A Grande ambição de Draco

A Grande ambição de Draco



-Já ouviu falar de Pittsburg, Virgínia?
A ruiva deu de ombros:
-Lembro vagamente de já ter ouvido o nome, por quê?
-Vamos pra lá. –respondeu displicente.
-O quê? O mapa está apontando para Los Angeles, é pra lá que temos que ir.
O loiro pareceu pensativo por um instante:
-Não tem problema, podemos pegar um avião de lá para Los Angeles, se é pra lá que temos que ir...
-Ficou louco, Draco? –ela o interrompeu –Se formos comprar as passagens, irão ver nossas identidades e iremos presos.
-O que é a vida sem um pouco de risco? Não se preocupe, eu irei pensar em algo até lá.
-Você sabe pelo menos ir até lá, Draco?
-Há um ano estive por essas bandas, Virgínia... –ele disse e parecia meio incomodado ao falar disso.
Após um tempo, Gina transformou em palavras o que a estava importunando de certa forma:
-Draco...Por que você quase nunca me chama de Gina?
Ele passou uma mão pelos cabelos, parecendo pesar a resposta que daria:
-Acho “Gina” íntimo demais, não estou acostumado com isso...ainda. Mas se te aborrece eu te chamar de Virgínia, eu posso parar.
Ela parou pra pensar por um momento no quanto ele tinha mudado. Há algum tempo atrás se ela dissesse que algo a incomodava, Draco não pensaria duas vezes antes de manter a provocação e agora...
Gina sorriu:
-Não me aborrece. O seu jeito arrastado de dizer “Virgínia” é sexy, mas quando você diz “Gina”...Você pode me achar boba ou até mesmo louca. Mas quando você diz “Gina”, além de sexy, parece ser mais verdadeiro... Como se... –e baixou os olhos para as próprias mãos –Como se você... realmente precisasse de mim.
-E eu preciso. –Draco falou automaticamente, antes que pensasse no que estava dizendo e Gina ruborizou –Eu... Digo... –tentou consertar –Droga! Você se tornou mais importante pra mim do que eu desejava. –ele confessou, erguendo as mãos e batendo-as no volante –A verdade é... A verdade é que... –e a voz dele morreu.
-Qual verdade? –Gina perguntou ansiosa e curiosa.
O Malfoy suspirou pesadamente:
-Eu fui fraco... Eu meio que sabia que estaria selando a minha sentença de morte se matasse Rabicho. Meio que sabia que Voldemort me acharia um traidor e me caçaria. Eu sabia que... Eu tinha que te matar! Mas...simplesmente eu...Não consegui!
Ele apertava o volante força e Gina podia ver que os nós dos dedos dele estavam brancos.
“Ele não conseguiu me matar... Mesmo sabendo que o tempo ia fechar pro lado dele, Draco não me matou. Ele mudou a vida dele pra me deixar viva... Mudou por mim.” Ela pensou com um misto de sentimentos dentro de si.
O que ela responderia? Que era grata? Sem dúvida que o era, mas não era apenas gratidão! Tinha algo mais. O quê? Nem ela julgava saber. Carinho, alegria? Talvez. O que mais, o que era o algo mais que a ruiva sentia?
“Atração! Eu sinto uma baita atração por ele e não posso evitar de me sentir assim com relação a ele.”
Gina estava sem palavras e só conseguia balbuciar:
-Eu...é...bem...eu, digo...
-Não precisa agradecer. –respondeu indiferente –Não é uma coisa da qual me orgulho. Eu não fiz isso por livre escolha...Foi uma fraqueza, uma incapacidade de fazer o que tinha que ser feito.
Gina colocou uma mão sobre uma das de Draco, que estava sobre o volante. Ele olhou momentaneamente para Gina e viu que ela sorria, mas logo depois o Malfoy voltou a se concentrar na estrada:
-Ainda assim, eu te agradeço, Draco. Mesmo que tenha sido por uma fraqueza, como você diz, eu estou viva. Não sabe como me deixou feliz... O que significou pra mim você dizendo que não conseguiu me matar. –falou e tirou a mão.
-Eu já decidi. –Draco disse do nada.
-Decidiu o quê? –A Weasley perguntou, confusa.
-Como você vai me pagar a dívida bruxa do contrato.
-Ah, Draco! Não me diga que você ainda...
O loiro a interrompeu:
-Sim, ainda. É uma dívida e eu exijo que pague, Virgínia. –ele falou sério.
Ela suspirou:
-às vezes acho difícil acreditar que você não me odeia... Fale então o que quer que eu faça.
-Pra começar, nós não vamos anular o nosso casamento.
-Tem razão. Até terminarmos a missão, pode ser tarde para anularmos o casamento. Ok, vamos nos separar.
-Gina, querida. –ele falou suavemente –Você não está me entendendo...Vamos continuar casados e você vai ser minha mulher na íntegra.
-Que história é essa? Você quer continuar casado comigo, Draco? Por quê? Acho que esse casamento foi um erro. Nós casamos por engano! Como que uma coisa dessas pode dar certo? Além disso, a gente não precisa continuar com esse casamento pra que eu seja... –deu uma pausa e corou –Inteiramente sua. Não precisamos continuar com esse casamento, isso não vai dar certo...
-Vai dar certo, sim.
-Tem certeza de que é isso o que quer? Que bem isso traria? –ela perguntou sensatamente.
-Tenho. Eu sei o que estou fazendo, faz parte do plano...
-Plano? Que plano?
-No tempo certo eu vou te contar e você... Vai me ajudar nisso!
-Do que é que você está falando, Draco?
-Você não acabou mudando minha vida? Pois bem... Digamos que eu também vou mudar a sua vida...
Gina bufou inconformada:
-Odeio quando você faz isso!
Ele deu de ombros:
-Isso o quê?
-Quando você fala as coisas pela metade. Será que não sabe contar tudo de uma vez?
O Malfoy rolou os olhos, entediado:
-Não me critique, eu faço isso de propósito.
-De propósito? Você tem bosta de dragão na cabeça? Eu odeio que façam isso comigo! Prefiro não saber nada do que saber as coisas pela metade!
Os olhares de ambos se encontraram. Os olhos castanhos indignados e com raiva e os cinzentos frios e sem expressão, tão nebulosos quanto a cerração matutina:
-Olha aqui, Weasley. –falou estreitando os olhos e os desviando da ruiva –Você não sabe o que tenho em mente. Eu disse apenas o que é conveniente nesse instante. Então não queira falar do que não entende.
-Mas eu quero saber da parte inconveniente também!
-Você não vai gostar de saber... –ele começou e então parou.
-Como é que você pode saber? Você nem me contou ainda.
-Mas eu sei que você não vai gostar. –ele falou veemente.
Ela suspirou, cansada da ladainha:
-Você vai ou não me contar? Se não, vá pro inferno com essa história! –falou com raiva.
-Vai “ô” esquentadinha, por que você se irrita tão fácil?
-VOCÊ me irrita, Malfoy! Se não quer dizer, não diga, caramba! Mas pare de me enrolar, eu não gosto disso.
Draco ficou 5 minutos pensando e então finalmente se decidiu:
-Tudo bem, Virgínia. Vou te contar a parte “inconveniente”, você iria ficar sabendo de qualquer jeito, mais cedo ou mais tarde.
A Weasley escondeu o quanto estava apreensiva e tentou parecer displicente ao perguntar:
-O que é então?
