Tradição de Família




CAPÍTULO 6


 


TRADIÇÃO DE FAMÍLIA



 


 


 


 


 


 


 


 


_Nervoso, filho? _ perguntou Harry.


_Toda estréia é meio estressante, papai. Ainda mais quando trata-se de uma tradição de família, como o Quadribol.


_É, eu entendo o que você quer dizer. _ disse Harry, sentando-se à mesa da Grifinória, entre Tiago e Mafalda _ Na minha estréia eu quase não consegui comer direito. Mas eu acabei pegando o pomo de ouro.


_Quase engolindo, você quer dizer, não é, Tio Harry?


_Exatamente, Mafalda. Além disso, ainda tinha de fugir dos balaços de Bole e Derrick e, depois, de Crabbe e Goyle. Por sorte, Fred e Jorge rebatiam todos os que vinham em minha direção.


_Não vai ser muito diferente. Aqueles dois orangotangos, Waverly e Portman, foram aceitos como Batedores da Sonserina.


_Parece que eles não aprenderam, continuam priorizando a força em vez da agilidade. _ comentou Harry, dando um tapinha nas costas do filho _ Mas não se preocupe, Tiago. Pelo que vi nos treinos, você faz aquela vassoura voar até mesmo em marcha-à-ré.


_Espero estar à altura de você e do vovô. _ disse Tiago, meio apreensivo, mordiscando uma torrada amanteigada.


_Não cobre demais de si mesmo, Tiago. Apenas jogue o que você sabe. O resto vem por si, você vai ver. _ disse Harry _ Quando você estiver lá em cima, montado na vassoura, tudo o mais será de menor importância. Bem, está na hora. Prescott está chamando.


_Então, vamos nessa. _ Tiago terminou a torrada e saiu de braço dado com Mafalda, em direção aos vestiários. Seus pais dirigiram-se às arquibancadas, juntando-se à torcida da Grifinória.


Tiago e Mafalda adentraram o vestiário e trocaram suas roupas pelo uniforme do time de Quadribol vermelho e amarelo. O garoto calçou as luvas e fez uma última revisão na Firebolt Mk III, ajustando os estribos e verificando o alinhamento das cerdas da cauda, que estavam aerodinamicamente perfeitas. A vassoura de Mafalda, do mesmo modelo, estava semelhante à sua. Afivelou o cinto e colocou os óculos de vôo, já com Feitiço Impervius, deixando-os no alto da cabeça. Por fim, olhou-se no espelho, que refletiu a imagem do garoto, com o uniforme de Quadribol e o número 7 do lado esquerdo do peito e nas costas, logo abaixo do nome “Potter”. Parecia, à exceção dos olhos e da ausência da cicatriz, que Harry voltara a ser aluno e estava em seu jogo de estréia. À frente deles, a porta para o campo de Quadribol. Prescott, o Capitão do time, olhou para todos e fez uma última preleção:


_Bem, gente, agora é conosco. Vamos dar um belo espetáculo para todos e, de preferência, vencer a Sonserina. No ano passado, a Corvinal nos ganhou por trinta pontos, seu Apanhador é excelente e continua na posição neste ano. Colbert é magro, forte e ágil, uma combinação perigosíssima e cuidaremos dele quando jogarmos contra a Corvinal. Mas cuidado com o Apanhador da Sonserina, Grant. O cara é bom piloto e não joga muito limpo. Além disso, Portman e Waverly vão mirar o tempo todo em Tiago, até mesmo por satisfação pessoal. Não se preocupe, Tiago. Os nossos Batedores cuidarão dos balaços. Certo, agora é cada um dar o melhor de si, OK?


_VAMOS NESSA, GRIFINÓRIA!!! _ responderam os outros, com o brado que havia tornado-se marca da Casa, quando Harry era o Capitão do time.


Montaram nas vassouras e posicionaram-se. A professora de Vôo, Demelza Robbins-Crabbe, abriu a canastra e deixou os balaços saírem voando. Em seguida, o pomo de ouro abriu suas asas e alçou vôo. Ela pegou a goles, lançou-a para o alto e soprou o apito. Teve início o jogo.


Como já fazia há cinco anos, em todos os jogos inaugurais da temporada de Quadribol de Hogwarts, Linus Jordan estava lá, para narrar a partida. E o fazia com muita satisfação, sabendo que os filhos de dois dos seus grandes amigos estavam no time da Grifinória.


_E tem início o jogo! A Grifinória vem com Prescott, Brannigan, Weasley, Smythe, Reston, Davenport e, como Apanhador, uma vez mais vemos um Potter vestindo o uniforme de número 7. Ao que parece, a terceira geração dos Potter levará, novamente, a Grifinória aos seus dias áureos. A Sonserina vem com Kiraly, Waverly, Portman, Marino, Endicott, Forrest e, como Apanhador, um rapaz muito talentoso, mas que busca quaisquer meios para vencer, Grant. Agora temos Prescott com a goles, passando para Weasley, que logo passa para Brannigan. Este finta Kiraly, o goleiro da Sonserina e... É GOL!!! Dez pontos para a Grifinória!


