Conseqüências de uma febre

Conseqüências de uma febre



N/A: Eu sei que o jeito como a Belatriz chama a Narcisa é spoiler livro 6, mas ignorem isso. Desculpa pela demora, mas em compensação esse é provavelmente o maior cap de todos. Divirtam-se e critiquem, ou seja, comentem dps. Tá? Bjaum
“Ótimo! Tudo o que eu precisava agora era morrer caindo estatelada em algum lugar. Bem, pelo menos não vou morrer sozinha...” Gina pensou desiludida.
“Droga! Não dá pra enxergar nada! E o pior é que não tenho a mínima idéia de como acaba essa queda. E se tiver lanças afiadas? Eu não quero morrer!!! Eu não posso morrer agora... Eu tenho que dar um jeito de nos tirar dessa!” foi o que Draco pensou.
A ruiva mordia com força o lábio inferior, assim impedindo que gritasse. Ela sentiu Draco apertando sua mão de maneira doentia. Apesar de seus dedos estarem insensíveis de tanto serem apertados, ela não se importava, pois podia jurar que ele fazia isso por medo e por não querer soltá-la. Mas era somente o fato de saber que Draco estava ao seu lado que a impedia de gritar. Apesar de tudo, era confortante estar com ele.
Estar com os olhos abertos ou fechados era indiferente, mas ela tinha os olhos apertados com força. Então, de repente, ela sentiu um clarão contra as pálpebras fechadas de seus olhos e logo os abriu.
A claridade do dia bateu direto contra suas retinas e ela engoliu em seco ao ver que estavam caindo em direção a uma floresta.
Draco olhou pra Gina que o encarou.
“Precisamos usar um feitiço de levitação ou estaremos mortos.”
“Tem razão.” Ela pensou de volta, tentando controlar os nervos.
-Vingardium leviosa! –os dois disseram juntos, apontando a varinha um para o outro.
O feitiço deu certo e os dois começaram a descer lentamente, ainda sem soltar as mãos. A floresta era fechada, por isso ao passarem pelos galhos de algumas árvores, se desconcentraram (pelos diversos galhos em que estavam batendo) e caíram no chão (Draco por baixo de Gina):
-Draco, você está bem? –ela perguntou preocupada.
-Mas é claro! Como não estaria bem depois de servir de almofada em uma queda de uns 5 metros? [N/A: A partir de quando eles perderam o controle do feitiço de levitação, faltavam uns 5 metros] –falou irônico –Culpa daqueles galhos!
Gina saiu de cima dele:
-Deve estar bem, se ainda tem humor pra ironizar as coisas. –ela concluiu.
-Me ajude a levantar, Virgínia. As minhas costas estão um bocado doloridas.
A ruiva levantou-o com alguma dificuldade e em seguida passou as mão pelas costas dele:
-Ai! Isso dói, Virgínia! –ele reclamou.
A Weasley deu um suspiro e começou a retirar a parte de cima do uniforme de Comandante que o Malfoy trajava:
-Hey, Gina! Não é hora pra isso. Como é que você espera que eu “dê conta do recado” com as costas doendo desse jeito?
-Eu não espero. –respondeu convicta e continuou tirando a roupa dele.
-Então o que é...? –perguntou enquanto sua camisa era desabotoada.
-Será que você SÓ pensa em sexo? Eu apenas quero curar as suas costas. –falou indignada e fez um biquinho (mesmo que beicinho).
-Há! E você não pensa em ir pra cama comigo, né? –desdenhou, assistindo Gina corar.
-Você sabe que eu te desejo... –falou tirando a camisa dele, sem o encarar –Mas antes temos outras coisas pra resolver.
Gina deslizou seus dedos delicados pelas costas do loiro e ao achar a área dolorida, pronunciou:
-Curar.
-Bem melhor, obrigado. –ele agradeceu –Mas será que não poderíamos ser, dessa vez, um pouco egoístas e pensar em nós mesmos? –perguntou, encostando Gina contra um tronco de árvore.
-Me pergunto se foi realmente uma boa idéia te curar. –disse calmamente.
-E qual é a sua conclusão?
-Depende do ponto de vista. Mas você há de convir comigo que não é hora para pensarmos em nós e...
-Em desejos insanos. –ele completou –Se não for agora, vai ser quando? Essa espera está me matando. Você não tem pena de mim, Virgínia?
-Não seja exagerado, Draco. Paciência é uma virtude, sabia? –ele fez cara feia –E de qualquer forma, quando conseguirmos o elixir, de acordo com o que você propôs na dívida bruxa... Nós continuaremos casados...
-E eu vou te fazer minha muitas vezes, Virgínia. Eu mal estou me segurando... Você está brincando com fogo, sabia? Você atiça e alimenta o meu fogo, vai acabar se queimando...muito.
-Você está me cansando com essa história, Draco. –ela reclamou.
-Cansando? Não, Virgínia, você não sabe o que é ficar cansada. Eu ainda vou te mostrar o verdadeiro significado da palavra cansaço... –disse sorrindo maliciosamente e a polegadas do corpo dele.
“Duvido!” Gina pensou involuntariamente e Draco não pôde deixar de ler.
No segundo seguinte, não havia um milímetro de distância entre seus corpos e o loiro capturou os lábios dela num beijo que era pura volúpia ardente.
De repente a ruiva se sentiu febril por estar correspondendo a um beijo tão abrasador. Seu corpo queimava de desejo que ele a fizesse sua. Seus poucos pensamentos eram confusos e desconexos. Em poucos segundos estavam ofegantes.
“Eu quero ele agora! Quero! Quero! Quero! O meu corpo precisa, implora...Eu imploro! Mas não! Não, não posso! Isso é loucura... Como é que ele me deixa sem ação? Tenho que pará-lo!”
Gina usou todo o seu bom senso para conseguir parar aquele beijo.
-Merlin! O que foi..isso?!? –perguntou enquanto tentava regularizar a respiração.
-Uma pequena...amostra do que é...ficar cansada. Posso te dar...muito mais. Gostou disso...Gininha, não foi? –perguntou também ofegante.
Ela ignorou o fato dele a ter chamado por “Gininha” e após um tempo (quando sua respiração estava normalizada), respondeu:
-Eu estaria mentindo se disse que não. Mas por favor, pare com isso! Ou então serei eu a enlouquecer. Nós não podemos, Draco. Não agora. Não aqui.
Ele deu um suspiro resignado:
-Ok, mas quando acontecer, você vai desejar não ter esperado tanto tempo. Isso eu garanto.