-Supondo que encontremos o cálice do elixir antes de sermos mortos... Bem, eu beberei metade e você o resto. –Gina fez menção de falar, mas Draco não deixou –Me ouça até o fim, Virgínia! Eu vou derrotar Voldemort e serei o novo Todo Poderoso do mundo mágico. –a ruiva queria dizer poucas e boas pra ele, mas o loiro não dava chance –De qualquer jeito, eu queria usar uma mulher pra ser a rainha do meu reino. Como estamos casados, vai ser você. Seremos o Rei e a Rainha das Trevas. Será o Império Malfoy e a sucessão de poder será hereditária. Preciso futuramente de um herdeiro, homem de preferência, para dar continuidade à linhagem do Império Malfoy. Você não é estéril, é Virgínia? Porque se for, sinto muito, mas eu terei um filho com outra. –os olhos dele brilhavam de fanatismo ao falar.
-Você ficou louco, Draco? Que idéia estúpida e sem nexo é essa? O motivo de eu me tornar auror e ter me submetido a ser uma espiã para a Ordem da Fênix, é acreditar que Voldemort vai ser derrotado e a paz poderá se estabelecer novamente. Agora vem você com esse absurdo de ser o novo Lord das Trevas? Isso é loucura! Pensei que já tivesse desistido dessa idéia. Eu não posso aceitar isso, peça qualquer outra coisa.
-Não! –falou em tom definitivo –É isso o que eu quero e é isso o que você vai fazer. Você é minha mulher e vai governar comigo! Fui bem claro Virgínia Malfoy?
Gina se assustou ao ouví-lo chamá-la daquele jeito, eles não eram casados no civil...ainda. E por isso, por lei, Gina não tinha o sobrenome Malfoy, mas do jeito que as coisas estavam caminhando....Logo ela seria legalmente a Sra. Malfoy:
-Por favor, Draco! –ela suplicou –Chega de guerras e pensamentos racistas! Os trouxas também são seres humanos. Eu quero paz!
“Paz... Paz... Paz...” ecoou na mente de Draco ao ouvir a súplica urgente da Weasley.
Ele ficou quieto e Gina prosseguiu:
-Chega de mortes e tragédias, Draco. Eu sei que você teve uma infância difícil... Eu sei que você tem um sentimento destrutivo dentro de si. Pelo pouco que você deixou transparecer sem querer, percebi que você é melhor do que parece ser. Você pode ser melhor se realmente quiser, Draco, e isso só depende de você. Basta não se deixar ser controlado pelo lado negro, esse seu lado destrutivo...
Gina estava pisando em terreno perigoso. A ruiva estava remexendo nas feridas não plenamente cicatrizadas do Malfoy:
-Isso é impossível! –ele declarou –A minha alma já está corrompida pela maldade, eu não tenho salvação... –terminou com um quase imperceptível tom de tristeza na voz.
-M-mas... Eu não posso participar disso. É simplesmente suicidar todo o meu ideal de vida, a minha moral e tudo em que sempre acreditei. Me peça outra coisa, por favor.
-Já disse que não.
-Ah, é? Pois sinto desapontá-lo, mas há falhas no seu “glorioso” plano. –falou irônica.
-Do que é que está falando? Não tem falha nenhuma!
Gina suspirou:
-Em 1° lugar, você não pode derrotar Voldemort...
-Como não?
-Nunca ouviu falar da profecia sobre Harry e Voldemort?
-Já, mas Voldemort só me contou a parte que sabia.
-Bem, em resumo só o Harry pode derrotar o Voldemort e vice-versa.
-Eu não acredito nisso!!! –disse encolerizado.
-Pois é melhor acreditar. É a verdade. A 2ª falha do seu plano é sobre o herdeiro para dar continuidade ao “seu” Império. Se bebermos do cálice, é suposto que fiquemos imortais.
-Aí é que você se engana, Weasley. O elixir só prolonga a vida, bastante, mas é apenas um prolongamento. Flamel e sua mulher morreram. Não se lembra disso? Seremos imortais enquanto durar o efeito do elixir. Eu disse que queria um herdeiro futuramente, vai demorar um BOM tempo.
-Há! Com Voldemort vivo é impossível existir o tal Império Malfoy. –ela disse num tom leve de quem caçoa.
-Creio que o Potter não vai demorar muito pra cumprir a profecia. Eu posso me dar ao luxo de esperar. Vou viver muito, não preciso me preocupar com o tempo.
-Mas e se Voldemort derrotar o Harry? É uma possibilidade...
-Bah! O Potter já escapou várias vezes, aquele lá tem a bunda virada pra lua. [N/A: Caso alguém não saiba, significa uma pessoa que possui uma sorte descomunal.]
-E se nós não conseguirmos pegar o cálice e beber o elixir?
-Não vejo como, a não ser que morramos antes.
-Mas e se mesmo estando vivos, nós não conseguirmos?
-Não tente me passar a perna, Virgínia. Eu sou um expert [especialista] em superar fraquezas... Logo, posso superar essa de deixá-la viva... Se você mentir, eu saberei.
-Mas e se não conseguirmos mesmo assim? Temos que pensar em todas as possibilidades, não?
-Eu ficarei longe e você nunca mais precisará me ver na vida... Ou quem sabe fique viúva. –falou numa voz depressiva.
A ruiva teve muita vontade de socá-lo, mas como ele estava ao volante, não achou boa idéia. Teve que se contentar em cerrar os punhos:
-Então é só isso o que importa pra você, não é? –perguntou vermelha de raiva e com a voz cortante –Construir esse maldito império e destruí todos que não te paoiarem. Você é um desgraçado, desalmado e mentiroso! Nunca se importou comigo! Apenas quer ME USAR nessa idéia absurda! Você mentiu pra mim, Draco Malfoy! VOCÊ MENTIU!!! Me fez acreditar que se importava comigo, que tinha sentimentos por mim e ERA TUDO MENTIRA!!! Me fez acreditar nisso pra poder ir pra cama comigo! Me sinto estúpida! Fui uma tola! EU TE DESPREZO, SEU CRETINO! INSENSÍVEL! DONINHA DESPREZÍVEL! VOCÊ NÃO É UM SER HUMANO!!!!!
Draco entrou no acostamento e freou o carro bruscamente:
-PARE COM ISSO, WEASLEY! CALE ESSA MALDITA BOCA!
-Você mentiu pra mim... –Gina murmurou com a voz embargada enquanto tentava conter as lágrimas.
-Dói, não dói? Eu senti o meu mundo desabar ao ouvir o Rabicho falando de você. Eu sou quase tudo o que você disse, mas sou um ser humano e não menti... –falou tentando soar indiferente, mas não tendo 100% de sucesso nisso.
-MENTIU SIM! E está mentindo de novo, eu não sou tão idiota assim pra cair duas vezes.
Draco acendeu a luz de dentro do carro (após fuçar alguns botões):
-Olhe pra mim, Virgínia... –ele pediu.
-Eu não quero!
O loiro passou uma mão pelo rosto dela. O rosto da Weasley esquentou contra a vontade dela. Ardia sentir o toque gelado de Draco, mas não era só o rosto... Ardia por dentro:
-Não faz isso. –ela o repreendeu ainda sem olhá-lo.
Draco colocou as duas mãos (uma de cada lado) no rosto de Gina e a fez virar o rosto para si:
-Olhe nos meus olhos... Gina. –disse suavemente e depois de hesitar, ela o fez –A idéia de te usar como rainha só me ocorreu depois do casamento. Eu não menti quando disse que você se tornou mais importante pra mim do que eu desejava. Eu jamais poderia imaginar ficar tão dependente de alguém.
A Weasley olhava fundo dentro dos olhos cinzentos e por mais que tentasse, não achava qualquer possibilidade de mentira. Ela abriu a boca, mas fechou-a logo depois, não confiava no que poderia escapar de seus lábios... Draco então continuou:
-Eu posso ser tudo de ruim ao quadrado, mais ainda sou um ser humano. Tentei não ser, tentei esconder dentro de mim os sentimentos, mas é impossível. Você me entende? Eu sou do jeito que sou, mas te ter comigo se tornou uma necessidade. Eu preciso de você, Gina!
