REFLEXOS DE VIDA E MORTE



CAPÍTULO 30


 


REFLEXOS DE VIDA E MORTE


 


 


 


 


 


 


 


 


_... Certo. Então, seu #$&*##!!!, mantenha suas mãos em cima da mesa e não tente nenhuma gracinha, tipo tentar pegar a varinha para usá-la contra mim. Feitiços não são mais rápidos do que balas, eu tenho uma Glock .40 apontada para você e posso lhe abrir um segundo umbigo, lhe arrancar as bolas ou as duas coisas. Entendeu ou quer que eu desenhe?


 


Esse “simpático” diálogo estava sendo travado em uma mesa de um bar, em Paraty, por ninguém menos do que Claudiomir e... Harry Potter?!?!?!


 


Vamos retornar algum tempo, para uma melhor compreensão.


 


Na manhã seguinte, Claudiomir levantou-se e viu que uma mensagem havia sido deixada em sua mesa de cabeceira, combinando um encontro. Depois de tomar seu café, saiu e foi para o bar indicado na mensagem. Em uma mesa, encontrou Harry Potter, sentado e tomando um suco. Sentou-se e pediu uma Coca Zero com limão e gelo, enquanto Harry executava um Feitiço de Privacidade.


 


_Recebi sua mensagem, respondi e estou aqui, Claudiomir. Você disse que o Círculo aprontou mais uma. O que foi desta vez?


_Envenenaram hóstias que seriam distribuídas durante uma missa, na Basílica de Aparecida, somente para testar a letalidade da substância. Era um plano do novo operativo do Círculo Sombrio, “Viper”. Eles me fizeram uma “visitinha social”, há alguns dias.


_Nunca pensei que conseguiriam cooptar Draco. _ disse Harry.


_Além disso, há uma garota que está sob a nossa proteção desde que fugiu do bordel de Fu-Sheng Kang, em Hong Kong. Parece que ela tomou conhecimento de muito mais do que devia. Uma garota bastante bonita, que ninguém pensaria estar trabalhando na “Profissão Mais Velha Do Mundo”.


_Sei que o bordel de Fu-Sheng Kang serve como fonte de informações para quem quer que se interesse. _ disse Harry _ Ele não faz distinção entre dólares, euros ou galeões, contanto que engordem suas contas em paraísos fiscais.


_É algo arriscado, trabalhar com informações sigilosas. _ comentou Claudiomir.


_É e não é, Claudiomir. _ disse Harry _ Ele sempre teve o cuidado de possuir informações comprometedoras sobre todos os seus clientes, de modo que...


_... Todos eles têm o rabo preso com Fu-Sheng Kang, que pode atirar para qualquer lado. _ disse Claudiomir _ É, ele é muito esperto. Mas a garota deve ter informações muito importantes ou ela não estaria tão apavorada com a possibilidade do Círculo Sombrio a estar perseguindo.


_Com certeza. Mas se Hsiao realmente estiver correndo perigo, foi procurar o cara certo. Ademar Pestana é o melhor. Só precisamos nos encontrar com ela e...


_... Certo. Então, seu #$&*##!!!, mantenha suas mãos em cima da mesa e não tente nenhuma gracinha, tipo tentar pegar a varinha para usá-la contra mim. Feitiços não são mais rápidos do que balas, eu tenho uma Glock .40 apontada para você e posso lhe abrir um segundo umbigo, lhe arrancar as bolas ou as duas coisas. Entendeu ou quer que eu desenhe?


 


Com isso, retornamos ao presente.


 


_ “Caveira” dos infernos. Como descobriu? _ perguntou o impostor.


_Assim você insulta minha inteligência. _ disse Claudiomir, mantendo a pistola apontada para ele, por baixo da mesa _ Ora, na verdade foi elementar, meu caro impostor, mesmo que você seja bastante bom em Transfiguração Pessoal Completa. Começou quando você executou o Feitiço de Privacidade. Eu conheço as varinhas que Harry Potter usa. Uma delas é a que ele tem desde garoto, feita de azevinho com cerne de pena de cauda de Fênix. A outra é uma varinha de Auror, com madeira de acácia revestida de liga de ouro, aço e Mirtheil, cujo cerne são três fios de pêlo de cauda de unicórnio trançados. A varinha que você usou não passa nem perto de se parecer com uma delas e você executou o feitiço com a mão esquerda, enquanto que Harry é destro.


_E o que mais? _ perguntou o estranho, tentando ganhar algum tempo até a chegada de seus reforços.


_Em nenhum momento eu mencionei que “Viper” fosse Draco Malfoy, nem que a garota chinesa se chamava Hsiao e que tinha ido procurar por Ademar Pestana. Outro detalhe é que senti em você a catinga daquele maldito cigarro egípcio Avrupa, do qual os operativos do Círculo parecem gostar tanto. Harry Potter jamais fumou em toda a sua vida. E como se não bastasse, para concluir ele está bem atrás de você, dando risadas, em companhia de Marino, Daniel, Milly e Blaise.


