Oque Deus uniu...?!?



Capítulo 27: O que Deus uniu...?!?



Havia se passado três dias desde então.

“Puta merda! Que dor de cabeça horrível! Estou me sentindo todo quebrado.” Draco pensou e abriu os olhos.

Sua vista estava embaçada e ele teve que piscar várias vezes até ter uma imagem nítida de onde estava e se acostumar com a luz em seus olhos claros.

Era um quarto branco com uma televisão que estava ligada. Os raios vacilantes do sol poente entravam pela fresta entre as cortinas brancas e a luz florescente estava ligada. Avistou sua mala e a de Gina em um canto e por falar na ruiva… Ela estava sentada numa cadeira ao lado da cama dele e se debruçara sobre esta para dormir.

Ao perceber que Gina havia entrelaçado sua própria mão (a dele) com a dela, ele tratou de puxar a mão. A ruiva levantou o tronco e fitou Draco sonolentamente, então esfregou os olhos e ao perceber que não era um sonho, sorriu abertamente:

-Draco! –ela exclamou se jogando pra cima dele em um abraço apertado –Estou tão feliz!

-Ai! –ele gemeu de dor –Me solta, Weasley! Quer terminar de me quebrar? Não morri, mas com você corro o risco de ser sufocado.

Gina soltou-o, sem jeito e se desculpou:

-Me desculpe, mas não pude me controlar. Eu fiquei com tanto medo, tão preocupada…

-Que lugar é esse? Há quanto tempo estou aqui? E o que é essa coisa no meu braço?

-É um hospital trouxa, particular, o melhor da região. Você está aqui há três dias e essa coisa no seu braço é soro pra te fortalecer. Bem, sei que deve ter outras dúvidas. Quer que eu lhe conte o resto?

Ele assentiu:

-É claro, achei que ia morrer…

A ruiva respirou fundo e então começou a falar:

-Quando você perdeu os sentidos, eu fiquei desesperada. O seu coração não batia e você não respirava, mas eu não podia te deixar morrer…Se não fosse por você…Não sabe o quanto lhe sou grata, mas então voltando…Mione havia me ensinado primeiros socorros trouxas, então eu fiz respiração boca-a-boca e massagem cardíaca em você. Na gora não adiantou muito, mas depois os médicos me disseram que foi crucial para te manter vivo. Uma ambulância chegou, não sei como, e eles lhe deram choques elétricos no peito. O seu coração voltou a bater e eles te colocaram em uma máscara de oxigênio. Eu disse pra eles que nos levassem para o melhor e mais próximo hospital e que não importasse o preço, eu pagaria. Te levaram pra sala de cirurgia às pressas. Eu preenchi a sua ficha de entrada, autorizei as cirurgias que eles queriam fazer e paguei tudo no cartão.

-Você deixou que trouxas me abrissem, Weasley? –ele perguntou furioso –Você é louca, eu podia ter morrido…

-Mas não morreu! –ela o interrompeu –Era tudo ou nada e aqueles médicos sabiam o que tinham que fazer.

Ele revirou os olhos:

-e o que aconteceu depois?

-Você estava fraco, porque tinha perdido muito sangue. Eles me disseram que se não fosse feita uma transfusão de sangue do seu tipo, era grande a possibilidade de incompatibilidade. Eu perguntei quanto tempo eles demorariam pra conseguir o sangue do seu tipo e eles responderam que estimavam uns 15 minutos no mínimo. Perguntei qual era o seu tipo de sangue e me disseram B negativo, é o mesmo que o meu. A sua situação era delicada e qualquer atraso poderia ser fatal. Então eu decidi doar sangue pra você.

-Você doou sangue pra mim? –ele perguntou incrédulo.

Ela sorriu, se divertindo ao dizer:

-É, quem diria que algum dia haveria sangue Weasley correndo pelas veias de um Malfoy.

Draco olhou pela janela:

-Obrigado. –murmurou timidamente –Pelo menos você é sangue-puro, eu odiaria que fosse sangue de um trouxa.

Ela virou o rosto dele:

-Não precisa me agradecer, mas e daí se fosse sangue de trouxa? Sendo B negativo, faria o mesmo efeito que o meu sangue. –ela falou e ele a olhou contrariado -Eu fiz isso porque era a minha vez de salvá-lo. –ela acrescentou e deu um selinho nele –Uma bala atingiu de raspão o pulmão direito e a outra quase atingiu o tendão de ligação entre o ombro e o braço esquerdo, mas eles retiraram as duas balas com sucesso e repararam os danos. Quer que eu tire as cicatrizes?

Draco assentiu. Gina sabia que ele estava com uma cueca por baixo da camisola do hospital (vira a enfermeira trocá-lo após o banho), mas não pôde deixar de ficar vermelha ao vê-lo arrancar sem cerimônia o uniforme do hospital. Ela tocou as cicatrizes pra saber com qual intensidade deveria fazer o feitiço, então se concentrou:

-Curar. –falou apontando para as cicatrizes.

Depois tocou novamente os locais e estavam lisinhos e intactos. Draco tirou a agulha do soro de sua veia e perguntou:

-Pode me passar algumas roupas?

-Você não pode ir saindo assim, tem que esperar que te dêem alta. –ela o informou.

-Faz isso por mim, sim? –ele apelou, fazendo cara de inocente.

Diante do olhar dele, a razão de Gina fraquejou. Ela foi até mala de lê e pegou uma calça esportiva cinza, uma camiseta azul e uma jaqueta preta. Levou as roupas até ele e virou-se para assistir tv enquanto ele se trocava. Na verdade apenas olhava pra tv, porque nem prestava atenção ao noticiário que passava.

Depois de um tempo virou-se, Draco já estava vestido e a fitava intensamente:

-Vamos? –perguntou após calçar os sapatos.

Ele ainda estava sentado na cama e Gina dirigiu-se até ele:

-Você está bem mesmo, Draco?

-Sim, apenas tenho algumas dores pelo corpo, mas sei que vai passar.

Gina abraçou-o (dessa vez com mais cuidado) e depois de um tempo ele devolveu o abraço, meio inseguro.