A Weasley rolou os olhos.
“Convencido.”
-Chega! Temos assuntos PENDENTES e muito IMPORTANTES para tratar, se toca, Draco! Já pensou por acaso onde estamos?
-Não. –respondeu sinceramente –E não tenho a mínima idéia. Por que você não olha no mapa?
Gina seguiu o conselho de Draco. No mapa havia um grande quadrado e no extremo norte havia um desenho que parecia ser um monte e era intitulado “Monte Osíris” e também havia um X em cima do referido monte.
-Achamos, Draco. O elixir tem que estar nesse lugar, mas...
-Mas o quê? –ele perguntou ansioso.
-Osíris é o deus que os egípcios consideravam o Juiz dos Mortos.
-e daí? –perguntou sem entender onde Gina queria chegar.
-Nada não, esquece.
-Como assim, nada? Agora vai ter que dizer, Virgínia!
-A lenda diz que Osíris foi assassinado, mas graças a sua mulher, Ísis, ele venceu a morte. Hum... é que eu estava pensando que eu cooperei pra que você não morresse e...
-E o quê? Isso deve ser apenas coincidência.
-Os egípcios não costumam nomear as coisas ao acaso, sabe? Não gosto da idéia de que esse monte tem o nome do Juiz dos Mortos.
-Não seja tão medrosa, Virgínia. –disse fazendo pouco caso e olhando melhor o lugar que estavam.
Sim, era uma mata fechada, e as numerosas árvores com copas gigantescas não permitiam a entrada de muita luz solar.
-Eu não sou medrosa! –ela replicou –Será que não posso NÃO gostar de um nome?
Draco ignorou a pergunta dela e comentou:
-Precisamos sair daqui e procurar o tal Monte Osíris.
-Isso é óbvio!
-Mas não com essas roupas sociais. Precisamos de roupas mais esporte.
-Ah, não! Draco! Você faz isso de propósito! É mais uma desculpa pra me ver trocar de roupa, não é?
Ele fechou a cara:
-Você sempre pensa o pior de mim. É assim, é? Então experimente andar por essa mata com essa roupinha de aeromoça, principalmente com os sapatos.
-Droga! Odeio admitir, mas você tem razão. E nem pense que eu vou me trocar na sua frente, te muitas árvores com largos troncos que podem me esconder.
-Isso é ridículo! Nós somos casados. Você tem medo de que agarre à força? Não confia em mim?
-Não confio em mim mesma. –disse automaticamente e ao ver a expressão de Draco, ela corou.
-Tá difícil de resistir ao loiro gostosão, Gininha? –ele provocou.
-Não me chame de Gininha, Malfoy! Devolve a minha mala de uma vez, antes que eu fique mais irritada e te azare.
Ele pegou as malas que estavam transfiguradas em caixinhas de fósforo e destransfigurou-as nas malas que eram anteriormente. Então passou a mala de Gina pra ela sem uma palavra. A ruiva também não disse nada e se escondeu atrás de uma árvore:
-Nada de espiar, Malfoy! –ela avisou, quando começou a se despir.
-Eu nem sonharia em fazer isso. –respondeu, tentado abafar o riso ao lembrar-se de que ele já tinha a espiado no banho, portanto a visto nua, e ela não sabia disso.
“Eu não vou espioná-la!” ele pensou decidido “Se eu fizer isso, não poderei garantir o meu auto-controle. Então é melhor nem arriscar. Realmente não podemos perder mais tempo. Eu quero esse elixir o mais rápido possível!”
Draco nem prestou atenção nas roupas que pegava e se vestiu lentamente enquanto pensava na glória que alcançaria com seu Império Malfoy. Há muito tempo que ele almejava ser o Lord das Trevas, apenas para ter poder sobre as pessoas. Poder de mandar. Poder de aterrorizar. Poder de matar. Draco simplesmente odiava ter que obedecer aos outros. Isso era o que mais odiava desde seus 8 anos de idade.
Conseqüentemente, Gina terminou de se vestir antes de Draco. Ela fechou a mala e voltou para onde havia deixado o Malfoy. Ele estava de costas pra ela e com uma camiseta nas mãos, em meio movimento de colocá-la:
-Draco? –ela perguntou e ele virou-se pra ela –Desculpe, eu pensei que já tivesse terminado. –se desculpou ao vê-lo colocar a camiseta.
-Você não tem que me pedir desculpas, Virgínia. Eu tô me lixando pro que você viu ou deixou de ver. Pare de fingir que não gosta de me ver sem estar completamente vestido. Não finja que isso te incomoda, não quando sabe que me deseja e mal agüenta se controlar.
A ruiva desviou o olhar e começou a andar, carregando sua mala sem nem olhar pra onde estava indo.
“Ele precisava ter esfregado isso na minha cara? Droga! E eu nem consigo desmentir o idiota. Eu tinha que ter falado alguma coisa! Por que eu sou tão...” ela pensava, quando seu corpo bateu em algo.
Gina levantou o olhar e percebeu que o “algo” era Draco.
-Saia da minha frente! –ela “pediu amigavelmente”.
“E tudo isso porque eu disse umas verdades pra ela. Decididamente a Virgínia precisa aprender a não se zangar com algumas verdades.” Pensou antes de perguntar:
-Ao menos sabe para onde está indo?
A Weasley deu uma rápida olhada no mapa e em seguida encarou o loiro:
-è por aqui. Além disso, eu vi de relance um tipo de montanha nessa direção, quando estávamos caindo. –respondeu, desviando de Draco e continuando a andar.
-Por que está brava comigo? –perguntou a seguindo no encalço.
-Não te interessa!
-É claro que interessa! Pare de ser infantil, Virgínia. Eu não quero brigar com você. Então por que não me diz logo o que está te incomodando?
-Porque você sabe o que é.
-Se for pelo que eu disse quando terminei de me...
-Isso mesmo. –Gina o cortou –Pare de tentar adivinhar o que eu sinto por você. –falou olhando pra baixo e tentando contar as folhas que haviam no chão, isso para não ter que pensar no que acabara de dizer.
-Eu não preciso tentar adivinhar... –murmurou para si mesmo e Gina não ouviu –Vamos andando então. –acrescentou, em voz alta, acelerando os passos.
Não muito tempo depois acharam um rio de águas cristalinas e então passaram a andar perto da margem dele.
-Por que é que a gente não toma banho nesse rio? –Draco perguntou fazendo cara de inocente, mas Gina podia ver os olhos dele brilhando maliciosamente, como fendas felinas acinzentadas.