_Desgraçado. _ sibilou o impostor, esperando a chegada de seus reforços.


_Se está esperando pelo seu apoio, esqueça. _ disse Harry, entrando no raio de ação do Feitiço de Privacidade _ A esta hora, eles estão sendo encaminhados à Academia de Aurores, no Rio de Janeiro, onde serão interrogados.


_Foi tão fácil dar um jeito neles. _ disse Milly _ Nem teve graça.


_Mais fácil do que em Porto de Galinhas, quando nos conhecemos, não é, meu amor? _ perguntou Daniel, abraçando a esposa.


_Sem contar que não precisei levar nenhum tiro (LER “AS FÉRIAS SECRETAS”, CAPÍTULO “ENTRE A VIDA E A MORTE”). _ disse Blaise, abraçada a Marino _ Não precisa ficar com saudades, você logo vai fazer companhia a seus amigos.


_Se não me engano, hoje os alunos da Academia de Aurores vão ter instrução de técnicas de interrogatório. _ disse Claudiomir _ Vem bem a calhar.


_Quem será o instrutor? _ perguntou Harry, já antevendo que os operativos do Círculo Sombrio estariam em maus lençóis.


_Será um Capitão do BOPE, meu colega de turma. Seu nome é Carvalho e ele é expert em “técnicas minimalistas”. _ disse Claudiomir _ Ele já tem diversas videoaulas preparadas, sendo que uma das melhores é “Diversas Maneiras de Utilizar Uma Vassoura”. O problema é na hora das demonstrações práticas, pois conseguir “voluntários” entre os criminosos, antes que as entidades de “Direitos dos Manos” venham encher o saco. Mas agora, como o Círculo Sombrio foi gentil em nos proporcionar material...


 


Ouvindo aquilo, o impostor foi começando a ficar meio esverdeado.


 


_Ora, parece que ele vai desmaiar. _ disse Milly.


_O Círculo não é mais o mesmo. _ disse Marino _ Os caras estão ficando cada vez mais frouxos.


_Frouxo ele vai ficar, depois que o Capitão Carvalho terminar com ele. A não ser que ele colabore e já nos entregue algumas informações, algo que possamos utilizar. _ disse Claudiomir, com um sorriso no rosto.


 


O impostor ponderou bem sobre suas chances, que não eram muitas. Sabendo que quando as palavras “vassoura” e “BOPE” partilhavam a mesma frase, o resultado não era dos mais agradáveis para qualquer tipo de malfeitor, concluiu que sua integridade física era mais importante e resolveu ceder.


 


_OK, eu falo o que eu souber. Mas para vocês, aqui e agora. Ninguém em sã consciência se jogaria de braços abertos nas mãos dos “Caveiras”.


_Sábia decisão, meu caro. _ disse Claudiomir, com aquele seu famoso sorriso safado e dando um tapinha no ombro do impostor _ E qual é o seu nome?


_Frank Davenport.


_Há quanto tempo você é operativo do Círculo? _ perguntou Harry.


_Há uns três anos. Não sou de alto escalão, meu trabalho é coletar informações, utilizando disfarces. Minha habilidade em Transfiguração Pessoal Completa me ajuda bastante. Digam-me, por favor, o que podem fazer para me manter vivo? O simples fato de eu estar falando com vocês já me põe na condição de marcado para morrer.


_Poderemos lhe providenciar uma nova identidade e uma nova aparência, através de Reformatação Facial Mágica. _ disse Harry _ Já foi feito antes e poderá ser feito novamente. O que mais tem a nos dizer? Você disse que Draco Malfoy foi cooptado pelo Círculo. Como isso é possível?


_Foi um trabalho muito difícil de lavagem cerebral, através de acupuntura em pontos Chakra específicos, que tornaram-no receptivo a sugestões que apagaram sua memória a partir dos dezesseis anos. Quem fez isso foi um velhinho japonês cego, um tal de Nitobe...


_... Nitobe Suwo. _ disse Harry, lembrando-se da pessoa _ Ele já é conhecido dos Aurores e da InterSec. Trabalhou para a Yakuza e para as Tríades. É um velho bruxo especialista em Saiminjutsu e Kobudera. Foi expulso do Dojo de Magia Shinobi, onde era professor auxiliar e então passou a alugar seus conhecimentos para a facção criminosa que melhor o pagasse. Que ninguém se iluda por ele ser cego, o sujeito é perigosíssimo.


_E atualmente seus empregadores são “Sombra” e “Escuridão”. É, as coisas estão se complicando. _ disse Marino.


