CAPITULO VIII




Eu estou ótima. Mas tenho sérias dúvidas quanto a você.
Durante todo o dia seguinte, lembranças da expressão atônita de Lilá continuavam fazendo Hermione rir. Não pretendera revelar a proposta de Harry, mas desejara tanto que elas soubessem que ele estava sendo honrado que deixara aquilo escapar.
A honra de um homem não era tão simples quanto ela sempre pensara. Para Harry, era fundamental fazer a coisa certa. Queria ser respeitado, mas agir corretamente era o que mais lhe importava. Hermione ainda estava remoendo aquilo na segunda-feira de manhã quando pagou o táxi e entrou no edifício. Harry havia ligado e se oferecera para pegá-la em casa, mas ela negara. Não fazia sentido, já que o hotel dele ficava na direção oposta.
Em sua sala, Hermione sentou-se e, automaticamente, deu uma olhada para o frigobar, perguntando-se o que Harry colocara ali naquele dia. Estava ficando mimada, mas nunca fora mimada antes e era impossível não gostar da experiência.
Luna Weasley entrou e acomodou-se na cadeira a sua frente.
— Estou com fome. O que temos hoje?
Hermione riu. Vinham compartilhando as guloseimas, uma vez que na pequena geladeira havia sempre muito mais do que seria capaz de comer, e Harry jogaria tudo fora no dia seguinte quando chegasse com a nova remessa. Ela abriu o pequeno refrigerador e viu uma salada grega com azeitonas e queijo. Atrás dela havia sanduíches de peru com queijo suíço e o costumeiro leite, frutas e pudim.
— Salada grega ou sanduíche de peru? — perguntou ela. — Sanduíche.
— Certo — Hermione pegou um para a amiga. — Mas você deve saber que é Harry quem está trazendo essas coisas.
Luna mordeu o sanduíche.
— E você não quer se casar com ele? O homem a alimenta, é bonito, charmoso e tem o traseiro mais lindo do mundo... depois do meu marido, claro.
— Sem comentários.
O bebê começou a chutar e Hermione pousou a mão sobre o ventre com um sorriso,
O telefone tocou e Luna levantou-se, acenando um adeus e deixando a safa.
— Hermione Granger — ela atendeu ao telefone.
— Olá, srta. Granger, aqui é do Seaton, Centro de Preparação para o Parto. Queríamos informá-la que sua primeira aula está agendada para esta noite. Você quer que notifiquemos também o sr. Potter?
Hermione franziu o cenho.
— Sr. Potter?
— Hã... sim. Ele é o seu parceiro na preparação para o parto, não é?
Instantaneamente, ela enrubesceu de raiva. Não estava apenas irada, mas também desapontada.
— Eu o aviso — respondeu ela e bateu o telefone. Então levantou-se e foi direto para o escritório de Harry.
— Ele está lá dentro? — indagou ela para a secretária. — Está sozinho?
Debbie Elliot sorriu, dando-lhe as boas-vindas.
— Sim.
— Ótimo — Hermione abriu a porta o adentrou abruptamente. — Como você pôde fazer isso? — ela quis saber. — Disse que não estava tentando me controlar e então faz uma coisa dessas pelas minhas costas?
Ele deixou a caneta sobre a mesa, levantou-se e fechou a porta.
— Fazer o que nas suas costas?
— Acabaram de me ligar do Centro Seaton. Disseram que a nossa primeira aula sobre a preparação para o parto está marcada para esta noite. Você foi à minha casa no sábado e falou todas aquelas coisas, mas elas não significam nada, não é?
Harry a fitou um longo instante.
— Hermione, eu não fiz isso.
— Não? Então como a aula está marcada?
Ela estava furiosa e Harry nem sugeriu que se sentasse temendo piorar a situação.
— Sim, pedi para que fôssemos inscritos nas aulas, mas isso seria daqui a duas semanas. Telefonei na última sexta-feira e pedi-lhes que esperassem até que eu conversasse com você primeiro.
