Da raiva ao começo



Capítulo 12 - Da raiva ao começo

  Eu precisava falar com ele... Eu precisava vê-lo... Eu tinha que faze-lo... Todas aquelas informações estavam girando na minha cabeça...Eu... eu... eu precisava me... desculpar... com... o Harry. Eu estava descendo as escadas a mil! Eu precisava falar com ele antes que a coragem me faltasse é eu estava com medo! Eu uma legitima Alarcón... ou ao menos eu era uma Alarcón,... com medo.... Com medo de ter uma conversa com meu irmão! Com o simples medo de admitir meus sentimentos! Droga! Quando foi que eu tive medo antes? Como foi que minha vida mudou da noite para o dia? De repente eu estaquei na ponta de um corredor, tinha um barulho ali, um sussurro fraco, um choro, talvez? Eu me aproximei devagar escutando o barulho cada vez mais perto, entretanto não conseguia ver nada, nem ninguém. Seria o Pirraça aprontando de novo? Ou talvez algum primeiranista que se machucou? Eu pensava enquanto avançava lentamente pelo corredor. Ali perto do fim, já quase na curva tinha uma estátua de um bruxo de pedra segurando um tipo de instrumento musical tão antigo que nem existia mais. Era dali que o som vinha, eu me aproximei e me inclinei para ver quem estava ali...
 - Harry?! - perguntei entre a surpresa e o choque por ver que ele chorava.
 -Laís? O que você está fazendo aqui?
 -Eu? Bom, eu estava indo para o Salão Principal...Peraí! O que você tá fazendo aqui?
 -Isso não é dá sua conta!
 -Ah! Claro eu esqueci com quem eu tava falando, afinal, o Santo Potter que sobreviveu ao ataque D'Aquele-A-Quem-Não-Se-Deve-Nomear não precisa dar explicações a ninguém! - eu falei num sussurro gritado, pois não queria o Filch ali.
 -Por que você me odeia tanto? - perguntou ele, o rosto marcado de lágrimas.
 -Eu... eu não sei! - falei me jogando sentada ao lado dele, e pude perceber que ele ficou surpreso tanto com o que eu falei, quanto com a minha ação.
 -O que? - perguntou ele me olhando, os olhos verdes, tão parecidos com os meus ainda mergulhados em lágrimas.
 -Eu não sei por que eu faço isso é só... eu... Droga!
 -Eu não te entendo!
 -Somos dois!
 -Você recebeu a carta que eu te mandei?
 -Sim, o colar é lindo!
 -O Lupin me disse que ele é uma espécie de escudo...
 -Como assim?
 -Eu não entendi muito bem! - falou dando de ombros. - Por que depois você não pergunta para ele? -É eu vou fazer isso. - então ficamos em silêncio, por tanto tempo quanto eu consegui aguentar. - Me diz uma coisa...
 -Sim?
 -Porque você quer tanto que todos saibam que eu sou sua irmã?
 -Eu não sei ao certo... - ele falou pensativo. - A Mione diz que é para eu poder ter um bom motivo para bater nos seus namorados! - falou com uma risadinha. - A Gina diz que é para eu poder ser um cíumento superprotetor. - completou sem conseguir disfarçar uma risada. - Agora pensando bem.. eu acho que é só para eu poder me exibir. - eu levantei uma sombrancelha questionadora. - Poder andar com você, conversar com você, sem ter que me esconder, entende?
 -Acho que sim...
 -Por que você não quer que os outros saibam que eu sou seu irmão?
 -Porque eu não quero ser vista como a irmã do Grande Harry Potter para o resto da minha vida! Eu quero ser a Laís, poxa! É dificil de entender? - eu desabafei.
 -Não... Eu entendo muito bem! Eu também queria ser só o Harry, mas eu não posso! E eu tenho que aceitar! Poxa! Eu tenho dezesseis anos e já enfreitei mais coisas do que eu gostaria! Às vezes eu queria sumir sem deixar rastros...
 -Mas?
 -Mas aí eu olho em volta, vejo os meus amigos, os pais deles, muitos nascidos trouxa, ou mestiços... Como eu posso fugir disso? Como eu posso me esconder e deixar eles morrerem? No ano passado todos achavam que eu estava louco... mas o Rony, a Mione, os Weasley, o Moody, a Tonks, o Lupin, o Sirius... eles ficaram do meu lado! Acreditaram em mim! Eu não posso me dar ao luxo de ter uma vida normal as custas das vidas deles! Eu não posso! Sinto muito!
 -Sente muito?! O que?
 -Que eu seja famoso...
 -Não é culpa sua! Você não escolheu ser a vitima do... do... Ah! Dele! - eu o interrompi.
 -Do Voldemort? - eu estremeci ao som daquele nome.
 -Não fala o nome dele! É dele...
 -Desculpe, é costume a Mione e a Gina já são até acostumadas.
 -E o Rony?
 -Ele é um caso à parte... - ele falou com uma risada.
 -Covarde? - eu perguntei sem pensar.
 -Não. - respondeu ele frio. - Ele não é covarde, se fosse não teria ficado ao meu lado todos esses anos...