Gina abriu um sorriso, mas o que respondeu foi:
-Não sabemos onde estamos e nem o que pode ter nesse rio e a água deve ser gelada, eu acho que estou com começo de gripe seca, então não seria uma boa idéia um banho gelado.
-Gripe seca? –ele perguntou erguendo uma sobrancelha.
-É, sem espirros e coriza. Estou me sentindo dolorida e com um pouco de dor-de-cabeça, mas é só isso que estou sentindo.
-Desculpe, mas as minhas poções acabaram.
-Tudo bem. Não precisa se preocupar comigo, não é nada grave. Eu posso me manter de pé e caminhando.
Continuaram andando até 5h e 30min da tarde, então Draco parou e virou0se zangado para Gina:
-Por que você não pára de bancar a durona, Virgínia? Assuma logo que está cansada e com frio. Acha que eu não percebi?
-Eu pensei que você ia brigar comigo e dizer que era frescura se eu quisesse parar.
-Eu vou pegar um agasalho pra você. –ele disse quando a viu bater os dentes e tremer.
Ele pegou na mala dela um sobretudo preto e entregou nas mãos dela. Depois pegou um outro sobretudo preto, dessa vez para si, em sua própria mala. Ao final, transfigurou as duas malas em caixas de fósforo e colocou-as num bolso.
-Acho melhor descansar sentada. –ele opinou e sentou-se no chão, apoiando as costas no tronco de uma árvore.
Gina foi até onde Draco estava sentado. O loiro esperava que ela se sentasse ao seu lado, mas não foi isso o que aconteceu. Para a surpresa dele, Gina sentou-se entre suas pernas, com as costas apoiadas em seu peito.
O Malfoy tirou o arranjo do cabelo de Gina, desfez o coque (que já estava meio comprometido) e penteou-os com os próprios dedos.
-Isso me dá sono. –ela comentou.
-Vamos ver se consigo acabar com o seu sono. –disse, jogando o cabelo dela para o lado direito e a abraçando –Assim está aconchegante? –perguntou e quando ela fez que sim, ele encostou seus lábios no lado esquerdo do pescoço dela.
Draco foi subindo os beijos até a orelha dela e então perguntou baixinho:
-Tem certeza que está se sentindo bem?
A garota girou um pouco o corpo e o pescoço e encostou seus lábios nos dele e quando o loiro fez menção de falar, Gina não deixou. Ela abraçou-o com mais força e aprofundou o beijo.
“Por que é que ela tá fazendo isso? Hum... Acho que quer me esconder o quanto está mal, mas por quê?” Draco pensou e então finalmente quebrou o beijo.
-Virgínia, por que está tentando me enganar? A sua pele está quente, a sua boca está mais quente que o normal. Eu acho... –e colocou as costas de sua mão contra a testa dela –Você está com febre. O que você está sentindo agora?
-Fome, estou morrendo de fome.
-Eu perguntei sobre a gripe.
Ela rolou os olhos:
-Aquilo que eu já tinha falado pra você, mas agora a minha garganta está doendo um pouco também. Mas é só uma gripe, não precisa se...
A ruiva fechou os olhos, parou abruptamente de falar e sua cabeça desabou sobre o ombro de Draco. Ele levantou o rosto de Gina:
-Oh Merlin! Que mulher teimosa. Como não me preocupar? Gina! Fala comigo! –ele falou urgentemente, mas como não funcionou, ele sacou a varinha –Enervate!
Ela abriu os olhos, um pouco confusa, mas logo percebeu que desmaiara:
-Eu não sou um ser desalmado! Eu me importo com você, tá bom? Assuma que está mal.
-Desculpa, Draco. –disse com os olhos baixos –Eu não costumo desmaiar por causa de uma gripe. O problema foi o conjunto gripe+fome+cansaço. Sei que devia ter falado o quanto estou cansada. –concluiu e finalmente encarou-º
O Malfoy pareceu pensativo e em seguida remexeu seus bolsos até encontrar o que queria.
-Toma, é pra você. –disse entregando uma embalagem na mão dela –São pastilhas pra garganta. É o máximo que posso fazer, nunca fui muito bom em feitiços pra curar.
-Obrigada, Draco. –ela agradeceu, colocando umas mechas do cabelo dele atrás da orelha (o que não adiantou nada, pois elas voltaram a cair sobre os olhos dele).
Ela pegou uma bala e guardou as outras num bolso do sobretudo. Depois disse:
-Abre a boca.
-Mas... –interrompeu, mas era tarde demais, ela havia colocado a bala na boca dele –É sua, o que...
-Me passa. –ela disse e colou suas bocas.
Quando Draco passou a bala pra ela, Gina quebrou o beijo.
-Por que você fez isso? –ele perguntou confuso.
-Para que você também estivesse protegido pelo efeito da bala. –respondeu como se fosse óbvio –Por quanto tempo ela faz efeito?
-48 horas. –disse e a abraçou –Se quiser, pode dormir. Não quero que fique mais doente. Por isso, é bom descansar.
Gina afagou o rosto e os cabelos de Draco. Ele viu que ela mordia o lábio inferior e parecia estar em dúvida:
-O que você quer me dizer, Gina?
A ruiva engoliu em seco:
-N-nada. Apenas estou cansada. –respondeu, deitando a cabeça no ombro dele e fechando os olhos.
Draco engoliu as perguntas que tinha, para deixar que Gina pudesse dormir, aconchegada (muito bem, diga-se de passagem) nos braços dele.
Ele ficou observando-a, enquanto sentia a cabeça dar voltas por causa dos mais diversos pensamentos que passavam por sua cabeça. Alguns o agradavam, outros ele achava um absurdo e ia tentando forçá-los a sair de sua mente (sem sucesso algum).
Pouco depois, Draco foi despertado de seus devaneios por vozes que ficavam cada vez mais altas, a medida que pareciam estar se aproximando:
-...vimos eles naquele porto... –era uma voz feminina e que Draco torcia pra não ser de quem ele estava pensando.
-Isso mesmo! –outras vozes apoiaram a anterior.
-Calem-se! Não quero que eles nos ouçam chegando. Draco terá que me dar satisfações antes de morrer...
O loiro arregalou os olhos. Dessa vez ele não podia tentar se enganar, dizendo que não conhecia a voz. Decididamente a última voz era de Lúcio Malfoy e Draco podia apostar qualquer coisa que os outros erma comensais também.
-Acorda, Virgínia! –ele sussurrou urgentemente no ouvido dela e a chacoalhou elos ombros.
-Que f... –ela perguntou e ele tapou a sua boca.