-É verdade o que me disse? –ela perguntou sussurrando no ouvido dele.

-O quê?

-Sobre…estar apaixonado por mim.

Draco ficou duro nos braços de Gina e ela o encarou.

A ruiva viu uma coloração levemente rosada no rosto dele. O Malfoy engoliu em seco:

-Eu estava à beira da morte, não conseguia mais organizar meus pensamentos. Não me diga que acreditou nas palavras delirantes de alguém prestes a morrer.

Gina olhava tão intensamente nos olhos de Draco que ele sentiu como se sua mente fosse invadida por lasers. A ruiva “farejou” mentira nas palavras dele:

-Não minta pra mim. –disse com a voz cortante.

-Tá bom, você venceu. Mas eu disse “acho”, ou seja, é apenas uma mínima, uma levíssima suspeita.

Ela sorriu e o beijou longamente com ardor. Vindo de Draco Malfoy, aquelas palavras eram definitivamente um progresso. Ele tirou os sapatos com os próprios pés e Gina também.

A ruiva subiu na cama e sentou-se no colo dele, passando os braços para trás do pescoço dele:

-Senti tanto a sua falta, nunca iria me perdoar se você morresse. –disse e voltou ao beijo.

Draco, apesar de corresponder ao beijo de Gina com avidez, estava com os ouvidos atentos para a entrada de qualquer pessoa. Mas não foi o barulho da porta sendo aberta ou de passos que o deixou surpreso.

Ele ouviu dizerem na tv “…Virgínia Molly Weasley e Draco Thomas Malfoy…” então parou bruscamente:

-Olhe pra tv e preste atenção. –ele disse à Gina que estava confusa pela repentina parada.

Ela olhou e o que viu a fez ficar de boca aberta. Era um noticiário e Gina e Draco estavam nele. A âncora falava que os dois estavam sendo acusados de usar um cartão bancário fraudado em vários hotéis e um motel (o Chicago’s Star):

-E você disse que nunca seríamos descobertos. –Gina comentou, mas voltou a ver o noticiário.

Sim, Hermione estivera certa. Gina e Draco descobriram a duras penas no New York International Hotel tinha uma câmera. Algumas imagens deles no elevador estavam sendo exibidas na tv para milhões de pessoas.

Gina ficou púrpura, seu pai gostava de artefatos trouxas e tinha uma televisão em sua sala no Ministério da Magia. Ela quis morrer só de pensar se o pai estivesse com a tv ligada naquele canal e naquela hora:

-Ainda são 5h da tarde, com essas imagens…Bem, é capaz que coloquem mais uma acusação contra nós, a de atentado ao pudor. –Draco desdenhou.

“...os acusados também estão na 1ª página do USA Today –a âncora dizia em tom eficiente –A polícia está atrás dos fraudadores e tem esperanças de pegar Malfoy e Weasley antes do fim do dia seguinte...”

-Ótimo! Isso é tudo que precisávamos. –Gina falou, irônica –Agora, além de comensais, os trouxas também estão nos caçando. O que faremos?

-Fugir, é claro. –Draco falou como se fosse óbvio, enquanto calçava seus sapatos –Se importa de pegar a minha varinha?

Gina calçou novamente seus sapatos e apanhou a varinha de Draco na mala dele, devolvendo-a para ele:

-Você pagou esse hospital com o cartão. Teremos que sair logo daqui, é provável que em breve a polícia esteja aqui.

-É melhor colocarmos alguns acessórios antes de sairmos. Nós dois devemos usar óculos de sol. Você coloque um gorro e eu vou usar o do meu moletom.

Gina pegou seus óculos de sol e Draco os dele e um gorro preto. Eles abriram a porta e saíram rápidos e silenciosos como gatos pelo corredor. Entraram por uma porta para saída de emergência e desceram correndo as escadas.

Ao saírem do hospital viram uma avenida movimentada. As calçadas estavam cheias de pessoas dos dois lados. Havia um carro de polícia parado próximo à entrada principal do hospital, mas não fora por ali que Gina e Draco haviam saído. Além disso, havia muitas pessoas. Tiveram sorte e passaram despercebidos.

Draco e gina viraram a esquerda na 1ª rua que encontraram, mas essa rua era outra avenida movimentada com muitas pessoas andando pelas calçadas.

O loiro ficava olhando pra trás quase o tempo todo.

-Por que você não olha pra frente, Draco? –Gina perguntou curiosa –Assim vai acabar dando de cara com um poste.

-Estamos sendo seguidos. Um homem e uma mulher de preto. Acho que o homem é Macnair e a mulher, Belatriz. Não olhe pra trás. –ele alertou –Continue andando e quando eu disse três, comece a correr.

Gina acenou concordando. Estava branca de nervosismo.

-Um, dois...três! Corra!

A ruiva começou a correr e o Malfoy corria atrás dela:

-Mais rápido, Virgínia! –Draco disse ao olhar pra trás e perceber que os perseguidores começaram a correr também.

A Weasley começava a se cansar quando Draco ordenou:

-Entre em algum estabelecimento. Tem muita gente aqui e por enquanto eles não podem nos ver.

Gina olhou para uma porta de madeira a sua esquerda e abriu-a num impulso. Ela e Draco entraram e ela trancou a porta a chave. Estavam respirando aliviados, quando ouviram uma voz e pularam meio metro de susto. Viraram-se e era um homem sério, e baixinho de terno cinza, que perguntou:

-Foi você quem me ligou há 10 minutos? –ele perguntou para Draco que ergueu as sobrancelhas, confuso –Por que se não for e não estiver interessado nos serviços dessa agência, vocês podem cair fora. –o homem concluiu, secamente.

O loiro olhou pra Gina.

“Agência?”

“Responda que sim, não podemos ir lá pra fora agora.” Ela pensou preocupada.

-Sim, fui eu que liguei. –Draco respondeu –Solicitei os serviços da sua agência.

Agora o homem abriu um sorriso e tornou-se agradável:

-Muito prazer em conhecê-los. –falou apertando a mão dos dois –Qual é o seu nome e o da srta? Completo, por favor.

Draco e Gina disseram e o homenzinho anotou.

