Capítulo 4



4) Capítulo 4


Estava tão concentrada lendo os pergaminhos sobre a mesa, que sequer ouvira as batidas na porta. A pessoa que estava do outro lado, então, cansada de esperar, abriu, mesmo sem permissão. Ao reparar que Hermione estava apenas lendo, Gina entrou.

- Que susto, Mione! – ela disse, mas foi a morena que se sobressaltou quando a viu em sua frente.

- Você que tomou susto? – olhou feio para Gina, que fez a maior cara de inocência e balançou a cabeça.

- Sim... Eu bati três mil vezes na porta, e você nem sequer respondeu, que eu pensei que você e o Harry estavam no meio de uma cena imprópria para menores de 18 anos! – Hermione arregalou os olhos, e corou até o último fio de cabelo.

- Ainda não estamos fazendo... – então, ela ergueu a sobrancelha, recordando que o “namoro” com Harry ainda era segredo... Ou pelo menos, deveria ser – C-como você sabe?

- Que você e Harry estão fazendo sexo?

- GINA! Eu já disse que não...

- Ahh... Verdade. Você disse “ainda” não. O que significa que você tem planos para fazer isso em algum momento futuro!

- O que eu quero saber é de onde você tirou essa idéia!

- Se as amigas não contam, e elas inventam de namorar logo um cara famoso... Eles contam! – Gina colocou o novo número do Profeta Diário sobre a mesa de Hermione, no qual havia na primeira página uma foto dela com Harry se beijando, e ao lado, em letras grandes “É namoro ou amizade”. Hermione corou novamente.

- Havia esquecido que eles sempre faziam isso quando o Harry estava saindo com alguém.

- E então, Mione... É namoro ou amizade? E o mais importante: como uma coisa assim acontece e você não vem me contar? – Gina olhou feio para a amiga, cruzando os braços.

- Eu não queria fazer segredo disso, Gina, mas é que ainda estamos no início. Na verdade, Harry está tentando me ver de uma forma diferente.

- Você contou para ele que gostava dele? – ela perguntou, surpresa.

- Sem querer. Eu falei pensando que ele estava bêbado e... – Gina começou a rir – Não ria, por favor. Eu quase morri de vergonha quando Harry me disse que estava sóbrio.

- Eu fico feliz por vocês, Mione. O Rony ter fugido com a Julie foi um golpe muito forte para o Harry. Aquele meu irmão estúpido! – ela revirou os olhos – Você é a pessoa que realmente o ama e com certeza é capaz de fazê-lo feliz.

- Mas ele não me ama.

- Ainda. Você não disse que ele está tentando? Dê uma chance para vocês. Já era hora.

- E você... Não ficou zangada?

- Meu relacionamento com Harry foi coisa de criança, e acabou há séculos, Mione. Não quero que me use como desculpa. Estou torcendo por vocês.

- Obrigada.

- Agora... Você tendo sido amiga dele por tanto tempo, deve imaginar que se ser amiga de Harry Potter é difícil, ser namorada, então... Eu não tenho dúvidas de que o Harry te fará muito feliz, mas também sabemos que você será um alvo potencial dos inimigos deles. Você tem que estar preparada.

- Eu estou, Gina. Se eu estiver ao lado dele, com certeza estou preparada para qualquer coisa. – a ruiva sorriu para Hermione, desejando a felicidade dos amigos.



- Remus! – Harry bateu com força na porta da casa do amigo, Rony estava ao seu lado. Ele ainda chamou mais duas vezes, antes de Lupin finalmente aparecer.

- Harry! Rony! Aconteceu alguma coisa?

- Sim. Precisamos conversar. – Harry disse, já entrando na casa.

- Algum problema na missão de hoje?

- Não. A missão correu bem. A razão é outra. – o ruivo disse, sentando em um dos sofás.

- Digam, então, de uma vez, pois estou ficando preocupado!

- Ela está aqui, Remus. – o tom de voz e o olhar de Harry foi mais que suficiente para que o antigo professor entendesse.

- Hermione? – o moreno confirmou, com um aceno de cabeça.

Lupin arregalou os olhos, e acabou sentando também. Parecia difícil de acreditar que ela pudesse retornar para Londres, ainda mais naquele tempo difícil. Olhou para Harry, vendo estampada em sua face a preocupação e a culpa. Como Hermione sobreviveria em Londres sem magia?

