CAPITULO X



**RE**: que nada... nunca ouviu falar que cão que ladra naum morde???
ashashahssha...

entaum, lah vai o último capítulo...
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A comida chinesa chegou quando Lyle entrava no táxi.
— Você está brava comigo, chérie?
— Sim. Você poderia ter sujado o tapete, quebrado aquela mesa antiga... Feito buraco nas paredes — brincou ela, enquanto colocava a toalha na mesa.
Harry sorriu. Estava aprendendo sobre Hermione, e pensou que ela podia estar escondendo sua preocupação sob o humor.
— Meu pai insistiu que cada um dos filhos servisse um ano nas Forças Armadas do nosso país. Homens como seu irmão esquecem de que tamanho nem sempre é o fator decisivo em um confronto.
— Sim, bem, ele vive me ameaçando.
O sorriso de Harry desfaleceu e ele pôs a mão sobre a de Hermione.
— Eu devia tê-la retirado daqui quando ele perdeu o controle. Assustei-a, o que era a última coisa que queria. Você precisa ir ao médico?
— O quê? Não! — ela meneou a cabeça. — Tenho uma consulta amanhã, de qualquer forma. O que realmente quero é jantar.
Eles comeram nas próprias embalagens, Hermione mantendo os olhos fixos na comida enquanto deliciava-se com os pasteizinhos crocantes. Mas não demorou muito até que os ombros dela começassem a tremer e as lágrimas a rolar pelas faces. Harry soubera que aquilo viria, e imediatamente puxou-a para seu lado, abraçando-a.
— São apenas os hormônios — sussurrou, aconchegada ao ombro dele.
— Eu sei, chérie... — Harry massageou as costas de Hermione enquanto ela chorava.
— Ele podia ter matado você — disse ela, entre soluços.
— Ninguém vai ferir você, Hermione, nem me afastar de minha filha. Por favor, acredite em mim, fui bem treinado e não corri perigo algum. Acho que seu irmão fala mais do que pode fazer.
De repente, Hermione se endireitou no colo dele e limpou as faces com um guardanapo de papel.
— São os hormônios — repetiu séria. — Não sou dessas mulheres que choram porque quebraram a unha.
— Lágrimas não a tornam fraca.
— Você quer que eu chore porque quebrei uma unha? Harry riu e deu-lhe um beijo no rosto.
— Acho que não. Você tem certeza de que está bem?
— Estou bem. Apenas cansada.
Sem uma palavra, ele se levantou e a carregou para o quarto.
— Eu poderia ter vindo andando.
Hermione se recostou nos travesseiros e deixou Harry puxar a coberta sobre ela. Virando-se de lado, observou-o acender o fogo da lareira e apagar a luz.
Era tão gostoso se sentir querida e, num momento de fraqueza, quis acreditar que Harry a amava. Seus sentimentos por ele eram muito confusos, embora tentasse não pensar a respeito. Talvez deixar alguém apoiá-la nas horas difíceis não significasse fraqueza, e sim uma parceria, como dissera Harry.
Compartilhar alegrias e tristezas... parecia maravilhoso. Mas ainda havia a possibilidade de ela não poder ter mais filhos e um filho real de Hasan não poderia desistir de filhos homens por causa de uma esposa americana.
Hermione respirou fundo e fechou os olhos, muito exausta para se preocupar com qualquer coisa. Iria dormir de roupa mesmo.