A torcida dos Leões prorrompeu em gritos de animação. O jogo continuava.


_Agora é Forrest quem está com a goles, pasando-a para Marino, que é perseguido pelos três Artilheiros da Grifinória, Smythe, Weasley e Brannigan, em uma Formação de Hawkshead. Marino sobe e deixa a goles cair, para as mãos de Endicott, em uma perfeita Manobra de Ploy. Enquanto isso, o pomo de ouro ainda não deu o ar de sua graça... e Endicott passa para Forrest, que passa para Marino, que lança no aro da direita e marca! Dez a dez! Foi por pouco que Prescott não pegou! Nesse momento um balaço vem na direção de Grant e Portman rebate, mandando-o para Potter. Este desvia-se com facilidade, enquanto Reston rebate o balaço... UAU! Essa deve ter esfolado a pele da orelha direita de Grant!!


Enquanto isso, mais acima, Tiago Potter procurava pelo pomo de ouro, admirando-se com a facilidade ao desviar-se do balaço. Sequer usara o Ki ou qualquer outra habilidade, apenas sentira a aproximação da veloz bola animada e então esquivara-se, logo antes de Reston rebatê-lo na direção de Grant, rindo-se por dentro com o susto do sonserino ao sentir o balaço raspando em sua orelha. Realmente, ao montar na vassoura e sentir o vento no rosto, desalinhando seus cabelos, deixara todas as suas preocupações ao nível do solo. O instinto dos Potter manifestava-se, na terceira geração de Apanhadores da família na Grifinória. Mais ainda que Tiago percebera um brilho dourado, próximo à arquibancada de honra e foi atrás dele. Seus sentidos não o enganavam, era o pomo de ouro e ele aparecia em boa hora, pois Endicott e Forrest haviam marcado, abrindo uma vantagem de trinta pontos a favor da Sonserina, logo ampliada para quarenta, pois um balaço rebatido por Waverly distraíra Prescott, permitindo que Vicenzo Zabini Marino marcasse.


Tiago iniciara a caçada e Grant foi atrás dele, à toda. O pomo era bastante veloz e esperto, parecia o da final empatada do sexto ano de seu pai, quando Harry e Draco haviam capturado a esfera alada ao mesmo tempo. Na arquibancada, munidos de binóculos, Harry e Gina perceberam.


_Tiago localizou o pomo. _ disse Gina.


_Sim, eu vi. _ concordou Harry.


_Grant está aproximando-se. _ disse Hermione. Eles faziam questão de assistirem ao jogo junto aos alunos, assim como Janine.


_Portman está rebatendo um balaço... Tiago desviou e retomou a caçada. Ele e Grant estão emparelhados. _ disse Janine, segurando o binóculo com uma das mãos e a cuia de chimarrão com a outra.


_Passa a cuia, que não é microfone, tchê! _ brincou Harry, vendo que a amiga não largava o mate.


_Desculpe, Harry. Acho que me empolguei... Caracas! Grant deu um cotovelaço em Tiago e desviou-o do caminho! _ disse Janine, olhando a caçada ao pomo.


De fato, o Apanhador sonserino conseguira acertar um cotovelaço no flanco de Tiago, deixando-o meio sem ar e levando alguma vantagem. Jordan continuava a narrar.


_Grant acerta Potter e passa à sua frente, mas Potter acelera a vassoura e vem com tudo. Grant distancia-se e está quase fechando a mão sobre o pomo, mas... ei, esperem aí! O que foi que o pomo de ouro fez?!


Quando Grant estava quase apanhando o pomo de ouro, este parou de bater as asas e começou a cair. O Apanhador da Sonserina foi pego de surpresa e não conseguiu desviar a tempo, avançando várias dezenas de metros. Vindo mais atrás, Tiago teve tempo e espaço para manobrar e descer, seguindo a rota da esfera que, imediatamente, recomeçou a bater suas asas. Mas já era tarde. Tiago fechou a mão e agarrou firmemente o pomo de ouro. A partida inaugural daquela temporada estava terminada, depois de duas horas, com um placar de cento e setenta a sessenta para a Grifinória.


_Eu não acredito, minha gente! Esta foi a primeiríssima vez, em todos os meus anos de contato com o Quadribol, que eu vejo uma coisa assim! O POMO DE OURO EXECUTOU UMA MANOBRA DE WEASLEY E FINTOU O APANHADOR DA SONSERINA!!!


Demelza soou seu apito e deu por encerrada a partida. Os jogadores desceram ao solo e desmontaram de suas vassouras, unindo-se em um abraço coletivo. Em seguida, levantaram Tiago nos ombros. Ele olhou em direção à arquibancada da Grifinória e levantou o braço, segurando o pomo de ouro recém-capturado. De lá de cima, Harry, Gina, Hermione e Janine aplaudiam entusiasticamente, enquanto que, da arquibancada de honra, Sirius batia discretas palmas e tinha um sorriso no seu rosto, orgulhoso de seu afilhado. Ao seu lado, Dumbledore e McGonnagall também sorriam, satisfeitos.