 


Davenport prestou um longo depoimento, gravado em um Cristal de Armazenagem. Em seguida, foi levado por dois Aurores. Harry desfez o Feitiço de Privacidade do bandido e executou o seu próprio, garantindo o sigilo da conversa.


_Você mencionou ainda há pouco uma garota chinesa que foi procurar proteção de Ademar Pestana, Claudiomir. Qual o nome dela?


_Hsiao. Era uma garota do bordel de Fu-Sheng Kang, em Hong Kong. Você já deve ter ouvido falar. _ disse Claudiomir.


_Já, o nome não me é estranho. _ O nome da garota e o bordel de Fu-Sheng Kang trouxeram à memória de Harry muitas lembranças de uma missão em Hong Kong, na qual ele e Rony passaram-se por dois executivos europeus e descobriram a trama de coleta de informações do proxeneta chinês. O bordel passara algum tempo fechado, mas parece que o empresário do prazer e da informação sigilosa estava de volta às atividades. As informações colhidas resultaram na invasão de um edifício em Xangai, onde descobriram um laboratório de armas biológicas no qual havia sido desenvolvido o vírus “Inferno 300”. Por sorte, a chantagem biológica havia sido impedida (LER “HARRY POTTER E O CÍRCULO SOMBRIO”, CAPÍTULO “CHANTAGEM BIOLÓGICA”). _ O tal de Davenport acabou caindo direitinho. Como o Círculo não tem conhecimento do nosso código pessoal, ele acabou respondendo à mensagem.


_É verdade. Eles interceptaram a coruja que eu te mandei, mas acabaram respondendo quando, na verdade, não deveriam fazê-lo. _ disse Claudiomir.


_Sim. A pista na mensagem estava encriptada e dizia: “Não responda, apenas venha”. _ disse Harry _ Parece que Davenport se livrou da vassoura.


_Mas não sei se vai se livrar da perseguição do Círculo. Eles estão infiltrados por toda parte. _ disse Blaise.


_Conseguimos manter Pendergast vivo, até o momento. E ele nos tem dado algumas informações interessantes, que resultaram no fim de muitas operações do Círculo Sombrio. _ disse Harry _ O problema é que “Escuridão” parece que está encerrando as operações menores, o que significa...


_... Que está preparando coisa grande. _ disse Daniel _ O que poderia ser?


_Sei de uma coisa, mas ainda não é o momento. Se eles perceberem que a gente está se mexendo, suspenderão a operação e será tempo perdido. Só vamos nos manifestar na hora certa. _ disse Harry _ E já tenho um contraplano preparado. Seria bom falarmos com Hsiao, Claudiomir. Ela está em segurança?


_O máximo que eu e Pestana pudemos proporcionar, Harry. Venha comigo e vamos encontrar com ela.


_Vou logo atrás de você, Claudiomir. Eu vim de moto. _ E Harry apontou para a enorme moto preta e prateada.


_Aquela é a moto que você ganhou de Sirius? Pensei que, como inglês, ele fosse dar preferência a uma Triumph e não a uma Harley-Davidson Fat Boy. Mas você veio da Inglaterra com ela?


_Ele adorava o filme “Easy Rider”, por isso comprou uma Harley. E ela desaparata, além de voar. _ disse Harry _ Certa vez eu a utilizei para ir de Londres até Mandalay. Mas vou te acompanhar, pela Rio-Santos.


_Excelente. _ disse Claudiomir _ Vamos indo, então?


_Mas vocês não vão ao menos ficar para almoçarem conosco? Garanto que não vão se arrepender. _ disse Blaise.


_A oferta é tentadora. _ disse Harry, que já se hospedara várias vezes na pousada.


_Acho que não fará mal. _ disse Claudiomir.


 


Depois do almoço, seguiram pela Rio-Santos, rumo ao Rio de Janeiro. Claudiomir ao volante da IX-35 e Harry pilotando sua Harley. Em pouco tempo, estavam chegando ao Rio de Janeiro e ao hotel onde Hsiao estava hospedada, disfarçada como executiva de uma empresa chinesa de eletrônicos, em viagem de negócios ao Brasil.


No hotel, os dois anunciaram-se na portaria e subiram até o apartamento. Claudiomir tocou a campainha, segundo o código que combinara com Pestana. Em seguida a porta se abriu e Ademar Pestana recebeu os dois, com a varinha em punho.


_Fala, “Caveira”. Já soube que tudo foi resolvido, lá em Aparecida e que os responsáveis pelo envenenamento das hóstias já estão aos cuidados dos Aurores... ora, mas que bom vê-lo novamente, Harry Potter. _ disse Pestana, baixando a varinha e cumprimentando Harry.


_Sim, suas informações foram muito úteis para subirmos o morro, daquela vez em que Draco e Janine foram seqüestrados pelo Círculo. Graças a você, Nogata soube que rota tomar e eu pude descer no local certo. _ disse Harry _ E quanto à garota, Hsiao? Onde ela está?


