Capítulo 10



Capítulo 10


Nada. Absolutamente nada.

Na verdade, ela encontrara dezenas de venenos, antídotos, meios de envenenar...Muito mais do que gostaria que existissem.

No entanto, nenhum deles batia com os sintomas de Ronald. Não totalmente.

Às vezes alguns possuíam febres altas, outras vezes apenas pele esverdeada, outras só temperatura corporal baixíssima. Nunca os três juntos.

E ela se encontrava na maior coleção de livros sobre poções, venenos, doenças, feitiços de Camelot.

Antes de desaparecer sem deixar traços Albus Dumbledore contribuíra enormemente para Camelot.

Treinara Harry em magia quando ele era criança. Era o maior conselheiro do rei James. Lutara contra dragões...Viajara pelo mundo trazendo todo o conhecimento que possuía para o seu laboratório no castelo.

E mais recentemente ensinara Hermione magia.

De um dia para o outro, simplesmente sumira. Hermione não sabia como ou porque. Mas suspeitava que ele simplesmente achava que era o momento de Harry se encontrar sozinho, se autoconhecer.

Ou então ele iniciara mais uma viagem pelo mundo.

De qualquer forma, ali estava ela, perdida entre livros, sem encontrar solução alguma dentro deles.

Ela se levantou da cadeira em que sentava, na sua frente dezenas de livros espalhados na grande mesa que jazia no centro do laboratório.

Começou a caminhar entre as estantes de livros, olhando mais uma vez fileira deles, em busca de qualquer um que deixara escapar das últimas vezes que olhara.

Conhecia cada título e autor...Tinha quase certeza que folheara praticamente todas as páginas daqueles livros.

Lembrou de como passava horas ali, quando criança. Às vezes olhando as aulas que Harry era obrigado a ter com Dumbledore, mas que para ela era mais diversão que obrigação.

Sentia saudades dos tempos mais simples, quando ela era ainda criança e as responsabilidades da vida adulta não existiam.

Quando Harry era só seu amigo, e não rei. Quando Ronald era presença constante em sua vida, não um estranho distante.

Suspirou, deixando se levar pelas lembranças de infância.

Uma das favoritas dela aconteceu exatamente ali, em meio aquelas antigas estantes de livros.

Ela sempre foi um tanto baixa e quando criança isso se provou um obstáculo quando todos os livros das prateleiras mais baixas haviam sido lidos.

Naquele dia ela tentava alcançar “Dragões – Sua História e Origem” na última prateleira, mas não estava tendo sucesso, quando Ron apareceu.

Notando a dificuldade dela ele sorriu, fazendo um comentário típico de um menino de 11 anos.

Chamou ela de baixinha.

Mas com ele, nunca era em um tom pejorativo. E sim carinhoso.

Levantando-se nas pontas dos pés ele conseguiu alcançar o livro e dar a ela. Ron sempre foi e será o mais alto. Mesmo comparado a Harry.

Parecia bobo, mas aquele gesto fez que ela ficar vermelha, tinha onze anos e ainda não sabia como agir perto dele.

À medida que cresceram começaram a brigar por coisas bobas. Ficar dias sem se falarem...

Ela não sabia ainda como lidar com o sentimento que tinha por ele. O que ele fazia importava para ela. Ela queria que ele fosse o melhor, que se dedicasse aos estudos para que pudesse ser o melhor cavaleiro de todos...Hermione se preocupava com ele muito mais do que gostaria.

A situação ficou cada vez mais complicada quando ela se tornou uma “moça” na visão de seus pais.

Estava na hora de parar de se comportar como um garoto de estábulo e agir como uma mulher da corte, eles disseram.

Ela se afastou dos dois melhores amigos.

Harry estava lidando com suas próprias novas responsabilidades como herdeiro do trono e isso fez com que Ron ficasse isolado.

Ele não queria aceitar o fato que Hermione não estaria mais com ele em suas confusões e passeios fora do castelo.

E ficou furioso quando ela lhe contou que seus pais traziam pretendentes para ela e que Hermione teria que se casar, isso quando fez quinze anos.

Ele nunca agiu de forma tão estranha como naquele dia.

A partir de então, se distanciaram.

Algum tempo depois ele decidiu ir embora ao invés de ficar na corte de Harry...Exatamente um depois de que o noivado dela e de Harry fora anunciado.

Provavelmente assim que melhorasse ele iria embora mais uma vez. Ou melhor se ele melhorasse.