-Precisa de mim para o seu plano e do meu corpo para satisfazer o seu. –ela falou friamente algo que doía, mas que tinha que ser dito –Confesse logo que esse plano é tudo na sua vida e é por isso que precisa de mim. Você não gosta da minha essência, Draco, você gosta da minha embalagem.
Ele piscou e desviou o olhar dela por alguns instantes:
-Gosto de você pelo que é. –falou após pensar um pouco e a encarando novamente -Posso não concordar com o modo que você pensa, mas não é possível que eu te queira tanto pelo seu corpo. Apesar de tudo, eu gosto de conversar com você. É bom ouvir a sua voz chamando por mim de um jeito tão meigo. De certa forma até gosto de te ouvir discutindo comigo. Você acredita ferrenhamente no que diz e luta pelo que acredita. Nenhuma mulher antes havia brigado comigo pra valer por algo que realmente acreditava. E essa é você, Gina. A doce e meiga, mas também teimosa e decidida Gina que me conquistou. –ele disse e começou a dar selinhos nela.
-Você também é teimoso.
Ele concordou:
-Sou sim e teimo que te quero.
A ruiva piscou confusa:
-Você não está dizendo que... –Draco fez que sim –Agora?
-É vai ser uma experiência nova pra mim também. Nunca transei dentro de um carro. –Draco disse passando pro banco de trás e então puxando Gina pra trás também.
-Você é louco, Draco? –perguntou enquanto ele abria o sobretudo dela –Só pra começar, eu vou morrer de frio.
-Não vai não. –ele garantiu –Eu vou te esquentar.
Draco beijou os lábios de Gina que meio relutantes se abriram. Ele deixou transparecer naquele beijo o quanto precisava dela. Então depois de um tempo, Gina quebrou o beijo, sem fôlego:
-Não tem como... –ela começou, mas Draco leu a sua mente.
-É uma dívida bruxa, você sabe que não tem como. Não pense sobre isso agora, vai estragar tudo.
-Você sabe que eu não concordo... –ela começou, mas foi interrompida por um beijo de Draco.
-Golpe baixo. –reclamou –Isso não...
Ele colocou um dedo nos lábios dela:
-Shiu. Esqueça isso agora. Vou fazer com que seja especial pra mim e pra você... Você é especial pra mim, saiba disso...
Gina deu um relutante sorriso e o abraçou:
-Ah, Draco! Você consegue ser um desgraçado e eu ainda assim te adoro. É mancada, eu não consigo resistir e você sabe disso.
-Também te adoro. É mancada, eu não consigo resistir e você sabe disso.
-Também te adoro. –sussurrou no ouvido dela antes de beijar-lhe o pescoço.
-Às vezes me perguntou se você é um vampiro, Draco. –ela falou rindo um pouco –Você sempre deixa marcas no meu pescoço.
Ele parou:
-Isso te incomoda?
Ela fez que não e ele sorriu.
-Pra que existem os feitiços descoagulantes? –ela perguntou marotamente.
-Apesar de parecer, eu não sou um vampiro. Você nunca sentiu caninos afiados na sua jugular, não é mesmo? O caso é que o seu pescoço é tão alvo, lisinho e tem um perfume tão bom, aí fica impossível resistir.
Gina tirou o sobretudo dele:
-Não está com frio?
-Um pouco. –ele respondeu e enlaçou o corpo da ruiva por baixo do sobretudo que estava aberto –Se não quiser tirá-lo, não precisa.
-Ok. Por que sempre depois de uma briga nós terminamos aos beijos?
-Vai ver que é porque os beijos adoçam o clima chato que fica quando a gente briga. –disse e pegou as mãos de Gina –Suas mãos são uma graça. –e as passou por seu próprio rosto antes de beijá-las –Como tudo em você.
Gina ficou vermelha:
-Você está me elogiando demais, Draco. Aposto que é conversa fiada pra me deixar toda boba.
“E o pior é que está conseguindo.” Ela pensou e Draco “captou” esse pensamento.
O Malfoy sorriu:
-Eu é que me sinto bobo falando essas coisas.
A Weasley sorriu de volta e então o beijou. Draco inclinou-se por cima dela, a fazendo ficar contra o vidro. Gina levantou a camisa do pijama dele e correu os dedos pela barriga tanquinho dele. Em seguida subiu as mãos para as costas dele e arranhou levemente, então o ouviu gemer, como sabia que ele faria. Draco intensificou o beijo. Correu os dedos, frios e compridos, pelas pernas alvas e macias de Gina e foi a vez dela gemer com o carinho.
Gina estava beijando o pescoço de Draco, quando paralisou ao sentir as mãos hábeis dele a puxarem sua calcinha. Ele parou o que estava fazendo e olhou diretamente nos orbes castanhos:
-Você está insegura. –ele suspirou.
Ela fez um gesto concordando:
-Mas eu quero. Só estou nervosa. E se eu não fizer direito, se eu não te agradar? –perguntou ficando da cor de seus cabelos.
Ele sorriu ao vê-la envergonhada ao explicar suas preocupações em querer agradá-lo:
-Isso não vai acontecer. –ele garantiu, passando segurança –É só me deixar começar e garanto que saberá o que fazer depois.
Gina o abraçou:
-Também com um professor como você. Pode começar a aula. –sussurrou provocante ao ouvido dele e o sentiu se arrepiar.
-Não vai se arrepender minha ruivinha linda. –ele sussurrou de volta.
Draco beijou-a com vontade e voltou a puxar a calcinha dela por baixo da camisola e dessa vez Gina permitiu.
Ele já tinha puxado até quase a metade das coxas dela, quando ouviu batidas no vidro. Os dois soltaram-se instantaneamente:
-Que diabos está acontecendo?!? –Draco perguntou furioso com a interrupção.
Ouviram então uma voz:
-Sou da polícia! Ordeno que saiam do carro!
Gina puxou sua calcinha de volta ao lugar certo e parecia meio envergonhada ao perguntar:
-E-e agora, Draco?
-MALDIÇÃO! Não pensei que a polícia poderia vir até aqui. Qual é? Deve ser 2h da manhã, -e confirmou olhando para o relógio –esses caras não dormem não, é?
-Saiam agora ou serei obrigado a tirá-los daí à força.
Gina fechou o sobretudo. Draco colocou o seu e fechou-o também. Quando Gina abriu a porta foi que ela e Draco perceberam o quanto os vidros estavam embaçados.
-Saiam com as mãos pra cima. –o policial ordenou e os dois obedeceram.
-É proibido namorar dentro do carro por acaso? –Draco perguntou friamente, sua voz tão cortante quanto o gelo.
-Não, mas vocês são fugitivos. Esse carro é justamente igual ao da descrição que recebi e vocês são os criminosos que eu vi na TV. Virem-se de frente pro carro, colocando as mãos atrás da cabeça e com as pernas abertas. Eu vou revistá-los.
Draco pensou em se negar a obedecer, mas desistiu ao ver “aquele cano de metal que dispara” na mão do policial. Ele já tinha tido uma experiência desagradável demais com armas. Então contrariado fez o que lhe era mandado e viu Gina imitá-lo.
O policial guardou a arma e começou a revistar Gina, que estava incomodada por ter um desconhecido apalpando seu corpo.