-Olharam-se nos olhos.
“Comensais da Morte. Corre!”
“Oh, não!”
Draco segurou firme uma mão de Gina e empunhava a varinha, enquanto corria.
-Como eles nos acharam? –ela perguntou, já ofegante.
-Nos viram no porto e aqui devem ter usado u feitiço rastreador de magia.
-Tá ficando escuro...e eu tô...cansada. Muito
-Eu num posso usar magia. Vão nos achar. Agüenta um pouco mais.
Mal o Malfoy tinha dito isso, eles ficaram sem saída. À frente deles, havia a encosta de um morro, intransponível. Só existia um jeito de saírem dali. Era atravessando o rio e fugindo pela mata que havia do outro lado.
-Droga! Vamos ter que pular.
-Tá louco?!? Olha só a correnteza disso aí! Não vamos conseguir.
Draco enfiou uma mão num dos bolsos de Gina e tirou de lá o mapa e a varinha de Gina.
-Não tem outro jeito. Impervius. –disse apontando a varinha para o mapa, depois colocou suas varinhas apressadamente num dos bolsos de sua calça que tinham fechos.
O loiro agarrou com força a mão dela e a puxou em direção ao rio. Notou a cara de terror de Gina:
-Confie em mim e não solte. Aconteça o que acontecer. –foi o que disse a ela antes de pularem.
Quando emergiram à superfície, Draco disse:
-Nade pra outra margem! Mas não solte a minha mão!
Os dois usaram os braços livre para tentar nadar, mas isso só os estava cansando. Eram levados irresistivelmente pela correnteza, que era impiedosa.
-Não dá! Vamos morrer!!!
-Me prometa! Que vai lutar por sua vida até o fim.
-Prometo! –respondeu, se esforçando para continuar flutuando.
Alguns segundos depois, eles descobriram o porque da correnteza ser tão forte...
-Draco! É uma cachoeira! A gente vai cair!!!
-Adeus, Gina. Me perdoe pelas vezes em que te magoei.
No momento seguinte estavam caindo e gritavam com toda força. Passaram-se apenas cerca de 5 segundos, mas para eles pareceu ser uma eternidade, antes que entrassem em contato com a água. Mergulharam fundo pela velocidade com que caíram [N/A: Pobres coitados, a aceleração da gravidade é 10m/s2] e parecia impossível nadarem para cima. Então eles saíram debaixo de onde a água despencava e então recomeçaram a nadar em direção a superfície.
Seus pulmões suplicavam por ar e seus braços e pernas doíam cada vez mais (como se fosse uma forma de protesto silenciosa). Apesar de ser deveras mais complicado de nadar assim, Draco recusava-se terminantemente a soltar a mão de Gina. Ele estava desesperado pra sair dali vivo, mas queria ter certeza de que a ruiva estaria consigo. Não conseguia imaginar o que faria se ela morresse ali. Ele não podia permitir que isso acontecesse! Acelerou ainda mais os movimentos por pura força de vontade. E a vontade suprema dele naquele instante era de continuar vivo com a sua ruivinha...
“Minha ruivinha? Decididamente falta O2 no meu cérebro!” ele pensou vagamente.
Quando finalmente chegaram à superfície, Draco virou-se para Gina. Ela deu um débil sorriso:
-Num dá mais. –e começou a afundar na água.
O Malfoy rapidamente abraçou o corpo dela e vagarosamente começou a nadar para a margem direita (lá embaixo a correnteza era praticamente insignificante).
-Estamos vivos! –ele exclamou para Gina.
-Hum. Obrigada. –ela murmurou de olhos fechados.
Já fora do rio, eles deitaram numa clareira à margem do rio. Quando Draco estava um pouco mais descansado, seu estômago roncou:
-Vou procurar comida pra gente. –ele anunciou –Fica com a sua varinha, mas só use em caso de emergência.
-Tá. –a Weasley respondeu ainda deitada.
Draco agradeceu por ser lua cheia e assim a claridade ser maior, mas também amaldiçoou.
“E se lobos ou lobisomens me atacarem? Tomara que não tenha esse tipo de coisa por aqui.”
Inacreditavelmente ele achou um pé de banana e do lado um coqueiro.
Após muito xingar e de várias tentativas, ele finalmente levava 1 coco (verde) e um cacho de bananas enormes. Pegou gravetos pelo caminho e ao chegar onde Gina estava, atritou duas pedras e fez uma fogueira. Como a ruiva ainda estava deitada no chão, ele foi até ela e mediu a temperatura:
-Você está ardendo em febre, Gina.
-Eu tô com frio. –disse batendo os dentes –E muita fome.
-Vem pra perto do fogo. –ele disse e levou-a até lá –Eu trouxe comida. –e ofereceu uma banana pra ela.
Gina pegou-a sem hesitar e a despeito de se sentir mole e quase incapaz de se mexer, devorou a fruta ferozmente:
-Quero mais. –pediu pra Draco que ainda estava na metade e como sempre comendo com classe.
Ele pegou outra banana e deu pra ela.
Depois de comer 3 bananas, ela sentiu-se satisfeita e perguntou:
-Como fez essa fogueira sem magia?
-Meu treinamento como Comensal da Morte valeu de alguma coisa. Eu tinha que viver na Ilha dos Portais sem usar magia, essa era uma das partes do treinamento. Uma das razões também de porque eu ser tão resistente.
Draco foi pegar o canivete em um de seus bolsos e percebeu que a lâmina estava cravada em algo. Ao tirá-lo do bolso, percebeu que era uma caixa de fósforos. Mas não achou a outra:
-Perdemos uma mala.
-Mala? –ela perguntou tremendo.
-Ah, Gina! Você precisa tirar essa roupa molhada ou vai piorar.
-Você também... –ela disse e sua voz soava distante.
Ele se adiantou e abriu o sobretudo dela que ainda estava muito molhado.
-Droga! Eu vou ter mesmo que fazer isso.
Draco sabia que os feitiços rastreadores de magia só funcionavam para feitiços que fossem feitos em meio ao ar. Então ele pegou sua varinha e a caixa de fósforos e pulou no rio. Dentro da água executou um impervius e destranfigurou a caixa de fósforos. A seguir, saiu do rio, pingando de cima a baixo. Numa mão a varinha, na outra a mala (que era a dele).
Foi até Gina e terminou de tirar o sobretudo dela, jogando-o pro lado. Ele então tirou a blusa vermelha que Gina vestia. A ruiva nem sequer tentou impedí-lo de fazer isso, estava se sentindo mal demais para se importar.
