CAPITULO VII



Raissa: Pode me chamar de Gabi sim... q bom que continua lendo e gostando! Realmente o Harry tem sido bem paciente... Quem sabe se com essa persistência ele naum consegue???
**RE**: Que bom q vc gostou... eu sei de que fic vc tah falando, jah li e adorei, até notei a mesma semelhança, mas naum sei quem é o autor da outra. Acho q é só conhecidência.
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No dia seguinte, Hermione estava sentada em seu escritório e olhou para o telefone.
Harry dera um passo no dia anterior.
Ensine-me o amor que você tem por esta criança. Ajude-me a ser o pai que você deseja para ela. Juro por tudo que há de mais sagrado que não irei decepcioná-la.
Aquele pedido e a promessa haviam mexido com ela. Do fundo do coração, queria acreditar nele.
Agora era sua vez de dar um passo, mas estava apavorada, preocupada com o que aquilo significaria para seu amado bebe. Nunca esperara que Harry tivesse sensibilidade para perceber o quanto a infância dela influenciava suas decisões.
Harry sempre conhecera o amor incondicional. Não entendia o que seria para a filha deles questionar o amor do pai... Não entendia como se podia manter uma criança em segurança, abrigada, bem alimentada, e ainda assim falhar completamente.
Decidindo que estava muito nervosa para ligar, Hermione pegou a bolsa e uma garrafa de água e se dirigiu para a sala de Harry. Adiara aquilo a tarde toda, agora mal tinha tempo de falar com ele antes de ir à consulta médica. A secretária dele, Debbie Elliot, sorriu.
— Olá, srta. Granger. Entre, por favor.
— O sr. Potter não está ocupado?
— Tenho ordens para deixá-la entrar a qualquer momento. Meneando a cabeça com amargura, Hermione entrou na sala de Harry.
Pelo visto, ele decidira contar a verdade à sua secretária.
— Hermione — disse ele levantando-se. — Você está bem?
— Sim, claro. Tenho uma consulta com o obstetra em meia hora. Você gostaria de ir comigo?
Ele sorriu.
— Adoraria.
— Eu... vou fazer um novo ultra-som.
— É aquele exame em que vemos uma foto da criança... quero dizer... da nossa filha?
Hermione riu.
— Um tipo de foto. O exame é feito por ondas sonoras, então não é muito nítido. De qualquer forma, se você for dirigindo, poderei ir bebendo — ela balançou a garrafinha de água.
— Bebendo?
— Por alguma razão, eles nos obrigam beber muita água antes do exame. Ultra-som não dói, mas quando você está de quase oito meses e tem que beber tudo isso, fica muito desconfortável. Tudo em que posso pensar é onde fica o toalete mais próximo.
Harry riu.
— Então, definitivamente, eu dirijo.
Estava nevando lá fora e enquanto ela bebia a água, maravilhava-se com a habilidade que Harry tinha para dirigir pelas ruas escorregadias. Ela ficava tensa em dirigir na neve, mesmo que tivesse morado no Meio-Oeste a maior parte de sua vida.
Eles chegaram ao consultório e esperaram até que o técnico e o equipamento estivessem disponíveis.
— E quem é este homem? — perguntou o técnico Stan Shunpike, que parecia surpreso, provavelmente porque nunca vira ninguém acompanhando-a durante os exames e consultas.
— Harry Potter. Sou o pai — disse Harry, automaticamente. Os dois homens trocaram um aperto de mão.
Hermione entrou no vestiário da sala de exames e retornou, mais consciente do corpo do que em todos os outros ultra-sons. Aquilo era tolice. Harry vira mais dela que qualquer outro homem. Mas agora estava quase na fase final da gravidez e ela nunca esperara vê-lo de novo.
Estava deitada na mesa e Stan passava o gel em seu abdômen quando o Dr. Prang entrou. Stan cuidou das apresentações, e ela notou o alívio na face do médico. Ele não se importava sobre alternativas de vida e escolhas, mas dizia que suas pacientes se sentiam melhor quando possuíam uma família unida a apoiá-las.
Hermione tinha de admitir que o exame correu mais facilmente com Harry segurando-lhe o ombro e distraindo-a do desconforto da urgência de ir ao banheiro.
