O jogo




Eu tentei escrever esta história em inglês porque não acreditava que existisse um público brasileiro muito grande, porém creio que estava enganada e resolvi então recomeçar esta história que não sai da minha cabeça, seria um pecado não terminá-la. Eu sou péssima para fazer resumos (summarys) então não vou contar nada da trama, só digo que o meu casal foco vai ser Draco/Ginny e a trama vai se condensar neles mas sem deixar de lado um misteriosinho por detrás de tudo, que sempre cai bem. No mais leiam e me digam o que acharam.
















O jogo








Ele não podia mais agüentar, seu sangue já estava entupido de veneno, seu coração só bombeava um líquido viscoso, ácido; seu cérebro, e todas as suas células só tinham um propósito... tê-la... cada centímetro do seu sorriso era uma ofensa, aquela suave inclinação do lábio para a direita, fazendo um ângulo perfeito entre o seu canino e a sua boca, era a perfeição que o consumia. E o traço que o seu cabelo fazia no seu rosto...


“Ron? Você esta bem?” Mione disse com ligeira preocupação.


“Ótimo Mione... ótimo... não se preocupe tanto.” Rony abaixou sua cabeça e encolheu sua voz.


“Mas...” Ela tentou mais uma vez.


“Cadê o Harry?” Ele a cortou. “Você deveria se preocupar com ele, é ele que tem andado estranho nestes últimos dias.”


“Todo mundo esta estranho. Harry mal fala comigo e você está... bem... Rony?” Ele balançou a cabeça como se tivesse acabado de acordar. Ela rolou os olhos. “É alguma garota Rony?”


“Nós não vamos nos atrasar para a aula?” Rony disse e Hermione esqueceu completamente aquela conversa, pegou Rony pelo braço e começou a correr. “Aonde está a minha cabeça?” foi a única coisa que respondeu.


Eles correram para a aula de poções, e Snape estava parado na porta com um ligeiro sorriso malicioso, muito bem disfarçado, então deu o seu clássico discurso. “Senhorita Granger e Senhor Weasley, atrasados? Menos dez pontos para a Grifinória, espero que estejam contentes.” Os dois só olharam para baixo e entraram, sabiam que reclamar era inútil. Sentaram-se ao lado do Harry e permaneceram imóveis perdidos em seus pensamentos.


Era mais uma tediosa aula teórica e ninguém estava prestando atenção. Harry aproveitou o momento para observar as pessoas, esta era uma mania dele. Rony estava olhando para o lado do Sonserina com olhos cheios de lágrimas, constantemente Rony abaixava a cabeça e esfregava os seus olhos discretamente. Harry não podia dizer ao certo quem Rony estava encarando, mas ele começou a refletir quem poderia ser.

Draco Malfoy estava escrevendo com um olhar concentrado, seu cabelo caía suavemente nos seus olhos e ele o ajeitava incomodado. Harry não gostava do Malfoy mas o conhecia o suficiente para saber que estava nervoso, pior, ansioso. Provavelmente por causa do jogo que teriam em breve, Harry pensou. Harry também estava nervoso, mas não muito, afinal, não era o seu primeiro jogo como capitão, mas era o primeiro jogo do Malfoy como capitão. “Oh dó...” Harry pensou. “Preocupado ou não você vai perder Malfoy.”


Com exceção do Rony e do Draco todos pareciam relativamente normais, Mione prestando atenção. Pansy e aquela outra garota da Sonserina, Blaise, conversando. Neville olhando assustado para o seu professor como se ele fosse o comer vivo ou algo do gênero. E o resto, bem, ele não poderia disser, a aula terminou e todos se levantaram.


“Rony, fala pra Ginny da reunião que teremos depois do almoço.” Harry disse.


“Você disse isso pra ela ontem Harry, lembra?” Rony o perguntou rispidamente.


“É… bem…Você sabe… ela poderia esquecer.”


“Você sabe que ela não esqueceria Harry.” Hermione o encarou indignada. “Ela esperou muito tempo por isso”.
















