mas tome cuidado porque já está anoitecendo e se alguém fizer alguma coisas eu juro que eu mato esse infeliz! – disse ele com cara de bravo.
—Uau! Já está tendo crises de ciúmes? – perguntei brincando.
—Mas é claro. Eu preciso cuidar muito bem da minha irmãzinha. – e sorriu.
   Quando ele disse isso eu não sei o que aconteceu comigo. Foi algo totalmente espontâneo e eu tive que seguir meu instinto. Pulei em seu pescoço e o abracei forte. Um abraço que ele retribuiu. Um abraço emocionante e que talvez tenha sido o melhor abraço da minha vida até o momento. Soltei-o e o encarei nos olhos. Aqueles olhos tão iguais aos meus. Juntos sorrimos e ele falou:
—Vá com cuidado e até logo irmãzinha.
—Até logo. E tome cuidado com a Gina! Ela está louca atrás de você achando que vai encontrá-lo com outra garota! – eu disse ainda sem conter o sorriso.
   Virei-me e segui o mesmo caminho de volta a Hogwarts. Fui pensando em tudo que havia acontecido neste dia. Em como tinha sido bom. E em como eu tinha gostado de finalmente me entender tão bem com o Harry.
   Chegando em meu dormitório, eu tomei um banho e me deitei. E pensei que era inacreditável o que agora eu sentia pelo garoto que antes eu achava metido e prepotente. Que era inacreditável o que eu sentia pelo garoto que agora é nada mais nada menos que meu irmão. O meu irmãozinho.

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N/A: Desculpem-nos. Ficamos um tempão sem escrever por problemas pessoais. Nós duas temos apenas 15 aninhos e agora nesse ano estamos em escolas diferentes, o que dificulta em escrever nossa fic. Mas agora voltamos com tudo e esperamos fazer o melhor pra vocês. Por favor, deixem coments com suas opiniões pois é estremamente importante para sabermos se estamos acertando!
Beijos.

Marih Malfoy, Nat Potter.


 


  

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