_Estou aqui, Sr. Potter. _ disse a chinesa, saindo do quarto, vestindo um roupão e com uma toalha na cabeça _ Estava no banho. Se puderem esperar mais um pouco, estarei à sua disposição.


_Sem problemas, Hsiao. _ disse Harry _ Estaremos aguardando.


 


Pouco tempo depois Hsiao adentrava a sala, vestindo um Tailleur lilás e sentando-se à mesa. A garota não havia mudado nada do que Harry se lembrava, desde aquela ocasião em que estivera com ela, em Hong Kong. Lógico que ela sequer desconfiava que o executivo alemão fosse Harry Potter, o “Camaleão-Fantasma” de codinome “Hawkeye”.


 


_Eu estava em Hong Kong, ainda trabalhando no bordel de Fu-Sheng Kang, para minha vergonha e de minha família. Quando obtive o suficiente para pagar meus débitos saí do bordel, submetendo-me ao Feitiço de Memória que apagaria o conhecimento de informações importantes que pudessem comprometê-lo. Mas parece que o feitiço não foi bem executado, pois poucos dias depois me lembrei de algumas coisas, principalmente de uma parceria de Fu-Sheng Kang com o Círculo Sombrio para cooptar cientistas com a finalidade de desenvolverem armas químicas e biológicas.


 


Tomou um gole de água e continuou.


 


_De algum modo, descobriram que o feitiço teve falhas, pois quase me pegaram em meu apartamento. Consegui evitá-los, quase por milagre e fui procurar meu tio, a única pessoa da minha família que não me rejeitou ao saber de minha atividade no bordel. Lógico que ele não sabia do trabalho de coleta de informações. Ele me escondeu e, com a ajuda de seu patrão, conseguiu me tirar da China. Então, vim para o Brasil e, há alguns dias, tive um choque ao visitar um museu e todas as minhas memórias retornaram, inclusive de que fui visitada certa vez por um Auror, um “Camaleão-Fantasma”.


_Um daqueles que trabalham transfigurados e têm sua identidade protegida? _ perguntou Pestana.


_Exato. E era um dos mais eficientes, “Hawkeye” era seu codinome.


_Como foi que suas memórias voltaram, Hsiao? _ perguntou Claudiomir.


_Não sei direito, Capitão. Só sei que ao admirar uma pintura no Museu Imperial de Petrópolis, fiquei tão fixada nela que não conseguia sair do lugar. Então, as memórias retornaram todas de uma vez.


_Interessante. _ disse Harry _ Eu já havia ouvido falar de estados catatônicos induzidos pela admiração de uma obra de arte, a “Síndrome de Stendhal”, mas nunca soube que seria capaz de desencadear um choque emocional tão intenso.


 


Naquele momento, bateram à porta e Pestana a entreabriu. Era a arrumadeira.


_Com licença, vim arrumar o apartamento.


_Não precisa. _ disse Pestana, a mão direita pronta para sacar a varinha.


_Não levará mais do que 3,14 minutos. _ disse ela.


_Deixe-a entrar, Pestana. _ disse Harry _ E aí, tudo bem, “π”? Eu já estava me perguntando quando é que você ia aparecer.


_Me reconheceu fácil, hein? _ perguntou a informante.


_Depois de anos trabalhando juntos, aprendi a reconhecer suas pistas e, considerando que Demi Lovato nunca foi camareira, só poderia ser você. Venha e sente-se.


 


A informante sentou-se à mesa, juntando-se aos outros.


 


_Muito obrigado pelo antídoto. _ disse Claudiomir.


_Não tem de quê, Capitão. _ disse ela _ Eis mais um veneno que o Círculo não poderá usar.


_E também pelo pen-drive. Todos os detalhes do plano de “Viper” estavam lá.


_Como é que é? _ perguntou “π” _ Que pen-drive?


_O que foi colocado no meu bolso, quando o Círculo esteve no meu apartamento.


_Não fui eu. _ disse “π” _ Só lhe apliquei o antídoto, quando arranhei seu braço. Os detalhes do plano estavam ali, você disse?


_Exato. Com aquilo, conseguimos bolar o contraplano e pegar todos os envolvidos. _ disse Claudiomir _ Mas se não foi você, isso pode significar...


_... Que talvez haja outra pessoa infiltrada no Círculo Sombrio, um elemento desconhecido, nos ajudando sem que saibamos quem é. _ disse Harry, pensativo, servindo-se de um copo de água.


_Seria interessante que descobríssemos. _ disse “π”_ E vou cuidar disso, assim que sair daqui. Você já montou um contraplano para tentar deter a “Operação-Peixes-no-Barril”, Harry?