Na consulta da tarde seguinte, o Dr. Prang estava se divertindo com a história que Harry contava. Ele era o tipo de médico que se preocupava não só com a saúde dos pacientes, mas com suas vidas também.
— Hermione, você realmente disse: Ele finalmente conseguiu a quarta estrela? E nada mais?
Ela riu. Com o charme de Harry, ele fizera a situação parecer cômica, enquanto ao mesmo tempo assegurara ao médico que ela se aborrecera na noite anterior.
— Meu irmão é realmente insuportável. Mas o Rambo aqui cuidou de destruir a dignidade dele.
— Rambo? — perguntou Harry confuso. Hermione e o médico riram.
— Rambo é um filme famoso na América — explicou ela. — O herói é todo músculos.
— Ah...
Eles ficaram de mãos dadas quando Hermione se deitou na mesa e foi examinada pelo Dr. Prang. Estranhamente, não se sentiu mal pela presença de Harry durante a exame e teve o secreto desejo que ele tivesse estado junto dela em todas as outras consultas.
— Pode se levantar agora, Hermione. Está tudo em ordem — assegurou o médico. — Você terá uma adorável garotinha dentro de poucas semanas.
Os dois homens saíram, ainda conversando, enquanto Hermione se vestia e pensava sobre querer coisas que não poderia ter e se perguntava por que as queria.
Aquela foi a questão mais constante em sua mente nos dias que se seguiram. Quando não estavam trabalhando, Harry parecia passar mais tempo na casa dela do que no hotel, e era sempre paciente com a crescente irritação dela. Hermione queria responsabilizar a gravidez e os hormônios por suas bruscas alterações de humor, mas no fundo sabia que eram decorrentes da confusão de suas emoções.
Ele não dissera nada sobre querer casar-se desde sua última recusa. E ela sabia que aceitaria se Harry pedisse de novo, porque estava absolutamente certa de que o amava.