O Malfoy viu que o policial usava as duas mãos para apalpar Gina, então aproveitou que ele estava sem a arma e jogou-se sobre ele usando golpes de artes marciais. Como o policial tinha sido pego de surpresa, Draco o imobilizou no chão em poucos segundos:
-Saiba que isso vai ser mais uma acusação contra você. Não pode fazer isso com uma autoridade!
-Ora, cale a boca! –Draco respondeu com raiva –Eu estava ocupado quando você me atrapalhou. Você vem aqui de madrugada e apalpa a minha mulher?!?
-Estou apenas fazendo o meu trabalho. Me solte!
-Seu trouxa maldito! Vá interromper a piranha da sua mãe!
-Desacato a uma autoridade também vai para a sua ficha. Espero que apodreça na cadeia, loiro filho da puta, junto com essa vaca ruiva!
-Gina, venha dar uma lição nesse trouxa. Enfeitice-o!
-Trouxa? –o policial perguntou –Com quem você pensa que está falando?
-Cale a boca, seu trouxa nojento! Você não tem o direito de me chamar de vaca. –falou aborrecida –Não podemos usar magia na frente de trouxas, o Ministério... –acrescentou para Draco, mas ele a interrompeu.
-Foda-se o Ministério! Temos que nos mandar rápido. As minhas mãos estão ocupadas impedindo que esse cara fuja, não posso apanhar minha varinha.
Gina hesitou por alguns instantes e então sacou a varinha:
-O que é que você pretende fazer com isso? –o policial perguntou, preocupado, ao olhar o objeto de madeira na mão da ruiva.
A Weasley ignorou-o:
-Estupefaça! –exclamou apontando para o policial que desmaiou.
Draco saiu de cima do cara e começou a despí-lo, Gina arregalou os olhos:
-O que é que você está fazendo, Draco? –ela perguntou assustada –Não sabia que jogava nos dois times...
-Não é hora pra fazer piadinhas. –respondeu mal-humorado –O meu negócio é mulher, claro. É que eu tive uma idéia. Nós vamos no carro dele e eu me passarei por policial, pode vir a ser útil. –falou dando de ombros.
Gina ficou vermelha e olhou para o outro lado enquanto o Malfoy terminava de despir o homem e quando ele começou a vestir as roupas do policial, Gina decididamente virou-se de costas. Essa atitude fez Draco rir:
-Qual é o problema de você me ver trocando de roupa? Ai, Virgínia...Você é minha mulher, terá que se acostumar com isso.
Ela ficou mais vermelha ainda:
-É-que-eu-tenho-vergonha. –respondeu entre dentes.
-Você é tímida demais! –ele reclamou –Como é que pode uma coisa dessas? Você costuma ser até bem comunicativa.
-A minha timidez é nesses assuntos...Delicados. Eu sempre fui insegura com relação à homens. –ela confessou.
Draco a essa altura já estava vestido e abraçou-a por trás:
-Pois não deveria ser, não tem motivos pra isso. –sussurrou ao ouvido dela e sentiu-a se arrepiar.
-Pare com isso, Draco. –disse desvencilhando-se do loiro –Temos que sair daqui.
Ele suspirou pesadamente, se conformando (tentando) com a situação:
-Você tem razão. –disse enquanto carregava o corpo desmaiado do policial para o carro que ele e Gina haviam roubado.
Depois de deixá-lo lá dentro, virou-se para Gina:
-Entre no carro. –os dois entraram na viatura e o loiro arrancou.
Havia poucos carros na estrada. Draco resmungava para si mesmo (quando ouvia a radio patrulha), mas no mais, ele e Gina não trocaram uma palavra.
Cerca de 2h depois eles entraram em Pittsburg e Draco seguiu as placas que direcionavam para o aeroporto.
Draco estacionou o carro do lado de fora do aeroporto, numa parte menos movimentada. A ruiva olhou para ele, apreensiva:
-Draco, você tem idéia de como vamos fazer pra embarcar para Los Angeles? Isso não esquecendo que toda a polícia e os comensais estão atrás de nós.
Ele deu de ombros:
-Com esse uniforme vai ser moleza, eu já tenho uma idéia do que fazer. Eu vou entrar no aeroporto. Escute com atenção, ta bem? –e Gina concordou –Eu vou atrair um piloto e uma aeromoça pra cá. Quando eu fizer um sinal pra você, estupore-os.
-Mais mágica na frente de trouxas? –ela perguntou reprovadoramente –O Ministério da Magia nunca irá nos perdoar.
-É o único jeito e duvido que seu pai, que é o Ministro da Magia inglês, não irá perdoá-la ao saber das circunstâncias em que usou magia.
O loiro ia abrir a porta pra sair, mas a Weasley puxou-o contra si pelo pescoço. Deram um típico beijo de despedida e então finalmente se soltaram:
-Boa sorte. –Gina desejou.
-Não se preocupe, eu volto logo. –disse e saiu do carro.

***

O “policial” Draco Malfoy entrou no aeroporto, que para o horário (5h da manhã) estava muito movimentado.
Ele ficou andando de um lado pro outro, de forma imponente e com um olhar de águia, pronto para o “ataque”.
Demorou alguns minutos até avistar uma comitiva de funcionários. Entre eles estavam um piloto e várias aeromoças. O piloto andava mais atrás, conversando distraidamente com uma das aeromoças.
Draco aproveitou a oportunidade e chegou perto dos retardatários:
-Com licença. –o loiro falou polidamente –O Sr. E a Srta. Poderiam me acompanhar?
-O nosso vôo está para sair em pouco tempo. –o piloto respondeu –É o vôo 274 para Los Angeles. –e Draco sorriu, vendo que tinha acertado.
-Não podemos chegar atrasados. –a aeromoça completou.
-Não se preocupem, eu serei breve. –o Malfoy disse veemente –Agora, se fizerem o favor...
O Malfoy começou a andar e os dois então o seguiram em silencio. Ao saírem do aeroporto, Draco disse:
-A minha viatura está mais à frente.
A aeromoça arregalou os olhos e correu para alcançar Draco:
-Mas nós não fizemos nada! –ela protestou.
-Não há necessidade de alarde. –Draco disse calmamente –Apenas quero que me digam se viram dois criminosos, vou mostrar a foto deles pra ver se os reconhecem.
-Se é assim. –a aeromoça respondeu aliviada.
-Desde que não demore muito tempo. –o piloto concordou.
Ao chegarem perto do carro, Draco acenou sob os olhares interrogativos de seus acompanhantes. Gina de repente saiu do carro com a varinha empunhada e só viu dois pares de olhos arregalados antes de dizer:
-Estupefaça! Estupefaça! –o piloto e a aeromoça desmaiaram.
-Rápido! –Draco exclamou –Temos que colocá-los dentro do carro, antes que alguém veja.
Logo o piloto e a aeromoça estavam acomodados no banco de trás da viatura:
-Entre no carro. –Draco falou pra Gina que rapidamente o9bedeceu e o viu entrar também.
-Agora me diga. O que você pretende fazer com dois trouxas desacordados? –ela perguntou.
-Nós vamos vestir as roupas deles pra nos passarmos por piloto e aeromoça. Assim poderemos pegar o avião sem grandes complicações. –ele explicou.
-Hum...Draco, onde é que a gente vai se trocar?
-Aqui mesmo. –respondeu simplesmente.
-Aqui? –ela perguntou, ficando vermelha –Você sabe que eu fico encabulada...
-Sinto muito, mas não temos tempo pra isso agora. Vai ter que ser assim mesmo, Virgínia. Somos fugitivos, lembra-se?
A ruiva concordou, ainda vermelha, e os dois começaram a se despir.
Para o grande alívio de Gina, Draco não fez nenhum comentário com 2ªs intenções.
“Que bom que pelo menos ele sabe que não é hora pra isso.” Pensou ao terminar de se trocar e olhou para Draco.