_Já tenho algo em mente, não se preocupe. E ainda será preciso descobrir como acessar a nova base principal do Círculo, que é protegida por defesas fortíssimas, pelo que você me disse. Pena que a localização esteja sob Feitiço Fidelius Conditio.


_Talvez eu saiba de algo sobre algum dos planos futuros do Círculo, Harry. _ disse Hsiao _ Sei que utilizam um submarino nuclear da antiga União Soviética.


_Sim, isso é verdade. _ disse “p”. Mas como você descobriu, Hsiao?


_Um antigo oficial da Marinha Soviética tornou-se chefe de uma família da Krasnaya Mafiya, depois do fim do comunismo. Ele foi ao bordel e saiu comigo. Quando utilizei Veritaserum nele para obter alguma informação, fiquei pasma ao saber que ele havia conseguido adulterar os documentos a fim de que parecesse que todos os submarinos da Classe Typhoon que deveriam ter sido desmontados assim o haviam sido. Mas ele conseguiu ocultar um daqueles colossos e vendê-lo para o Círculo Sombrio, nos tempos do “Planejador”. Com o lucro, deu início à sua família, que tem o nome de “Отравить Степи” ou “Otravit‘ Stepi”, o “Veneno das Estepes”.


_Já ouvi falar dessa família. _ disse “π” _ São focados em tráfico de drogas e contrabando de armas. Bem, vou indo, então. Verei o que posso fazer e manterei contato. Até.


 


Depois que “π” saiu, Harry pensou um pouco e começou a agir.


 


_Pestana, posso usar seu Notebook? Ele tem Videochat pelo Skype?


_Claro, Harry. Pode usá-lo.


_Perfeito. Ela está sempre online e poderá me dizer alguma coisa sobre esse cara... qual é o nome dele, Hsiao?


_Barev. Mikhail Barev.


_OK. Lá vamos nós. _ e Harry ligou o Notebook, acionando o Skype e digitando um número, sorrindo ao ser atendido _ Здравствуй, царица. Хорошо? Мне нужно немного помочь (“Olá, Czarina. Tudo bem? Preciso de uma pequena ajuda”).


_Гарри, приятно видеть вас снова. Что вам нужно (“Harry, que bom vê-lo novamente. Do que é que você precisa”)?


_На самом деле, мне нужно знать все, что вы можете сказать мне о Михаиле Барев и «Яд Степи" Семья (“Na verdade, preciso saber tudo o que você puder me dizer sobre Mikhail Barev e a Família ‘Veneno das Estepes‘”).


_Эти ребята никогда не годятся, Гарри.Другие семьи не любят их, потому что они согласились стать союзниками темный круг (“Aqueles caras não prestam, Harry. As outras famílias não gostam deles, porque aceitaram ser aliados do Círculo Sombrio”).


_Я уже выяснили, царица. И также знал, что именно он сумел блокировать "Симбирск" подводной лодки и продают его в круг, подделке документов разборки (“Isso eu já descobri, Czarina. E também soube que foi ele quem conseguiu desviar o submarino ‘Simbirsk‘ e vendê-lo para o Círculo, forjando os documentos de sua desmontagem”).


_Кроме того, он связан со старым знакомым из наших (“Além disso, ele está associado a um velho conhecido nosso”).


_И кто бы, что быть известным (“E quem seria esse conhecido”)?


_ Ну, сказать, что клуб "Алые Сумерки" вновь открыл свои двери несколько месяцев назад (“Bem, digamos que o clube “Crepúsculo Escarlate” reabriu suas portas, há alguns meses”). _ disse a Czarina.


_Хм, думаю, мне придется вернуться в Одессу и посетить наш старый знакомый Сергей Каркаров. Возможно, я должен напомнить вам, что я могу сделать с помощью мыши и ведро (“Hmm, acho que terei de retornar a Odessa e fazer uma visitinha ao nosso velho amigo Sergei Karkaroff. Talvez eu deva lembrá-lo do que posso fazer com um rato e um balde”).


_ На этот раз он не забудет наверняка (“Desta vez ele não esquecerá, com certeza”).


_ Спасибо, царица. Есть ли что-нибудь, что я могу сделать для вас, так как она не является незаконной (“Obrigado, Czarina. Há algo que eu possa fazer por você, desde que não seja ilegal”)?


_Да, Гарри. Мог попросить сотрудников Prewett & Огден есть запас огня виски? Это так трудно получить здесь, в Таиланде (“Sim, Harry. Poderia pedir para o pessoal da Prewett & Ogden mandar um estoque de uísque de fogo? Ele é tão difícil de conseguir, aqui na Tailândia”).


_Конечно, царица. До следующего времени (“Com certeza, Czarina. Até a próxima”).


 


Depois de encerrar o contato, Harry sorriu, satisfeito.


 


_Conheço esse sorriso. _ disse Claudiomir _ E ele costuma prenunciar coisas desagradáveis para caras maus.