— Alguém obviamente não captou a sua mensagem.
— Reclamarei com eles sobre o erro. Mas você não pode me culpar por querer participar dessas aulas e estar presente no nascimento de nossa filha.
Hermione respirou fundo e abandonou-se no sofá.
— Isso não vai dar certo — murmurou ela. — Seria loucura imaginar o contrário,
— Eu nem sabia que você ao menos pensara que era possível. Ela apertou o braço do sofá, bonita e corada, e Harry praguejou contra si mesmo. Era difícil para um homem sentir-se rejeitado daquela maneira. E até mesmo mais difícil mudar, mas ele estava tentando desesperadamente.
— Hermione — disse Harry, sentando-se a seu lado e segurando-lhe a mão, — quero o melhor para você. Talvez minhas atitudes sejam erradas, mas pretendo melhorar.
— Você não acredita que eu possa tomar conta de mim e do bebê. Esse é o verdadeiro problema. Acha que tem a obrigação de tudo e tomar todas as decisões porque sou incapaz de fazer isso sozinha.
— Isso não é verdade. Você é inteligente e responsável. Trabalha e se sustenta desde a escola e conseguiu um belo emprego. Não posso imaginar uma mãe melhor para uma criança.
Hermione o olhou, tristemente.
— Somos muito diferentes, Harry. Você é um membro da família real de Hasan... sheik Harry Potter, acostumado a impor ordens e ser obedecido sem ser questionado. Enquanto eu sou apenas uma americana comum que trabalha para sobreviver.
— Não há nada de comum em você, Hermione. Acredite-me, uma mulher comum não teria me tentado tanto a ponto de eu não usar uma proteção.
— Isso trata-se apenas de sexo.
— Trata-se de uma mulher que me fascinou. Que é teimosa e independente e não me deixa fazer parte da vida dela — resmungou ele. — Você nunca acatou uma ordem minha desde que nos conhecemos.
— Exceto na cama — devolveu ela. — Você não teria aceitado de outra maneira.
— Mon Die... — Harry levantou as mãos no ar. — Você ainda não compreendeu, não é, Hermione? Você está no controle, não eu. Teria feito qualquer coisa para satisfazê-la e cortaria meu braço agora para não lhe causar nenhuma dor. Mas você parece ter se esquecido de que não posso simplesmente virar as costas e sair da sua vida.
Ela o fitou, desconfiada. Obviamente não acreditava nele.
— Chérie, por favor. Você está certa em ser cuidadosa. Na verdade, não tem nenhuma razão para acreditar em mim, mas juro que estou tentando. Pretendia mostrar-lhe os folhetos das aulas esta manhã, e esperava que você aceitasse minha participação.
Hermione abaixou os olhos para a mão de Harry que ainda a segurava. Desistira da idéia de um parto normal pelo medo de perder o bebê... e porque estava sozinha. E nunca considerara a hipótese de falar com Harry sobre isso. Talvez não tivesse razão para estar brava. Ele fora forçado à posição de pai e ainda assim queria estar com ela quando o bebê nascesse... uma idéia que parecia deixar a maior parte dos homens pouco à vontade.
— Talvez eu tenha reagido de forma exagerada...
— Você estava certa de ficar com raiva.
— Posso ver os folhetos?
— Claro — Harry soltou a mão dela e caminhou até a mesa. Entregou-lhe alguns papéis e ela os observou rapidamente. A literatura estendia-se pelas vantagens do parto normal e discutia vários outros mitos a respeito do nascimento.
— Por que você marcou a primeira aula para daqui a duas semanas? — murmurou ela.
— O centro tem uma lista de espera. Disseram que me notificariam quando tivessem uma vaga.
Hermione o fitou. Estava quase certa de que ele não estava mentindo sobre a lista de espera. O Centro Seaton era popular e de boa fama.
— Acho que podemos ir à primeira aula e ver como saem as coisas.
— Verdade? Você gostaria? — o olhar dele de repente estava mais alegre e mais bonito que nunca.