Na terça-feira seguinte, ela estava trabalhando à sua mesa quando sentiu a primeira agulhada de dor.
Hermione derrubou a caneta e apertou a mão contra o ventre. Faltavam quase três semanas até a data do parto e o bebê precisava de cada um daqueles dias para ganhar peso. Respirando fundo, tentou não se desesperar. Talvez fosse apenas seu corpo ajustando-se ao crescimento do bebê, ou simplesmente um alarme falso. Diziam que falsas contrações podiam parecer bem verdadeiras.
Tudo em seu estômago parecia estar revirando e ela pegou o telefone. Queria Harry. Pela primeira vez na vida, tinha total consciência que ele era a pessoa que poderia acalmá-la.
— Atenda — rezou ela, discando o ramal dele.
— Sim?
— Ha... Harry?
— Estou indo imediatamente.
Em sua sala, Harry desligou o telefone e saiu em disparada, aterrorizado com o tom que detectara na voz de Hermione. Correu pelos corredores e escadas e em segundos adentrou a sala dela. Parou por um instante, notando-lhe a palidez do rosto e a maneira como segurava o ventre protuberante.
Ele engoliu em seco, tentando manter a calma. Se Hermione precisava de alguma coisa dele, era de calma e equilíbrio.
— Acho... que seria melhor se eu fosse para o hospital — sussurrou ela. — Não tenho certeza, mas estou sentindo... — de repente, ela respirou fundo e ficou tensa quando uma contração se manifestou. — Oh, meu Deus... Ela ainda está muito pequena!
Harry se ajoelhou a seu lado, tirando-lhe as mechas de cabelos do rosto, úmidos por estar suando frio.
— Tudo dará certo, bien-aimée. Chamaremos a ambulância apenas por segurança.
Hermione assentiu, o rosto pálido de dor. Ele pegou o telefone, discou para a emergência e depois para o consultório do obstetra. Eles garantiram que o médico os encontraria no hospital.
Alguns colegas de trabalho haviam se reunido na porta, fazendo perguntas. Harry lhes enviou um olhar sério e em segundos estavam todos em silêncio.
Um momento depois, Neville entrou e se agachou do outro lado de Hermione.
— A ambulância já está a caminho — disse ele, gentilmente. Harry assentiu, a atenção centrada na mulher que amava mais do que a própria vida. O medo que sentia por sua filha não era nada comparado ao terror de perder Hermione. E ele sentiu uma fúria impotente contra a maneira que a natureza lidava com as coisas. O corpo de uma mulher era feito para conceber filhos. Ela fizera tudo certo. Por que aquilo tinha que estar complicado?
Uma sirene o avisou que a ambulância chegara e ele deslizou as mãos para baixo de Hermione, levantando-a nos braços. Ela estava rígida de medo e Harry beijou-lhe a testa.
— Se Bichento tem ciúme de mim, imagine como se sentirá quando levarmos nossa filha para casa — disse ele. — Ele pode decidir se mudar para outro país.
Hermione sorriu e um pouco de sua tensão se aliviou.
— Ele está começando a aceitar você.
— Sim, ele rosnou apenas duas vezes ontem — Harry a deitou na maca e ficou de mão dada com ela, recusando-se a deixá-la.
Neville pediu a todos que voltassem às suas salas e garantiu que os manteria informados. Olhares ansiosos se dissiparam, dando a Hermione privacidade, enquanto os médicos a examinavam.
— Não se preocupe, madame, seus sinais vitais estão ótimos — assegurou o paramédico. — É seu marido? — perguntou ele, olhando para Harry.
— Ele é o pai do bebê — respondeu Hermione, apertando mais forte a mão de Harry.
— Não vou sair de perto de você, chérie — murmurou ele. — Eles não podem me mandar sair.
— Aposto que podem — retorquiu ela.
— Mas acha que eu obedeceria?
— Provavelmente não.
Hermione teve apenas mais uma contração no caminho para o hospital e estava começando a se sentir esperançosa quando um líquido quente entre as pernas a fez engasgar.
— Harry!
— Psiu — disse ele com carinho, sem desviar o olhar do cobertor sobre o ventre dela. — Estamos quase chegando.
Dr. Prang estava esperando no posto de parada da ambulância e, embora o olhar tivesse uma preocupação oculta, ele a cumprimentou alegremente.
— Estamos fora do tempo, não, Hermione?
— Temo que sim.
— Bem, mas não há problema — ele sorriu benevolente, era a imagem da gentileza. — O bebê deve estar grande o bastante. Vocês duas ficarão bem.
Sem deixar transparecer preocupação, ele a passou pela admissão hospitalar e foi direto para um quarto, em tempo recorde. Hermione olhou ao redor do recinto após o exame. Havia um berço de vime encostado numa das paredes e ela se lembrou de que aquele hospital permitia que os bebês ficassem no quarto com as mães.
Isto é, se o bebê fosse saudável o bastante.
Estremeceu, suando frio outra vez, até que Harry se sentou a seu lado na cama, beijando-lhe os pulsos. Então ela soube que ele estava escondendo sua própria preocupação para mantê-la calma.
— E... e se o médico estiver enganado? Pesos estimados através de ultra-sons não são sempre confiáveis — disse Hermione. — Ela pode ser menor...
— Ou maior.
— Si... sim.
— Vamos falar sobre o nome do bebê — murmurou Harry, fazendo movimentos circulares no ventre dela. — Você tem algum em mente?
Hermione já havia escolhido, mas pretendera fazer uma surpresa. Porém, agora era um momento tão bom quanto qualquer outro para surpreendê-lo.
— Tenho. Se você concordar e o resto de sua família... Lily Jane, em homenagem a nossas mães.