O loiro ignorou (com grande dificuldade), seus pensamentos libidinosos ao ver Gina daquele jeito a sua frente. Com um sutiã cor de pele, os seios subindo e descendo lentamente conforme a respiração, a pele levemente arrepiada, e parecendo tão indefesa.
Ele abriu sua mala e forrou o chão com algumas capas. Em seguida levantou Gina e tirou os tênis (branco e preto), a calça jeans preta. Deitou-a em cima das capas e tirou as meias (vermelhas) dela. A garota se encolheu e tremia compulsivamente.
Novamente Draco foi até sua mala, dessa vez para pegar uma toalha:
-Você vai ficar bem, Gina. –ele disse, pondo-se a secar o corpo e os cabelos dela.
-Draco... –ela murmurou entreabrindo os olhos e o mirando com adoração.
-Sim, eu estou aqui, Gina. Vou cuidar de você.
-Draco...que sonho esquisito...Você é o meu sonho?!?
“Coitada. Acha que isso é um sonho. Certamente deve estar delirando.” Ele pensou.
-O que você quiser, Gina. –ele murmurou, resolvendo não contrariá-la.
O loiro estava pegando um sobretudo para cobrí-la, quando ouviu-a dizendo:
-Não me deixa.
-Eu estou aqui com você. Não vou te deixar. –respondeu ainda de costas pra ela.
-Eu quero ficar com você, Draco... –disse, enquanto a cobria.
-Somos casados, Virgínia. Nós estamos juntos. –ele respondeu, mas a ruiva não pareceu ouvir.
-...Pra sempre... –acrescentou e seus olhos se encheram de água.
-Não chore. Isso faz o meu coração ficar apertado de tristeza. –disse limpando as lágrimas dela. –“Oras! Ela está delirando, ano faz mal que eu fale algo assim.” Ele pensou –Eu quero te ver sorrindo.
Gina deu um leve sorriso:
-Draco... Eu te amo...
Ele se afastou como se tivesse levado um choque. Gina fechou os olhos e não disse mais nada.
Draco sentou-se perto da fogueira e ficou assistindo ao crepitar das chamas. Não conseguia parar de ouvir a voz de Gina em seus pensamentos “Draco...Eu te amo...”. Por mais que tentasse se distrair, não conseguia parar de pensar na Weasley.
“Não seja idiota, Draco! Ela estava apenas delirando. A Gina nunca vai te amar! Ela é boa demais pra você! Eu não mereço que a Gina me ame, u nunca amei ninguém que não fosse eu mesmo ou a minha mãe. Eu já quebrei o coração de tantas mulheres. Mas eu não posso fazer isso com a Gina! Eu não consigo fazer isso com ela. A Gina é importante demais pra mim. Ela não pode me amar...Eu não quero fazê-la sofrer! Ela não me ama, não sente nada por mim. Aquilo era apenas um delírio. Por que é que eu continuo tentando me enganar?!?” ele pensou e espirrou.
-Tinha me esquecido dessa roupa molhada. –falou e começou a se despir.
Ele tirou o que havia nos bolsos da roupa em que estivera vestido anteriormente. Vestiu uma camisa branca, o shorts azul-marinho de um pijama e um sobretudo preto por cima.
Draco estava examinando o mapa, quando viu Gina se remexendo. Foi até ela e colocou as costas de sua mão contra a testa dela.
-Mais quente, Virgínia? Assim está me deixando preocupado.
O loiro rasgou um pedaço da camiseta cinza que tinha tirado há pouco, molhou-o mais um pouco na água do rio e colocou sobre a testa de Gina. Quando ele sentia que a água tinha esquentado, ia molhar o pano no rio novamente. Fez isso por cinco vezes e constatou que houvera uma pequena melhora, mas não era o suficiente:
-O calor do corpo dela passa para a água do pano, que antes estava gelada. Mas é insuficiente. Preciso de algo que possa cobrí-la, mais do que só a testa. Algo que seja ou esteja menos quente que o corpo dela. Mas o quê? Pense, Draco, pense! Draco? Hey, ‘pera aí, eu já sei! Eu posso fazer isso, o meu corpo está mais frio que o dela. Então se eu cobrir a Gina com o meu corpo, haverá uma nova temperatura. Uma temperatura de equilíbrio, que será maior do que a minha é agora e menos do que a dela é agora.
-Draco... Me ajuda...
-Eu vou. –ele prometeu.
Draco novamente se despiu e dessa vez ficou somente com uma cueca samba-canção preta:
-Eu tô fazendo isso pro seu bem.
Ele deitou-se ao lado dela e então puxou-a para cima de si. Ao sentí-la tremer de frio, ele cobriu-os melhor com o sobretudo e abraçou-a:
-Draco...Fica comigo... –ela sussurrou no ouvido dele –Eu te amo, Draco...
-Eu não vou sair de perto de você, Gina. Tudo o que quero agora é te ver bem de novo.
A ruiva estava mais calam agora que estava nos braços de Draco, mas ainda parecia estar com frio.
“Você é minha, Virgínia. Só minha. Mas isso é graças ao contrato... Não por merecimento. Mas isso não importa. Eu te quero pra mim, mas sei que não mereço.Abençoado seja o contrato... Creio que os comensais não nos acharão tão cedo. Você tem que ficar boa. Eu estou aqui abraçado a você por isso... Não que eu não adore sentir o seu corpo quente contra o meu. Eu adoro isso, é? Sim, Draco. Definitivamente você nunca adoro tanto estar com alguém como você adora estar com ela. Hum... E isso porque ela me deixa louco. E olha que a gente nunca foi até o fim. Como será que ela é na cama?” pensou olhando fixamente pra cima.
-Você é linda, Virgínia. Minha linda Gina. É você reina absoluta na minha mente. –ele murmurou, fechando os olhos e dormindo pouco tempo depois, morto de cansaço.
Gina foi a primeira a acordar na manhã seguinte. Quando abriu os olhos, levou um susto ao constatar que estava seminua e deitada por cima de Draco que também estava seminu e ainda dormia.
Ela levantou-se e a 1ª coisa que percebeu foi que sua cabeça parecia pesada e estava latejando. A 2ª coisa foi que o corpo dela estava mais dolorido que o dia anterior e que não se sentia mais febril.
Então olhou para Draco. O corpo escultural, os olhos fechados e os cabelos platinados caídos sobre eles e uma mão debaixo da cabeça dele servia como travesseiro. A Weasley não pôde deixar de passar a língua pelos lábios e suspirar ao admirar aquela cena.