O Malfoy já tinha se trocado e olhava fixamente para o volante.
“Como ele fica lindo com esse uniforme!” pensou, o olhando cobiçosamente e começando a sentir uma corrente de calor passando pelo seu corpo..
-Por que está me olhando, Virgínia? –ele perguntou, entre curioso e divertido.
A Weasley desviou o olhar e começou a fazer um coque no cabelo:
-Eu não estava... –ela murmurou baixinho e hesitante.
-Sim, você estava. Eu não sou cego, sabe? Te vi me encarando quando olhei de viés.
A ruiva pegou o arranjo da aeromoça e o estava arrumando no próprio cabelo:
-Hum... Você ficou muito bem, Sr. Comandante Malfoy.
-Ah, então é isso? –perguntou e deu um sorriso malicioso –Essa é a sua fantasia, Virgínia? [N/A: É a minha pelo menos. O Draco vestido assim...] Homens com uniforme... Isso explica muita coisa.... Por exemplo, ficar com aquele trouxa, o Di Capizio e se interessar por aquele maître do restaurante italiano em Nova Iorque.
Gina terminou de fazer o penteado e encarou-o:
-Não é bem assim, Draco... –disse encabulada.
Ele sorriu com divertimento:
-Por que você tenta esconder o que eu já sei? Não precisa ficar com vergonha. –disse quando a viu ruborizar –Você é a aeromoça mais gostosa que eu já vi...
O rosto dela parecia que ia explodir de tão vermelho:
-Olhe a baixaria, Draco! –ela o repreendeu –Eu não te dei autorização pra falar assim...
-Mas é verdade e, além disso, você uma vez disse que me achava gostoso. Por que é que eu não posso dizer a mesma coisa de você?
-Bem, porque assim... Você faz com que eu me sinta... Um mero pedaço de carne. –falou olhando pra baixo.
Draco pegou delicadamente o rosto dela e ergueu-o de modo que ela olhasse dentro de seus olhos:
-Você não é só isso pra mim, tenha certeza disso...
Antes que o cérebro dela pudesse digerir as palavras, Draco levou seus lábios de encontro aos dela. A beijou ternamente, como se quisesse demonstrar na prática o que dissera há pouco em palavras, que ela era importante pra ele.
A ruiva quebrou o beijo:
-Obrigada. –falou sorrindo encabulada –Mas não podemos perder mais tempo... É, não que eu ache perda de tempo estar com você, mas... –falou sem jeito e Draco a interrompeu.
-Entendo... Temos de sair daqui o mais rápido possível. –disse e os dois saíram do carro.
-Vamos indo? –ela perguntou e eles começaram a andar.
-Não olhe pra nenhuma autoridade e aja normalmente. –Draco recomendou –Vamos fingir que estamos conversando sobre trabalho, mas não falaremos disso. Escolha um assunto ou faça uma pergunta.
Gina pareceu pensativa por alguns instantes:
-Ótimo, Draco. Vamos falar sobre intenções. Quais são as suas comigo? Existe alguma que não seja por causa do seu plano? –ela perguntou e Draco percebeu que ela o havia deixado na “saia justa”.
-Como assim, Virgínia? –perguntou se fazendo de desentendido.
-Você sabe do que falo. –ela respondeu simplesmente.
-Não, não sei. –mentiu –Seja mais clara.
-Você disse que a minha importância pra você não se resumia ao seu plano, não é? Então quero saber o que significo pra você.
Draco olhou para o painel informativo sobre os vôos e descobriu que se não andassem depressa, passaria do tempo em que o avião estava programado para decolar:
-Portão 23, temos que ir logo. –falou aumentando a velocidade de seus passos.
Gina quase corria para alcançá-lo:
-Não fuja do assunto, Draco. –ela cobrou.
-Fuga? Quem aqui está fugindo? Não tem ninguém atrás de nós, não é? –perguntou sarcástico.
Ela suspirou:
-Você não tem jeito mesmo. Aproveita-se de que não posso brigar com você agora. Mas por que não responde?
-Porque você já sabe.
-Eu não sei de nada, Draco. Você sempre fala as coisas pela metade ou simplesmente não fala. Agora quer que eu adivinhe?
-Não se faça de desentendida! Para bom entendedor, meia palavra basta...
-Viu só? Você não está sendo nem um pouco claro, como pode cobrar clareza de mim? Você não tem moral pra isso. E o que é que um bom entendedor já teria entendido? Que você só está me enrolando?
-Não é bem isso... –Draco falou meio pra dentro.
A essa altura os dois já andavam pela pista e estavam próximos do avião.
-Então é o que? Desse jeito a gente nunca vai se entender. Você não é bom com palavras e eu não sou boa em ler nas entrelinhas. Me lembro que a Gabi me disse pra que fosse observadora e aprendesse a ler nas entrelinhas, assim eu descobriria coisas interessantes sobre você que o denunciam. Me pergunto até agora o que ela quis dizer com isso. E então, Draco? Pode me dizer o que ela queria que eu entendesse?
Draco sorriu meio forçado:
-A Gabi? Aquela lá é louca. Você vai ficar pensando no que ela te disse?
-Nem vem, Draco. A Gabi é bem comunicativa e desinibida, mas não é louca.
O loiro suspirou:
-Ela achava que podia me entender e saber como me sinto e o mesmo ela achava sobre você. Bobagem isso! Ela mal nos conheceu.
“Só devo estar tentando me enganar. Talvez a Gabi tenha mais razão do que eu estou disposto a admitir...”pensou e os dois ficaram em silêncio enquanto subiam no avião.
Os passageiros já estavam à bordo. As aeromoças e a comissária de bordo tentavam acalma-los pela demora, quando Draco e Gina entraram no avião.
O Malfoy ajeitou o cap e falou em tom profissional:
Nos desculpem pela demora. Houve um imprevisto e nos colocaram nesse vôo de ultima hora. Mas não se preocupem, já iremos decolar.
Gina e Draco se encararam.
“E agora?”
“Fique aqui, eu vou para a cabine, pedir ‘amigavelmente’ ao co-piloto para colocar esse avião no ar.”
Ele então se dirigiu para a cabine.
-Você é nova por aqui e aquele piloto também, não?- a comissária de bordo perguntou para Gina –O que aconteceu para trocarem de funcionários na ultima hora?
-Não sei. –a ruiva respondeu –não nos contaram o motivo.
A porta do avião foi fechada. Um senhor idoso estava com um jornal aberto e de repente apontou para Gina:
-É ela! A fugitiva!!!
-Várias pessoas levantaram-se de seus assentos para poder ver melhor quem o velho apontava e muitas falavam agitadamente ao mesmo tempo:
-Mantenham a calam e sentem-se! –a comissária falou tentando se sobrepor a balbúrdia que se havia instalado –Em pouco tempo o avião vai decolar!
-Não sou eu! Deve ser alguém parecida comigo! –Gina tentou convencê-los, mas antes que se desse conta, outra aeromoça mantinha seus braços presos às costas –Me solte!
-Não. –a aeromoça falou –A polícia está te procurando, você deve ser perigosa.
-Solte-a agora mesmo. –era a voz de Draco.
Gina olhou para o Malfoy, ele empunhava a varinha com seriedade:
-Vamos! –insistiu –Faça o que estou mandando e não irá se machucar.
O avião inteiro prendeu a respiração quando ouviram a resposta desafiadora da aeromoça:
-Está me ameaçando com esse galinho? –perguntou debochada, se referindo a varinha –Não seja ridículo!
-Draco, não perca a cabeça... –Gina pediu, mas foi em vão.