Ginny estava completamente nervosa. Ela começou a pensar seriamente como ela jogaria tremendo daquele jeito. “Eu sou uma boa batedora, a Minerva disse que eu sou, então eu devo ser... não tenho que me preocupar” ela pensou, “mas às vezes ela só disse isso por dizer...” pensou novamente.


“Ginny?” Rony a chamou mas ela nem se moveu. “Ginny?” ele a chamou mais alto.


“Ah...Rony...sim?” Ele respondeu um pouco distante.


“Harry me pediu para te lembrar da reunião de hoje, depois do almoço... você lembra não é?”


“É óbvio que sim...”


“Pois é... é bom a gente ir descendo, já ta na hora.”


“A reunião? Agora? Eu achei que seria depois…” Ela se desesperou mas Rony a cortou. “Esta na hora do almoço Ginny, agora menos emoção por favor, ou você vai acabar acertando um balaço em mim ao em vês de acertar o Malfoy.”


Ela apenas acenou e desceu, pensativa, as escadas.


Sentou-se. Olhou para toda aquela comida e seu estomago remexeu. Estava ansiosa demais, era muito surreal pensar que o jogo começaria em algumas horas... talvez minutos.


Rony definitivamente não pensava no jogo. Ele só conseguia pensar no cabelo dela caindo em seu rosto e no seu beijo suavemente forte. Agora todo o vigor daquela mulher estava contido em um sorriso frio e polido. Rony não acreditava que estava apaixonado por ela, no que ele estava pensando quando deixou que ela lhe beijasse... ela era linda demais para ele, além de todo o resto.


“Você esta tão distante Rony…tão calado…” disse Hermione. Ela não suportava mais este novo Rony, reservado e misterioso, ela sentia falta do antigo... desengonçado e estúpido.


“Só estou preocupado com o jogo...” ele mentiu.


“E você Harry?” ela virou-se tentando encarar Harry nos olhos mas ele olhava fixamente para o prato. “Eu estou preocupada com você.”


“Você preocupada comigo?” ele disse um pouco surpreso, um tanto quando satisfeito.


“Ah... mas porque?” ele tentou retomar um tom casual, sem sucesso obviamente.


“Porque?” ela sussurrou. “Você não fala comigo e quando você fala...você não olha pra mim nos olhos. Você está escondendo algo Harry Potter e eu sei que está, então fale de uma vez...”


Ele suspirou calmamente e disse com uma voz serena “Eu sou muito estúpido não é mesmo Mione? Você me conhece demais... mas talvez... eu te conheça mais...”


Hermione não achou palavras, o que ele queria disser com aquilo afinal? Mas Ginny cortou qualquer pensamento que ela pudesse ter.


“Harry, Rony? Todos os jogadores já foram para a reunião! E eu esqueceria? Sinceramente...”


“Desculpe Ginny…” os dois responderam em coro não se importando realmente com o atraso. Se levantaram e antes de ir Harry olhou no fundo dos olhos de sua amiga de infância, Hermione Granger e viu algo que achava que jamais veria naqueles olhos... ela estava insegura e sem palavras.


Ginny segurou o seu irmão e Harry pelo braço e os puxou. “Anda! O jogo vai começar e nos nem teremos uma reunião se vocês continuarem assim!”.
















Foi uma reunião rápida e tediosa. Nada do que Ginny esperava. Harry só revisou alguns movimentos com os artilheiros, disse algumas outras coisas pra o time todo, porém quando ele se aproximou dela o ânimo de Ginny voltou, ela esperava ouvir alguns comandos ou qualquer coisa do gênero, mas ele disse apenas: “Vai dar tudo certo Ginny...”. Ela não conseguiu disfarçar a sua frustração, precisava desesperadamente de comandos, táticas, qualquer coisa excitante relativa a Quadribol.


“Vamos.” Harry chamou o seu time sem muita empolgação. Ginny rolou os olhos resmungando.


O time da Sonserina já estava em campo, Harry foi à frente e apertou as mãos com Malfoy, encarando-o nos olhos.