“Oh Merlin! Eu não lembro de nada! O que será que eu fiz...nós fizemos? Será que uma mulher se sente diferente ao não ser mais virgem? Eu queria que fosse com ele, disso eu tenho certeza, mas não desse jeito. Droga! Eu quero lembrar de cada momento que passei com o Draco essa noite, mas não consigo! Acho melhor falar com ele, mas primeiro eu vou comer. Estou morta de fome!”
A ruiva comeu duas bananas e depois usou o canivete, que Draco tinha deixado no chão, para abrir o coco e tomar um pouco de água dele. Em seguida, ela foi até os gravetos incinerados que sobraram da fogueira. Lá perto estavam suas roupas.
A blusinha vermelha e o tênis preto (que tinham um feitiço de secagem rápida) já estavam secos, mas as meias e a calça jeans não.
Ela então vestiu apenas a blusinha e foi até Draco. Ele parecia estar em sono profundo e para amenizar a dó de acordá-lo, ela resolveu fazer isso de maneira delicada.
Gina ajoelhou-se ao lado de Draco. Passou as mãos desde a barriga dele até o peito e encostou seus lábios nos dele. Draco rapidamente acordou, puxou-a mais para si e inverteu o jogo. Após um tempo parou de beijá-la:
-Fico feliz em saber que não tem mais febre. –ele disse e ela sorriu.
-Draco, você pode me emprestar uma calça? A minha ainda não secou. E eu preciso de meias também.
-Então é por isso que me acordou, sua safada? –disse com um meio sorriso –Mas tudo bem, eu posso te emprestar o que me pede.
Draco levantou-se e pegou em sua mala um par de meias azuis e uma calça preta cheia de bolsos. Em seguida entregou-a para Gina, que rapidamente as colocou e os tênis também.
Quando terminou de se vestir, viu que o loiro comia uma banana e foi até ele.
-Hum...Draco...Eu fico sem jeito, mas tenho que saber. O que aconteceu ontem à noite? –perguntou lutando (em vão) com a coloração avermelhada que teimava em lhe assomar a face.
Ao ver Draco sorrir, Gina teve certeza de que fizeram mais do que apenas dormir juntos:
-Ok, então. Nós transamos. Foi a minha 1ª vez e eu não lembro... –ela falou, mas foi interrompida por Draco.
-Não, não aconteceu nada entre a gente.
-Não? –perguntou num misto de alívio e decepção –Então por que você sorriu quando eu perguntei?
-Porque eu sabia que você iria me perguntar isso. Gina, você acha que eu ia fazer isso com você enquanto estivesse ardendo em febre e delirante? –perguntou calmamente.
-Sei lá. Só Deus sabe o que eu posso ter falado enquanto eu estava delirando. –ela disse e Draco desviou o olhar, “Será que ela não me ama então? Era mesmo apenas um delírio?” ele pensou –Então o que aconteceu?
-Eu tirei a sua roupa, te deitei e cobri com meu sobretudo. Aí eu passei um tipo de compressa, com água do rio, na sua testa e adiantou um pouco, mas não muito. Foi aí que tirei a minha roupa e fiquei deitado, abraçando o seu corpo para baixar a febre. Como vê, funciona. Eu não fiz nada de mais com você não. Eu sei que nunca me perdoaria. Sei também que só está comigo por causa do elixir e depois será pelo contrato. Eu aprisionei a sua vida com esse contrato...
-Draco? –ela chamou baixinho.
-...Você é boa demais pra mim, eu não sou o cara certo pra você...
-Me escuta! –ela exclamou, mas ele continuou a falar.
-...Você está pronta para ceder quando eu pedir e vai ficar comigo obrigada...Tudo por causa de uma dívida bruxa! Você nunca me escolheria pra ser o seu 1º, não por livre escolha...
-ME ESCUTA!!! –ela gritou, perdendo a paciência –DRACO! EU TE AMO!!!
A seguir o silencio foi absoluto. As palavras haviam saído espontaneamente da boca dela, antes que pudesse refreá-las. Draco tampouco falava. Até que Gina resolveu acabar com aquilo e confessar tudo de uma vez:
-Eu posso ter falado no calor do momento, mas é verdade. Eu não sei como isso foi acontecer. Primeiro você invadiu minha mente e então, meu coração. Pode rasgar aquele contrato agora e mesmo assim eu ficarei com você. Só não espere que eu beba do elixir e apóie o seu plano. Decida não rasgar e ainda assim eu vou te amar, porque eu não posso mandar no meu coração. Eu sei que você nunca vai corresponder os meus sentimentos, mas... Draco Malfoy! Eu estou aqui, dizendo que te amo e você não fala nada?
Nessa hora, Gina olhou fundo nos olhos cinzentos de Draco e conseguiu saber uma ínfima parte do que ele pensava naquele momento.
“...é amor???”
Ao perceber que a ruiva estava tentando saber o que se passava na cabeça dele, resolveu dizer:
-Eu já sabia disso.
Gina deu as costas pra Draco e fez menção de andar, mas o loiro impediu-a pelo braço:
-Onde é que você pensa que vai, Virgínia? Não te quero perambulando por aí. Pode ser perigoso.
-Eu não penso, eu vou! Não finja que se importa. –ela disse soltando o braço –Eu quero pensar e sozinha. Depois eu volto.
Draco ficou pasmo, observando Gina partir.
“É lógico que eu me importo, sua cabeça-dura! Já devia saber disso. Por que ela ficou assim? Só por que eu não disse que a amava? Eu não posso dizer algo que julgo não sentir. Amor é pra fracos. Eu não amo a Gina! Apenas me importo bastante com ela. Do que é que a Virgínia pode reclamar? Eu vou fazê-la rainha do Império Malfoy e nós vamos ficar juntos pelo resto de nossas vidas. Não é isso que ela quer? Se ela me ama mesmo, deveria é estar feliz com isso. O que ela tem na cabeça? Oh, mulher complicada!” ele pensou, terminou de comer e então foi se vestir.

***

Gina não conseguia mais conter as lágrimas. Ela andava sem prestar muita atenção para onde estava indo, mas ia em linha reta, com medo de se perder.
“Droga! Ele é um grosso mesmo! Por que é que eu tenho que amar o Draco? Eu sei que ele não sente o mesmo por mim. Então por que é que eu estou chorando? Por que é que você foi se apaixonar por Draco Malfoy, Virgínia?” pensou de cabeça baixa, encostada à frente de uma árvore e com os olhos fechados.