— Você está ciente de que eles mostram filmes sobre o nascimento? — Hermione se sentiu obrigada a perguntar. — Cenas reais de parto, com pais desmaiando e mulheres suadas e com o rosto vermelho pela dor e esforço.
— Você está tentando me apavorar?
— Isso alarma a maioria dos homens.
— Não sou a maioria. Incomoda-me saber o desconforto que você enfrentará no parto — disse ele. — Mas quero saber como posso lhe ser útil nesse momento. Você gostaria de sair para jantar antes de irmos à primeira aula?
Hermione meneou a cabeça. Por mais que não gostasse de admitir, chegara ao ponto onde não tinha energia suficiente para trabalhar oito ou nove horas.
— Eu... humm... conversei com a chefe do meu departamento na semana passada sobre diminuir a carga horária de trabalho até a chegada do bebê, então irei cedo para casa... por volta das duas da tarde. Discutimos a possibilidade de que eu trabalhe meio-período em casa, mas a empresa não tem uma política para isso ainda.
— Falarei com Neville.
Ela fechou a expressão.
— Ele não vai mudar a política da empresa por minha causa, Harry.
— Posso ser bem perseverante quando quero.
E ela não sabia daquilo!
— Bem, se você fizer com que Neville concorde, será ótimo. Programas de trabalhar em casa fazem sentido com uma tecnologia tão avançada — disse Hermione, decidindo não fazer nenhum comentário sobre a persistência de Harry.
Um sorriso cintilou nos olhos dele, mas apagou-se com o som de vozes excitadas em sua ante-sala. Ele a olhou de modo ansioso.
— Por favor, Hermione, não fique brava. Acho que meus pais acabam de chegar.
O coração dela acelerou.
— Seus... pais?
— De Hasan. Telefonei há poucos dias e contei à minha irmã sobre o bebê. Ela ia contar para a família, mas prometeu mantê-los lá. Eu deveria ter percebido que o silêncio significava que eles estavam a caminho dos Estados Unidos.
Hermione engoliu em seco.
Era uma verdadeira americana, incrivelmente democrática, mas era intimidador pensar em encontrar o futuro rei de outro país. Principalmente quando estava carregando no ventre a primeira neta do rei.
— Você está falando a sério?
— Seriíssimo.
A porta se abriu e uma linda mulher num tailleur preto adentrou, seguida por um homem bonito que parecia a versão mais velha de Harry.
A mulher falou primeiro, a mão brincando com as pérolas do colar:
— É maravilhoso vê-lo, filho.
— Maravilhoso? Pedi para que ficassem em Hasan — disse ele com expressão contrariada.
— Nós... hã... só viemos fazer uma visita rápida. Seu pai queria trazer alguns papéis para você assinar.
— Papéis? Não poderiam ter usado o correio para isso?
— Não depois de ouvir as boas-novas sobre um neto — ela olhou para Hermione. Um sorriso ranzinza curvou os lábios da mulher. — Esta é sua Hermione? A que não quer se casar com você?
Se possível, a expressão de Harry ficou ainda mais feia.
— Não comece, mamãe. Tomaremos nossa própria decisão. Hermione, estes são meus pais, Lily e James Potter.
Hermione arrastou-se até a ponta do sofá e ele correu automaticamente para ajudá-la a se levantar.
Ela e Lily Potter se entreolharam por alguns instantes, então o homem mais velho sorriu. Um sorriso amável e caloroso, que não julgava ou condenava.
— Que linda moça você é — falou Lily, cordialmente. — Meu filho tem lhe causado momentos difíceis? Ele é espetacular nisso.
Hermione apenas sorriu, sem graça. Então Lily abraçou-a carinhosamente. Ela usava um perfume exótico e era obviamente rica e mimada, mas pela primeira vez desde quando podia se lembrar, Hermione sabia que estava sendo abraçada por uma mãe de verdade.
— Nós apenas queríamos conhecer você, menina! — falou Lily após liberá-la. Ela levantou a mão e então hesitou. — Posso tocar?