Uma emoção nova e maravilhosa explodiu no coração de Harry e ele se inclinou para beijá-la.
— Eu me sentiria honrado — disse ele contra os lábios dela. — E minha mãe adoraria. Ela deseja demais uma neta.
— Si... sim — a palavra saiu sussurrada sob uma nova contração. Devido às horas de treinamento e prática de respiração, Harry
— Você acha que estou dominado por sentimentalismo?
— Não exatamente, mas...
Harry pôs a mão sobre os lábios de Hermione, impedindo-a de falar. Mon Die, como adorava aquela mulher. Ela o estava protegendo, até mesmo agora. Mas não precisava de proteção, precisava dela.
— Sei que amo você há mais de uma semana — sussurrou ele. — Apaixonei-me em Washington. Escondi isso de mim mesmo, tentando me convencer de que era atração física e desejo. Mas tenho certeza de que você é minha única e verdadeira companheira. Eu nunca mais poderia ser feliz se nos separássemos. Não precisamos viver em Hasan, podemos viver aqui em Chicago... qualquer coisa que você queira.
— Harry... — disse Hermione, devastada.
— Apenas diga que me ama, chérie. Por favor, diga.
— Eu amo você, mas...
— Sem mas — a expressão dele era de pura felicidade.
— Você não entende? — perguntou ela, desesperada. — Não se recorda do que eu lhe disse? Posso não ser capaz de gerar outros filhos. Você poderá nunca ter um filho homem.
Harry meneou a cabeça.
— Se esta for a vontade de Deus, então nunca terei um filho. Ponto final. Não poderá haver ninguém mais depois de você. E estou contente com a nossa filha. Ela é mais linda do que sonhei.
— Seus pais...
— Eles querem a minha felicidade. Minha mãe soube imediatamente que você era meu destino. Disse-me que se eu a perdesse me arrependeria pelo resto da vida. Posso ser lento para reconhecer o caminho do meu coração, mas não sou tolo o bastante para perder você.
— Eu...
Um repentino burburinho no corredor fez Hermione puxar rapidamente a coberta sobre Lily e seus seios nus. Um urso gigante de pelúcia apareceu quando a porta foi aberta. Era tão grande que escondia o portador.
— Meu nome é Edward — grunhiu uma voz. O braço do urso acenou como se dizendo: Olá. — Estou procurando uma nova amiguinha.
Hermione arregalou os olhos.
— Papai?
— Sim, sou eu.
O urso foi movido para o lado e ela viu a face enrugada do pai, parecendo mais velho que sua idade. Estava fardado e usava cada medalha e condecoração presa no casaco.
— O que você está fazendo aqui?
— Eu... — o general Granger limpou a garganta. — Lyle me telefonou e me contou sobre sua gravidez.
— Posso imaginar — por mais que tentasse, Hermione não conseguiu afastar o tom amargo da voz. O que não entendia era por que seu pai trouxera um urso para o bebê quando certamente concordava com Lyle que ela cometera um erro e embaraçara sua ilustre carreira.
O general Granger depositou o urso numa cadeira ao canto, então ficou parado ali, parecendo não saber o que fazer com as mãos.
— Lyle esperava que eu me sentisse ultrajado, mas estou muito satisfeito — a voz dele embargou e ele pigarreou.
Hermione pestanejou.
— Por quê?
— Porque eu temia que você fosse ficar sozinha para sempre, como seu irmão e eu. Quando soube sobre o bebê, entendi que seu destino não seria triste... e que isso significava que nós poderíamos começar de novo — ele olhou-a fixamente e, pela primeira vez na vida, Hermione viu lágrimas nos olhos do pai. — Fui um péssimo pai. Não sabia o que fazer com uma menina sem mãe, e pensei que se eu não a criasse com rigidez, você não sobreviveria.
— Você não conhece sua filha — disse Harry, asperamente. — Ela é mais forte do que pode imaginar.
— Eu sei.
— Sabe? — Harry falou na defensiva. — Você tem alguma idéia de como ela é magnífica?
Hermione sorriu feliz. Seu pai não poderia arruinar nada e era bom que o homem que ela amava a defendesse. Não tinha certeza de que teria conseguido superar todos os problemas sem Harry, mas isso não a tornava fraca. Se eram necessárias duas pessoas para fazer um bebê, então contar com alguém quando as coisas estivessem difíceis devia ser a forma de Deus comunicar que o caminho certo era esse.
— Eu sei — repetiu o general Granger, um olhar especulativo no rosto. — Você é o pai da minha neta?
— Sim — Harry o olhou, friamente.
Hermione decidiu que precisava interferir naquela conversa.
— Harry é o pai da criança, sim. E eu vou pedi-lo em casamento. Harry teve um sobressalto e a encarou.
— Vai me pedir em casamento?
Ela lhe deu um sorriso e ajeitou a filha adormecida no ombro.
— Acho que é mais do que justo, já que foi você quem fez a proposta da primeira vez.
— Eu aceito.
— Mas ainda nem fiz a proposta!
— Sim, mas não vou lhe dar a chance de mudar de idéia. Nenhum dos dois notou a partida tática do pai dela, fechando a porta atrás de si.
— Certo. Você quer se casar comigo? — perguntou Hermione, descobrindo quão fácil era fazer uma proposta de casamento quando esta já estava aceita.
Harry sentou-se a seu lado, tinha olhos brilhantes de felicidade.
— Com todo meu coração — prometeu ele e se inclinou para beijá-la.

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agora só falta o epílogo...
snif, snif...

té mais...

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