Ela ficou algum tempo assim, então ouviu o barulho de passos, mas ainda assim não se mexeu. Pouco depois sentiu mãos envolverem sua cintura e lábios correndo por seu pescoço.
-Eu disse pra não me seguir. Ainda estou brava com você, Draco Malfoy.
-Você está apenas meio certa, Weasley. Eu não sou o Draco, mas sou um Malfoy. –a voz de Lúcio soou perigosamente próxima e ele a virou de frente pra si.
-O que você quer de mim, Malfoy? –ela perguntou com a voz tranqüila, apesar de estar se amaldiçoando internamente por não ter trazido sua varinha.
-Eu? –perguntou, com o mesmo tom de desdém que Draco costumava usar –Apenas um pouco de diversão, antes de matá-la. –respondeu a apertando contra si e juntando seus lábios.
A ruiva lutou para se soltar, achando um absurdo que tivesse que passar por isso. Logo percebeu que dificilmente escaparia, então resolveu utilizar uma tática reversa. Ela apostou que Lúcio tinha o mesmo ego e auto-confiança que o filho e descobriu estar certa. Gina fingiu ceder ao que ele queria e isso o fez baixar a guarda.
Tudo aconteceu muito rápido. O Malfoy afrouxou o aperto. Gina aproveitou para juntar o máximo de força, deu uma joelhada nas partes baixas dele, o empurrou pra longe e saiu correndo desabalada.
Corria meio que ziguezagueando entre as árvores entre as árvores, evitando os feitiços que o Malfoy tentava acertar nela de longe. Olhava mais pra trás enquanto corria do que pra frente e o resultado disso foi trombar em alguém e cair no chão:
-Olha quem temos aqui? –a voz de Belatriz disse com uma entonação satisfeita e Gina olhou pra ela –Impedimenta! –a Lestrange exclamou, mas Gina rolou e desviou.
Quando a ruiva levantou-se, Belatriz pronunciou um feitiço certeiro:
-Locomotor mortis.
-Vejo que conseguiu sair do agradável lugar em que eu e Draco deixamos você. –a Weasley comentou, tentando parecer displicente –E essa varinha, é sua?
-Macnair me achou e consertou a minha varinha. –respondeu enquanto girava a varinha nos dedos e observava a ruiva incapaz de fugir devido ao feitiço da perna-presa –Você se acha esperta, ruivinha? –ela perguntou sarcástica –Sua vadia! Usou o ponto fraco do Draco contra ele e o seduziu. Pensou que dar pra ele ia resolver todos os seus problemas? Pois se enganou! Você criou novos problemas...
Gina a cortou:
-Se você precisa usar o seu corpo pra conseguir o que quer, como uma puta, o problema é seu! Não venha dizer o mesmo de mim! Eu não desço tão baixo assim pra conseguir o que quero, apenas uso a minha inteligência. Não interessa como persuadi o Draco a matar Rabicho e trair Voldemort.
-Não interessa, é? –Lúcio chegou perguntando –Eu decido o que interessa por aqui, Weasley, e não você.
-Vamos matar essa vaca agora? –Bela perguntou.
-Ainda não, Bela. Chame os outros e diga que achamos a Weasley. Enquanto isso, eu “cuido” dela.
-Tal pai , tal filho. A mesma fraqueza.
-Não me compare ao traidor do Draco e muito menos me lembre que é meu filho.
-Eu não vou compactuar com isso, Lúcio. Cissy é a minha irmã! Não acredito que você vai se rebaixar a esse ponto de “pegar” uma traidora Weasley.
-Calma, Bela. Tem Lúcio Malfoy pra todas. –ele respondeu presunçoso –Não precisa ter ciúmes.
Belatriz riu sem emoção, antes de responder:
-Eu? Com ciúmes de você? Faça-me o favor, Lúcio. Eu falo isso por Cissy, ela gosta mesmo de você. É uma tola, eu sei. Ela sofre com as suas puladas de cerca. Por que não pára de bancar o Don Juan? Não tem mais idade pra isso. –Bela disse e Gina fez força pra não rir ao último comentário da comensal –Se contente com a minha irmã que é ainda muito bela e fiel a você.
-Não estou desmentindo que a Narcisa é muito bonita. –falou sério –Assim como você, Bela. –acrescentou jovialmente –E não me faça me sentir como se tivesse a idade do Mestre. Eu tenho 38 anos e você sabe muito bem disso! –alterando a voz –Eu apenas quero tirar uma “casquinha” da Weasley. Se o Draco pode, por que eu não?
-Desisto de tentar te convencer. Vou procurar os outros. –a comensal disse dando-se por vencida e indo embora.
-Enfim sós. –Lúcio disse pra Gina.
A ruiva engoliu em seco, antes de responder:
-Não se aproxime de mim ou eu vou te bater sem parar. A menos que queria fazer sexo com uma estátua, porque você teria que me petrificar inteira para me impedir de bater, ou se for um necrófilo, você na vai conseguir nada comigo.
-Hehe, calma, Weasley. Se você cooperar, eu juro que não vou tentar abusar de você.
-E eu confio plenamente em você. –disse com a voz carregada de ironia.
-Aquela joelhada doeu. Quer que eu te faça sentir dor? –perguntou ameaçadoramente.
-No que eu tenho que cooperar?
-Incarcerous.. –Lúcio disse e cordas ataram os pulsos de Gina –Onde estará o mapa?
O Malfoy revistou todos os bolsos da calça que Gina vestia, mas não encontrou o que queria:
-Deixou o mapa com Draco. –concluiu –Confia nele a esse ponto? Já está caidinha por ele? Não resistiu ao charme Malfoy.
-Cale a boca! –Gina exclamou e Lúcio deu-lhe um tapa na cara.
-Não me mande calar a boca, Weasley! Só porque é gostosa, fica se achando? Eu nunca bati em uma mulher, mas você tava pedindo pra apanhar. Você influenciou as idéias do Draco. Ele tinha um futuro brilhante como comensal e você estragou.
-O Draco não nasceu pra servir de tapete pra ninguém. Você nunca conversou com o seu filho ou procurou saber o que ele pensava, não é mesmo? Então não venha me culpar!
-Quem é você pra dizer como eu deveria ter educado o meu filho ou não?
-A mulher dele. –disse levantando as mãos atadas e deixando a aliança à mostra –Ou será que a Belatriz não te contou sobre isso? –perguntou ao ver o espanto de Lúcio.
-Não me provoque, Weasley, ou vai se arrepender amargamente por isso.
-Eu não te devo nada, Malfoy. E quem não deve, não teme. –Gina disse, demonstrando uma coragem que não sentia.