-Crucio! –ele ordenou e a aeromoça soltou Gina na mesma hora, indo ao chão e gritando de dor –Quem é ridículo agora?
-NÃO, DRACO!!! –a ruiva gritou e ele parou.
O pânico se instalara no avião. Muita gente gritava, a comissária estava encolhida em um canto junto com outra aeromoça e parecia incapaz de falar.
Quando Draco encarou Gina, viu decepção em seus olhos.
“Por que você tinha que ter feito isso, Draco?”
“É melhor que eles nos temam, assim ficarão submissos. Confie em mim.”
-Saque a varinha, Virgínia e fique alerta.
Gina fez o que Draco recomendou:
-Fiquem em silêncio. –Gina pediu e os murmúrios cessaram instantaneamente.
-Eu não quero ter que matar ninguém.- Draco falou em bom som –Por isso não me provoquem.
-É, por favor, vocês viram o que ele fez com essa aeromoça. –Gina disse apontando a aeromoça que Draco havia enfeitiçado, que agora se levantava com dificuldade e queria distância da ruiva e do loiro.
Draco olhou para as pessoas à bordo (grande parte tinha no rosto um expressão de extremo medo). Ele então avistou uma garota loira de olhos castanhos, foi até ela e puxou-a à força para fora da poltrona:
-Quantos anos você tem, meu bem? E qual é o seu nome? –ele perguntou suavemente ao ouvido dela.
-Tenho 10 anos e me chamo Alexandra Simpson. –ela respondeu obediente.
-Não machuque a minha filha, por favor. –uma mulher, também loira, suplicou.
-Draco! O que você pretende fazer com essa garota? –Gina perguntou preocupada.
[N/A: Não, o Draco não é pedófilo!]
-Essa garota, Alexandra de 10 anos. É muito nova, não acham? Se vocês não tentarem nenhuma gracinha contra mim e ela, -apontou para Gina –a garota vai viver e sair ilesa daqui. Espero que tenham entendido. –as pessoas fizeram um gesto afirmativo –Você vai ser uma garota boazinha, não vai, Alex? –acrescentou para a garota que fez que sim.
O Malfoy fez a mãe da garota levantar e a fez se sentar em uma das cadeiras das aeromoças e afivelou o cinto dela. Depois voltou para perto de Gina.
-Alexandra, você pode sentar onde estava. Virgínia, sente-se ao lado da garota e a vigie. Eu vou ficar na cabine de olho no co-piloto, mantenha os trouxas sob controle.
Gina assentiu e Draco se dirigiu para a cabine, seguido da comissária de bordo.
Pouco tempo depois, Gina se surpreendeu ao ouvir a voz de Draco ecoando pelo avião.
-O destino desse avião continua sendo Los Angeles. O co-piloto pede para que fiquem em seus lugares com o cinto afivelado. E eu ordeno que permaneçam em seus lugares durante a viagem. Com exceção das aeromoças, que podem fazer o seu trabalho. Você não, Virgínia. Fique junto da garota. Bem, estamos prestes a decolar. Tenham um vôo agradável. –disse frisando cinicamente a última palavra.
Quando o avião decolou, Alexandra perguntou:
-Aquele homem loiro é sempre tão mau?
-Na verdade ele não é tão mau assim... Às vezes ele é tão diferente... –Gina disse com um suspiro e ficou vermelha –Eu posso te prometer, mas que fique entre nós, que eu não vou deixar que ele te mate, Alexandra.
-Obrigada por não querer que o seu namorado me mate.
-Ele não é meu namorado. Nós somos c-casados.
-Vocês devem se amar muito, não é? Minha mãe é viúva e ainda assim continua amando o meu pai. Ela sempre diz que amor é a base de um casamento. Isso é verdade, não é?
-Não no meu caso, foi um casamento acidental. Você não entenderia.
“Por que estou falando sobre isso pra uma criança?” ela perguntou-se.
-Então você não ama ele?
Gina corou e respondeu com o silêncio. Alex tornou a perguntar:
-Por que não me responde se ama ele? É fácil, é só responder: Sim. Ou então, não.
-Eu não sei. –a ruiva falou rispidamente.
Alexandra mudou de assunto:
-Vocês vão mesmo me soltar?
-Sim.
-Qual é mesmo o nome dele?
-Malfoy. Draco Malfoy. –respondeu sem vontade - Por que pergunta?
-Por nada. Eu apenas queria saber se esse tal de Draco já matou alguém de verdade.
-Sim.
A garota engoliu em seco, antes de perguntar:
-E você?
-Eu nem consigo me imaginar fazendo isso. –respondeu convicta.
“...Apesar de que ás vezes aurores matam comensais. Nunca precisei fazer isso... Fui logo colocada nessa missão por Dumbledore.” Ela acrescentou em pensamento.
-Moça, se você não pe má e não sabe se ama esse Draco, por que fica com ele, se ele é tão mau?
-Olha, Alexandra... É realmente uma história muito longa.
-Experimente resumir para me contar. –a loira sugeriu.
Gina suspirou antes de concordar:
-Está bem. Era uma vez duas famílias que se odiavam, a família Weasley que é a minha e a família Malfoy que é a dele.
-Isso está parecendo Romeu e Julieta.
-Romeu e Julieta? Quem são esses?
-Membros de duas famílias inimigas que se odiavam. Mas eles se amavam.
-então não é o meu caso. Até pouco tempo, eu e o Draco nos odiávamos.
-E agora? O que aconteceu para não se odiarem mais?
-Aconteceram muitas coisas que nos fizeram deixar o ódio pra trás.
-Que coisas?
-Você é muito curiosa. Bem, não posso negar que eu também costumava ser.
-Eu sei, mas eu não posso evitar...
-Digamos que eu fui forçada a trabalhar com ele e com essa convivência, passamos a nos conhecer melhor.
-E por que te chamaram de fugitiva? Você e aquele loiro são mesmo os dois fugitivos da televisão e das capas dos jornais?
-Sim, infelizmente somo.
A garota começou a rir e tentou, sem sucesso, abafar a risada:
-Qual é a graça? –Gina perguntou, aborrecida –É porque não é você que está sendo perseguida.
-Não é isso. Eu não posso evitar...
-É por que então?
-Eu vi na tv as imagens de você e ele no elevador. Que fogo, hein?
Gina corou até a ponta do último fio de cabelo.
“Não acredito que tô ouvindo isso de uma criança!”
-Tem certeza de que tem só 10 anos?
-Claro. Por quê?
-Como por quê? Você é só uma criança. Não podia fazer um comentário desses. Crianças não fazem esse tipo de comentário.
-Você é que pensa... –Alex murmurou mais para si mesma, mas Gina entreouviu.
“O que se passa com essas crianças trouxas?”
-Me recuso a continuar com essa conversa. –Gina disse ainda vermelha.
A garota deu de ombros:
-Então quer um conselho? –perguntou, mas não esperou resposta para continuar -Pense duas vezes antes de fazer certas coisas dentro de u elevador.
-Eu já aprendi isso. Também vi as imagens que passaram na tv. Fiquei morrendo de vergonha, mas agora já sei das câmeras nos elevadores. Não cairei mais nessa. Errar é humano, mas persistir no erro é burrice.
As duas ficaram em silêncio o resto da viagem, até mesmo durante a refeição trazida por uma aeromoça.
O co-piloto avisou pelo radinho que em breve iriam pousar. As aeromoças, que eram as únicas em pé no avião, sentaram-se em seus lugares e afivelaram os cintos.
Quando o avião terminou de taxiar, Draco saiu tempestivamente da cabine e com a varinha empunhada:
-Vem rápido, Virgínia! –ele cobrou puxando-lhe uma mão com a sua livre.