_Creio que tomarei uma vodka a cinco graus abaixo de zero em um certo clube de Odessa, que reabriu recentemente.


_O tal de Sergei Karkaroff não aprende mesmo. Pensei que aquela história do rato e do balde tivesse ensinado a lição a ele. _ Claudiomir lembrou-se do que Harry lhe contara de quando, sozinho, destruiu o clube “Crepúsculo Escarlate”.


_Que história é essa? _ perguntaram Hsiao e Pestana.


_Vocês assistiram “+Velozes +Furiosos”? _ perguntou Harry.


_Assistimos. _ responderam os dois, fazendo caretas ao se lembrarem da cena do rato e do balde.


_Mas isso pode esperar um pouco. _ disse Harry _ Terei de voltar a Hogwarts ainda hoje, pois amanhã tem Quadribol e quero ver meu filho ganhar mais uma.


_Confiante, hein? _ perguntou Pestana, sorrindo.


_Potter é Potter. _ disse Claudiomir _ Eu já vi o jovem Tiago em ação e sei que Harry não está falando à toa. Mudando de assunto, acho que aquela loira mafiosa de cara queimada gosta de você, Harry. Certa vez levantei a ficha dela e descobri que ela é pior do que a quadrilha daquela novela que passou há algum tempo.


_Aqueles que atuavam na Turquia? É, ela não é flor que se cheire, mas sempre teve um grande senso de honra, devido ao seu passado como oficial das Spetsnaz. Bem, vou indo. Muito obrigado pelas informações, Hsiao.


_De nada, Harry. Se eu me lembrar de mais alguma coisa, informarei ao Pestana.


 


Harry saiu e foi para o estacionamento, pegar sua moto. No caminho, estuporou um operativo do Círculo que estava de tocaia, deixando-o para os Aurores.


_Vai cantar uma bela ópera nas mãos dos Aurores do Rio de Janeiro, seu idiota. Quase que eu fico com pena de você. Quase. _ montou na moto e desaparatou rumo a Hogsmeade, onde a deixou em casa e foi para Hogwarts.


 


“Cidadela de Bóreas” – madrugada.


 


Sentado à escrivaninha de seu gabinete particular, “Escuridão” revisava os últimos detalhes da “Operação-Peixes-no-Barril”, o golpe que abalaria a estabilidade dos Ministérios da Magia ao redor do mundo, permitindo que seu pessoal já devidamente infiltrado tomasse o controle. Nada poderia dar errado, em princípio. Mas ele sabia que o maldito Testa Rachada era um fator imprevisível, ignorá-lo significava o malogro de quaisquer planos.


Porém, havia algo mais que preocupava o bandido bruxo. Àquela altura, era evidente que havia um furo, um vazamento na organização. Mas quem seria? “Sombra”? Não, ela estava com ele desde o início, desde que o “Planejador” os trouxera para o Círculo e também colaborara com ele na morte do antigo líder da organização. Mariana? Não, não podia ser. Ela sempre fora uma dedicada agente, desde a adolescência e tornara-se sua amante, depois de ter sido resgatada da prisão bruxa “Masmorras de Xangô”, na Namíbia, para onde havia sido levada depois de sua tentativa de matar o próprio pai, Ricardo Lugoma, Ministro da Magia de Angola, ter sido frustrada por Harry Potter, Rony Weasley e Neville Longbottom. Draco Malfoy, a nova aquisição do Círculo Sombrio, atuando sob o codinome “Viper”? Também não, o “tratamento” proporcionado por Nitobe Suwo era à prova de falhas.


Teria de ser alguém abaixo da alta cúpula do Círculo, o que dificultava as coisas. Vários operativos tinham de possuir conhecimentos sobre os planos, para que eles pudessem ser levados a cabo, era imprescindível. Centralizar significava atraso e o maior dos golpes do Círculo estava em fase de planejamento, para o que todos aqueles cientistas e os testes com as armas químicas e biológicas haviam sido realizados. Além disso a tomada de Hogwarts, sob a aparente liderança do “Avatar das Trevas”, seria a ponta de lança da infiltração nos estabelecimentos de ensino bruxos ao redor do mundo, povoando as escolas com alunos devidamente preparados para espalhar a doutrina das Trevas, como queria Lord Voldemort.


Só que, agora, sob as ordens de “Escuridão”.


 


O líder do Círculo Sombrio apertou um botão oculto em sua escrivaninha e um painel da parede se abriu, dando passagem para a entrada de sua câmara secreta. Nem mesmo “Sombra” ou Mariana tinham conhecimento dela. Assim queele passou pela entrada, o painel se fechou, como se jamais tivesse existido.