-a propósito, eu sou John Whitestone. Podem ir trocar de roupa. O sr entre na porta à esquerda e a srta à direita.

Os dois se entreolharam e então entraram onde lhes fora indicado.

Após 20 minutos, Gina colocara a roupa, os sapatos e os acessórios que estavam lá. O Sr. Whitestone bateu à porta, mas Gina recusava-se terminantemente a sair de lá no estado em que se encontrava.

-Eu não vou sair daqui desse jeito!

-Ora, Srta. Weasley. Como esperava estar vestida? –Whitestone perguntou impaciente –Saía logo daí. Tenho certeza de que está linda e além disso, o Sr. Malfoy já está pronto. Vai deixá-lo esperando?

A ruiva colocou a roupa e os acessórios que tinha tirado, em sua mala. Respirou fundo e então abriu a porta:

-Viu só? Eu disse que estaria linda. Só falta levar a sua mala. –ele disse pegando a mala. –ele disse pegando a mala –Fique aqui. Quando ouvir a melodia, ande um pouco, vire à esquerda e siga reto pelo corredor entre os bancos. –Whitestone disse e deixou-a ali sozinha.

Gina tinha várias perguntas: Onde ela e Draco haviam entrado? Por que ela tinha que ter vestido aquela roupa? Pra onde Whitestone teria levado a mala deles?

Mas a principal delas era: Onde estarão Belatriz e Macnair?

Gina sabia que se eles encontrassem ela e Draco, seria o fim. A ruiva estava tremendo dos pés à cabeça ao pensar nisso, mas conseguiu ouvir a música e então fez o caminho que Whitestone dissera.

Ela lembrava-se vagamente de já ter ouvido aquela música, mas não se lembrava em que ocasião. Quando avistou Draco, viu que ele estava com um smoking preto, e andou relativamente rápido até ele.

Ao chegar ao lado do loiro, ela viu à frente deles, em um patamar mais alto estava um homem velho de cabelos brancos e ralos. Ele vestia uma roupa que Gina achou ser uma capa que estava na moda e segurava um grande livro nas mãos:

-O que está acontecendo por aqui? Quem é esse homem do livro? –ela sussurrou para Draco.

-Não me pergunte o que está acontecendo, porque eu não sei. Mas Whitestone disse que é esse cara que realiza os serviços da agência.

-Que serviços?

Draco deu de ombros e o “homem do livro” perguntou:

-Querem uma cerimônia rápida ou longa?

-Rápida. –Draco respondeu.

“Seja lá qual cerimônia esse cara tá falando, temos que sair daqui o mais rápido possível.” Ele pensou.

O homem olhou pra Whitestone e começou:

-Hoje estamos aqui reunidos para celebrar a união entre as almas desses jovens apaixonados... –mas Gina e Draco mal estavam ouvindo, estavam mais preocupados em checar se a porta dos fundos continuava trancada.

-Virgínia Molly Weasley. Aceita casar-se com Draco Thomas Malfoy e ser fiel? Para amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

Nesse mesmo instante Draco perguntou pra Gina:

-Também acha que Belatriz e Macnair são capazes de arrombar a porta e entrar aqui a qualquer momento?

-Sim. –Gina respondeu.

Whitestone se adiantou:

-Coloque isso no dedo anelar da mão esquerda dele. –disse entregando um anel.

Gina fez o que lhe foi pedido:

-Draco Thomas Malfoy. –o “homem do livro” começou novamente a falar –Aceita-se casar com Virgínia Molly Weasley e ser fiel? Para amá-la e respeitá-la na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

-Acha que eles ainda estão por perto? –Gina pergunta pra Draco ao mesmo tempo.

-Sim, é claro. –Draco respondeu e Whitestone se aproximou com o outro anel.

O loiro colocou no dedo de Gina:

-Por que nos deram esses anéis? É presente da agência?

-Deve ser. –Gina concordou.

O velho ergueu a voz consideravelmente e disse:

-Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.

Então finalmente a ficha caiu:

-O QUÊ? –perguntaram pasmos.

-Eu disse que estão casados. O que esperavam? Aqui é uma agência de casamentos expressos.

Perceberam que os anéis que usavam eram alianças, que o cara do livro era um padre. Só agora Gina notara que a música que ouvira anteriormente era uma marcha nupcial e entendeu porque estava vestida como uma noiva. Para a agência, ela era uma noiva!

-Não vai beijar a noiva, Sr. Malfoy? Beije-a, deixe-me tirar uma foto e então podem pegar o carro e partir em lua-de-mel. Suas malas já foram guardadas no conversível. –Whitestone falou.

Carro? Eles podiam fugir no carro! Tudo o que ele precisava era continuar mantendo a farsa. Olhou pra Gina que parecia pálida e assustada enquanto tentava digerir a idéia, e a beijou.

Whitestone tirou uma foto de quando os dois estavam se beijando e outra com os dois sorrindo (forçado, é claro). Draco então apanhou a chave do carro e saiu puxando Gina em direção a uma saída na lateral da igreja improvisada.

“Esses jovens de hoje em dia são muito apressados! Nem me deixaram dizer quando poderiam buscar as fotos...Será que não podiam esperar um pouco mais pela lua-de-mel? Bem, se eu fosse ele, eu também não esperaria.” Whitestone pensou enquanto os via sair do local.

Ao chegarem do lado de fora, viram um conversível preto, o carro que Whitestone tinha mencionado. Havia latas penduradas na traseira do carro, mas Draco as fez desaparecer, aquilo era muito chamativo. O Malfoy sentou-se no banco do motorista e Gina no do passageiro:

-Vamos! Você sabe dirigir, não sabe? –Gina perguntou.

“A chave está no contato, acho que tenho que girá-la.” Ele pensou e assim o fez.

O motor começou a funcionar. Gina ia perguntar de novo pra ele, mas resolveu não interromper o raciocínio dele.

Draco bateu no volante:

-Droga! Como é mesmo que se dirige essa coisa? Eu fiquei olhando como os taxistas faziam, não deve ser tão difícil.

-Você nunca dirigiu e resolveu experimentar agora? –Gina perguntou começando a se preocupar.