Hermione deixou um suspiro escapar, percebendo que ao invés de procurar o antídoto ela tinha mergulhado em lembranças, esquecendo do que devia fazer.

Ela olhou para a estante ao seu lado, notando que era uma das que continham os livros mais antigos. Livros que Dumbledore não permitia que ela lesse quando mais jovem.

Curiosa, ela olhou os títulos, buscando algo que a ajudasse.

Alguns estavam em latim, a língua dos romanos. Mas a maioria estava em línguas mais estrangeiras ainda.

Passando os olhos pelos livros Hermione finalmente encontrou algo que poderia conter antídotos para venenos raros.

“Poções Mui Potentes”

Ela retirou o livro do lugar em que ele descansava e começou a folha-lo.

Ela sorriu, aliviada quando encontrou finalmente algo que poderia salvar Ron.


- Eu não faria isso, se fosse você.

Gina ignorou o loiro convencido e continuou a andar em direção da saída da tenda.

- Você não vai gostar do que tem lá fora, eu te garanto. – ele continuou, agora já recuperado do golpe que levara na barriga.

Gina ouvia sons altos de cantoria e risadas vindas de fora, mas nada poderia ser pior do que continuar na companhia suspeita de Malfoy.

Ela não parou o passo, agora abrindo um pouco o pano da entrada.

- E há também o fato que você está apenas com sua roupa debaixo...Caso seja de teu interesse – Malfoy não desistiu.

“Bosta de dragão”. Ele estava certo.

Mas isso não diminuiu a determinação dela. Ela se afastou da entrada, mas não da idéia de sair.

- Nada que não possa ser resolvido – ela anunciou para Draco, pegando sua armadura e vestindo.

Draco observou a ação de Gina por um tempo, até resolver fazer outra tentativa.

- E quanto ao seu elmo? Vai expor o rostinho delicado para todo o acampamento bêbado?

- Melhor enfrentar bêbados do que passar mais tempo em vossa companhia, meu senhor – ela respondeu, as últimas palavras em um tom de escárnio.

- É o que veremos.

Gina terminou de colocar sua armadura e botas. Assim que pegou sua espada saiu da tenda.

O que viu no acampamento a fez pensar duas vezes em sair.

Todos os soldados comemoravam, ao que parece Camelot havia vencido. Não havia nenhum que estivesse sóbrio.

Tomados pela bebida eles agiam pior, se possível, de quando em seu estado normal. Gritavam, riam, dançavam, lutavam...

O caos reinava.

Restos de comida no chão, bêbados caídos na lama...

De repente a tenda de Malfoy não parecia tão ruim assim...

“Que isso, Gina. Não pense em bobagens. É só andar um pouco e você vai encontrar o seu cavalo e se distanciar o máximo desses animais...”

Ela seguiu determinada, andando entre os confusos e animados.

Felizmente a armadura ainda enganava os olhos dominados pelo álcool dos homens e ela não estava sendo considerada uma mulher. Por enquanto.

Em sua busca por seu cavalo ela passou pela maior tenda do lugar, a do rei. Podia ver sombras se mexendo contra a luz, o que indicava que pelo menos o rei e alguns de seus cavaleiros tinham senso o bastante para não ficarem bêbados e se distanciarem das comemorações.

Incomodada demais para perceber seus arredores, Gina não notou que era seguida sutilmente por Draco.

Agora ela se aproximava do final do acampamento, onde a bebedeira não havia alcançado por completo.

E ainda não havia sinal de seu cavalo.

Parou um instante, buscando uma visão melhor. Foi quando foi surpreendida por um homem de sorriso amarelo ao seu lado.

- Eu devo estar muito bêbado, porque você parece uma mulê! – o homem riu alto.

Gina preferiu ignorar, na esperança que ele fosse embora. Ela voltou a andar. No entanto, ele não parecia ter intenção de deixa-la em paz e a seguiu.

Depois de olhar o rosto dela por um tempo ele resolveu se atrever a mais, e segurou seus cabelos ruivos entre os dedos sujos.

Gina virou o rosto para ele, parando subitamente. Ela levantou sua espada levemente, querendo mostrar a ele que não devia continuar com o movimento. O homem não notou, continuou a passar os dedos grossos em seus cabelos.

Gina não agüentou aquilo por muito tempo, colocou a sua espada na altura do pescoço dele.

- Eu não estou de bom humor. Não me faça cortar a sua garganta.