 -Desculpe... eu não quis ofender é só que...
 -Ele não parece muito corajoso? - perguntou sorrindo.
 -É... - eu disse dando de ombros.
 -Sabe o Rony tem muito medo, mas não é covarde. Sabia que ele morre de medo de aranhas?
 -Não...
 -Pois é. Só que no segundo ano, quando a Câmera Secreta foi reaberta, ele foi comigo na Floresta Proibida falar com a Aragogue.
 -Aragogue...?
 -A aranha gigante de estimação do Hagrid.
 -Uma aranha gigante?
 -Pois é! E foi ele que descobriu como abrir a Câmera para que agente pudesse salvar a Gina.
 -E como você fez isso?
 -Ofidioglossia... - falou dando de ombros como se não fosse nada de mais falar língua de cobras.
 -Você é um ofidioglota?
 -Sim. O Voldemort era então ele, sem querer, me passou na noite em que tentou me matar.
 -Wow!
 -Não é nada de mais no fim das contas...
 -Como assim?
 -De que me serve falar a língua das cobras? Você está vendo alguma cobra aqui?
 -Mas... e a cobra do...?
 -A Nagini? - eu acenei com a cabeça. - Não, ela é fiel ao Voldemort.
 -Você fala como se ela tivesse consciência...
 -Você sabia que às vezes eu poso entrar no mente Dele?
 -Você tá brincando?!
 -Não. No quinto ano eu estava dormindo e então meu sonho se transformou e derrepente eu estava rastejando em um corredor comprido de pedras pretas lisas, então eu estava quase chegando na porta que havia no fim do corredor, estava quase conseguindo, mais um pouquinho e eu conseguiria, só que antes disso eu ouvi um barulho e me virei, tinha alguém escondido ali eu o ataquei ferindo ele com as minhas presas... Era o senhor Weasley! Eu estava vendo a Nagini atacá-lo! Eu estava na mente Dele! E Ele estava na mente dela!!!
 -Caramba!!!
 -Pois é! Se você acha que eu posso gostar de ser, como você me chama, o Grande Harry Potter está muito enganada. - eu fiquei um tempo em silêncio pensando em tudo o que tinha acontecido naquele dia.
 -Sabe, você é diferente do que eu pensava...
 -Do que o Malfoy falou?
 -Nem me lembre dele! - soltei irritada.
 -Porque? Vocês brigaram?
 -Não... eu terminei com ele...
 -Porque?
 -Eu vi ele beijando outra... - ele começou a se levantar.
 - Onde você vai?
 -Me diz um coisa... Você ficaria com muita raiva de mim se eu matasse ele?
 -Harry!!!
 -E se eu só bater nele um pouquinho...?
 -Harry!!!
 -Tá bom! Já entendi... - falou se sentando mais parecendo uma criança a quem tinham dito que o Natal havia sido cancelado.
 -Bem que o Olívio me avisou... - suspirei.
 -Avisou de que?
 -Que você era um cíumento!
 -O Olívio sabe disso? Desde quando?
 -Bom, ele sabe que eu tenho um irmão desde que eu sei que tenho um... agora sobre quem ele é eu contei hoje... bom eu meio que deixei escapar, mas...
 -Mas?
 -Sei lá! Esse segredo já estava me encomodando então...- eu dei de ombros. - Você se encomoda?
 -Com o que? - perguntou surpreso.
 -Com o Olívio saber...?
 -De jeito nenhum, afinal, eu contei para o Rony, para a Mione e para a Gi. - ele completou dando de ombros.
 -Sabe o que eu andei pensando?
 -Não. O que? - perguntou sorrindo.
 -Quem é o Sirius, afinal? - ele riu.
 -É o meu padrinho. Sirius Black, ele era um grande amigo dos nosso pai.
 -O Lupin me contou isso, mas tem algo mais?
 -Bom ele é como um segundo pai para mim. Desde que eu o conheci no terceiro ano...
 -Como vocês se conheceram?
 -É uma longa história... E eu acho que agente não tem muito tempo...
 -E... que tal se agente se encontrasse outra hora...?
 -Claro que eu quero!
 -Então... Quando a gente pode se ver?
 -Você já tem compromisso no próximo fim de de semana em Hogsmead? Porque se você for fazer algo com o Malfoy... desculpe! Eu esqueci!
 -Tudo bem... Então no próximo fim de semana em Hogsmead? Onde?
 -Na Casa dos Gritos?
 -Porque lá?
 -Você vai entender. Então que horas?
 -As duas?
 -Perfeito! Vem cá continuaremos com o nosso tratamento normal na frente dos outros?
 -Se você não se importar...
 -De jeito nenhum! Vai ser engraçado!
 -Mas... Você vai contar para os seus amigos?
 -Não e é isso que vai ser mais engraçado. Já imaginou? - ele falou rindo.
 -Harry você não presta! Deveria estar na Sonserina!
 -O Chapéu Seletor disse a mesma coisa...
 -O que?!
 -Nada, não. Te conto no fim de semana. Acho melhor eu ir o jantar já está acabando.
 -Tá bom! Até Hogsmead.
 -Até! - disse se afastando.

Nat Potter, Marih Malfoy.

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