-Adeus, Alexandra. –Gina falou olhando pra trás e a garota levantou o polegar em resposta.
Os dois desceram depressa do avião e correram pra fora do aeroporto. Havia uma fileira de táxis. Eles pegaram o mais próximo e sentaram-se no banco de trás.
-Pra onde eu toco? –o motorista perguntou.
-Dá umas voltas pela cidade. –Draco falou.
O taxista deu de ombros e murmurou:
-Turistas...
Draco apanhou o mapa que havia guardado em um bolso interno e o passou para Gina.
-Veja pra onde temos que ir e de preferência, muito rápido.
O pergaminho estava em branco, exceto por um ponto vermelho que piscava brandamente:
-Nada, apenas um ponto piscando bem fraquinho.
-Oh! Mas que droga! Quanto antes...
-’Peraí! –ela interrompeu e o motorista pisou no freio e a olhou curioso –Não é nada, continua dirigindo –falou para o motorista –O mapa está ficando quente –ela sussurrou no ouvido de Draco.
Eles ficaram rodando a cidade de táxi e guiavam o motorista (falavam pra ele seguir ou dobrar alguma esquina), tanto que algumas vezes puderam ouvir o motorista resmungar algo como “Malucos...”. Por fim “perderam-se”, não sabiam mais se estavam em Los Angeles. O taxista obviamente sabia por onde estavam indo, mas Gina e Draco não se incomodavam em perguntar, já que essa não era exatamente a preocupação número um deles.
Quando o ponto piscou 3 vezes fortemente no mapa (que estava até bem quente) e parou, Draco e Gina exclamaram:
-Pare! –e o motorista freou um tanto bruscamente –Vamos descer aqui. –Draco anunciou.
-Aqui? Essa é a parte abandonada do porto. As reformas estão paradas há um bom tempo. –o taxista informou –Devem estar cansados e agora é hora de almoço. Se quiserem, eu posso levá-lo pra algum hotel ou restaurante.
Draco respondeu que não, apesar de realmente querer cair numa cama e dormir até o dia seguinte.
-Não, obrigada. –Gina respondeu –Quanto é?
-U$400,00. –respondeu calmamente.
-O quê? -Gina perguntou, sem acreditar –Isso é um roubo!
-Não é, não. –o taxista replicou –Todas as voltas que deram... Deu quase 50km.
-Mas... –Gina começou, porém foi interrompida por Draco.
-Tudo bem. –o loiro falou e entregou quatro notas de U$100,00. –Aqui está.
Os dois então saíram do carro e Gina falou:
-Olhe só tudo isso. Temos que procurar o local.
Havia uma placa em que estava escrito “Danger! Keep Out!” (Perigo! Mantenha-se afastado!). Gina e Draco ignoraram a placa e se aproximaram. Não tinha nenhum sinal de vida humana por ali e era deveras silencioso. Draco sacou a varinha:
-Guarde isso! E se tiver algum trouxa por aqui?
-Não deve ter. Os únicos habitantes desse lugar devem ser ratos.
-Não-gosto-de-ratos. –a ruiva murmurou rapidamente, mas Draco ouviu.
-Eu estou aqui. –ele falou firmemente e aquilo foi o suficiente para passar segurança pra ela.
Gina sorriu e teve de repente vontade de ir pra qualquer lugar com o malfoy. Sentiu que se tivesse que ir até o fim do mundo, iria. E a companhia de Draco seria o suficiente pra ela.
-Que cara é essa, Virgínia? –Draco perguntou curioso –Parecia estar em outra dimensão.
A ruiva se sentiu esquentar e rapidamente desfez a expressão sonhadora e o sorriso bob que havia em seu rosto. Então respondeu:
-Não é nada. Estava apenas pensando como seria maravilhoso poder dormir numa cama confortável e num travesseiro macio. –ela mentiu.
-Concordo, mas infelizmente isso não é possível agora.
-O que fez com as nossas malas? –ela perguntou preocupada –Não as deixou no avião, né?
-Não, estão aqui comigo no meu bolso. Transfiguradas em caixas de fósforos.
-Espera, Draco. –Gina falou olhando pro pergaminho, ele (Draco) parou.
-O que é?
-está vendo a parede dessa casa? Deve ser por aqui.
Draco examinou a parede e tentou abrí-la de todas as formas possíveis, porém não consegui.
-PORRA DE PAREDE!!! –gritou após a vigésima tentativa frustrada –Quem foi o maldito? Quem foi o puto que construiu essa parede desgraçada? Eu MATO! Entendeu? EU JURO QUE...
Gina (já cheia de tanto Draco xingar) subiu na ponta dos pés e calou-o com um beijo. A princípio, o Malfoy parecia confuso, mas depois começou a corresponder e quando isso aconteceu, Gina parou o beijo:
-Acho que isso foi o suficiente para fazer você calar a boca.
-Não, não foi. –ele respondeu e a puxou contra si, levando seus labiosa aos dela.
A ruiva até tentou (com 0,00001% de sua força) pará-lo, mas era inútil e ela sabia disso. Seu cérebro, ou pelo menos o lado racional dele, estava cansado demais para conseguir pensar, quanto mais resistir àquela doce sensação que estava sentindo. Estar nos braços de Draco Malfoy a fazia se sentir leve como uma pluma e mole como uma gelatina. Indefesa, mas ao mesmo tempo segura. Fraca para resistir à ele (os joelhos que o digam) e forte pra enfrentar o que viesse e o que ela sabia que teria que enfrentar. Destemida de tudo e todos, menos de perdê-lo.
Decididamente Draco havia se tornado o seu porto seguro. De repente ele não era mais o Malfoy, o Comensal da Morte frio e desalmado, mas sim Draco. O seu Draco. Poderia ela chamá-lo “seu” um dia? Quem sabe... O Draco que a irritava para depois cobrí-la de beijos. O Draco que sim, tem seus defeitos e um alto poder de magoá-la, mas que está sempre lá para protegê-la e secar suas lágrimas. O Draco que não mais a odeia e que ela também não mais odeia. O Draco que às vezes forçava a barra, mas que bem ou mal, do jeito dele, esperava pelo tempo de Gina.
Então ela lembrou-se da noite em que decidira fugir. A noite em que Draco havia levado dois tiros e por sua culpa [N/A: Se ela não tivesse fugido...] quase havia morrido. A noite em que ele disse achar estar apaixonado e ela quase o havia perdido... Ao pensar nisso, ela quebrou o beijo e para sua surpresa, sentiu uma lágrima rolar solitária por sua face. Olhou para os olhos de Draco e quase se perdeu na profundidade daqueles lagos cinzas. Ele secou a lágrima dela. Tinha o olhar mais próximo de carinhoso e preocupado que ela já havia visto nele, ao perguntar:
-O que aconteceu, Gina?
-Me abraça? –ela perguntou com a voz meio embargada. [N/A: Como eu tinha assistido o filme Closer, eu coloquei essa fala.]
Mas Gina, sem esperar, deitou a cabeça no peito de Draco e o enlaçou forte. Logo após sentiu Draco abraçá-la bem apertado e sussurrar em seu ouvido:
-Eu ainda quero saber a razão dessa sua carência momentânea. –cobrou e começou a alisar os cabelos dela.
-Não sei, acho que ainda estou impressionada pela sua quase morte.
-eu ainda estou aqui. –disse ainda alisando os cabelos rubros –E sempre vou estar, minha Rainha.
Imediatamente a Weasley desenlaçou o corpo de Draco e pôs suas mãos contra o peito dele:
-O que foi, Virgínia? –ele perguntou, ainda a segurando contra si.