- O que vamos fazer? Se Voldemort descobrir isso, e que ela está sem magia, ela...

- Nem diga algo assim! Eu não vou permitir que isso aconteça.

- Esse não é o único problema. Com exceção daqueles que sabem o que realmente aconteceu, todos acham que a Mione morreu em uma batalha há mais de três anos. E ela era conhecida. Se começar a andar pelas ruas de Londres, encontrar outros bruxos, uma hora vão perceber. – Harry massageou as têmporas enquanto ouvia Rony.

- Por isso, apagar a memória dela foi má idéia!

- Pelo amor de Merlim, não vamos recomeçar com isso! – Harry ficou de pé, e começou a andar de um lado para outro – Eu já ouvi demais naquela época.

- Eu não me importo de repetir: foi uma péssima idéia! – o homem disse olhando feio para Harry – Você não considerou os sentimentos de Hermione, fez o que bem quis e agora vai sofrer as conseqüências!

- Se for para me recriminar, eu vou procurar ajuda em outro lugar!

- Calma, Harry! – Rony o impediu de sair, e olhou para Lupin – Remus, por favor... O Harry sabe que não deveria ter feito aquilo, que foi irresponsabilidade ter apagad... – ele parou de falar quando viu que o moreno o fulminava com os olhos.

- Vamos, Rony... Continue! Você também, Remus... Não é isso que querem, me recriminar ainda mais? Eu só estava fazendo o que eu bem queria, não é isso que acham? Apagar a memória dela e me ver livre de Hermione? Para que eu ia querer ter a mulher que amo ao meu lado? – ele se exaltou – É bem mais fácil mandá-la embora, afinal, isso não me afetaria de modo algum!

- Harry... – o ruivo tentou falar, mas ele o impediu.

- Quando vocês terminarem de me acusar, avisem, que eu vou embora resolver meu problema sozinho, afinal fui eu quem o provocou! – os dois não responderam imediatamente – Não têm mais nada para dizer? Ótimo! Boa noite.

- Espera. – Lupin o chamou – Sinto muito ter brigado com você, novamente. Nós sabemos que também não foi fácil para você, Harry. É que... O mundo está bem pior agora, e nossa amiga está de volta e sem saber usar magia.

- Eu sei. E eu também sei que sou o responsável por isso. Só que agora, eu preciso de vocês, mas preciso de vocês para me ajudarem a encontrar uma saída, pois dizer que errei no passado não fará o tempo voltar.

- Desculpa também. – Rony disse, baixando a cabeça – Nós vamos pensar em algo.

- Onde você a encontrou Harry?

- Próximo ao St Mungus. Ela está morando ali perto, e trabalhando lá como médica.

- O Brown a viu?

- Parece que sim. – ele respondeu a Remus – Só que não teve o pingo de consideração em me avisar!

- Ela não o reconheceu em nenhum momento? – Rony quis saber.

- Apenas o Harry Potter que luta contra o “mal”, provavelmente por ler em alguma revista.

- E o que disse a ela? – Harry olhou para Remus, meio envergonhado.

- Sem querer, eu a chamei de Mione. Eu a levei para o apartamento dela, fiz umas perguntas e...

- E? – Rony e Lupin perguntaram em uníssono.

- Eu apaguei a memória dela.

- Inacreditável! – Lupin revirou os olhos.

- Vocês queriam que eu fizesse o quê? Contasse tudo para ela? Hermione me mataria! – ele respirou fundo – Ela não pode saber a verdade.

- Então, você quer que ela continue como está? – Rony perguntou.

- É melhor assim. Não creio que exista uma forma de reverter aquele feitiço. Se ela descobrir a verdade, do jeito que a conheço, ela ficaria fixada na idéia de encontrar um anti-feitiço.

- E se houvesse um?

- E se não houver? Ela ficaria arrasada e... Eu posso suportar a recriminação de vocês, mas eu definitivamente não conseguiria suportar se a Hermione me odiasse.

- O que faremos? – o ruivo notou para o olhar triste de Harry.

- Precisamos trazê-la para perto de nós. – Lupin disse – Se ela estiver por perto, na Ordem, poderemos protegê-la.