-Se sabe melhor, por que não me ajuda? –ele perguntou começando a se irritar.

-Meu pai teve um Ford Anglia há muitos anos. Me lembro vagamente dele e dos gêmeos ao volante. Acho que você tem que apertar o pedal do lado esquerdo e engatar uma “racha” [N/A:Marcha] com essa “alavanca” [N/A:Câmbio] aí no meio, aí você pisa no acelerador.

-É mesmo. –ele disse.

Draco pisou na embreagem, puxou o câmbio pra trás e acelerou. O carro começou a se mover pra trás em crescente velocidade:

-Freia! Essa é a marcha ré! –Gina exclamou.

Por sorte não havia nenhum carro estacionado atrás. Draco brecou bruscamente, fazendo os pneus “gritarem” e um cheiro de borracha queimada impregnou o ar.

-Vou tentar puxar a “alavanca” pra frente dessa vez.

Gina olhou pelo retrovisor e viu que Macnair estava a uma distância de uns 300m do carro e que começava a correr:

-É melhor tentar logo. Macnair vem aí!

Draco engatou a 1ª marcha e pisou fundo no acelerador. O carro arrancou “cantando” os pneus. Macnair ia “diminuindo” à medida que o carro se afastava em disparada.

Foi apenas quando pegaram uma estrada, que respiraram aliviados, mas não por muito tempo:

-Ufa! –conseguimos escapar. –Gina disse triunfante.

-É, mas o que me intriga é que quando saímos com o carro somente o Macnair estava lá. Onde será que ela está?

-Talvez ela estivesse nos procurando em outra rua.

-Talvez ela tenha entrado em algum estabelecimento à nossa procura.

-Ou talvez, Belatriz Lestrange estava aqui o tempo todo esperando que lhe perguntassem exatamente isso. –a voz da própria Belatriz veio do banco de trás.

Draco deu uma breve olhada pra trás e viu a comensal com um sorriso satisfeito, enquanto empunhava a varinha para Gina. Mas logo que ouviu um carro buzinar, ele teve que ficar de olho na estrada:

-Eu não devia ter subestimado a sua astúcia, Belatriz. –Draco comentou –Que tal fazermos um acordo?

-Acordo nenhum. Eu não negocio com traidores. Você acabou de se casar com ela. Quem diria que alguém que tinha todas as glórias com o Lord deixaria se envolver e corromper por uma Weasley? Foi você que matou Rabicho, não foi, Draco?

-Sim, fui eu. Além de a Weasley ser uma das poucas pessoas que entendem egípcio antigo, eu queria saber o porque dela ter me enganado. Foi por isso que a mantive viva.

-Então eu posso matá-la. A Weasley já deve ter te respondido todas as suas perguntas, mas terei que te matar também. Acho um desperdício, desnecessário, mas o Lord assim quer. Pare o carro, Draco!

-Não. –ele respondeu acelerando e erguendo a capota de metal do carro, ao apertar um botão no painel –Segure-se. –ele acrescentou para Gina.

-Pare o carro! Ou te mato agora mesmo Draco Malfoy! Não importa se é meu sobrinho ou não!

Draco acelerou ainda mais e o velocímetro marcou 180km/h:

-De qualquer jeito sou um homem morto nas suas mãos, mas se me matar agora, não terá quem dirija e se você matar a Virgínia eu jogo esse carro em cima de outro e você morre também.

Gina estava branca como um fantasma, havia colocado o cinto de segurança e agarrava os lados de sue banco com força:

-Tem certeza do que está fazendo, Draco? –a ruiva perguntou insegura e quando ele não respondeu, ela engoliu em seco.

Draco estava dirigindo com apenas uma mão enquanto colocava o cinto também e a velocidade aumentando...185km/h...190km/h. Gina já começava a rezar em pensamento. Os olhos de Belatriz estavam arregalados de terror:

-Foda-se tudo,Malfoy! –ela gritou quando viu a velocidade atingir 200km/h –O que você quer que eu faça pra você parar? EU FAÇO QUALQUER COISA!!! –exclamou no auge do desespero.

-Nem perca o seu tempo. –Draco disse com a voz calam, mas dava pra perceber que estava nervoso pelos nós dos dedos que estavam brancos de tanto apertar o volante –Sei que você não tem palavra e eu não tenho escolha.

Draco se aproximou de um caminhão e buzinou para que lhe desse passagem, mas o caminhão continuou no mesmo lugar.

A visão de Draco da outra mão estava impedida, mas ele resolveu arriscar e fazer a ultrapassagem.

Draco percebeu tarde demais que um ônibus vinha em sua direção. Num ato desesperado, ele virou o volante para a direita no último segundo. Não houve batida, mas o carro saiu girando na pista devido a alta velocidade. Somente depois de uns 20 segundos o carro tinha parado totalmente.

O Malfoy e a Weasley estavam lívidos e respiravam aceleradamente:

-Achei que você ia nos matar. –Gina declarou, ainda assustada e tonta com os rodopios do carro.

-Eu também. –Draco confessou e olhou pra trás –Que bom que deu certo, Belatriz está desacordada. Acho que bateu a cabeça.

-Você acha? Um dos vidros do carro está despedaçado e você ainda acha?

-Pegue a varinha dela por segurança. –ele sugeriu e Gina obedeceu.

O motorista do caminhão e pessoas dos ônibus estavam vindo na direção do carro. Draco colocou o braço pra fora da janela e apontou com o polegar pra cima, pra dizer que estava tudo bem. Então arrancou cantando pneu:

-Você é louco, Draco! Que tipo de idéia é essa de perder o controle do carro de propósito. Quase morri num acidente e quase morri do coração! –ela despejou sobre ele a própria tensão.

-Mas não morreu. –Draco disse vendo que havia um bosque na beira da estrada –Ela sim queria nos matar.

-O que vamos fazer com ela?

Draco parou o carro no acostamento e disse:

-Vamos deixá-la nesse bosque.