No interior da câmara, pegou um vidro do seu medicamento e colocou um comprimido debaixo da língua, aplacando a ardência em seu peito. As dores pareciam estar começando a ficar mais freqüentes e intensas, obrigando-o a sempre estar com seus comprimidos ao alcance. Ainda bem que ainda possuía um grande estoque na câmara e, quando fosse necessário, o Sr. “Koslov” faria uma nova visita ao Dr. Vesalius.


Se o seu coração estava começando a dar mostras de que o problema se agravava, era a hora de levar seus planos a cabo, a fim de garantir a supremacia do Círculo Sombrio e o restabelecimento do poder da Ordem das Trevas. “Escuridão” não tinha ilusões de que duraria para sempre e não tinha o menor interesse em dividir a alma fazendo Horcruxes, como fizera Lord Voldemort. Era a hora de preparar sua sucessão, deixar a liderança para o triunvirato formado por “Sombra”, “Viper” e Mariana. Mas tinha de ser feito aos poucos e com método, dentro do tempo que ele pudesse ainda ter.


Abriu um dos volumes do Necronomicon que estava sobre a mesa e leu um dos textos, preocupado com o preço que poderia ser cobrado caso continuasse a utilizar o Pentagrama Invertido. Era a hora de parar com aquilo, enquanto ainda podia. Já o utilizara o suficiente e a comunicação com o “Avatar” poderia ser feita por outros meios (“Escuridão” não sabia que o “Avatar das Trevas” havia conseguido retornar o Pentagrama de Comunicação para a posição correta).


Também viu que, naquele volume, havia o contrafeitiço para o Feitiço Obliviador Megapotente que utilizara em Draco Malfoy, em combinação com outro que lhe permitia causar os pesadelos que quase enlouqueceram o bruxo loiro. Por aquela razão o livro estava escondido naquela câmara, pois se Draco recuperasse as memórias que lhe haviam sido subtraídas e modificadas, o Feitiço Fidelius que garantia o segredo de sua identidade seria quebrado e todos acabariam por saber quem ele realmente era por trás daqueles traços chineses, adquiridos através de uma Reformatação Facial Mágica.


Em um canto da câmara, havia uma parte da parede com cortinas de veludo verde, que estavam cerradas. Descerrando-as, “Escuridão” viu-se em frente a três espelhos, um dos quais já nosso conhecido, que formavam um tríptico. Em um deles, viu aquilo que mais desejava, um mundo sob o controle do Círculo e da Ordem das Trevas. Mas, infelizmente, as pessoas que ele mais queria ao seu lado jamais poderiam lhe acompanhar. No outro, via Harry Potter frustrando seus planos, descobrindo quem ele era e expondo-o para toda a Bruxidade. No terceiro espelho, a única coisa que via era algo de que quase já não mais se lembrava, o reflexo do seu verdadeiro rosto, com a idade que tinha agora. Aquele tríptico de espelhos, um lendário conjunto que lhe custara uma fortuna e muito tempo para reunir, eram os seus maiores conselheiros.


O primeiro deles, que fora o último a ser adquirido pois havia sido muito difícil descobrir para onde fora removido, mostrava o maior desejo de uma pessoa e estivera em Hogwarts, há vários anos. Era o “Espelho de Ojesed”, que havia sido importantíssimo para que Harry Potter obtivesse a Pedra Filosofal e impedisse que Lord Voldemort colocasse as mãos nela.


O segundo espelho era o “Espelho de Odem” e mostrava à pessoa aquilo que ela mais temia, o seu maior medo. Antes de chegar às suas mãos, estivera em vários lugares, entre eles a casa do General George Smith Patton. Por isso que o veterano militar sempre fora bastante arrojado, já que conhecendo seus medos uma pessoa descobre como vencê-los.


O terceiro espelho era o mais importante de todos, pois refletia unicamente a verdade. Uma pessoa que se mirasse no “Espelho de Edadilaer” iria se ver como era na realidade, não importando o disfarce que usasse. O último tempo e lugar em que aquele espelho refletira a face de alguém fora em Kopenhagen, no ano de 1925. A peça havia sido adquirida e dada de presente à Princesa Dagmar da Dinamarca, ou Maria Feodorovna, mãe do Czar Nicolau II. Naquela ocasião o espelho, que passara centenas de anos sem ser descerrado, foi colocado em uma câmara nos aposentos da Princesa e estava sendo limpo por uma criada recém-admitida ao serviço, uma jovem russa chamada Eleonora Grigorievna Sitnikov, que tinha saído de um hospital de Alexandria onde dera entrada em 1920, ferida e sem conseguir lembrar-se de nada além de seu nome. Com sua saúde recuperada, passara a trabalhar no hospital, tornando-se camareira e enfermeira. Devido à sua origem russa, foi sugerido a ela colocar-se a serviço da Princesa Dagmar o que ela fez rapidamente, juntando suas economias e viajando para a Dinamarca.