— Isso é ela? — perguntou ele.
Hermione tinha mais experiência em decifrar um ultra-som, e os olhos se iluminaram perante a imagem granulada.
— É, sim — disse o médico. — Está adormecida no momento, chupando o dedinho — ele apontou para a tela, satisfeito por ter uma platéia para contemplar o milagre de uma nova vida.
Harry fitou a imagem e tentou associá-la com a criança que sentira chutar o ventre de Hermione. Ela era tão pequena, e a primeira emoção que o assaltou foi de proteção.
— Quanto peso ela precisa ganhar? — perguntou, com os olhos fixos na tela,
— Estimo que esteja com aproximadamente um quilo e oitocentos gramas — disse o Dr. Prang. — No mínimo deverá estar com dois quilos e trezentos na hora do parto. Ficarei feliz com isso.
Harry deslizou a mão pelos braços de Hermione, esperando deixá-la mais confortável, embora no momento ela parecesse hipnotizada pela imagem no monitor.
— Dois quilos e trezentos... não me parece muito grande.
— Talvez não para um homem grande como você, mas será o bastante. Bem, é isso — Dr. Prang bateu no ombro de Hermione. — Vista-se e conversaremos no consultório.
Hermione pegou os lenços de papel que Stan lhe entregou e secou o gel do estômago, enquanto corria para o banheiro.
— Esse é o problema no meu trabalho — comentou Stani, sorrindo para Harry. — As pacientes não vêem a hora de se livrar de mim.
— Você tem que desculpá-las — Harry sorriu e observou a fita de vídeo que o técnico tirou da máquina.
— Isso é o vídeo do bebê — explicou Stan. — Acho que ela vai se sentir mais feliz com este do que com os outros que fizemos antes.
Harry pegou a fita e esperou até que Hermione retornasse. Suas faces estavam coradas e ela vestiu o suéter macio que lhe moldava o ventre. Abalado pelas emoções que mal podia compreender, Harry passou o braço pela cintura dela e deu-lhe um beijo rápido na boca.
— Você ainda precisa ver o médico — murmurou ele.
Era difícil ser impulsionado para um mundo novo e não familiar. Sempre lutara contra a idéia de casar-se e ter filhos, pensando que aquilo seria extremamente comum e enfadonho. Mas não havia nada de comum sobre Hermione, e nada de enfadonho em ver sua filha chupando o dedo numa tela. Nunca imaginara que uma criança dentro do útero fizesse aquilo.
No consultório, o Dr. Prang questionou algumas coisas com Hermione e mediu-lhe a pressão. Ele pareceu satisfeito e a encorajou a continuar se alimentando bem.
— Você conseguiu superar a pior fase agora. Estou certo de que tudo sairá bem.
— Obrigada. Você tem sido maravilhoso — seu rosto iluminou-se e ela não conseguia parar de sorrir.
— Vejo você na semana que vem.
Hermione se sentiu flutuar pelo corredor.
— Você ouviu o que ele disse? Tudo correrá bem. Harry sorriu.
— Eu ouvi.
Eles pararam no saguão do edifício comercial e Harry franziu o cenho quando notou a neve caindo através das portas de vidro. Não era muito forte, mas era preocupante.
— Posso levá-la direto para sua casa? — perguntou ele, torcendo para que ela concordasse. A idéia de vê-la dirigir da empresa para casa o incomodava demais, mas já sabia que era melhor não insistir. — Posso pegar seu carro na empresa depois, e levá-lo para você amanhã. Será sábado, então você não precisará trabalhar.
Hermione olhou para ele.
— Certo, mas eu mesma irei buscar o carro, ou pego um táxi na segunda-feira para ir à empresa.
Com um esforço, ele manteve a boca fechada.
Dirigiu cuidadosamente, mais devagar do que normalmente faria. Não era apenas por proteção, mas também pela sensação de paz que sentia com Hermione. Não que aquilo duraria. Ela era independente demais e encontraria uma razão para objetar contra alguma coisa.
— Você quer entrar? — perguntou Hermione quando ele a acompanhou até a porta. Ela parecia nervosa de novo, então ele meneou a cabeça.