Gina concordou. Eles esperaram o movimento na estrada diminuir e draco apertou o botão para baixar a capota e saíram do carro. O loiro tirou Belatriz do carro, uma parte da cabeça dela estava ensangüentada, mas ela ainda respirava:

-Vaso ruim não quebra. –ele suspirou inconformado –Ainda está viva, se tivermos sorte, urubus virão comer o corpo dela enquanto está inconsciente.

-Não vai matá-la? –Gina perguntou surpresa.

Draco estudou-a por um momento antes de perguntar:

-Você quer que eu a mate, Virgínia?

A ruiva ia responder que não, mas nenhuma palavra saiu de sua boca.

“Será que é isso mesmo o que quero? Que Draco assassine-a na minha frente à sangue-frio?” ela perguntou-se.

-Não vou matá-la. –Draco respondeu surpreendendo a Weasley e ao ver o ponto de interrogação nos olhos dela, acrescentou –Ela não merece morrer sem ter consciência da dor. Somos fugitivos, não tenho tempo de matá-la lentamente como é de direito dela.

Ele se abaixou para carregar Belatriz, mas Gina já havia pegado as pernas dela:

-O que está fazendo? Eu posso carregá-la sozinho.

-Eu sei disse. Você não está entendendo. Eu quero fazer isso, quero poder fazer algo contra ela e ajudá-lo a deixá-la no meio de um bosque é fazer algo contra ela.

Draco deu de ombros e levantou Belatriz pelos braços. Eles carregaram-na uns dez minutos bosque adentro. Colocaram o corpo dela no chão. Gina partiu ao meio a varinha de Belatriz e jogou os pedaços ao longe:

-Ela não vai poder fazer nada com dois pedaços de madeira. –falou dando de ombros.

O loiro concordou e fizeram o caminho de volta. Não demorou muito para que chegassem no carro e partissem. Ao arrancar novamente, Draco saiu cantando pneu:

-Me lembre de nunca mais entrar no mesmo carro que você. –a ruiva disse.

-Faz melhor, então. –ele respondeu.

Gina deu um sorrisinho.

“É capaz de que eu faça melhor mesmo.” Ela pensou.

Não fez nenhum comentário sobre como ela dirigiria provavelmente e sim sobre outra coisa que de certa forma a estava incomodando:

-Draco... Você já pensou que nós...simplesmente casamos?

-Difícil não pensar com você vestida desse jeito.

-E então?

-Estávamos no lugar errado e na hora errada, não acha?

-acho, eu estava tão preocupada com a possibilidade de sermos pegos por Belatriz e Macnair, que não percebi que era um casamento.

-eu também, só percebi quando o padre disse que estávamos casados.

Gina riu:

-Qual é a graça? –Draco perguntou –Isso não é engraçado, demos um passo muito sério e sem perceber.

-Quem é que vai acreditar que alguém possa casar sem perceber? É o tipo de história pra se contar pros netos.

Ficaram por alguns segundos sem falar.

-Olha... –os dois disseram ao mesmo tempo.

-Fala você. –Gina sugeriu.

-Não, pode falar primeiro.

A ruiva respirou fundo:

-Bem... –ela começou insegura –Creio que...não vamos querer, digo...ficar casados...

Ele a interrompeu:

-É, você tem razão. Então podemos anular...

-Quando tudo isso acabar. –Gina completou e ele fez que sim –E Draco?

-Fala.

-Sobre o elixir. Agora que Voldemort te quer morto, você vai me ajudar a não deixar que ele o consiga, não vai?

Draco ficou quieto por um tempo antes de dizer:

-E eu por acaso tenho outra escolha?

Gina sorriu e passou seus braços em torno do pescoço dele:

-É tão bom poder contar com você. –ela sussurrou.

Beeeee! Foi a buzina de um carro e Draco voltou para sua mão virando o volante (não tão rápido quanto da última vez) e evitou outra colisão:

-Draco! –Gina exclamou se afastando dele.

Ele rolou os olhos:

-Fica difícil prestar atenção na estrada se você estiver pendurada no meu pescoço.

A ruiva ficou vermelha:

-Desculpa... –falou constrangida.

O Malfoy deu um meio sorriso ao perceber que ela estava com vergonha.

“Que tal ficar mais vermelha, Srta. Virgínia Weasley?” ele pensou.

-Guarde todo esse fogo para a noite de núpcias.

Ela realmente ficou mais rubra e Draco podia até sentir o calor que emanava do corpo dela:

-Draco! –ela exclamou envergonhada –Eu...você... –ela começou, mas Draco interrompeu.

-Não precisa continuar, eu sei o que vai dizer. É sempre a mesma coisa que você diz, então poupe-me dos seus sermões. –ele disse sério e com uma leve irritação na voz.

Pairou um silêncio incômodo entre os dois, mas nenhum deles ousou quebrá-lo por muito tempo.

No meio do caminho, Draco só parou rapidamente no drive-thru do McDonalds [N/A: Por incrível que pareça eu prefiro o Habibs] e num posto de gasolina (por insistência de Gina, quando ela disse que poderiam ficar sem combustível).

Já era mais de 11 da noite quando viram uma placa “2 miles to Dayton” (Duas milhas para Dayton):

-Acho que já estamos a uma certa distância de Chicago, vamos ficar em Dayton. –Draco falou com Gina pela primeira vez em horas.

-Onde? Estamos sendo procurados. –a ruiva lembrou.

-Mas temos que achar um lugar pra dormir. Não espera que eu dirija a noite inteira, não é?

-Realmente não espero, mas o que quis dizer, é que alguém poderia nos reconhecer...Talvez fosse melhor dormirmos no carro.

-HÁ! –ele riu sem emoção –Não pretendo deixar o meu corpo mais dolorido do que já está.

Gina rolou os olhos:

-Foi apenas uma sugestão, não estou nem um pouco a fim de ser presa ou descoberta por comensais.

-Eu também não, mas por favor...Eu quero uma cama pra dormir. Além disso, podemos arranjar um lugar na periferia, mas não vai poder ser grande coisa, nós ficávamos em hotéis 5 estrelas e será nesses que irão nos procurar. –Draco disse e a Weasley concordou.

Logo depois chegaram na cidade, que tinha um tamanho entre média e grande.