O time novamente montou em suas vassouras e saiu voando, rumo aos vestiários. Um bom banho quente e, depois, festa da vitória, na Sala Comunal.


No caminho para a Torre da Grifinória, Tiago e os outros jogadores foram cumprimentados por vários colegas, tanto da Grifinória quanto de outras Casas, até mesmo da Sonserina, pela vitória justa e pelo espetáculo que ambos os times deram. Mirela e Mariel aproximaram-se e felicitaram o amigo.


_Parabéns, Tiago. Me dói no coração, pois foi contra a minha Casa, mas foi uma partida linda de se ver. _ disse Mariel.


_Obrigado, Mariel. É bom saber que nossa amizade está acima da tradicional rixa entre Leões e Serpentes.


_Com certeza, Tiago. Isso ficou claro desde a nossa viagem para cá, no Expresso de Hogwarts. _ disse Mirela. Tenham uma boa festa. Quanto à Sonserina, bem, creio que o time deverá esforçar-se dobrado para a próxima partida. Tchau.


_Tchau, Mirela, tchau, Mariel.


_Potter, eu sabia que os pomos de ouro possuem inteligência, mas nunca tinha visto um que fosse capaz de executar uma Manobra de Weasley. Estou espantado com isso. Aliás, foi criação de sua mãe, não foi? _ perguntou Grant.


_Sim, Grant. Ela criou essa manobra quando estava no quinto ano e... bem, um dia um pomo teria de aprendê-la, não é?


_E tinha de ser em cima de mim. _ disse Grant, sorrindo meio amarelo e estendendo a mão _ Haverão outras oportunidades, Potter.


_Com certeza, Grant. _ disse Tiago, apertando a mão do Apanhador adversário. Os sonserinos seguiram seu caminho e eles foram para a festa. Em uma curva do corredor, recebeu um forte abraço e um beijo no rosto, dados por Narcisa.


_Parabéns, Ti. Você é bem mesmo o filho de seu pai. _ disse a garota, beijando-o de novo e seguindo de braço dado com o amigo, rumo à Sala Comunal.


_Obrigado, Ciça. _ disse Tiago, corando fortemente.


_Com certeza ele é, Ciça. _ disse Lílian _ Não está vendo que ele está ficando vermelhinho? Papai também ficava assim.


Todos riram e continuaram andando, sem perceberem que alguém estava oculto nas sombras. Alguém que não gostara nada daquela cena, pois percebera que Narcisa parecia sentir por Tiago mais do que demonstrava. Então, depois que os passos dos grifinórios perderam-se na distância, ele saiu das sombras e seguiu em outra direção.


O olhar e a cara de Albert Pettigrew não estavam nada bons (“Como se não bastasse o filhote do Escolhido ser ‘o cara’, com aquele jeito blasé, fingindo-se de tímido, agora a Malfoy parece que está ficando caidinha por ele. Era só o que faltava, ter de dar um jeito de afastá-lo do caminho, competir com o Arrepiado. Também, o que eu tinha de me atrair por aquela garota que nunca me deu brecha alguma e que quase me deixou falando fino? Praga, preciso fazer o possível para tirar a má impressão e ver se tenho alguma chance. Já vi que terei de ser sutil, paciente e... sincero. E vou começar ainda hoje”, pensou o bruxinho, dirigindo-se para o corujal).


 


A festa na Grifinória correu animada, até mesmo Harry, Gina, Sirius e Ayesha deram uma passada lá. Mas, como até o que é bom cansa se for demais, o pessoal foi recolhendo-se, após dar um jeito no grosso da bagunça, para não dar trabalho demais aos elfos. Com aquilo, a Grifinória alcançava o primeiro lugar na disputa das Casas.


 


No dia seguinte, à hora do café da manhã, algumas corujas adentraram o Salão Principal, deixando cair a correspondência no colo de seus destinatários. Uma carta, bem lacrada, caiu no colo de Narcisa, que estranhou o fato do seu nome estar em letra de forma e não haver remetente. De maneira disfarçada, executou um Feitiço de Segurança, para descobrir se não havia nenhuma pegadinha ou azaração embutida. Depois do café, a pretexto de pegar algo no dormitório, correu para o banheiro do segundo andar, cumprimentou Murta e fechou-se em um dos boxes, para ter um pouco de privacidade. Abriu o envelope e viu que o texto também estava em letra de forma, reta e anônima. O que a carta dizia era:


Srta. Narcisa Malfoy, desculpe-me por estar escrevendo, mas é que, pessoalmente, eu talvez não conseguisse dizer. Sinto por você algo mais do que simplesmente o que se pode sentir por uma colega de escola. É melhor que, por enquanto, você não saiba a minha identidade, até que seja o melhor momento, pois não sei como você reagirá ao saber quem está escrevendo. Por enquanto, saiba que há uma pessoa aqui que lhe quer muito bem e que, se você não se importar, continuará a lhe escrever, enquanto não for o momento certo de eu me revelar. Só posso lhe dizer que sou alguém que você sequer imaginaria e que será uma surpresa para você. Continue a ser sempre como você é.