Hermione assentiu e a mãe de Harry acariciou-lhe o ventre. Lágrimas surgiram nos olhos da mulher mais velha quando o bebê chutou.
— É uma menina — sussurrou Hermione, com medo de ver desapontamento nas faces dos Potter. Suas idéias sobre o Oriente Médio eram mais confusas que nunca, e ainda temia que meninas não valessem tanto quanto meninos.
— Filhas são o mais precioso dos tesouros — disse Lily. — Fomos duas vezes abençoados.
— Nossa filha, Fátima, é uma médica talentosa — contou James Potter, falando pela primeira vez. Sua expressão era reservada, mas Hermione teve a impressão que ele era um homem gentil. — E Jasmine tem levado grandes honras a Hasan através de sua arte.
— Sim, Hermione sabe tudo isso. Onde estão os papéis que tenho que assinar? — perguntou Harry, impaciente. Se soubesse que seus pais apareceriam em Chicago, teria avisado Hermione. E se acreditasse que ele encorajara os pais para virem forçá-la ao casamento?
Perderia todas as esperanças de se aproximar mais dela.
— É melhor eu ir agora — disse Hermione. Ela sorriu para o casal.
— Foi um prazer conhecê-los. O nascimento será em março, se vocês quiserem... — ela deu de ombros.
— Obrigada — A mãe de Harry secou os olhos com um lenço.
— Estamos muito contentes você nos permitir visitar nossa neta. Agora deve considerar fazer parte da nossa família.
— Obrigada — com uma última olhada rápida para Harry, ela partiu. Ele não podia dizer o que ela estava pensando, e após o desentendimento sobre as aulas de preparação para o parto, temia que não deveria ser coisa boa.
— Como você pôde, mamãe? — perguntou ele quando ficaram sozinhos. — Hermione é uma mulher forte, não pode forçá-la.
— Não tive essa intenção — Lily olhou diretamente nos olhos do filho. — Mas se você deixar aquela doce moça fora da sua vida, se arrependerá disso para sempre. Quando duas pessoas são feitas uma para a outra, isso é um presente dos céus. Agora, discuta os negócios com seu pai e então iremos embora.
— Vocês vão embora hoje?
— Sim — ela sorriu. — Vamos à Disneylândia da Califórnia. Seu pai quer brincar no Piratas do Caribe.
— Vocês estão brincando? — Harry meneou a cabeça, incerto se aquilo era mais uma das piadas dela.
James Potter riu.
— Não totalmente, filho. Vamos ter uma neta americana. Desejo me familiarizar com todas as maneiras de mimá-la.

Antes que Hermione encerrasse o expediente, um pequeno pacote foi entregue em sua sala. Ela o abriu e encontrou a gargantilha de pérolas cor-de-rosa que vira Lily Potter usando. Eram, sem dúvida, verdadeiras, em uma incrustação de ouro e brilhante. O cartão dizia:

Para a charmosa mãe da minha netinha e mais novo membro da nossa família.
Lily.

Hermione engoliu em seco e as pérolas escorregaram de suas mãos em cima da mesa. Não poderia aceitar um presente tão valioso. Iria devolvê-lo a Harry naquela noite.
Ele ligara para marcar a hora de buscá-la para o curso, desculpando-se novamente pela chegada súbita dos pais. Mas ela rira ao telefone, mais porque vira a decepção na fisionomia dele quando os dois haviam invadido o escritório.
Sorrindo com a lembrança, Hermione colocou as pérolas na bolsa. No caminho para o elevador, encontrou Neville Longbottom, e deu-lhe um sorriso tenso. Era estranho falar com ele depois do que ocorrera algumas semanas antes. E ela ainda não sabia por que fora tão importante para ele saber sobre sua gravidez.
— Olá, Neville.
— Hermione — ele fitou-a atentamente. — Acho que você realmente está perto do final da gravidez.
— Isso é uma maneira educada de dizer que estou enorme?