[N/A: Estou chutando, apenas achei Dayton no mapa mundi]

O centro tinha vários prédios e estabelecimentos bem iluminados. A maioria das pessoas que transitavam pelas calçadas eram jovens.

A maneira que se afastavam do centro, as pessoas na rua iam rareando e havia casas que ima ficando cada vez mais simples.

Resolveram passar a noite no “Burrow’s Dayton” que era um pequeno (micro) hotel de periferia. Havia apenas 5 quartos, 4 dos quais já ocupados. Draco e Gina ficaram com o quarto que restava, o de número cinco:

-Acha que aquele cara da recepção nos reconheceu? –Gina perguntou preocupada ao trancar a porta, que parecia ser a coisa mais resistente naquele aposento.

O lugar era úmido e pequeno, com paredes descascadas. Não tinha tv, sofá ou qualquer outra regalia. Tinha apenas uma cama e um criado-mudo.

A cama era de casal, mas muito estreita. Os cobertores eram brancos e pareciam bem limpos. Havia também um pequeno banheiro que não tinha Box e uma janela que dava para a rua detrás:

-Bah! Ele só deve ter ficado surpreso de que alguém queira passar a noite de núpcias nesse muquifo. –Draco respondeu –Vou tomar banho. –ele anunciou entrando no banheiro.

Havia duas coisas incomodando a ruiva. Uma eram os sapatos, que ela logo arrancou. E a outra coisa era o mapa. Ele tinha que apontar pra algum lugar o mais rápido possível! Com aquela perseguição, se ela não encontrasse logo o tal elixir, iria:

1-)Ficar louca.

2-)Morrer.

3-)Ser presa.

Certamente nenhuma das anteriores a agradava.

Ela então pegou o pergaminho dentro de sua mala e o abriu ansiosamente. Sim! O mapa tinha uma nova seta, dessa vez apontada para...:

-Bingo! –ela exclamou animada –Los Angeles! Até que enfim esse mapa resolveu mudar. O único problema é como chegar lá, já que fica na costa Oeste. É praticamente atravessar o país...

A voz de Draco a interrompeu:

-Hey, Gina! Falando sozinha?

Gina virou-se. A porta do banheiro estava semi-aberta e Draco estava com a cabeça pra fora:

-Estava sim. Por que você não sai logo daí?

-Esqueci minha toalha. Você pode pegar pra mim?

-e se eu não quiser?

-Eu mesmo pego, mas eu estou totalmente nu, sabe? E então?

-Deixa que eu pego. –disse e foi pegar na mala dele –Só não perde a cabeça, porque está grudada. –e entregou a ele.

-Ah, sim...E sou eu que esqueço de trancar as portas, não é? –ele disse irônico.

-Pode ter certeza que dessa vez eu não vou esquecer. –ela respondeu séria e ele fechou a porta.

Após cerca de um minuto, Draco saiu enrolado na toalha e com a roupa que tinha vestido antes nas mãos. Gina ignorou-o, pegou tudo o que precisava e entrou no banheiro.

Ela ficou 5 minutos tentando abrir o zíper do vestido, mas não conseguiu. Então abriu a porta e foi até o Malfoy que já estava com um pijama.

-Esse maldito zíper parece que emperrou! Você poderia abrir pra mim?

-Com o maior prazer. –ele respondeu e virou a Weasley de costas para si.

Gina podia sentir o cheiro daquele maravilhoso perfume dele, o que a fez ficar um pouco mole. O loiro logo conseguiu abrir o zíper e beijou a nuca da ruiva, a fazendo se arrepiar e quando sentiu seus joelhos cederem e achou que iria cair, ele a virou para si e terminou de tirar o vestido.

A Weasley abriu a boca para agradecer, mas ele a puxou contra si:

-Não, Draco... –ela disse com a voz vacilante enquanto ele beijava-lhe o pescoço –Pare! –falou mais firme e ele parou.

-Estamos casados. Você não vai deixar o seu marido na vontade, vai? Onde é que fica a noite de núpcias?

Gina riu da cara de pobre coitado que ele estava fazendo:

-Não me lembro de ter dito “Sexo só depois do casamento!” –disse se soltando dos braços dele –Vou tomar banho.

-Isso não é justo! É muita mancada, Virgínia! Sua bruxa malvada!

Ela fechou a porta do banheiro rindo.

Uns 20 minutos depois, Gina saiu do banheiro. Draco estava na cama e fingia estar dormindo.

A Weasley sentou na cama ao lado de Draco e passou as mãos pelos cabelos dele:

-Tadinho. Depois de tudo que passou esses dias deve estar realmente cansado pra dormir tão rápido...Ah! Que pena...Eu senti tanto a sua falta, Draco. Fiquei péssima ao te ver entre a vida e a morte. Estamos sendo perseguidos e podemos morrer a qualquer momento. Por isso decidi que tenho que viver o presente intensamente, já que do amanhã nada se sabe. Que pena que está tão cansado, Draco...

O loiro sentou-se na cama de repente e Gina assustou-se:

-Quando foi que acordou? Eu estava falando tão baixinho.

Ele deu um sorriso:

-Estava acordado o tempo todo e ouvi cada palavra do que disse...É verdade, não é?

Ela ficou vermelha e concordou com a cabeça. Draco olhou-a faminto. Gina, estava com uma camisola flanelada que ia até o joelho, e ficou ainda mais vermelha ao olhar dentro dos olhos cinzentos de Draco e ver desejo. A única luz que entrava no quarto era a do poste perto da janela:

-É isso mesmo o que quer? Porque eu te quero muito. –ele disse e ela sorriu timidamente –Então... –falou e a beijou, alternando beijos quentes e suaves.

A Weasley arrancou a camisa do pijama dele. Draco por sua vez tirou a camisola dela.

Gina enlaçou-o pelo pescoço e Draco a fez se sentar em seu colo. A ruiva já podia sentir o quanto ele estava excitado:

-Vai com calma, tá bom?

O Malfoy assentiu e a Weasley se levantou um pouco para que ele pudesse tirar as calças do pijama dele. Gina pegou as duas mãos de Draco:

-Estão quentes. –comentou.

-E como não estariam? –ele perguntou.