 


Aquela carta fez com que Narcisa começasse a imaginar quem poderia tê-la escrito. Em qual rapaz ela poderia ter despertado sentimentos? Lamentou-se por não possuir o dom da Psicometria, pois então poderia descobrir o autor apenas tocando a carta. Mas será que ela queria descobrir logo de cara? Não podia negar que fazia muito bem para o ego saber que era admirada e que a carta não parecia ser uma brincadeira. Ela só sabia que havia uma pessoa que ela gostaria que fosse o autor, mas não iria manifestar-se. Tentaria descobrir, por seus próprios meios, quem poderia ser o rapaz, analisando o comportamento e mesmo sentindo a vibração do Ki dos garotos para saber.


Saiu do banheiro, com a carta bem guardada e seguiu para o dormitório. Apesar de ser um domingo, queria revisar alguma coisa de Transfiguração, pois Hermione ministraria uma avaliação na próxima semana. Como Murta havia saído, para encontrar-se com Cedric (ah, o eterno amor dos dois fantasmas adolescentes...) e Narcisa já estava no corredor, além do fato de, mesmo após a reforma, o banheiro da Murta ser um local que os alunos procuravam evitar, não havia mais ninguém para ouvir o ruído baixo que vinha do centro do banheiro.


 


Enquanto Narcisa tentava descobrir quem estava declarando-se para ela, algumas coisas estavam acontecendo nas Bahamas, mais especificamente em sua capital, Nassau.


As Bahamas (ou Baamas) são um país das Caraíbas, situado entre o oceano Atlântico, a nordeste, e o mar das Caraíbas, a sudoeste. Os territórios mais próximos são a colónia britânica de Turks e Caicos, a sueste, os Estados Unidos, a noroeste, Cuba, a sudoeste, e o Haiti, a sudeste. Sua capital é Nassau.


O arquipélago de Bahamas (nome derivado do espanhol bajamar, "maré baixa"), era habitado por índios arauaques antes da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492. Ocupadas por ingleses desde o século XVI, as Bahamas serviram de refúgio a piratas. A lavoura de algodão entra em declínio com o fim da escravidão, em 1834. Após a II Guerra Mundial, cresce o turismo no país.


Lynden Pindling, do Partido Liberal Progressista (PLP), de maioria negra, torna-se primeiro-ministro em 1967, depois das primeiras eleições legislativas no país. Em 1973, as Bahamas conquistam a independência. Nas eleições de 1992, o Movimento Nacional Livre (FNM) obtém maioria. Pindling, denunciado por corrupção, é substituído por Hubert Alexander Ingraham na chefia de governo. A vitória do FNM nas eleições de 1997 é atribuída aos resultados econômicos positivos, e ao envolvimento do PLP em escândalos financeiros. A passagem do furacão Floyd pelo país, em 1998 provoca sérios danos e prejudica o turismo.


As Bahamas são um país independente e fazem parte da Commonwealth of Nations. As políticas e tradições jurídicas são similares às do Reino Unido.


A Rainha Elizabeth II comanda o estado, representada por governadores-gerais. O primeiro-ministro é o comandante do governo e líder do partido com mais assentos no parlamento. O atual governador-geral é Arthur Dion Hanna Jr. e o atual primeiro-ministro é Frank Alexander Graham. Os senadores são nomeados. O poder executivo é exercido pelo gabinete. O poder legislativo é investido por dois membros do parlamento.


A maior ilha das Bahamas é a ilha de Andros, no ocidente do arquipélago. A ilha de New Providence, a leste de Andros, é onde se localiza a capital, Nassau, e onde mora cerca de dois terços de toda a população do país. Outras ilhas importantes são a Grande Bahama no norte e Inágua a sul.


A maior parte das ilhas — formações de coral — são relativamente planas, com algumas colinas baixas e arredondadas, a mais alta das quais é o monte Alvernia, na ilha Cat, com 63 m de altitude. O clima local é tropical, moderado pelas águas quentes da corrente do Golfo, com furacões e tempestades tropicais frequentes entre maio e outubro.


Nassau é a capital e maior cidade das Bahamas. Tem uma população de 180 000 habitantes.


Situa-se na ilha de New Providence, sendo um porto muito atrativo e atarefado; é também um importante pólo económico e turístico. O clima tropical e a beleza natural das Baamas fazem de Nassau um importante destino de férias, conhecido pelo seu conforto relaxante e pela buliçosa vida noturna.


Nassau foi fundada por britânicos em meados do século XVIII, sob a designação de Charles Town (em honra da restauração monárquica de Carlos II de Inglaterra), tendo sido redesignada Nassau em 1695, após a ascensão ao trono de Guilherme III, da casa de Orange-Nassau.


Durante o século XVIII, foi um esconderijo popular para os piratas, como Blackbeard. Nassau foi sujeita a numerosas tentativas de invasão por parte de espanhóis; em 1776 foi mesmo capturada e por algum tempo ocupada efectivamente pelos revolucionários americanos.


