A sugestão de Mrs. Hailigdon
N.A/
Sany Evans --> Obrigado pelo comentário, dude. *-* Eu tbm adoro esse filme, por isso tive a idéia da fic. Que bom que está gostando. *-* Obrigado \p\
*Lari Forrester Black* --> Que bom que gostou. Agradeço o comentário. *--* Sim, tbm acho eles fofos. Qto ao exame, eram apenas exames de rotinas. :D Sim, a fic ficará ainda mais misteriosa. Vou postar :)
Obrigado a todos, significa mto pra mim.
E crédito da betagem do capítulo pra Vivi. *-*
COMENTEM GENTE! *-*
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Vou inventar alguém que me faça rir de tudo
Que mata minha solidão
Essencial– Marjorie Estiano
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Molly estacionou o carro na garagem. Durante toda à volta para casa, nem ela nem Ronald tinham trocado uma palavra. Era visível o abalo emocional que o garoto havia sofrido. Andou para dentro de casa, calado. Ao entrar, correu e se trancou no quarto. Já sozinho, pôs-se a chorar. Por que não podia ser normal? Por que não podia ser igual aos outros garotos de sua idade? Por que tinha que ‘apagar’ às vezes e não lembrar de nada depois? Extravasando toda a raiva incontida, chutou o pé da cama, o que lhe rendeu um belo machucado no dedo do pé, mas que ele não se importou. Jogou-se na cama, vencido pelo choro e pelo cansaço. Era só um garoto de 8 anos, mas com problemas de gente grande.
No cômodo de baixo, Molly preparava o almoço, temerosa. Não pela comida, mas pelo filho. Primeiro a manifestação dele quando olhava para a foto, depois o ocorrido no consultório do Dr. Dyson... Tudo parecia se repetir. Decidiu afastar esses pensamentos. Decerto, estava imaginando coisas. Mal sabia ela que não.
- Bom dia! - Ronald disparou, dando um rápido beijo na mãe e descendo do carro em direção as escadas da escola.
Só ele sabia como estava ansioso para encontrar com Hermione novamente. Encontrou-a ao pé da escada, como se estivesse à espera de algo.
- Bom dia! - ele disse, dirigindo-se a ela e ficando mais vermelho que um tomate.
- Bom dia, Ron! - ela respondeu, sorrindo.
Ele registrou o uso do ‘Ron’. Era a primeira vez que alguém o chamava assim. Porém, decidiu não comentar esse fato.
- Vamos para a sala? - ele ofereceu o braço, como um cavalheiro que ela aceitou, prontamente.
Os dois caminharam rápido e logo estavam na sala, em suas respectivas cadeiras. A primeira aula do dia, novamente, seria com Mrs. Hailigdon. Dessa vez de desenho. Ela entregou as folhas à todos e disse, com seu habitual ar severo:
- Quero que cada um desenhe, nesta folha em branco, aquilo que almejam ser quando crescerem. Não hesitem, queridos! Soltem a imaginação! - ela deu um sorriso fraco e sentou-se a mesa.
Ronald pegou o giz de cera e o pousou sobre o papel. Foi então que se deu conta de que não sabia exatamente o quê desenhar, já que não sabia o que queria ser quando crescer. Lançou um olhar de esguelha para Hermione e pôde ver que esta desenhava freneticamente. Decerto, havia algo que ela desejava muito ser quando crescesse. Não podia fazer feio! Decidiu desenhar qualquer coisa, mas desenharia. Fez o primeiro traço e então, tudo saiu de foco. Apoiou-se fortemente na mesa, mas foi inútil. Escorregou para o chão com estrondo.
- Acho que se a gente der álcool para ele cheirar, ele acorda.
- Você está maluca? Ninguém sabe o que ele tem! Não podemos simplesmente dar alguma coisa para ele cheirar. Pode piorar tudo - ralhou alta a voz de Mrs. Hailigdon.
Ronald sentiu-se como se carregasse uma bigorna de ferro em sua cabeça. Doía mais do que tudo e estava a ponto de explodir. Fazendo um esforço sobre-humano, abriu os olhos. Quase desmaiou de novo ao ver quantos pares de olhos havia ao seu redor.
- Olha, ele acordou! - disse um garoto, apontando o dedo para os olhos de Ronald.
- Podemos ver claramente, Jackson. Agora saiam todos de cima. Vou levar esse menino para o centro médico agora! - Mrs. Hailigdon teve que altear a voz. Assim, conseguiu passagem entre os alunos e tomou Ronald, ainda completamente aturdido, nos braços. - Vamos, garoto.
Dirigiu-se com ele ao centro médico, onde o médico sentou-o e tirou sua pressão.