O homem arregalou os olhos, finalmente entendendo a mensagem.

- Eu num faria isso. – ele a ameaçou, largando os cabelos dela e fazendo um sinal com as mãos.

No canto de seu olho Gina viu mais dois homens se aproximando.

“Perfeito. Era só o que faltava.”

- Eu não tenho medo dos seus amiguinhos.

O homem só abriu o sorriso amarelo.

- Algumas falam isso. No fim todas as acabam gritando.

Ela arregalou os olhos, raiva tomando conta ao entender o que ele insinuava.

- Seu desgra...

Ela sentiu uma mão sobre seu ombro.

- Eu não faria isso, ruiva. – era Draco, sussurrando em seu ouvido. – É melhor deixar eu resolver isso. Abaixe sua espada.

Ela o ignorou, continuando onde estava. Gina ouviu Malfoy suspirar antes de se dirigir ao bêbado.

- É melhor você sair daqui, escória. Ela já tem dono. – ele disse, também empunhando sua espada. – E um dono nobre, infeliz.

- Eu não pertenço a ninguém, Malfoy! – ela gritou indignada, mas ambos homens a ignoraram.

Draco continuou a sua ameaça e homem pareceu hesitar, pensando na possibilidade de ir embora. Mas os dois companheiros chegaram perto, ambos com espadas na mão. A confiança deles dando coragem para ele.

Draco riu ao vê-los querendo uma luta.

- Vocês estão bêbados, seu inúteis! Não conseguem lutar sóbrios, nessa condição nem vão conseguir levantar as espadas direito! Tem certeza que querem me enfrentar?!

- Eu acho que eles querem é enfrentar a mim, Malfoy – Gina comentou, se preparando para a luta também.

- Não se eu puder evitar, ruiva. – ele respondeu, abrindo um sorriso.

Os três avançaram.

Foi rápido e relativamente fácil. Draco estava certo, eles estavam bêbados demais para conseguirem atingir mais do que ar.

Em três golpes eles desistiram. Saindo correndo para evitar mais ferimentos.

- Isso mesmo, imbecis! Corram e voltem para as cachorras das suas mães! – ele riu, gritando enquanto eles fugiam com os rabos entre as pernas.

Gina tinha que admitir, Draco Malfoy sabia lutar. Ele se virou para ela, sorriso de vitória aberto.

- Eu não disse? – ele guardou sua espada – Agora já são duas vezes que eu te salvei, ruiva.

Ela revirou os olhos para cima.

- Eles não eram uma ameaça, podia cuidar muito bem deles sozinha, muito obrigada.

- De nada – ele sorriu, fingindo não ouvir o começo da frase.

Ela guardou sua espada, o ignorando mais uma vez e seguindo seu caminho pelo acampamento, Draco em seus calcanhares.

Gina continuou sua busca sem resultados, começando a ficar frustrada ela parou mais uma vez, Draco fez o mesmo, parando ao seu lado.

- Procurando alguma coisa? – ele perguntou inocentemente.

Ela se virou para ele, raiva novamente subindo-lhe à cabeça.

- Obviamente.

- Quem sabe um certo cavalo?

Então ela entendeu, ele sabia onde estava seu animal...Todo esse tempo!

- Você...Você...Sabe onde ele está não sabe?!

- Sei. – ele sorriu.

Odiar aquele sorriso já não parecia um sentimento suficiente. Ela repudiava, detestava aqueles malditos dentes aparecendo!

- Você me deixou andar por todo esse maldito acampamento de porcos me fazendo de tola?!

- Eu avisei. Eu falei que você não devia sair. E além do mais, você não me perguntou sobre o cavalo.

Ela se virou para ele, dando um tapa bem merecido em seu rosto pálido. Ele não mudou a expressão.

- Olhe, é muito simples. Se você voltar para a minha tenda pode dormir em uma cama com travesseiro de penas de cisnes ao invés do chão de lama. Pode se esconder lá o quanto quiser em conforto. Quando chegar a hora de voltar a marchar, eu te darei seu cavalo de volta e ainda um elmo de presente. Pronto, simples.

- Eu não confio em você, Malfoy.

Ele cruzou os braços, irritado.

- Escuta, você tem alguma coisa contra a lógica? Ou você gosta de passar o seu tempo ao relento sentindo o cheiro do suor dos outros?

- Melhor isso do que continuar ao seu lado.

Ele passou a mão no cabelo, irritação clara em seu rosto.