— Eu... Não. Isso é... Desculpe-me — disse ele, envergonhado. — Você e Harry já se acertaram?
Neville Longbottom podia ser o presidente da companhia, mas ela não facilitaria as coisas para ele.
— Acertaram o quê?
— Sobre... — ele gesticulou para o ventre protuberante.
Ela levantou uma sobrancelha, imitando o estilo arrogante de Harry. As portas do elevador se abriram e Hermione entrou, seguida por Neville,
— Isso é problema que nós ainda vamos resolver.
— Claro, me desculpe.
Neville hesitou antes de sair do elevador.
— Harry e eu somos amigos há dez anos, mas nunca teria dito nada se soubesse que ele estava lá naquele dia.
Ela deu de ombros.
— Esqueça isso, Neville. Ele teria descoberto mais cedo ou mais tarde.
— Bem, se não há nada que você precise... eu já vou.
Neville saiu e Hermione se perguntou se eles algum dia voltariam a ficar à vontade um com o outro. Não que conhecesse o presidente tão bem assim, mas ele era o chefe, e ela preferiria estar bem com ele. Além do mais, estava agradecida pelo apoio dele ao berçário da empresa. A construção já estava adiantada, e com alguma sorte, estaria funcionando logo depois que ela voltasse da licença-maternidade.
Ela lembrou-se de telefonar para Luna e avisar que não compareceria à próxima reunião do comitê por causa da troca do horário de trabalho e então foi para o carro. Sobre o capô, estava uma única e bela rosa. Hermione não precisou de um bilhete para saber quem a deixara ali.
Inalou o perfume agradável, ciente de que colocara um sorriso tolo na face.

— Apenas relaxem — disse a instrutora do curso para parto normal. Ela era uma ruiva jovial e cheia de curvas, com uma cintura fina e excesso de energia. — O que todos nós esquecemos é que o corpo de uma mulher sabe como parir. É uma coisa bonita e natural.
Eles estavam sentados no chão e Hermione recostou-se em Harry para aliviar a tensão das costas. Estava rodeada por mães experientes. Mulheres que já sabiam que precisavam levar um travesseiro para se sentar, que estavam confortáveis e tranqüilas com todo o processo de serem ajudadas por seus companheiros e dar à luz.
Ela se deslocou sobre o travesseiro emprestado e os dedos de Harry massagearam o ponto central de seu desconforto. Ele não disse nada, mas parecia muito atento às lições que eles deveriam aprender.
Uma emoção estranha invadiu Hermione quando lembrou-se da instrutora cumprimentando Harry entusiasmada e do olhar dele para a moça. Entretanto, não poderia culpá-lo. Comparada a ela, Patty era graciosa, magra e parecia ter eterno bom humor.
— Está tudo bem com você? — perguntou Harry quando Hermione movimentou-se novamente.
— Tudo bem. Apenas não estou acostumada a me sentar no chão.
Ele abriu as pernas para que ela pudesse se recostar contra seu tórax. Aquilo foi tão gostoso que ela fechou os olhos e se concentrou nas batidas fortes do coração de Harry.
— Você está pronta? — perguntou ele quando Patty acabou finalmente de falar e eles iriam praticar exercícios respiratórios.
Hermione relutantemente abriu os olhos.
— Acho que sim.
Ele ouvira mais atentamente do que ela, então Hermione seguiu o comando dele, respirando e contando quando ele dizia, e concentrando-se nos leves movimentos de mão que ele fazia contra seu ventre. Aquilo não deveria ser sensual, mas era... de uma maneira doce e segura.
— Assim está excelente — disse Patty, ajoelhando-se ao lado deles. — Vocês estão em perfeita harmonia. Já tinham feito isso antes?
— Não. Acredite-me, eu me lembraria de ter tido um filho — brincou Hermione.
Patty riu.
— Claro. Vocês estão indo muito bem. Continuem. — Ela dirigiu-se ao próximo casal, encorajando-os com o mesmo estilo brincalhão.