- Normal. Não vejo nenhum motivo aparente para o desmaio do garoto - ele concluiu, sério.
- Não é possível! Tem que existir um motivo! Ninguém desmaia aparentemente do nada! - retrucou Mrs. Hailigdon.
- Já ligaram para a mãe do garoto? Pode ser problemas psicológicos. Médicos, garanto que não são.
- Ainda não. Na verdade, eu queria perguntar uma coisa para ele antes... - Voltou-se para Ronald. - Querido, você... hum... se lembra do que desenhou na folha de papel? - ela perguntou docemente, o que não costumava fazer habitualmente, a não ser que tivesse um ótimo motivo.
- Não. Não lembro de nada que aconteceu depois que eu desmaie - ele respondeu, os olhos marejados.
- Tudo bem... - voltou-se novamente para o médico: – Cuide dele aqui. Preciso falar com a mãe desse menino imediatamente. - ela saiu da sala enigmaticamente, batendo a porta com força ao passar.
Mrs. Hailigdon era do tipo de mulher que não deixava nada para o dia seguinte. Para ela, tudo tinha que ser resolvido imediatamente, no exato momento. Porém, Molly não poderia ausentar-se do trabalho imediatamente, de fato que a conversa ficou para quando ela fosse buscar Ronald na escola.
Assim que voltou para a sala, após o intervalo, Ronald havia decidido acabar o desenho, mas não encontrou mais a folha de papel em cima de sua mesa. Dirigiu-se a Mrs. Hailigdon.
- Hum... Eu queria terminar meu desenho - ele disse, calmamente.
- Ué Ronald... mas você já terminou seu desenho! - respondeu Mrs. Hailigdon, sem tirar os olhos dos papéis que escrevia.
- Não, não terminei. Eu desmaie, não foi?
- Desmaiou, mas logo acordou e terminou o desenho. Depois você teve uma crise, não sei direito, desmaiou de novo e te levei ao centro médico.
- Eu não me lembro disso - retrucou, sério.
- Bom, isso não faz diferença. Seu desenho está terminado. Agora volte para a sua carteira - ela ordenou, ríspida.
- Eu quero ver meu desenho - ele decretou, aparentando uma seriedade incomum para um garoto de oito anos.
- Volte para a sua carteira e sente-se. Não vou pedir mais uma vez.
Ronald percebeu que não adiantaria brigar. Voltou para sua carteira, de cara emburrada. Lançou um olhar rápido para a mesa ao seu lado. Hermione estava com a cabeça baixa. Ele percebeu que lágrimas silenciosas escorriam por sua face.
- Ei. O que foi? - perguntou, reduzindo a voz a um resquício, de modo que Mrs. Hailigdon não conseguia ouvi-los.
- Eu fiquei com medo, Ron. Quando eu vi a Mrs. Hailigdon te levando para o centro médico eu... - Hermione engoliu em seco. Não conseguiu completar a frase.
- Ei, sua boba. Pode ficar relaxada. Eu estou bem. É que essas coisas... Esses desmaios e esses esquecimentos súbitos... eles acontecem as vezes.
- Sério? Nossa, eu não sabia.
- Assim como, também, não saberá nada de Português, se desviar sua atenção conversando com o Sr. Ronald. - A voz doce, e ao mesmo tempo fria, de Mrs. Hailigdon ecoou pela sala.
- Desculpe, Mrs. Hailigdon - responderam Hermione e Ronald em uníssimo som.
Molly bateu a porta da frente do carro um pouco mais forte que o normal. Viera todo o caminho pensando no que Mrs. Hailigdon lhe dissera ao telefone:
- Tenho que conversar com a senhora. O Ronald teve umas atitudes estranhas hoje - dissera Mrs. Hailigdon, no tom áspero de sempre.
Molly imaginava do que se tratava, tentava afogar os pensamentos ruins, mas não conseguia. Em seu íntimo, ela sabia que não poderia mais fugir do problema por muito tempo.
Uma leve brisa perpassou seus cabelos. Desceu os óculos escuros (que se encontravam na testa) até os olhos e adentrou na escola. Consultou o volumoso relógio que trazia no pulso. Ainda faltavam 10 minutos para o fim da aula de Ronald. Dirigiu-se até a sala de Mrs. Hailigdon, que no momento não estava dando aula nenhuma. Bateu levemente na porta. “Entre” - foi o que ela recebeu em resposta.
Adentrou na sala e encantou-se imediatamente pelo local. Era ampla e arejada, uma cortina de seda persa, cobria as janelas de ponta a ponta. Na parede, em vez de quadros, podia-se encontrar diversos cartazes sobre os mais variados assuntos. Decerto era uma das formas de Mrs. Hailigdon preparar suas aulas, pensou Molly. Situada à esquerda, uma mesa devidamente arrumada. E era nela que a rude senhora encontrava-se.