E é em um agradável barzinho de Nassau que vamos encontrar um casal, ele com traços orientais, vestindo uma camiseta polo verde-clara LaMartina, bermudas Tommy Hilfiger em cáqui e calçando tênis Puma bem leves, complementando o conjunto com óculos de sol Prada masculinos. Ela uma bela negra, de cabelos lisos na altura dos ombros, vestindo um minivestido com a assinatura de Alexandre Herchcovitch, sandálias Arezzo e óculos D&G, ambos saboreando coquetéis de frutas e observando o movimento.


É evidente que só podemos estar falando de “Escuridão” e Mariana Lugoma. O astuto e impiedoso líder do Círculo Sombrio lá estava, com sua amante, ambos prontos para mais um plano maléfico.


_Não há risco em estarmos com nossas próprias aparências e vestidos como um casal de turistas milionários mauricinhos, “Escuridão”?


_Não, Mariana. Nós nos vemos com nossas aparências, mas os outros nos vêem como pessoas diferentes e, depois de afastarem-se, são incapazes de lembrar como éramos. Um feiticinho bastante útil, encontrado nas páginas do Necronomicon.


_E por que escolheste as Bahamas? Algo de especial?


_Não, minha querida. Apenas queria estar com você em um local bonito, uma cidade turística à sua altura.


_Parece que adivinhaste que gosto daqui, meu caro. Estive em Nassau, quando ainda era criança, juntamente com minha mãe e... _ Mariana deixou a frase na metade.


_... Seu pai? _ perguntou “Escuridão”.


_Evito de falar e mesmo de lembrar-me dele, mas houve um tempo em que eu não o odiava, no qual ele ainda não era o ser ausente que fez com que minha mãe morresse de puro desgosto. Uma das razões pelas quais juntei-me ao Círculo Sombrio foi que prometeste deixar-me fazê-lo sofrer.


_E quase que você conseguiu, em Luanda.


_Mas fui frustrada por aqueles três gajos, Ronald Weasley, Harry Potter e Neville Longbottom. Depois daquilo, fui parar na Prisão Masmorras de Xangô, de onde me ajudaste a escapar. Além de gostar muito de ti, sou-lhe grata pela minha liberdade e por permitir-me continuar com minha busca de vingança. Aqueles três estão na minha lista, logo atrás de meu pai. Mudando de assunto, “Escuridão”, o plano está pronto para ser executado. Basta que demos o sinal verde e as coisas começarão a acontecer.


_Excelente, querida. A morte de Lucien Didier Bashir ocorreu no momento certo. Se aguardássemos mais, ele poderia expor os nossos elementos responsáveis pela execução do plano e colocaria tudo a perder. Então, com um simples contato de celular, faremos com que a Bruxidade uma vez mais saiba que o Círculo Sombrio está ativo e que ninguém escapa do seu braço. _ e “Escuridão” enfiou a mão no bolso da bermuda que vestia e tirou um aparelho. Um MP9.


_Ora pois, querido! Te rendeste a essas geringonças eletrônicas de trouxas? Lembro-me que antes tinhas um celular 3G tecnomagizado. Agora mandaste enfeitiçar um MP9?


_Novos tempos, minha bela. _ disse “Escuridão”, sorrindo e procurando na agenda de contatos um número, obviamente protegido _ Mesmo o mais radical bruxo das Trevas não pode deixar de reconhecer a importância de comunicar-se instantaneamente neste mundo tão grande. Pois se até o Ministério da Magia usa computadores tecnomagizados, por que eu não usaria um aparelho tão interessante? Música, vídeos, jogos, câmera fotográfica digital, acesso à Internet, telefone e TV, tudo em uma coisa que cabe na palma da mão. Creio que até Lord Voldemort reconheceria a utilidade, caso estivesse vivo.


_Mas houveram tempos nos quais os bruxos tinham medo e recusavam-se a utilizar quaisquer aparelhos trouxas. _ comentou Mariana.


_Isso passou, querida. Sabe, eu conheci muito bem um dos trevosos mais radicais, Lucius Malfoy, o segundo em comando de Lord Voldemort. Ele me contou que não gostava dessas modernidades, somente tolerando-as porque Draco lhe dizia que poderia acessar informações de todo o mundo, que poderiam ser úteis para o Lorde. Na verdade, Draco Malfoy adorava toda essa parafernália eletroeletrônica e, quando estava em casa, durante as férias e feriados, vivia comunicando-se com gente de todas as partes do país e do planeta, através de um tal de ...


_... MSN Messenger?


_Isso. E ainda tinha uma página em um site de relacionamentos, chamado...


_... Orkut?


_Exatamente. Lucius me disse que, querendo ou não, devia à Internet o fato de haver livrado-se de contrair um câncer, já que as imagens que Draco baixou da rede estimularam-no a abandonar o uso do cachimbo. Bem, muito bom para ele. E agora está na hora de desencadearmos nossa mais nova operação. _ e, discando o número, “Escuridão” aguardou que atendessem do outro lado _ Miliescu? Aqui é “Escuridão”. Iniciem a “Operação Helena Frankenstein”.