- E como faremos isso? Ela já começou a trabalhar no St Mungus, não foi, Harry?

- Sim. Porém, nós poderíamos conversar com Brown e pedir que a demitisse.

- Não, Harry. Demitir não é a solução. – Lupin ficou em silêncio, por alguns instantes, enquanto pensava em algo – É isso. Ao invés de demiti-la, pediremos ao Brown que transfira a Mione para a Ordem. Eu sei que a maioria dos nossos companheiros acaba indo para o St Mungus quando têm ferimentos mais graves, mas geralmente, é Pumfrey que dá os primeiros-socorros.

- Mas o ST Mungus recebe muito mais pacientes que nós. Ela não teria muito o que fazer. E vocês conhecem a Mione... Ela não gosta de ficar parada. – Rony lembrou.

- E por que não dizemos que ela precisa de um treinamento antes de ir para o St Mungus? – Harry sugeriu – A Pumfrey poderia ficar encarregada de ensiná-la sobre poções e noções básicas sobre ferimentos bruxos. Isso, com certeza, tomaria um bom tempo do dia dela, afinal, ela teria que estudar.

- É uma boa. Durante esse tempo, nós temos que fazer o possível para evitar que os outros descubram a verdade, e também teremos que acabar de vez com Voldemort.

- Certo, Remus. Vamos intensificar as buscas. Agora mais que nunca precisamos encontrar o esconderijo de Voldemort. – Harry falou. Ele tinha novas razões para duelar de vez com o bruxo.

- Só mais uma coisa. – os dois olharam para Lupin – Ao invés de transferir a Mione, creio que será melhor que o Brown já a mande direto para a Ordem.

- Como assim? – o ruivo não entendeu.

- Hermione viu o St Mungus, e deve ter percebido que lá precisa de médicos. Se Brown a transferir para um local onde o contingente é bem menor, ela não ficará satisfeita. Acho que teremos que... Apagar a memória dela novamente. É como se ela tivesse começado a trabalhar amanhã, e não hoje.

- Tudo bem. Eu posso fazer isso. – Harry disse – Primeiro eu vou conversar com Brown, depois passo na casa da Mione, e apago a memória dela.

- Certo. Lupin e eu podemos enviar mensagens para os membros da Ordem, pedindo uma reunião urgente para contar o que houve.

- Obrigado.

- Mas essa será a última vez, Harry. – Lupin frisou – Nunca mais usaremos feitiço de memória na Mione. – o moreno não respondeu – Harry!

- Está bem. Se não for realmente necessário! – ele disse, então, fugiu antes que Lupin o reclamasse.

Como combinado, ele seguiu para a casa de Brown, sem se importar com o horário. O homem não se surpreendeu quando o viu, e após breve conversar, ele concordou em fazer o que Harry pedira. Então, ele seguiu para o apartamento de Hermione.

Havia colocado uns feitiços de proteção no prédio, que juntamente com os feitiços pré-existentes o impediam de aparatar no andar dela. Então, precisou chamar o porteiro, que ao reconhecê-lo permitiu que entrasse.

- S-senhor Potter! – disse meio amedrontado.

- Boa noite. Não se preocupe, novamente, você não lembrará que eu estive aqui. – e antes que o porteiro pudesse dizer alguma coisa, ele lançou um feitiço, e se apressou para o elevador.

Parou no andar de Hermione, e após murmurar alguns feitiços, e a porta de abriu. Estava tudo escuro, entretanto, a sala não estava vazia. A morena estava de pé, mirando a cidade através da janela. Um pequeno sorriso se esboçou nos lábios dele, e Harry teve que se controlar para não se aproximar e beijá-la. Tentou não fazer barulho, mas a porta o denunciou, fazendo com que a morena se virasse.

- Quem está aí? – ela viu a figura de um homem, mas onde ele se encontrava estava mais escuro, pois a penumbra não o alcançava. Hermione tremeu, enquanto andava lentamente até o interruptor. O intruso não se mexeu. Quando conseguiu acender a luz, ficou sem voz.

- Boa noite. – ele disse.

- H-harry Potter. – a voz dela saiu quase como um sussurro. Parecia inacreditável que ele estivesse ali, mas não tinha dúvidas de que era ele. Vira sua foto dezenas de vezes nos jornais e revistas.