- Que seja, então! Eu não estou aqui para agüentar menininhas burras que tem fetiche por se vestir de homens!

Para a surpresa de Gina ele deu as costas para ela e foi embora.


O liquido arroxeado foi relutantemente bebido. A boca de Ronald apenas abrindo o suficiente para metade da poção.

Hermione observou de uma distancia dolorida enquanto a curandeira colocava um pano molhado na testa quente do cavaleiro.

- Ele vai melhorar, não? – ela perguntou, buscando desesperadamente por uma certeza.

- Não sei, minha senhora. Só a poção não basta, ele precisava reagir também. Lutar contra o veneno. Temo que esteja fraco demais para isso. Com licença.

Mais uma vez ela se viu sozinha com ele.

Ele continuava da mesma forma, sua pele pálida esverdeada a preocupava. Estava tão quieto e sua respiração era tão fraca que às vezes ela começava a duvidar que ele continuava vivo.

Sua preocupação era tão grande que ela esqueceu por completo a possibilidade de rumores e se aproximou da cama, pegando a mão dele.

- Por favor, lute, Ron. – ela sussurrou.

Já anoitecia mas ela não pretendia sair daquele quarto e ir para o seu. Não até que Ronald abrisse os olhos.

Não ia perder as esperanças, ele ia sobreviver.

Passaram se horas até que ela finalmente cedeu ao sono, dormindo debruçada sobre a cama, ainda segurando a mão dele.

Quando acordou as velas do quarto haviam derretido e a única fonte de luz agora era a lua que iluminava fracamente o lugar pela janela.

Hermione olhou para o rosto de Ronald, buscando sinais de melhora. Não havia, mas ele continuava a respirar, o que a encheu de alivio.

Ela colocou gentilmente sua mão sob a testa dele, ainda estava quente devido à febre.

Ele gemia de dor mas estava fraco demais para fazer qualquer outra coisa.

Ele ia morrer. E ela não podia fazer nada a não ser olhar.

Hermione sentiu lágrimas querendo cair, ela não deixou que isso ocorresse. Segurou mais forte a mão dele enquanto a outra tocou gentilmente o rosto dele. A pele dele estava gelada e ela sentiu calafrios.

- Não morra, por favor não morra. – ela sussurrou em voz fraca – Senti tanta a sua falta, você não pode ir embora de novo.

Não houve resposta, só o som debilitado da respiração de Ronald que agora começava a falhar. Ele parara de gemer. Permaneceu imóvel e ela temeu que ele estivesse morto.

As lágrimas que ela segurava venceram e começaram a cair de seus olhos.

Ela tentou ouvir seu coração mas não havia batida.

Ela abaixou o rosto, colocando as mãos no rosto. Não conseguia acreditar....Perdera Ron.

A dor era tão grande que ela achou que não ia conseguir parar de chorar.

- Abra os olhos, eu te imploro! Não faça isso comigo! Por favor, não morra! Eu...Eu te amo!

De repente ela ouviu uma tosse fraca.

Ela levantou a cabeça, assustada. Olhou para Ronald e viu ele tossindo mais uma vez.

Ficou estática, aliviada e surpresa demais para outra coisa.

Ronald abriu os olhos lentamente.

- Hermione? – ele murmurou entre tosses se sentando.

Felicidade a invadiu tomando conta de seu corpo cansando e ela abriu um enorme sorriso. Incapaz de se controlar ela o abraçou forte.


Ronald sentiu uma alfinetada de dor em seu braço machucado com o abraço de Hermione, mas não ligou.

Sentia se fraco, cansado e dolorido, mas o contato com Hermione era reconfortante. Não sabia o que havia acontecido nem porque estava em uma cama porém ter ela ali perto era suficiente para ele se sentir bem.

Ele retribuiu o abraço com o seu braço não machucado.

- Eu...Eu achei que você tinha...Ah, Ron! – ela murmurou e Ronald percebeu que ela chorava.

Ele se lembrou do passeio nos jardins, da briga e finalmente de como ele se colocara no lugar dela para protege-la de um dardo.

- Hermione, você está bem?! – ele perguntou preocupado agora que se recordava do que aconteceu.

- Você me salvou, Ron. Eu estou bem, graças a você. Obrigada.

Eles ficaram em silêncio ainda abraçados. De repente ele se lembrou de ter ouvido a voz dela na escuridão.

A voz dela...Dizendo-lhe que o amava.

Não podia ser verdade, podia?