E o líder do Círculo Sombrio guardou o aparelho no bolso. Curiosa, Mariana perguntou:


_Querido, por que atingir os Malfoy?


_Para que todos saibam que ninguém atraiçoa as Trevas e sai impune, meu bem. Os Malfoy eram os mais importantes aliados do Lorde, antigamente. Lucius era seu segundo em comando e foi o único que permaneceu fiel ao Lorde das Trevas, até morrer. René era o coordenador de uma enorme rede de informações na França. Danielle e Jacques cuidavam da Logística. Valérie, a filha única de René Malfoy, também era fiel e agia como envenenadora em Hogwarts, a soldo de Lord Voldemort, tendo morrido juntamente com Lucius, em Azkaban. Os outros, mal souberam da morte do Lorde, entregaram-se aos Aurores e foram submetidos a inquéritos que resultaram em penas leves, comutadas em multas e serviços comunitários, pois jamais haviam matado ninguém. Covardes que enlamearam a tradição de fidelidade dos Malfoy à causa das Trevas e que, por isso, deverão sofrer e muito. Danielle já perdeu seu amado marido e, em breve, sentirá na “Fata Morgana” os resultados da ira do Círculo Sombrio. René e Jacques terão a sua cota de sofrimento, quando chegar a hora. Mas, no momento, tudo o quanto me interessa é curtir com você este final de tarde e, quando a noite chegar, um bom jantar, as atrações do Resort onde estamos hospedados e...


_... E...?


_Bem, nada mais preciso dizer, além de que estar com você é uma das melhores coisas que já aconteceram na minha vida, Mariana.


_Para mim também, “Escuridão”. Para mim, também.


Escuridão” pagou a conta e os dois dirigiram-se para a praia, a fim de assistirem ao fim de tarde, enamorados.


O que eles não viram foi o rapaz na mesa ao lado, com a aparência do ator Jan-Michael Vincent. Ele terminou sua Margarita e ficou olhando para o casal (“Esperem, pois a batata de vocês está assando, casalzinho de demônios. Infelizmente, não vai dar para impedir essa operação, algumas pessoas sofrerão seus efeitos. Mas eu espero que logo possamos acabar com tudo isso. Já tenho as informações necessárias e, assim que eu repassá-las a Rony Weasley, como Harry me orientou, esses efeitos serão minimizados. Interessante, mesmo que o ator que eu estou copiando a aparência não seja dos mais conhecidos e a série que ele estrelava não tivesse muitos fãs, algumas pessoas notaram a minha presença e chegaram a apontar. Vamos voltar à Inglaterra e tratar de melar mais um plano do Círculo Sombrio”, pensou a bruxa, pois não era outra pessoa senão “π” que estivera utilizando a aparência do ator principal da série dos anos 80, “Airwolf”). Logo em seguida, “π” pagou sua conta e foi à Estação de Transportes Mágicos mais próxima, tomando uma Chave de Portal, diretamente para Londres.


 


Alguns dias depois, uma coisa começou a acontecer por todo o mundo e não somente na Inglaterra. Milhares de pessoas, tanto homens quanto mulheres, começaram a apresentar estranhos sinais de envelhecimento precoce, sem que fosse possível determinar a causa, em um primeiro momento.


Mas, no Departamento de Pesquisas Farmacológicas do Ministério da Magia, Neville Longbottom trabalhava febrilmente, tentando descobrir um modo de reverter o efeito, utilizando-se das informações fornecidas por “π” e repassadas a ele por Rony. Já havia testado diversos produtos, mas ainda faltava identificar qual era o catalisador. No momento em que o descobrisse, a praga poderia ser neutralizada.


 


E o catalisador estava prestes a ser encontrado. Inclusive, essa descoberta seria feita por amigos.


 


Naquela tarde, Marilise e Derek Mason estavam a caminho da Harrod’s, para que ela repusesse alguns cremes que estavam no fim.


_Ainda não sei por que tantos cremes, querida. _ disse Derek.


_Os anos pesam, mais cedo ou mais tarde, meu amor. _ respondeu Marilise.


_Pois, para mim, você continua a mesma de quando nos conhecemos. Lembra-se daquela noite, em Hogwarts? _ perguntou Derek, abraçando a esposa.


_Galanteador. Só que nós temos espelhos em casa, meu querido. Agora, falando sério, como eu esqueceria? _ disse Marilise _ Encontrei o homem que me fez reencontrar a felicidade que eu julgava perdida para sempre, depois que Adriano morreu. Naquele ano nós nos conhecemos, Janine formou-se, vocês derrotaram a Conspiração do Terror, Voldemort morreu, Draco desmascarou Venom... mas quanta coisa aconteceu, por Merlin! Bem, vamos à loj...


Marilise Mason interrompeu a frase na metade. O casal foi cercado, em uma rua menos movimentada, por seis sujeitos mal-encarados, que lhes apontavam revólveres Webley, remanescentes do final do Século XIX, porém ainda operacionais.


_Tiramos a sorte grande, gente. Esse casal parece que está com a carteira recheada. _ disse um deles.