— Aqui está o meu telefone do hotel. Ligue se precisar de algo — disse Harry, pondo um cartão na mão dela.
— Você ainda está no hotel?
Ele a observou. Flocos de neve escorriam-lhe na pele, molhando o rosto e os cabelos.
— Ainda estou decidindo onde devo comprar uma casa, como Neville sugeriu.
— Pensei que você não quisesse morar em uma casa.
— Isso foi antes de eu descobrir sobre... — Harry pôs a mão sobre o ventre de Hermione e ela teve um leve sobressalto. — Isso muda as coisas.
Ela abaixou os olhos, mas não antes que ele notasse o arrependimento na expressão deles.
— Está tudo bem — sussurrou ele. Pela primeira vez desde que soubera do bebê, Harry entendeu que sua raiva desaparecera por completo. — Não quis magoar você. Talvez esse seja nosso destino. Meu avô diria que nossa filha é resultado do destino, que isso estava escrito desde o momento que nascemos. E vovó era uma mulher de fé. Veria as mãos de Deus na pequena criação. Eles são pessoas sábias.
— Resignar-se ao destino não é melhor do que raiva ou obrigação fria — murmurou Hermione.
— Não estou resignado — Harry deu-lhe um beijinho nos lábios gelados pelo ar frio e neve. — Estou fascinado.
Hermione arregalou os olhos.
— Fascinado?
— Com a aventura. Entre, bien-aimée. Falarei com você mais tarde.
Ele entregou-lhe a fita de vídeo do ultra-som e se foi. Ainda estava incerto sobre o futuro deles juntos, mas isso não o incomodava mais. Havia alguns ajustes que precisaria fazer e não seria nada fácil, mas aquilo era fascinante.

As ruas estavam brancas no dia seguinte, mas parara de nevar. Hermione acendeu o fogão a lenha da cozinha e preparou torradas de aveia com mel,
— Humm! — Ela lambeu o mel dos dedos e sentiu o prazer do calor do fogão à lenha do século XIX. A casa fora reformada ao longo dos anos, mas a maravilhosa arquitetura havia sido preservada, inclusive as lareiras em todos os cômodos principais. Era uma das poucas estruturas originais que sobreviveram ao incêndio de Chicago em 1871.
Estava pensando em tirar uma soneca quando alguém tocou a campainha.
Harry?
A possibilidade não a aborreceu como teria feito poucas semanas atrás. Bocejando, Hermione foi para a sala de visitas e espreitou pela janela antes de abrir. Um caminhão de entregas estava parado no longo pavimento que levava até a porta.
— Sim? — perguntou ela, abrindo a porta.
— Srta. Granger? Tenho algumas coisas para lhe entregar.
— Não estou esperando nenhuma encomenda.
— Bem, alguém lhe enviou então. Temos pacotes da Brinquedos e Crianças, da Coisinhas de Bebê... e de várias outras lojas.
Ela apertou a maçaneta, o contentamento evaporando-se. Harry.
— Como não pedi nada, terão que levar tudo de volta.
— Por favor, madame. Está tudo pago.
— Vão embora e solicitem reembolso para o sr. Potter.
— Mas...
— Já disse que não aceitarei.
De repente, ela viu o Mercedes prata chegando e quando Harry desceu do carro e caminhou até a varanda sem pressa.
— Ela está sendo difícil? — perguntou ele ao jovem entregador e recebeu um fervoroso gesto positivo de cabeça. — Você lhe explicou que não receberá sua comissão se não levar a nota de entrega assinada para a empresa?
— Não tive oportunidade.
— Harry! — protestou Hermione, furiosa por ele apelar daquela maneira.
— Ela tem o hábito de fazer isso. Espere no caminhão e deixe comigo.
Quando eles ficaram sozinhos, Harry colocou os dedos sobre os lábios de Hermione antes que ela pudesse falar.
— Já sei, eu deveria ter lhe consultado — disse ele. — Você está certa. Mas me agradaria imensamente se aceitasse essas pequenas coisas para nossa filha.
— Você não percebe? — perguntou ela. — Continua me manipulando.
— O rapaz será pago — disse Harry, calmamente. — E enviarei tudo aquilo para um centro de caridade. Ninguém sairá prejudicado se você recusar.