- Não esperava que estivesse acordada. – ainda era estranho não ser reconhecido por Hermione.

- O que está fazendo aqui, Sr. Potter?

- Eu vim por você. – sentiu-se um bobo. Poderia apagar a memória dela num instante e sair dali o quanto antes, mas não queria. Desejava ouvir mais a voz dela, estar com ela. Desejava que ela se lembrasse e o abraçasse.

- Mas eu não o conheço. – ela parecia estar ficando nervosa. Não se movia, mas seu corpo tremia de leve – Q-quer dizer... Eu sei quem o Sr. é, mas nunca nos vimos antes.

- Tem razão. Me desculpe, Hermione. – ele se aproximava lentamente.

- Meu nome. Como sabe o meu nome?

- Eu sei muito mais sobre você que imagina.

- É melhor parar aí mesmo, ou eu grito! Tenho certeza de que os vizinhos viriam correndo e o Sr. não ficaria impune só por ser quem é! – Hermione o alertou, encostando na parede; Harry continuou se aproximando.

- Você não vai gritar. Por que você está curiosa demais para saber por que eu estou aqui. – ele ficou bem próximo dela – Você não mudou nada, Mione.

- Sr. Potter... – ela tentou afastá-lo, empurrando seu tórax, mas Harry não saiu do lugar.

- Essa é minha última chance, Mione. Depois disso, seremos meros estranhos novamente e eu vou ter que me controlar para não me aproximar de você assim novamente.

- Do que está falando? – ela parecia hipnotizada pelo olhar intenso dele.

- Portanto, apenas por um momento, deixa-me voltar àquele tempo em que você era apenas minha. – então, ele a beijou. Hermione tentou afastá-lo, mas por fim, acabou correspondendo. Algo dentro de si a fez o envolver pelo pescoço, e trazê-lo para ainda mais perto de si. Aquele beijo não lhe parecia errado, estranho... Parecia mais uma ação desejada, estimada. Então, ele interrompeu o beijo, e seus olhos se encontraram uma vez mais.

- Por quê? – ela perguntou. Aquela questão poderia ser interpretada de tantas formas... “Por que você se afastou de mim?”, “Por que você me fez esquecer?”, “Por que você me magoou tanto?”, “Por que, por que, por quê?”. Ele a fitou, com tristeza, sabendo, porém, que na verdade, ela só estava questionando-o por que a beijara. Porém, a resposta para qualquer pergunta era a mesma.

- Porque eu te amo. – Harry sussurrou, enquanto pegava sua varinha – E por isso, eu vou continuar te protegendo, Mione, mesmo que nunca mais eu possa beijá-la assim novamente.

Antes que ela pudesse falar qualquer coisa, Harry murmurou o feitiço e apagou a memória dela.


N/A: Antes de tudo, gostaria de desejar a todos um FELIZ 2009!! Que esse ano seja cheio de coisas maravilhosas nas vidas de todos nós!! =) Então, aqui mais um cap, espero que vocês curtam... Outra coisa... Quando eu comecei a postar a fic, eu não havia assistido o anime que tem o mesmo título da fic (que eu peguei emprestado!! ^^’), mas uns dias atrás, eu acabei pegando para assistir, e para quem gosta de anime, vai a dica da Pink: Ef – a tale of memories (muitooo bom. A principio eu não gostei, porque é um anime diferente, mas quando eu fui vendo os episódios já estava apaixonada. É um anime belíssimo), e tem a continuação, Ef – a tale of melodies (que eu amei ainda mais, simplesmente porque eu sou apaixonada pelo Yuu desde Tale of memories e ver a história dele, e sendo está super triste, me deixou mais encantada ainda). Bom... Pink é uma fã de animes e manga, ela não recebeu nada para fazer propaganda ( =D), mas como usei o nome do anime, eu achei que deveria falar um pouquinho dele. Ahh... E minha fic não tem relação, apenas o nome (apesar de o anime falar de memórias também!). =) Eitaa... NA ficou grande hoje!! Ehuiehuiehuieh... Era isso... Volto em breve!! Obrigadaa a todos que estão lendo, comentando e votando!! Muiii feliz que estejam curtindo a idéia da ficc!! Obrigadaa!! Pink_Potter : )



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