“Boa sorte, Malfoy.” Harry disse não deixando os olhos de Draco que também o encarava obstinadamente.


“Fique com a maldita sorte para você Potter.” Draco Malfoy respondeu ainda mais frio.


Todos se posicionaram em suas vassouras e jogo começou. Ginny ficou um pouco tonta com todo aquele movimento, nos treinos as coisas eram mais calmas. Ela tentou focar no balaço, não demorou muito e ela viu um se aproximando dela, se preparou e o mandou na direção de um jogador da Sonserina, ele desviou tranqüilamente e virou-se para trás rindo.


“Ótima tentativa Weasley, continue assim por favor.” Malfoy sussurrou em seu ouvido, ele estava bem ao seu lado, mas ela estava tão concentrada na hora que nem o notou, porém a respiração suave dele batendo contra a sua nuca fez ela arrepiar-se toda, e ele percebeu.


“Eu sei que sou irresistível Weasley mas acalme-se.” ele disse ajeitando o cabelo com um olhar penetrante que fez Ginny arrepiar-se mais um pouco.


“Cala a boca Malfoy, preocupe-se com o pomo!” ela respondeu sem saber ao certo o que disser. Ele riu satisfeito. “Quão nojenta uma pessoa pode ser...” ela pensou.


Ginny voltou a procurar o balaço, viu um se aproximando pela direita ela o lançou novamente, acertando direto um jogador da Sonserina, ela não podia dizer ao certo quem era mas isso não importava, deu um ligeiro suspiro de felicidade.


Olhou para cima e viu o pomo, o tempo parou por instantes, ele estava a centímetros de distância, ela poderia pegá-lo com facilidade. Mas antes de qualquer coisa ela viu um balaço se aproximando dela muito rápido, sem pensar fez um movimento rápido e o isolou, o balaço atingiu Malfoy no estomago. Ele caiu da vassoura.


Todo mundo parou exceto Harry que não viu o incidente, porque estava muito ocupado seguindo o pomo. Ela já tinha presenciado esta cena milhões de vezes, Harry seguindo o pomo, mas daquele ponto de vista era muito mais empolgante, ele se aproximava cada vez mais e ela podia sentir o seu coração na mesma batida. Harry deu tudo de sua velocidade e segurou o pomo capotando no chão.


Mas ela então se lembrou o que havia acontecido, ela derrubou o Malfoy. Ela voou para baixo indo na direção aonde estava um amontoado de gente em volta do corpo caído. Ela se aproximou mas Minerva se interpôs em seu caminho gritando.


“Senhorita Weasley!! No que você estava pensando?” ela respirou profundamente tentando controlar sua voz . “Atingindo um aluno daquela...”


“Maldita Weasley!” Malfoy se pôs de pé gritando e vindo em sua direção. Ele se aproximou a um dedo de distância. “Sua estúpida família não lhe deu educação? Quando você atinge uma pessoa com um balaço no estomago normalmente, vamos dizer assim... convencionalmente desculpas são bem vindas!”


“Me desculpe, eu não pretendia…” Ela respondeu sem jeito.


“Não me diga o óbvio, é claro que você não pretendia! Você é muito ruim para dizer ao certo aonde o seu balaço esta indo! Potter enlouqueceu colocando você no time! Espera aí, ele já um completo lunático!”


“Você não precisa dar este showzinho por causa de um balaço à toa Malfoy.” Potter interveio com uma voz fria e calma, Malfoy nem sabia que Harry Potter tinha uma voz fria e calma.


“Harry Potter defendendo os patéticos Weasley, algumas coisas nunca mudam de fato!” ele respondeu com um sorriso sarcástico de canto de lábio.


“Chega!” Minerva gritou, mas todos a ignoraram.


“Cala a boca ou eu vou te mostrar o que é dor de verdade.” Harry disse inclinando-se para frente.


“Eu também vou fazer você se arrepender das suas palavras Malfoy.” Rony se colocou ao lado do Harry.