_O que vocês querem? _ perguntou Marilise, já antecipando a resposta.


_O que é que você acha, tia? Vamos aliviar vocês de todo o seu dinheiro. _ disse outro dos bandidos.


_Além dos relógios, jóias, cartões de crédito, etc. _ disse um terceiro.


Derek e Marilise entreolharam-se. O bruxo poderia dar conta dos seis meliantes sem suar muito, mas tinha de levar dois fatores em consideração: a segurança de sua esposa e o espaço disponível naquela rua, que não era muito larga. Marilise era ágil e havia sido treinada por ele, então não era uma senhora indefesa. Mas seria melhor que ela estivesse em segurança, para que ele pudesse concentrar-se naqueles babões. Então, teve uma idéia (“Acho que vou livrar as ruas de Londres desses idiotas e ainda vou me divertir um pouquinho”, pensou o bruxo).


_Marilise, querida, você quer um chiclete? _ perguntou Derek, colocando a mão no bolso.


_Ei, alto lá! Cuidado com essa mão, tio! _ disse um dos bandidos, apontando o revólver para ele.


_Calma, rapaz. Eu estou apenas dando um chiclete para minha esposa.


_Não se preocupe, esse tiozinho não representa ameaça para nós. Vejam, deixem-no dar o chiclete para a esposa. _ disse outro, sem notar que Derek fez um pequeno gesto com a mão esquerda.


Derek Mason estava com a varinha no bolso do casaco, mas não podia pegá-la. Então, utilizando um anel canalizador de magia, semelhante ao de Harry, ele enunciou seu feitiço de forma não verbal (“Commeatus Evanesco”), fez com que a munição de todos os revólveres desaparecesse.


_Claro que eu aceito o chiclete, meu bem. _ disse Marilise, pegando-o e colocando-o na boca _ Vejo você na Harrod’s. Tchau.


_Como assim, “tchau”? _ disse o líder do grupo _ Onde a senhora pensa que vai?


_Às compras, como havia planejado com o meu marido. Agora, por favor, queiram me dar licença. _ disse ela, mastigando o chiclete, estourando uma bola e desaparecendo dali. Os bandidos apontaram suas armas na direção dela e apertaram os gatilhos, mas tudo o que se ouviu foram estalidos secos.


_Agora, vamos ver se o “Tiozinho” representa ameaça ou não para vocês, bando de valentões. _ disse Derek Mason, esfregando as mãos e olhando para os seis pretensos assaltantes com um olhar sacana e um sorriso nos lábios, que só era visto quando ele entrava em combate: a “Cara-de-Guerra” do veterano Auror _ Espero, com toda a sinceridade, que vocês possuam um bom plano odontológico, pois vão precisar muito dele.


Um potente “Seiken Jodan”, que afrouxou quatro dentes do seu alvo, sublinhou as palavras do ex-professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Derek Mason avançou para os outros, saltando a uns cinco metros de altura e aterrissando, no meio dos bandidos, pronto para mostrar a eles que o “Tiozinho” não estava para brincadeiras.


 


Trinta minutos depois, Mason entrava pela porta da Harrod’s e dava um beijo em sua esposa.


_Teve muito trabalho com aqueles caras, querido?


_Não muito. Algum dentista terá bastante trabalho, mas não vai passar disso. Ah, sabia que aqueles revólveres Webley eram da época da Guerra da Criméia?


_Mesmo? Estavam tão bem conservados.


_Sim. Eram de oficiais da 27ª Brigada de Cavalaria.


_Os famosos seiscentos? Os mártires da Batalha de Balaklava?


_Eles mesmos. Lembra-se do poema de Lord Tennyson?


_Mas claro! “Half a league, half a league, Half a league onward, All in the valley of Death rode the six hundred. ‘Forward, the Light Brigade! Charge for the guns!’ he said: Into the valley of Death rode the six hundred” (“Meia légua, meia légua, Meia légua para adiante, Todos no vale da Morte cavalgaram os seiscentos. ‘Adiante, a Cavalaria Ligeira! Ataquem as armas!’ ele disse: Para dentro do vale da Morte cavalgaram os seiscentos”).


_Isso mesmo. Fiquei com um deles, como lembrança e o mandei para Wiltshire. Ziggy certamente encontrará uma bela vitrine para ele. Os outros cinco ficaram com a polícia, que irá enviá-los para museus. Bem, para onde vamos?


_Seção de cosméticos, mais especificamente tratamento de pele.


_Produtos “Fata Morgana”?


_Sem dúvida. Eles são excelentes e além disso gosto muito de Danielle. Coitada. Não merecia o que aconteceu.


_A morte de Didier foi um enorme golpe.


_O assassinato, você quer dizer.


_Então você concorda com Draco, sobre a morte de Didier ter sido obra do Círculo?


_Sem dúvida, querido. Ele não tinha antecedentes de cardiopatia, fumava pouco, fazia exercícios e não abusava da bebida. Tem tudo para ter sido vítima de uma Avada Kedavra.