Lúcio levou a mão livre ao pescoço alvo e delicado de Gina. Em seguida apertou-o fortemente, enquanto assistia os olhos dela se arregalarem de medo:
-Vejo medo em seus olhos. Ainda não tem nada a temer? –ele falou, sentindo a pulsação no pescoço dela –A sua vida está em minhas mãos. –e soltou o pescoço dela.
Gina respirava aceleradamente:
-O que quer...de mim? Por que não...me mata...logo? –perguntou ainda com dificuldade para respirar.
Antes que Lúcio pudesse responder, Belatriz voltou e junto com ela estavam Macnair e mais dois comensais:
-Por que não me contou sobre isso, Bela? –Lúcio perguntou com cara de poucos amigos e apontando a aliança no dedo de Gina.
-Porque a Bela não quis te deixar mais fulo da vida.
-Cale a boca, Dolohov. –bradou o Malfoy.
-Viu como está agindo, Lúcio?
-E como você agiria, Avery, ao saber que seu único filho casou-se com uma Weasley traidora?
-Pare de fazer uma tempestade no copo d’água, Lúcio. De qualquer jeito temos que matar Draco e essa Weasley. São ordens do Lord. –Belatriz falou.
-E o mapa? –Macnair perguntou –Está com você, Weasley?
-Por que não tenta descobrir? –a ruiva perguntou, querendo mais que tudo fugir e avisar Draco.
-Grifinórios! –Belatriz resmungou –Insolentes até o fim. Me lembra muito o meu “querido” primo.
-Como se atreve a falar do Sirius? Sua assassina!
-Nunca matou ninguém? –perguntou Belatriz –Isso pode facilmente ser arranjado. Império. –os olhos de Gina ficaram desfocados e sua mente em branco –Diffindo. Finite incantatem.–acrescentou apontando para as cordas, que caíram e as pernas recuperaram sua função.
-O que está fazendo, Bela? –Dolohov perguntou.
-A Weasley vai matar o Draco pra gente. –Belatriz respondeu -O que acham disso?
Todos deram de ombros como se tanto fizesse, menos Lúcio, que disse:
-Eu queria matá-lo com minhas próprias mãos, mas acho que será mais doloroso pra ele se a Weasley fizer isso. Como ela mesma disse, é mulher dele. Então o Draco deve sentir algo por essa inútil.
-Ótimo, então. –disse Belatriz –Se todos concordam, podemos ir...
Lúcio a interrompeu:
-Onde se meteu o Rodolfo?
-Não o achei. Ele disse pro Dolohov e pro Macnair que iria procurar por outro lugar, porque eles três foram em direções diferentes. Mas aí O Rodolfo não voltou. Provavelmente se perdeu. Mas não faz mal, mais tarde podemos enviar um feitiço sinalizador pra ele. –disse despreocupadamente –Weasley, leve-nos até o Draco. –acrescentou.
Gina ouviu a voz de Belatriz soar ao longe e uma vontade irresistível de obedecer se apoderou dela. Logo começou a fazer o caminho de volta e os comensais a seguiam.

***

Draco estava meio sentado, meio deitado contra o tronco de uma árvore. Olhava para cima, observando o farfalhar das folhas ao vento.
Estava esperando que Gina chegasse, queria entender porque ela ficara tão brava com ele.
Não chagou a se preocupar com ela, sabia que ela tinha tirado um tempo pra pensar e que não deveria interrompê-la. Ela voltaria assim que se sentisse preparada pra isso.
Quando ele já estava pensando em ir procurá-la, ouviu barulhos de passos se aproximando. Prontamente se levantou e viu com surpresa Gina chegar à frente dos comensais.
Com que por instinto, Draco sacou a varinha e apontou para o comensal mais próximo (Dolohov):
-Avada kedavra. –e o comensal caiu morto.
Antes que Draco pudesse fazer outro feitiço, Avery paralisou-o:
-Petrificus totalus.
Os comensais sorriram satisfeitos e Draco sorriria se pudesse.
“Idiota! Dá pra executar feitiços sem falar. Faltou a essa aula, Avery? Crucio!” ele pensou, olhando para Avery e um jato de luz acertou seu peito.
O bruxo caiu no chão, gritando. Lúcio desarmou Draco.
-Expelliarmus. Levante-se, Avery. –ordenou –Você gosta da maldição cruciatus, Draco? –perguntou zombeteiro –Então vamos assistir a minha “querida” nora ser torturada. –informou –Crucio. –e apontou a varinha para Gina.
A ruiva cai de quatro, gritando. Mas para surpresa de todos, Belatriz finalizou o feitiço rapidamente:
-Finite incantatem. Deixe isso para mim que sou profissional. O Draco sabe muito bem que fui a responsável por enlouquecer os Longbottom, não sabe? Vou mostrar como é que se executa uma verdadeira maldição cruciatus. Crucio.
Gina, que ainda estava no chão, ao ser atingida novamente começou a gritar (se possível) ainda mais alto que a vez anterior e seu corpo estremecia e contraía loucamente, como se estivesse tendo um tipo de acesso.
“PARE!!!!! PARE COM ISSO, LESTRANGE MALDITA!!! NÃO POSSO DEIXAR QUE MACHUQUE A MINHA GINA!!!!!” ele pensou desesperadamente, mas nada podia fazer contra.
Os olhos de Draco escureceram, cegos pela ira e ficaram vermelhos pelo sofrimento. Sim, Draco sofria ao ver a Weasley sendo tão duramente torturada. Draco lutou contra o feitiço do corpo preso e lutou contra as lágrimas, mas foi vencido.
Duas lágrimas solitárias rolaram discretamente pelo rosto dele. Há 11 anos Draco não chorava e agora estava, por Gina e ele não entendia bem ao certo. Só sabia que doía por dentro, uma dor que parecia querer corroer o seu peito.
Belatriz cessou o feitiço:
-Finite incantatem. Precisei parar ou ela não teria forças para o gran finale.
-Vamos logo com isso. –Lúcio apressou Belatriz.
-Accio varinha. –Belatriz disse e a varinha de Dolohov veio até ela, que a entregou na mão de Gina –Levante-se, Weasley. Agora...Mate-o! Mate Draco Malfoy.
N/A: No próximo cap...
Obs: O título dele é “A escolha”
Sorry, mas eu não posso deixar um trecho ou vcs sacarão o q aconteceu. Pra não dizerem q eu sou incompreensiva...Se alguém estiver mto desesperado pra saber o que acontece, eu falo no msn.
Plz, não esqueçam de deixar coments.

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