“Você sabe que não fará nada Rony”. Blaise disse com descaso. A sua voz fria e calma o desarmou, ele se acuou como um cachorrinho treinado. Não podia nem erguer sua cabeça para encará-la, muito menos dizer alguma coisa. Harry o olhou estranhamente e continuou a discussão.


“Malfoy, você e sua vadia podem...” mas Harry foi interrompido por Hermione. “Harry, acalme-se, você esta levando isso longe demais...”


“E quem é você para me dizer alguma coisa?” ele respondeu rispidamente. Ele se arrependeu logo em seguida quando viu o olhar que ela lhe deu. Mas o que ele poderia fazer, ela não podia ferir o seu orgulho daquele modo, ele estava no meio de uma briga e ele não poderia parar só porque ela queria. Porém os olhos de Hermione inchados fizeram com que ele abaixasse a sua cabeça esquecendo completamente a briga.


“Eu não sou a vadia de ninguém Potter.” Blaise gritou para Harry mas foi a Ginny que respondeu. “Claro Blaise! Você é A vadia da escola inteira!”


Os olhos de Blaise fumegavam, ela abriu a boca para protestar mas foi vigorosamente interrompida por Minerva, que já tinha deixado aquela situação ir longe demais.


“Quietos!! Agora!!” Ela gritou o mais alto que pode e desta vez todos pararam em silêncio, assustada com a atenção repentina ela começou um pouco mais calma. “Vocês não respeitam mais ninguém? Vocês terão detenções! Todos vocês!”


Todos começaram a resmungar mas foram veementemente cortados. “Calados! Eu não terminei. Draco e Ginny vão tirar a poeira de todos os livros da biblioteca.” Os dois olharam furiosamente para ela e Minerva fez questão de ignorar.


“Harry e Hermione vão polir os troféus. Blaise e Rony vão organizar o armário de vassouras, aquilo esta um pardieiro...” Rony tremeu como se tivesse recebido a pior das sentenças. Blaise apenas riu sarcasticamente.


“Não é permitido o uso de magia, obviamente. E devo dizer que estas detenções levarão no mínimo uma semana. E ah… sim, o jogo esta cancelado.”


Todos começaram a gritar em protesto, mas Minerva passou por eles como se não escutasse uma palavra. Harry desistiu de protestar, não era tão ruim assim, ele passaria muito tempo com Hermione e talvez assim ela a escutasse. Ele foi um grosso tudo bem, mas não era o fim do mundo, ela o perdoaria, não é mesmo? Ele faria qualquer coisa por seu perdão, qualquer coisa.


Draco quase bateu em Minerva mas Blaise o segurou. Ele retirou as mãos dela friamente, sem olhá-la, simplesmente foi embora sem olhar para trás.


“Você esta machucado!” Blaise gritou.


“Isso não importa!” ele gritou em resposta sem virar para trás.


Blaise olhou para Rony que já tinha os olhos fixos nela, ela riu com superioridade e foi embora. Rony saiu de cabeça baixa e ninguém notou a sua ausência. Milhões de pensamentos atormentavam a sua mente, ele nunca compreenderia aquele sentimento, nunca o conteria e sempre sofreria por sua fraqueza.


Harry fez a menção de dizer algo para Hermione mas foi intimidado pelo olhar de fúria que ela carregava , então, apenas abaixou a cabeça. E Hermione só tinha uma coisa em mente:


“Detenção?? Eu?? E você foi o grosso estúpido que começou esta briga. Eu... eu estava tentando acalmar as coisas e EU pego detenção? Sinceramente Harry, quão injustas as coisas podem ser? E tudo, tudo isso por sua causa!” ela saiu desnorteada.


Ginny olhou para Harry e viu que ele ainda encarava Hermione, cada passo que ela dava era como uma facada.


“É… um jogo interessante…” Ginny queria animá-lo mas não havia muito o que ser dito.


“Para um primeiro jogo, Ginny, foi ótimo, um excelente inicio de carreira.” Ele forçou um sorriso também na tentativa de melhorar o humor.


Os dois riram desconcertados, mesclando o triste riso de Harry e inseguro riso de Ginny Weasley.


























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