Não havia uma única razão para se irritar com a outra mulher, exceto pelo pequeno problema de Hermione estar se doendo de ciúme. Ela se movimentou e pós as mãos nas coxas de Harry para se levantar.
— Ah, chérie, não se levante ainda. Você me deixará sem graça — sussurrou ele.
Harry estava respirando mais rápido, e ela franziu o cenho. Do que ele estava falando? Um instante depois, reconheceu uma insistente pressão contra suas costas. Uma evidência da masculinidade desperta.
É melhor que seja por mim, pensou ela irritada.
O que não era muito justo. Recusara-se a se casar com ele, não poderia fazer sexo nem se quisesse por causa da gravidez de alto risco, e enganara-o daquela maneira. Mas ainda assim, era melhor que fosse por ela.
— Isso é tudo, pessoal! — anunciou Patty um pouco depois. — Pratiquem seus exercícios e leiam o material que lhes forneci. Vejo vocês na próxima semana.
Hermione estava silenciosa no caminho para o carro.
Estava tão confusa, o coração e a cabeça dizendo coisas diferentes. E agora que conhecera os pais dele, era até mesmo mais difícil pensar direito.
— Quero que você devolva essas pérolas a sua mãe — murmurou ela, retomando a discussão que eles tinham tido antes. — Elas são muito valiosas.
— Minha mãe deseja que você fique com elas.
— Ninguém dá jóias caras a uma completa estranha.
— Você não é uma estranha. É a mãe da neta dela. Isso significa muito na nossa cultura.
Hermione suspirou, sabendo que a gargantilha não era realmente o problema. Se deixasse Harry ser seu parceiro no parto, eles teriam que praticar juntos, na casa dela. Contato físico era parte do pacote e ela estava vulnerável demais.
— Harry... realmente não posso fazer amor, não até o bebê nascer — disse ela impulsivamente, então gemeu. Sua língua andava solta demais ultimamente.
Ele franziu o cenho quando pegou as chaves do carro no bolso.
— Está falando sobre minha falta de controle agora pouco?
— Não... quero dizer... Não sei o que quero dizer.
— Eu quero você, Hermione, mas sei que isso não é bom para o bebê. Você não tem que se preocupar em estar sozinha comigo.
Não era por Harry que ela estava preocupada.
— Foi por minha causa a sua excitação ou pela charmosa Patty? — perguntou ela, odiando-se por querer saber.
— A instrutora? Mas o que você está falando?
— Ela é muito atraente.
— É?
Hermione riu da expressão perplexa de Harry e um raio de prazer a invadiu. Ele não notara a altura de Patty e os seios fartos ou a cintura fina. Ela teve vontade de aplaudir e dançar, mesmo sabendo que era tolo e egoísta querer a atenção dele todinha para si.
Deveria ter acreditado nele. Harry podia não amá-la, mas fizera seu próprio tipo de compromisso para a estranha relação deles. Ele não a trairia.
— Desculpe-me — sussurrou Hermione, colocando os braços cm volta do pescoço dele e a conchegando-o tão perto quanto seu ventre permitia. — Acho que meus hormônios se desviaram para o sul.
Um sorriso brincou com os lábios de Harry e ele pegou o rosto dela entre as mãos.
— Quanto para o sul?
— Até os pés — disse ela rapidamente, sabendo exatamente para que parte da anatomia ele esperava que os hormônios tivessem descido. — Você deve ter reparado como meus tornozelos estão inchados.
Ele a beijou, um simples beijinho de lábios fechados.
— Seus tornozelos são lindos. Como você. Agora deixe-me levá-la até em casa, para sua linda lareira quentinha e para aquele gato desconfiado.
— Não ligue para Bichento. Ele está apenas enciumado.
— E ele tem alguma razão para sentir ciúme?
Hermione sorriu de maneira não comprometedora. Não podia responder tal questão.

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Continua...
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espero q estejam gostando...
Bjus a tds q lêem...
msm q naum comentem...
ashashashahsahsahsashasha...

té...

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