A Weasley puxou-o para mais perto e beijou o pescoço dele, se sentindo levemente inebriada pelo perfume da pele dele. Ela arranhou as costas de Draco de leve e ele gemeu.

-Então é disso que você gosta. –ela falou rindo e fazendo de novo.

O Malfoy deitou-a na cama e começou a beijar o pescoço dela, descendo para os seios que ainda estavam comportados pelo sutiã preto, mas que se enrijeceram ao toque dos lábios dele. A Weasley agüentou o quanto pôde, mas logo estava a lamuriar:

-E você gosta disso. –Draco falou e colou seu corpo e lábios aos dela.

Bam! Bam! Bam!

Gina e Darco sentaram-se de um salto:

-Abram a porta, é a polícia!

Os dois levantaram-se o mais rapidamente e silenciosamente que puderam e colocaram as roupas que estavam jogadas no chão. Calçaram as pantufas e logo ouviu-se novamente: Bam! Bam! Bam!

-Em nome da lei, eu exijo que abram a porta!

-O que vamos fazer? –Gina perguntou apenas mexendo os lábios.

-Fugir. –ele respondeu também apenas mexendo os lábios e indo em direção as malas.

Ele tirou o mapa da mala da ruiva, dois sobretudos da sua e transfigurou as malas em bolsas de pequeno porte. Colocou o mapa e um dos sobretudos na mão dela, enquanto vestia o outro.

Bam! Bam! Bam!

-Pela última vez, abram a porta! –houve silêncio e o loiro puxou Gina até a janela –Vou contar até 10 e irei arrombar!

Draco abriu a janela e pulou, depois ajudou Gina a fazer o mesmo:

-Dez... –a contagem havia começado, mas eles já corriam a toda velocidade pra longe dali.

Os dois estavam a uma boa distância quando a polícia passou pela janela:

-Parem em nome da lei! –um policial gritou.

Havia um carro parado próximo de Gina e Draco, o loiro sacou a varinha, apontou para a fechadura da porta:

-Alorromora. –e entrou no veículo –Entre, Gina! –ele ordenou abrindo a outra porta.

-Não mesmo! Eu disse que não entraria nunca mais no mesmo carro que você.

-Fiquem onde estão! –era a voz de outro policial, se aproximando.

-Entre no carro, Virgínia! Ou será que prefere ser presa por trouxas? É humilhante pra qualquer bruxo.

A ruiva então correu até a outra porta e entrou no carro. Os dois fecharam as portas ao mesmo tempo:

-Procure uma chave! –o loiro falou irritado, olhando pra todos os cantos.

Gina abriu o porta-luvas e achou um molho de chaves e entregou para Draco:

-Deve ter uma reserva entre essas. –ela falou –Ande rápido, a polícia tá se aproximando! –exclamou ao olhar o retrovisor.

O Malfoy escolheu uma e rezou pra que fosse a certa. Ao girá-la no contato, descobriu que tinha acertado. Ele engatou a primeira e saiu à sua maneira. Ouviram barulhos de tiros, Draco baixou-se ligeiramente. Gina abriu a janela e mirou nos guardas:

-Petrificus totalus! Estupefaça!

Os feitiços foram certeiros, ela fechou a janela e guardou a varinha:

-Odeio ter que fazer isso, mas foi uma situação extrema.

-Você é louca, Weasley! Podia ter sido atingida!

-Não tão louca quanto você, Malfoy. –disse enfatizando o sobrenome dele.

-Vamos voltar aos velhos tempos por acaso? Brigando que nem gato e rato?!?

-Não, mas foi você começou, Draco. –ela sussurrou no ouvido dele e notou no loiro um leve estremecimento.

-Hum...Eu agradeceria se você não me fizesse perder a concentração. Droga! Justo quando estávamos na cama, aqueles trouxas chegaram. Parece que Alguém lá em cima virou as costas pra mim.

A Weasley riu e se afastou dele e se fez séria:

-Acho que não era pra acontecer.

-Ah, não! Não me diga que voltou atrás na sua decisão! Me diz que você vai me dar outra chance, sim?

-Ah, não sei se devo... –ela começou e o Malfoy a interrompeu.

-Por favor! Eu to ficando louco com essa história. PARE DE ME TORTURAR!!!!!

Gina riu novamente:

-Qual é a graça? –ele perguntou irritadíssimo.

-Foi fofo demais o seu tom de súplica, realmente muito lindinho.

-Eu já disse que não sou fofo! Eu sou um homem e não um bichinho de pelúcia!!!

Ela rolou os olhos:

-Ok. Vou traduzir numa língua que você entenda. Eu quis dizer que você fica lindo quando parece desesperado e eu não consigo mais resistir ao efeito que você tem sobre mim.

-E que efeito eu causo em você? -perguntou com um típico sorriso irônico.

-Perda de controle. Total perda de controle. –disse como se desabafasse algo de pois de anos.

-Interessante. –o loiro respondeu simplesmente.

“Como é que ele pode apenas dizer isso?” a ruiva pensou abismada.

-Interessante? O que quer dizer com isso?

-Você também consegue me fazer perder o controle, sabe? Eu costumava ter um ótimo autocontrole de emoções, e eu ainda tenho esse autocontrole se um assunto não tiver a ver com você...Esse autocontrole é uma defesa contra as outras pessoas e você foi a única capaz de derrubar essa barreira. O que eu não compreendo e não paro de me perguntar é...Como você conseguiu fazer isso comigo, Virgínia weasley?

-E-eu? –perguntou surpresa e então suspirou –Não sei...Do mesmo modo que não idéia de porque comecei a me importar com você.

Draco engoliu em seco e então perguntou:

-Virgínia...Gina...Eu...Você me ama?

A ruiva foi pega de surpresa e ficou vermelha. Nunca esperaria ouvir essa pergunta de Draco Malfoy:

-P-por que tá perguntando isso?

-Porque eu não quero te iludir, você sabe que Malfoys não amam...Creio que não sou uma exceção...

-Entendo...Olha, eu acho que não te amo. Amor é algo forte demais. Seria loucura se eu te amasse, sendo que há pouco tempo te com todas as minhas forças.