_Pena você não ser bruxa. Daria uma excelente Auror. _ disse Derek, abraçando Marilise _ Seu raciocínio dedutivo é ótimo.


Aproximaram-se da seção de cosméticos e Marilise logo localizou o que procurava. Dirigiu-se ao balcão e fez seu pedido à vendedora.


_Um hidratante facial e um creme atenuador de linhas de expressão, tudo da “Fata Morgana”, por favor.


_Certo. O hidratante está aqui. Já o atenuador, Sra. Mason, a senhora até poderá levá-lo. Mas estou certa de que não irá querer usá-lo, mesmo que ele esteja custando apenas 3,14 euros. _ respondeu a vendedora, piscando para eles, que perceberam que ela tinha a aparência de Jéssica Alba.


_É você, “π”? _ perguntou Derek, vendo que a informante concordara, com um aceno de cabeça.


_Paguem a compra e encontrem-se comigo na cafeteria. Está quase no horário de almoço e lá nós poderemos conversar com mais calma.


_OK. Estaremos esperando lá. _ disse Marilise, dirigindo-se com Derek aos caixas.


 


Na cafeteria, Derek e Marilise tomavam um chá e aguardavam a chegada de “π”, que não se fez demorar. Executando um Feitiço de Privacidade, ela garantiu uma conversa mais tranqüila.


_Por que você disse que eu não iria querer levar o atenuador?


_Acontece que eu forneci ao Ministério as informações sobre um novo plano do Círculo, que envolve os produtos “Fata Morgana”. A única coisa que estava faltando era descobrir qual era o catalisador. Agora eu já descobri, mas a coisa já estourou, infelizmente. Prof. Mason, eu preciso que leve exatamente esse pote de atenuador para Neville Longbottom.


_Sim, claro. Mas, por quê?


_Ele é que está conduzindo as pesquisas sobre um modo de reverter os efeitos do golpe do Círculo e, com o catalisador, será possível criar um antídoto. Creio que vocês não devem ter lido os jornais de hoje.


_Não, não lemos. _ disse Derek _ Saímos meio cedo e iríamos lê-los na volta. O que houve?


_Bem, aqui estão o “Profeta Diário” e o “London Times” de hoje. Leiam e vejam se não há o dedo de “Escuridão” nessa jogada.


Derk e Marilise viram o texto dos jornais, que era igual e dizia:


 


COSMÉTICOS TÓXICOS?-FATA MORGANA SOB SUSPEITA


 


A surpreendente ocorrência de casos de envelhecimento cutâneo precoce, ocorrida em vários países, parece ter tido sua causa descoberta, através de informações de uma fonte anônima. Depois de as vítimas terem sofrido um estranho efeito de desidratação e diminuição do turgor da pele, como se décadas se passassem em horas, perceberam que uma nova aplicação de determinados cosméticos revertia seus efeitos, temporariamente, em um processo cíclico. Descobriu-se, então, que a causa podia ser atribuída aos afamados cosméticos ‘Fata Morgana’, cuja fábrica central localiza-se na França, de propriedade da famosa empresária do ramo, Danielle Malfoy Bashir. As hipóteses levantadas são de que um erro na produção possa ter adicionado aos produtos um ingrediente que precipitou esse estranho efeito ou de que possa ter havido uma manobra desonesta de algum grupo rival. A outra possibilidade, bem mais remota, levando-se em conta a reputação ilibada da Sra. Bashir e o alto conceito da ‘Fata Morgana’ no mercado, é de que o efeito tenha sido provocado com a finalidade de criar dependência dos clientes em relação aos produtos por eles fabricados. Qual será a verdade? O que sabemos, por enquanto, é que Danielle Malfoy Bashir, em uma entrevista coletiva no Salão Nobre da ‘Fata Morgana’, declarou que as pessoas afetadas pela estranha praga deverão procurar uma unidade das empresas e fazer um cadastro, para obterem o fornecimento gratuito dos produtos, a fim de amenizar os efeitos, até que uma cura definitiva seja disponibilizada.


 


_Grande Merlin! _ exclamou Marilise _ Se uma cura não for encontrada, a “Fata Morgana” irá amargar um enorme prejuízo.


_Sem contar que as ações irão despencar. _ disse Derek _ E com isso as empresas correrão o risco de quebrar.


_E talvez seja exatamente isso que “Escuridão” está querendo, forçar uma situação para que as empresas entrem em falência. _ comentou “π” _ Seria algo bem ao estilo dele.


_Mas eu acho que, com a sua ajuda, poderemos evitar que isso aconteça, “π”. E a resposta está neste pote. _ comentou Derek, segurando o pote de atenuador, contendo a substância catalisadora _ Vou levá-lo ao Ministério, agora mesmo. Venha comigo, Marilise. Muito obrigado, “π”. Suas informações serão bem utilizadas.


Derek e Marilise pagaram a despesa e saíram. Em um lugar tranqüilo, beijaram-se e desaparataram, diretamente para o Átrio do Ministério da Magia.


 


Iriam tentar deter mais um golpe do Círculo Sombrio.


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