É claro que não era! Devia estar delirando de febre, apenas isso.

Nesse momento os dois perceberam o que acontecia. Hermione tomou consciência do que fazia e notou, ficando rubra, que ele estava sem camisa, tirada para o ferimento da dardo ser tratado.

Ronald percebeu a mesma coisa e que ela estava com o rosto encostado no peito dele.

Afastaram-se como se tivessem levado um choque.

Uma parte dele ficou aliviada outra se arrependeu do movimento, querendo abraça-la de novo.

Ela se levantou da cama e andou para a janela, dando as costas para ele.

- Estou...Estou muito contente em ver que está melhor, Ronald.

“Ronald” não “Ron”, ele notou.

- O que aconteceu?

- O dardo que o atingiu estava envenenado.

Ele olhou para si mesmo, notando mais um ferimento que o impediria de lutar. Mas sabia que esse valera a pena, Hermione estava a salvo.

Ronald olhou para a janela e notou que era noite.

- Quanto tempo eu fiquei aqui?

- Um dia.

- Você... – ele ia falar “Você falou que me amava mesmo ou eu só estava delirando?” mas se conteve – Você ficou aqui todo esse tempo?

Ela desviou do assunto.

- É melhor eu ir. Você precisa descansar, logo que amanhecer mandarei alguém trazer sua refeição.

Ela se moveu para a porta, hesitando um pouco.

- Hermione...

“Fique, não me deixe sozinho.”

- Sim?

- Obrigado.

Ela assentiu e foi embora, fechando a porta atrás de si.


Narcisa tinha dois motivos para estar fora de sua cama aconchegante. O primeiro era a noiva do rei, a segunda era o fato que ela estava dentro do quarto de Ronald Weasley desde que a curandeira saíra de lá.

Já se passava da meia-noite e ainda a futura rainha estava no quarto.

O que era interessantíssimo para Narcisa e a alegrava muito.

Andando sorrateiramente pelos corredores vazios do castelo ela se aproximou de onde o cavaleiro se recuperava.

Ela sabia muito bem que o veneno daquele dardo tinha outro alvo em mente. Quem deveria estar de cama morrendo era Hermione.

Sabia também quem mandara o rato Peter (sim, só poderia ter sido ele para conseguir se infiltrar no castelo e escapar com segurança) fazer o serviço.

Seu marido, Lúcio Malfoy.

Ela estava extremamente irritada com ele por isso. Se Hermione morresse outra iria ser escolhida em seu lugar, e provavelmente seria Ginevra. O que arruinaria duplamente os planos de Narcisa.

Precisava de Hermione para enfraquecer o rei e precisava de Ginevra para aproximar Draco do trono.

Chegou até a porta de madeira do quarto de Ronald.

Abriu-a devagar, apenas alguns centímetros para que ela pudesse olhar o que se passava dentro. Não havia como enxergar nada exceto pela silhueta de Hermione, ajoelhada ao lado da cama do enfermo.

Estava dormindo.

Preocupada o suficiente para dormir lá? Isso era ótimo. Perfeito.

Mas precisaria de mais.

Demoraria algum tempo a mais para que Hermione acordasse e implorasse que o cavaleiro sobrevivesse. A voz da moça era desesperada. Narcisa não se simpatizou pela situação, mas também começou a desejar que Ronald sobrevivesse depois do que se seguiu.

- ...Por favor, não morra! Eu...Eu te amo!

Narcisa abriu um sorriso suave.

O sorriso se aumentou quando o cavaleiro ruivo mostrou que estava vivo, tossindo fracamente.

Era tudo o que ela precisava saber.

Teria que admitir, pela primeira vez na sua vida Lúcio fizera alguma coisa de útil.

O plano dela iria se concretizar com mais facilidade ainda.

Fechou a porta devagar e sem fazer som algum voltou para o seu quarto, sorrindo.

N/A: Espero que (quem quer que seja que ele essa fic!) vocês tenham gostado desse capítulo.

Milinha: Eu achei que você estava enganada quanto a dada da fic, mas depois vi 11/03/2004 e percebi que estava certa.Quase um ano! Não parece. Não se preocupe, no entanto, eu vou atualizar freqüentemente. A razão de estar tanto tempo online é que eudei uma pausaem escreve-la para me dedicar a De Olhos Bem Fechados (que agora está terminada). Agora voltei a me dedicar a essa. Espero que você continue gostando e deixando reviews ;)Thanks!


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