Ao descerrar o espelho para limpá-lo, estando na câmara somente ela e a Princesa Dagmar, as duas quase caíram de costas quando a imagem delas refletida no espelho revelou uma avó abraçada à sua neta, ambas trajando vestes de gala da corte russa. Olhando para o rosto da garota, precocemente desgastado pelas agruras sofridas e prestando atenção em seus cabelos mal cuidados de coloração loiro-arruivada e seus olhos azuis, abriu a boca mas, em um primeiro momento, nada conseguiu dizer. Em seguida, com voz trêmula, sussurrou: “Настенька (Nastenka)”?


A garota virou-se para ela como se já a conhecesse, mas ainda sem saber de onde. Então, a Princesa disse, primeiro, “Маленькая (Malenka, “Pequena”), Солнечный луч (Solnechnyy luch “Raio de Sol”)” e, enquanto a criada a encarava, disse em voz alta uma única palavra, em tom de pergunta: “ШBИБЗИК (SHVIBZIK, DIABINHO)”?


Aquela última palavra pareceu destrancar uma comporta, fazendo com que a criada levasse as mãos à cabeça e gemesse, como se estivesse em grande sofrimento. A garota caiu de joelhos e chorou, convulsivamente. Depois levantou o olhar para a Princesa, atônita à sua frente e disse, com voz fraca: “бабушка (Babushka “Vovó”)”?


A garota havia sido reconhecida, mas ambas resolveram manter o fato em segredo. Quando a Princesa Dagmar faleceu, a jovem descobriu que ela, secretamente, havia sido constituída herdeira dos bens e do título, segredo que manteve até a sua morte. Para todos os efeitos, a Grã-Duquesa Anastasia Nikolaevna Romanova fora assassinada com o restante de sua família pelos bolcheviques de Yakov Yurovsky em Ekaterimburg, em 17 de julho de 1918. E o espelho, que, sempre cerrado, a acompanhara por anos, agora fazia companhia aos outros dois, completando o tríptico.


 


Além de tudo, havia a última Praga do “Eser Ha-Makot”, que ainda estava por ser lançada. A última e pior de todas elas, o “Makat Bechorot”, a Morte dos Primogênitos. Toda a cautela era pouca, pois o menor engano poderia fazer a Praga perder o controle e atingir alvos não-selecionados.


O rosto que via refletido no “Espelho de Edadilaer”, com as marcas da sua verdadeira idade, era um que ele não via ou não tinha coragem de ver já há muito tempo, desde que resolvera colocar em prática seus planos de, juntamente com “Sombra”, eliminar o “Planejador”, assumindo o controle da organização em um duunvirato. Realizara uma Reformatação Facial Mágica que lhe dera o rosto do diabólico Dr. Fu-Manchu, escolhido por ele mesmo. Em seguida, o cirurgião foi morto para manter o segredo. Posteriormente, protegera sua identidade sob Feitiço Fidelius, sendo ele mesmo o Fiel do Segredo. Assim, nem mesmo “Sombra” poderia dizer quem era ele, a não ser que o feitiço fosse quebrado. E Mariana não sabia quem era ele, apesar de serem amantes há um bom tempo.


Saiu da câmara, fechando a porta atrás de si. Aquela parte da “Cidadela de Bóreas” era tão privada, que ele nem se preocupara em proteger a câmara com um feitiço específico, bastando o genérico que protegia a entrada de seus aposentos. Serviu-se de uma dose de uísque de fogo e, após tomá-la, saiu de seus aposentos.


Se tivesse retornado no instante seguinte, “Escuridão” talvez surpreendesse um rapaz com a aparência de Bruno Mars, desfazendo um Feitiço de Desilusão. Assim que constatou a inexistência de Feitiços de Proteção na câmara secreta, “p” localizou o botão que abria sua entrada, abrindo-a e entrando. Talvez conseguisse obter êxito em enviar alguma pista para Harry.


Mas o que viu nos volumes do Necronomicon, nos espelhos e no armário superou suas expectativas, pois permitiria restituir a Draco Malfoy suas memórias, antes que fosse tarde demais e o loiro fizesse algo que pudesse ligá-lo irreversivelmente ao Círculo Sombrio. Os rótulos dos frascos de medicamentos também deram a “p” a certeza de que “Escuridão” sofria de uma doença bastante grave e que tinha pressa de colocar em prática seus planos. Saiu da câmara e dos aposentos de “Escuridão, cujos feitiços sabia contornar, como se jamais ali tivesse estado. Agora já sabia o que deveria fazer e como conduzir suas ações. “Escuridão” estava cada vez mais próximo de ser desmascarado.


 


E “π” só esperava que fosse possível reverter o trabalho de Nitobe Suwo o mais depressa possível, antes que aquilo não fosse mais possível sem causar danos à mente de Draco Malfoy.

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