Ela o encarou com uma expressão desaprovadora:
-Você sabe que sou contra isso, Draco. E sabe também que só farei isso pela dívida bruxa.
O Malfoy a soltou:
-Eu vou te dar o mundo e você ainda reclama? –ele perguntou incrédulo.
-Não, Draco. Você não vai em dar o mundo. Quer seguir em frente com essa idéia estúpida por puro egoísmo.
-Mas Virgínia... Eu vou te dar poder. Tanto poder, quem nem pode imaginar.
-Eu não preciso de poder pra ser feliz.
-Do que você precisa então?
Ela fez força pra não pensar sobre isso e perguntou:
-Você quer me fazer feliz, Draco Malfoy?
Draco olhou para Gina, ela o encarou, séria e desafiadora.
-Eu respondo se você responder primeiro a minha pergunta. –ela falou quando ele não respondeu –Me diga, Draco. Você quer me fazer feliz?
Ele a avaliou e após alguns longos e incômodos segundos, ele respondeu:
-Se você considerar que eu não gosto de te ver chorando...
-Então desista da idéia de ser o novo Lord das Trevas.
-Não. –ele disse sem hesitar –Você não vai me convencer, Virgínia. Agora é a sua vez de responder.
-Ver você destruir a paz e ser forçada a compactuar com isso, não vai me fazer feliz. Será que você não consegue entender?
-Não, eu realmente não te compreendo. Qual é a coisa que te deixaria mais feliz?
Ela olhou para os próprios pés por alguns instantes.
“O que me deixaria mais feliz? Há várias coisas que me deixariam muito feliz. Mas se eu tivesse de escolher uma entre elas... O que eu escolheria?”
-Não sei, mas acharia maravilhoso que você não alimentasse as trevas que há em você. O Draco que você tenta esconder é o Draco que eu gosto.
-Não fantasie coisas, Virgínia. Esse Draco a que você está se referindo não existe mais. Ele morreu há 11 anos. Então sinto lhe dizer, mas terá que me suportar do jeito que eu sou e não do jeito que você quer que eu seja.
Gina deu um sorriso e Draco olhou-a confuso antes de sentir os lábios quentes dela nos seus.
“O que é que a Gina tá fazendo? Eu achei que ela estivesse brava comigo.” Draco pensou acompanhando o ritmo doce e carinhoso que Gina impunha ao beijo.
O loiro sentiu a ruiva pegar suas mãos e então parar o beijo:
-Muito óbvio, Sr. Draco. –ela disse rindo e balançando a cabeça negativamente.
-O que é muito óbvio, Virgínia? –ele perguntou entre aborrecido e curioso.
-Você não consegue esconder os seus sentimentos. Pelo menos não de mim, já que sei o seu ponto fraco. Você não é um poço de frieza, não o tempo todo.
Draco soltou suas mãos das de Gina e bufou:
-Hunf! Isso é trapaça, Virgínia. Você disse que não iria usar isso contra mim.
-Não é exatamente contra, Draco. Mas chega de falar disso, temos que continuar procurando.
-Mas definitivamente não há uma passagem nessa parede. Bem, se tiver uma, não dá pra abrir. Eu sinto magia por aqui. Forte e antiga.
-Magia egípcia antiga. –ela suspirou –É dureza pra desfazer.
A ruiva então se ateve a outros detalhes. Primeiro notou uma janela e tentou abrí-la de várias maneira, não obtendo sucesso em nenhuma delas. Então notou uma porta de madeira que parecia estar caindo aos pedaços. Ela olhou para Draco e ele apenas disse:
-Vai!
Gina então tomou impulso e deu uma bica na porta, mas tudo o que conseguiu foi sentir uma baita dor nos dedos do pé. Draco olhou para outro lado, assim evitando rir.
-PUTA QUE O PARIU! Mas que porta miserável! Pensei que estivesse quase saindo das dobradiças. Que ódio! Porta mal...
Ele olhou pra ela com um sorriso sarcástico:
-É necessário que eu cale a sua boca também? –perguntou.
-Não, não é necessário. Você sabe que temos que parar de nos desviar dos assuntos que nos levam ao elixir.
Draco suspirou e olhou para o céu.
“Merlin! Quando é que irá ouvir as minhas preces? Estar perto da Virgínia e não poder tocá-la como quero, é muita tortura!!!”
-Alorromora. –o loiro a ouviu dizer –Droga! Essa porta não abre, mas tem que ser nessa porta. O ponto vermelho no mapa está piscando que nem louco.
-É óbvio que tem magia nessa porta, Virgínia, ou então ela já teria caído ou sido aberta. –Draco explicou, se sentindo o máximo e se aproximando da porta –Com licença, agora observe. –“Essa eu pago pra ver.” Ela pensou –Finite incantatem. Alorromora.
Nada aconteceu e a Weasley tentou abafar o riso, mas Draco percebeu:
-O que é que foi, Weasley? –ele perguntou e imediatamente Gina parou de rir.
Weasley? Fazia um certo tempo que ele não a chamava assim. Ela resolveu devolver na mesma moeda:
-Nada, Malfoy. Tem mais alguma idéia brilhante? –perguntou irônica.
Ele não gostou nem um pouco dela o ter chamado pelo sobrenome, mas nada comentou, já que ele próprio havia feito isso com ela também.
-Na verdade tenho, Virgínia. Se a magia de dois puros-sangues não funcionar, eu não sei o que poderia.
-Você sabe que não se mede magia de um indivíduo pela pureza de seu sangue.-a ruiva falou séria –Odeio esse seu racismo!
Draco rolou os olhos:
-Não vai querer me dar lições de moral agora, vai? Temos coisas mais importantes pra fazer. Vamos tentar abrir a porta juntos.
-Como? –ela perguntou suspirando cansada.
-Simples. Como eu fiz, mas dessa vez faremos juntos, tudo bem?
-Não sei se isso vai funcionar, Draco. Mas podemos tentar. –ela concordou.
-No três. Um...dois, três. –Draco contou –Finite incantatem. Alorromora. –disseram em uníssono, com as varinhas apontadas para a “frágil” porta.
Gina olhou para o pergaminho e ele estava totalmente em branco, depois para a porta que parecia estar igual a antes dos feitiços:
-Não acho que tenha funcionado. –comentou.
Draco fez uma cara de “Odeio-estar-errado” e chegou mais perto da porta:
-Só vamos saber depois de fazer isso. –o loiro disse girando a maçaneta.
Gina prendeu a respiração, mas tudo o que aconteceu, foi o Malfoy conseguir finalmente abrir a porta.
-Viu só? Vamos, Virgínia. –ele convidou.
A Weasley mordeu o lábio inferior e então disse:
-Não tenho um pressentimento bom sobre essa casa.
-é uma casa velha, escura, abandonada e caindo aos pedaços. Você tem medo da escuridão?
-Não, eu tenho medo do desconhecido. Estou dizendo, Draco. Não é apenas uma casa... Bem, não deve ser apenas isso ou então o mapa não nos traria até aqui.
Draco entrelaçou sua mão com a dela:
-Não se preocupe, eu vou te proteger. –ele prometeu, sério.
Gina respondeu com um lindo sorriso e essa atitude da ruiva provocou reações interessantes no Malfoy. Digamos que as mãos dele (bastante) e as faces (levemente) esquentaram, enquanto as batidas cardíacas pareceram dobrar de velocidade e ele desviou o olhar de Gina, a puxando consigo...porta adentro.
Mal atravessaram a soleira da porta e ela se fechou sozinha, rápida e com um barulho seco. Antes que pudessem proferir um feitiço lumus, o chão sumiu sob seus pés e logo estavam caindo em meio a escuridão.

N/A: Comentem, plz! E sorry por demorar

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