-Bom! –e deu uma pausa –Eu sei o que é ódio e como você se sente quando odeia alguém, mas sobre o amor...Não sei, nem nunca vou saber nada.

Gina fez um breve cafuné na cabeça dele:

-Você foi condicionado pra ser frio, egoísta e leal ao lado das Trevas, Draco. Não posso dizer por você, mas na minha opinião deve ter sido terrível.

O loiro suspirou pesadamente:

-E foi. Quando eu era criança, eu era castigado freqüentemente pelo meu pai. Castigos que você abominaria se eu contasse e isso por eu não me comportar “como um Malfoy deveria se comportar” era o que meu pai dizia. Digamos que eu era um doce de criança, mas eu ano podia ser assim...Não que eu tenha aprontado muito. Quando eu tinha dez anos eu estava bem menos bonzinho, foi nessa época que meu pai me apresentou Crabbe e Goyle. Bem, os Malfoy sempre foram uma família tradicional e respeitada e o fato é que os dois me tratavam como se fossem meus subordinados...

-Continue. –Gina encorajou-o, era a 1ª vez que ele falava sobre sua infância.

-Até hoje eu guardo um profundo rancor de Lúcio, por todos os horríveis castigos que ele me deu –deu uma pausa para avaliar como iria continuar –Minha mãe tentava intervir, mas Lúcio ameaçava se separar dela e dizia estar dando pra mim a melhor educação possível. Mas tem um episódio que eu nunca me esqueci.

-Pode me contar.

-Nunca contei pra ninguém antes.

-Tudo bem. Se quiser falar, eu vou ficar honrada pela confiança. Mas se não quiser, não irei ficar chateada.

Draco estava dividido entre contar ou não. Pra ele era complicado falar da infância, sobretudo do que aconteceu naquela vez...

Por um bom tempo o silêncio pairou no ar e quando Gina já havia perdido as esperanças, Draco começou a falar:

-Foi quando eu tinha 8 anos. Lembra-se de quando eu disse que conheci Crabbe e Goyle, eu era muito menos bonzinho?

-Sim, me lembro. O que isso tem a ver?

-Você certamente conheceu o elfo domestico Dobby e sabe que ele já trabalhou para os Malfoy. Ele era meu amigo e meu pai não sabia disso. Mas quando ele descobriu foi horrível! Ele me mandou açoitar o elfo, mas eu me recusei terminantemente...Então. Lúcio me arrastou até uma masmorra, temos 3 debaixo da mansão, e me acorrentou lá. Não contente, ele mesmo açoitou o elfo Dobby na minha frente e eu não pude fazer nada...Foi a última vez que eu chorei. E ainda assim, o meu pai não estava satisfeito...ainda.

Gina reparava que Draco cuspia as palavras “meu pai” com nojo e “Lúcio” com descaso e indiferença, como se o fato de lembrar que tinha um pai daqueles lhe causasse repugnância. O que certamente era verdade:

-O que aconteceu? –a ruiva perguntou meio hesitante.

-Narcisa, a minha mãe, sabe? Ela tentava me defender como podia, mas era fraca demais pra freqüentar Lúcio. Eu fiquei acorrentado naquela masmorra por uma semana. Meu pai tinha mandado durante esse tempo, que eu pudesse sair 3 vezes por dia para ir ao banheiro, mas que não poderia comer nada, que eu só poderia beber água. Lúcio tinha contratado um cara pra me vigiar e garantir que as normas que ele estipulou fossem cumpridas. Minha mãe não podia suportar a idéia de eu estar passando por aquele castigo e ainda mais sem colocar 1g de comida na boca. Primeiro ela mandou o Dobby, que eu sabia que viria mesmo se ela não tivesse mandado. Mas o pobre elfo foi expulso aos pontapés pelo vigia. Então a minha mãe seduziu o vigia e quando ele havia baixado a guarda, ela lançou um imperius nele e a partir daí pôde me visitar e trazer comida. Lúcio nunca descobriu, apenas desconfiou por eu não parecer enfraquecido e eu disse que era mais forte do que ele pensava. Após aquela semana, eu nunca mais fui o mesmo.

-Foi aí que você virou o Draco Malfoy que eu conheci, não foi?

Draco concordou:

-Nunca mais tratei qualquer elfo um mais que um servo ou cometi “deslizes” que não eram permitidos aos Malfoys. Virei motivo de orgulho para o meu pai, que não parava de fazer planos para o meu futuro, ainda mais depois que Voldemort ressurgiu. –ele contou sem emoção –Como eu te disse antes, Crabbe e Goyle me encaravam como se fosse o chefe deles e eu gostei de ter o poder de mandar neles. Foi aí que a minha ambição começou a crescer e eu tencionava um dia poder mandar em todos, ser um novo Lord das Trevas.

Gina queria perguntar se Draco ainda queria isso pra si, mas não teve coragem. E se ele dissesse que sim? Não, a ruiva não queria correr esse risco e contentou-se em dizer:

-Deve ter sido difícil pra você me contar isso. Obrigada por confiar em mim novamente.

Ele deu um sorriso misterioso e a ruiva o examinou.

“Esse sorriso tem algo mais, tem alguma coisa que ele está escondendo de mim.” Ela pensou, mas não vou ousou fazer pergunta nenhuma.



N1/A: Plz! Comentem nem que seja pra dizer que tá uma bosta e que não valeu a espera.

N2/A:A idéia do casamento por acidente e de quando o Draco fez uma manobra arriscada com o carro pra ferrar Bellatriz, eu tirei do filme “Adoro Problemas”.

N3/A: Eu acho que estou (a Gina está) torturando o Draco demais. Tadinho...Daqui a pouco vão querer criar uma comunidade no Orkut pra por fim ao sofrimento dele...

N4/A: Eu acho que o Draco iria me matar se me encontrasse por aí, puxa, o cara tá muito na seca...Se até esse cap. Eu acho que ele mataria se me encontrasse, no próx. Eu tenho certeza. E A Gina vai saber como Draco quer que ela pague a dívida bruxa...Não tem nome, já que nem acabar de escrever eu acabei.

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