- Molly, que bom que veio - ela disse, dirigindo-se a Molly assim que a avistou parada na porta.
- Fiquei preocupada com seu telefonema. O que houve com o Ronald? Ele fez algo de errado? - Molly era o tipo de mulher direta. Não gostava de rodeios. Preferia ir direto ao assunto.
- Não, ele não fez nada de errado. Porém, ele teve um desmaio no meio da aula hoje, e teve que ser levado ao centro médico. Mas isso também está sob controle. O que me preocupa é outra coisa.
- Por favor, Mrs. Hailigdon. Vá direto ao assunto - Molly disse, séria.
- Como queira. Hoje eu pedi aos alunos para desenharem aquilo que queriam ser quando crescessem e bem... todos desenharam profissões. Mas o Ronald... ele desenhou o pai dele - concluiu Mrs. Hailigdon, séria.
Molly aliviou-se. Então era isso o grande motivo de preocupação de Mrs. Hailigdon?
- E o que tem isso? As crianças geralmente sonham em ser igual aos pais, não? Isso é natural - replicou Molly, aplicando um certo tom de sarcasmo as palavras.
- Claro. Mas o caso é: O nosso médico examinou Ronald. Não encontrou nenhum motivo aparente para o desmaio. O que me leva a crer que esse desmaio tem causas psicológicas. - Mrs. Hailigdon escolhia as palavras que usava. Não queria, em hipótese alguma, parecer grossa.
- Aonde a senhora está querendo chegar, Mrs. Hailigdon?
- Quero dizer: O Ronald desde criança é criado pela senhora, com a ausência do pai. Será que ele não está realmente sentindo falta dele? A senhora não acha que seria bom... levar Ronald para uma visita ao pai? - Mrs. Hailigdon era cuidadosa. Chegara ao ponto crucial da conversa. Temia a reação de Molly ante a sua sugestão.
- Arthur não está em condições algumas de receber visitas - disse Molly, seca.
- Repito que faria bem ao menino. Quem sabe esse desmaio não ocorreu justamente devido a isso? Nunca devemos subestimar o cérebro e o emocional de uma criança. Podemos nos surpreender futuramente.
- Não sei se realmente seria bom para o Ronald...
- Garanto que ele adoraria.
- Bom, vou ver o que o médico do Arthur acha disso. De qualquer forma, obrigado pela sugestão, Mrs. Hailigdon. Passar bem - concluiu Molly, levantando-se e saindo da sala.
Mrs. Hailigdon a observou atentamente. Sabia que a batalha havia sido ganha.
Ronald entrou no carro e tratou logo de passar o cinto. Molly estava séria, o que foi logo notado por ele.
- Mamãe, tudo bem? - perguntou.
- Você gostaria de fazer uma visita ao seu pai? - ela questionou, dando a partida no carro.
Ronald foi pego de surpresa. Aquela era a frase que esperara oito anos para ouvir.
- Mas... é claro que eu quero! A senhora sabe que isso é tudo que eu mais quero! - ele respondeu, animado. A perspectiva de um encontro com o pai dera-lhe ânimo.
- Ótimo. Farei o possível para que você possa vê-lo. Agora, arrume direito esse cinto - retrucou ela, dirigindo.
Ronald mostrou-se indiferente ao ralhar da mãe. Veria seu pai. O momento que ele mais esperara nos últimos oito anos parecia estar mais próximo, do que nunca, de chegar. Fechou os olhos, deixando-se tomar por diferentes imagens do pai. Mal podia esperar pelo momento em que iria abraça-lo, beijá-lo e fazer tudo que não pôde fazer nos últimos anos. Abrindo os olhos, olhou para a mãe.
- Mãe, obrigado. Eu te amo - disse, quase num sussurro.
- Obrigado por quê, querido? - questionou, intrigada.
- Por me dar a chance de ver o meu pai.
- Ronald, eu já...
- Posso ter esperanças agora, não posso? - questionou.
- Pode sim, querido, farei o possível para que elas não sejam em vão. E eu também te amo - Molly lançou um sorriso ao filho. Há tempos que não o via tão feliz.
De fato, naquele dia, Ronald rumou para casa, duvidando que alguém no mundo pudesse sentir-se mais feliz que ele naquele momento.
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N/B: Que tudo hein?! Amei.. mas coitadinho do Rony com esse desmaio!! Há há! Posso tirar onda que já li o segundo capitulo antes de todo mundo. Amo as fics do Alex!!! *-* HÁ-HÁ eu li e o resto não! Alex, cadê o outro cap???? BJS byy
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