Ninguém exceto você, Hermione teve vontade de gritar.
Ainda assim, podia ver que ele estava tentando. Talvez ela devesse estar contente com o esforço. Pela segurança do bebê, eles teriam que se comprometer de alguma forma, e ela estava consciente de que evitava qualquer tipo de compromisso.
— Eu... tudo bem — concordou finalmente.
— Obrigado, chérie — ele se inclinou e um por um segundo ela pensou que seria beijada, mas ele não o fez. — Qual o quarto que você planeja usar para o bebê?
— Mostrarei a você — vencida, Hermione virou-se e atravessou a sala de visitas, Harry seguindo-a.
A casa dela era surpreendentemente grande, algo que não aparentava por fora. Nos fundos havia outras construções adicionadas à estrutura original. Hermione não usava a maioria do espaço extra, mas uma vez que o bebê crescesse, planejava transformar algumas das construções em área de recreação. No momento, havia um quarto ao lado do seu que funcionaria perfeitamente para o bebê.
— É este aqui.
Harry parou à porta, observando o quarto recém-pintado. Estava vazio, exceto por um tapete macio e uma cômoda de cedro antiga.
Sem uma palavra, ele foi até a cômoda e a abriu. Lá dentro havia poucas coisas. Um bicho de pelúcia, algumas roupinhas... um chocalho. Uma súbita aflição o invadiu. Ouvira dizer que as mulheres compravam a mobília do quarto, brinquedos e roupinhas durante os meses de gravidez, mas Hermione não comprara praticamente nada, temendo perder o bebê.
— Imagino que eu deveria ter feito compras antes — disse ela, pondo a mão sobre o ventre. — Mas é que...
— Está tudo bem, eu entendo.
Ela assentiu silenciosamente e Harry suspirou.
— Tenho que sair e ajudar a descarregar a carga — ele passou por ela, urgentemente necessitando de uma atividade física. Suas companhias femininas no passado tinham sido descomplicadas. O único conforto que elas queriam, era na cama. Enquanto que, oferecer a Hermione o mesmo conforto não faria nenhuma diferença.
Com o descarregamento do caminhão de entregas em numerosas viagens, os olhos de Hermione arregalavam-se cada vez mais. Ele comprara tudo que ela havia observado. E outras coisas mais. Ela não pensara que Harry estivesse prestando muita atenção, mas estava enganada.
Quando não podia mais agüentar assistir o entra e sai de compras, correu para a cozinha. Leite e torrada com mel era o que precisava. Comida reconfortante para ela e para o bebê. Após o interminável abrir e fechar da porta, ela ouviu o som do caminhão se afastando.
— Você tem uma faca ou algumas ferramentas que eu possa usar? — perguntou Harry, entrando na cozinha. Ele tirara o casaco e as mangas da camisa estavam arregaçadas, como um simples sujeito pronto para trabalhar na casa.
— Uma faca?
— Para abrir as caixas.
— Posso fazer isso. Você não tem que se aborrecer.
— Isso não é aborrecimento. E se você não pode subir escadas, também não pode montar a mobília. É por isso que sempre pega o elevador, não é?
Hermione ficou boquiaberta, mas recuperou-se rapidamente. Harry era observador demais.
— Isso está com uma ótima aparência. Posso comer um pedaço? Sem esperar a resposta, ele levantou a mão dela que segurava a torrada. Em duas mordidas a torrada estava acabada.
— Humm... adoro mel — murmurou Harry, lambendo cada um dos dedos dela. Quando terminou, estavam os dois ofegantes.
— Isso não é... talvez eu deva preparar um café — disse ela. — Ou chá.
— Não há pressa. Vai demorar um bom tempo até que eu monte o quarto todo. Onde está sua caixa de ferramentas? — perguntou Harry.
Ela apontou um armário perto da porta.
— Lá dentro.
Harry saiu logo após ter encontrado as ferramentas. Hermione envolveu o ventre arredondado com os braços e tentou recobrar o equilíbrio.
Estava ficando tarde quando Hermione espreguiçou-se melancolicamente. Não possuía café árabe, mas sabia fazer o americano bem forte. Realmente forte. No hotel deles em Washington, ela dera um gole na xícara dele numa certa manhã e quase engasgara.
— Como vão as coisas? — perguntou ela à porta do quarto do bebê com uma caneca na mão.
Harry ergueu os olhos e sorriu. Em Hasan, um servente do palácio teria cuidado daquela árdua tarefa, e ele poderia pagar alguém para montar tudo ali na América. Mas isso não teria contentado Hermione. Ou a si próprio. E havia uma certa satisfação em fazer coisas com suas próprias mãos.
— Indo — disse ele. — Mas agora entendo o que um amigo meu chama de "ABC complicado".
— O que é isso?
— A instrução para encaixar a peça A na peça B, e a B na C, quando não há a peça B.
Hermione riu e Harry ficou feliz em vê-la relaxada.
— Talvez um café ajude — disse ela, levantando a caneca.
— Mon tresór, você leu minha mente — ele deu um generoso gole, assentindo em aprovação. — Excelente. Pensei que todo café na América fosse algo como água de batata.
— Nem todo mundo gosta de consumir overdose de cafeína — brincou Hermione. — Alguns de nós não gostam nem mesmo de chá mate.
— Pior que água de batata — pronunciou ele.
— Bem, por enquanto estou somente no chá.
Hermione caminhava pelo quarto, tocando cada item que ele desembalara. Harry a observou cuidadosamente. Se houvesse algo de que ela não gostasse, ele substituiria o mais rápido possível.
Já montara o móbile que ela admirara na loja e Hermione tocou os felinos dançantes com um doce sorriso. Seu gato alaranjado estava aninhado em uma caixa, aparentemente convencido de que a nova mobília e brinquedos eram inteiramente em seu próprio benefício.
— Ei, Bichento — Hermione falou, pegando-o no colo. — Você está dando trabalho?
— Ele está desconfiado de mim — contou Harry, colocando a caneca vazia no chão. — Mas vamos nos entender.
O gato espreguiçou-se de barriga para cima, o rabo balançando orgulhosamente.
— Você comprou coisas demais para o bebê! — comentou ela.
— Nem tanto — Harry ajeitou contra a parede o trocador que acabara de montar.
— Devo preparar alguma coisa para o jantar? — Hermione perguntou enquanto ele recolhia as últimas caixas.
— Obrigado, mas tenho um compromisso. Preciso ir embora.
— Oh, desculpe-me. Não tive a intenção de atrapalhar seus planos — gaguejou ela.
Será que ele vira ciúme nos olhos cor de mel?
— Você não me atrapalhou, eu quis ficar. Verei você na segunda — ele afirmou. — Telefone para o hotel se precisar de alguma coisa.
— Sim, claro. E, Harry... obrigada por tudo — ela olhou ao redor do quarto, a face cheia de emoção. — Parece muito mais perto agora. Como se realmente fosse acontecer.
— E vai, chérie. Você verá. Tudo vai dar certo.

— Compromisso? — murmurou Hermione quando o som do Mercedes de Harry desapareceu. — O que você acha que isso significa, Bichento?
Bichento bocejou.
Ela o colocou no chão e observou novamente o quarto. Graças a Harry, aquilo agora era um quarto de bebê, não um cômodo vazio. Nem mesmo se dera conta de quanto a perturbava não ter as coisas para o bebê. Fora quase uma superstição, como se comprar coisas pudesse trazer má sorte para a já tão precária situação.
Era estranho, mas a maneira como Harry a tratava, realmente a fazia sentir-se melhor. Talvez fosse porque não se sentia mais sozinha, o que também era estranho. Harry não quisera uma família, mas estava tentando ajudá-la, dando-lhe segurança. Quantos homens fariam aquilo? Quantos colocariam seus próprios sentimentos de lado e apoiariam emocionalmente a mãe de uma criança que não desejaram?
Hermione trabalhou por um longo tempo, organizando os presentes de Harry. Quando terminou, o quarto do bebê parecia exatamente o sonho de toda mulher. Aconchegante e quentinho, um pequeno ninho para sua menina.
— O que você acha, Bichento?
Bichento ronronou ao lado do berço, mexendo o rabo em desgosto.
Cansada, Hermione sentou-se na nova cadeira de balanço e fechou os olhos. Ainda a preocupava a idéia de deixar Harry fazer parte da vida delas, embora não tanto quanto antes. Ele era um homem bom. Podia ser dominador, mas aquilo era apenas uma parte dele.
O som da campainha a tirou das reflexões e uma alegria a percorreu. Tinha de ser Harry de volta. Ela mentalmente checou o conteúdo de sua geladeira o correu para a porta de entrada, decidindo o que poderia fazer para um jantar.
— Hermione, desculpe-nos a invasão, mas fomos expulsas da minha casa — disse Luna Weasley. Atrás dela, estavam Lilá e Ginny. — Podemos entrar? Trouxemos pizza — ela gesticulou para a caixa.
— Oh... claro!
Das três mulheres, Lilá parecia a mais desconfortável.
— Não fomos exatamente expulsas — explicou ela. — Mas Ronald estava trabalhando... e aquilo é um pouco barulhento demais. Então Ginny disse que sua casa era perto e que você não se importaria se viéssemos.
— Você conhece os homens e suas ferramentas — disse Luna, alegremente.
Na verdade, Hermione não sabia nada sobre homens e suas ferramentas. Nem seu pai, nem os homens de seus dois desastrosos relacionamentos do passado foram jeitosos para consertos do lar. Mas estava agradecida pela distração. Não tinha vida social desde que engravidara e não se dera conta de quanta saudade sentia da companhia das amigas.
Elas comeram na cozinha, e todas elogiaram o antigo forno à lenha e a maneira como ela o redecorara com cobre e plantas.
— Acho que Luna e Lilá nunca vieram aqui. Por que você não mostra a casa para elas? — sugeriu Ginny enquanto elas lavavam a louça do jantar.
Hermione olhou desconfiada para a amiga. Talvez estivessem planejando um chá de bebê surpresa, sendo ela a convidada de honra. Aquilo era uma tradição na Corporação Neville Longbottom. A própria Hermione já organizara diversos. Provavelmente queriam descobrir o que ela estava precisando. Nesse caso, Hermione também tinha uma surpresa para as amigas. Após os presentes de Harry, estava suprida para uma dúzia de bebês.
— Certo — concordou ela, decidindo ir em frente com a brincadeira.
— Que lindo! — exclamou Lilá quando chegaram ao quarto do bebê. — Você deve ter levado meses para fazer tudo isso.
Hermione não pôde segurar uma risada. Naquela manhã o quarto estivera completamente vazio e agora parecia um quarto de revista. E tudo que fizera fora olhar e admirar. Harry cuidara de todo o resto. Talvez aquela fosse uma boa hora para informar às meninas que ele era o pai da criança. Claro, sabia que Ginny suspeitava, mas Ginny era a pessoa mais discreta do mundo.
— Na verdade — disse Hermione —, tudo isso foi presente de Harry. Ele esteve aqui mais cedo.
Lilá e Luna viraram em uníssono.
— Sheik Potter?
— Você está falando sério? — perguntou Lilá, surpresa. — Ele deve estar de olho em você há muito tempo.
Hermione respirou fundo,
— Bem, na verdade, Harry é... o pai.
Elas a fitaram por tanto tempo que Hermione se perguntou se estariam se sentindo bem. Talvez fosse um grande choque saberem que ela engravidara de um homem como Harry. Ele era excepcionalmente bonito. Fizera a maioria das mulheres da Neville Longbottom suspirar por ele.
— Nós nos conhecemos no congresso de junho em Washington, mas ele não sabia que eu estava grávida até chegar em Chicago — acrescentou Hermione apressada. Estava começando a entender o orgulho de Harry e não podia deixá-las pensar que ele simplesmente a ignorara por sete meses. — Ele quer se casar, mas ainda estou pensando sobre o assunto.
— Você não tem certeza de que quer se casar com Harry Potter? — boquiaberta, Lilá andou de costas para se sentar sobre a cômoda, mas errou o alvo e caiu sentada no chão.
— Você está bem? — perguntou Hermione, alarmada. Lilá levantou-se e esfregou as nádegas doloridas.
— Eu estou ótima. Mas tenho sérias dúvidas quanto a você.

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Continua...
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Bjus a tds...

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