A intervenção de Dumbledore
A intervenção de Dumbledore
Draco ainda se consumia por dentro, pensando em todas as palavras que ela lhe disse. Sentiu-se ridículo por se importar tanto, ela era apenas uma menina que ele beijou uma vez. Ele começou a pensar no poder que ela tinha sobre ele, a dor que cada lágrima dela causava em seu coração. Draco balançou a cabeça como se tentasse desembaraçar os seus pensamentos. Levantou a cabeça e concluiu racionalmente que aquilo que sentia por Ginny era apenas fruto da sua imaginação, não passava de uma carência tola, uma necessidade de amar que veio com a perda dos seus pais.
‘Meus pais...’ Ele pensou com calma. Não deveria estar divagando sobre os dizeres de uma menina tola e sim pensando nos seus pais, o motivo que lhe levou a fazer tudo o que fez. Tinha ido muito longe, aconteceram falhas que ele não podia prever... se ele não tivesse derrubado a poção na primeira vez que tentou, se não tivesse escutado aquele maldito barulho... teria vingado seus pais... ou pelo menos a sua mãe... fez mais promessas do que deveria e agora percebia que talvez não conseguiria atender o pedido de nenhum de seus pais.
Draco suspirou longamente, queimando de raiva, raiva de si mesmo, da sua incompetência.
“Mãe, a promessa que lhe fiz eu vou cumprir nem que morra para cumpri-la, por você, por mim, mas principalmente pelo meu pai...” Draco levantou-se da sua cama, determinado. Faltavam dois dias... apenas dois... Potter não poderia matar Voldemort, era seu direito matá-lo, era a sua vez de buscar vingança, afinal Harry já tivera a sua chance, mas foi incompetente demais...
Draco vestiu a sua capa, que estava dependurada em cima de uma mesinha. Ajustou os seus ombros e saiu mais seguro de si do que nunca, pronto para morrer, pois não tinha nada a perder, pelo menos fingia para si que não tinha...
Olhou ao seu redor com calma. A enfermeira já tinha saído, pois a noite já caíra e era hora do jantar. Um horário perfeito, em que ninguém notaria a sua saída.
Ele abriu a porta devagar, encontrou Dumbledore parado na sua frente, com um rosto sereno.
“Malfoy nós temos assuntos a tratar.” O diretor disse com severidade.
“Eu não posso agora diretor, sinto muito” Draco passou reto por ele.
“Creio que lhe interessa profundamente.”
“Como se você soubesse dos meus interesses...” Ele parou e virou o rosto para responder.
“Sou o único que pode te ajudar.” Dumbledore falou com a serenidade que lhe era peculiar. Sua cálida voz que fazia com que todos confiassem nele.
Draco analisou a situação criticamente. ‘Qual é o meu plano?’ perguntou para si. ‘Nenhum...’ Respondeu-se automaticamente. ‘Vai que este velho tem algo de útil a dizer...’
“Pois bem. Vou ouvir o que você tem a dizer.” Draco virou-se para Dumbledore esperando que este começasse a falar.
“Vamos para a minha sala...” Dumbledore abraçou Draco com um braço, o que o deixou bem desconfortável.
Hermione observou que Voldemort estava concentrado na resposta de Harry, então aproveitou o momento. Não poderia usar a sua varinha, se a pegasse no bolso, Tom poderia vê-la e matar Blaise. Teria que arriscar, pensou com calma. Havia treinado esta nova técnica, mas nunca tinha precisado usá-la na prática.
Respirou fundo, em um movimente rápido, ergueu sua mão rapidamente, deixou que a magia intrínseca em si percorresse todo o seu corpo chegando à ponta de seus dedos. Hermione pode sentir um feixe quente sair de sua mão. Tom voou para trás, quebrando a parede de madeira do armário de vassouras.
Ela pegou nos braços de Harry e Ginny que estavam mais próximos. Ginny agarrou Blaise pelo braço e em um só impulso todos dispararam a correr para dentro do castelo.
Eles chegam a sala de Dumbledore. Draco nunca tinha freqüentado aquela sala, observou a escadaria giratória enquanto subia. Olhou curiosamente para a fênix e para o chapéu seletor, observou o escritório em geral com uma certa admiração.
“Fico feliz que tenha gostado.” Dumbledore comentou casualmente indo até a sua mesa e puxando uma cadeira para Draco.
“Eu não disse nada...” Draco resmungou sentando-se na cadeira que Dumbledore tinha indicado.
Dumbledore sentou-se na sua cadeira, de frente para Draco. Os dois permaneceram um tempo em silêncio, um esperando que o outro começasse a falar.
“Draco... eu vou ser claro e direto...” Dumbledore cruzou as mãos na mesa. Draco estranhou um pouco escutar o diretor pronunciar o seu primeiro nome, ele nunca tinha o chamado desta forma. “Você terá que me contar tudo... ”
“Tudo o quê?”
“Quem fez aquilo com a Srta. Weasley?”
Draco parou um segundo antes de responder. “Tom Riddle.” Não havia mais porque esconder…
Dumbledore respirou fundo. “É... eu sabia.”
“Então porque perguntou?”
“Para ter certeza. As pessoas vão e vêm no passado muitas vezes sabia? Às vezes fico confuso...” o diretor comentou casualmente.
“Que espécie de indireta foi essa?” Draco perguntou desconfiado, encarando o diretor nos olhos.
“Indireta? Só estava comentando... Relaxe Draco, relaxe. Estou aqui para te ajudar e você vai aceitar minha ajuda.”
Draco deu um sorriso torto. “Como pode ter certeza?”
“Neste caso eu tenho. Pois bem, onde estamos?... Ah sim, Voldemort tentou matar Ginny. Então ele está aqui. Você o trouxe não foi?”
“Foi.” Draco respondeu grossamente.
Dumbledore o encarou com serenidade. Segurou nas mãos de Draco. “Você não precisa carregar este peso sozinho... Me conte tudo o que atormenta a sua mente, as imagens que não lhe deixam dormir...”
Draco olhou duvidosamente para o diretor pela última vez na sua vida. Relaxou, enterrando a face em suas mãos que estavam sob as de Dumbledore. “Talvez você esteja certo...”
Todos pararam ofegantes contra uma parede. Harry foi o primeiro a falar.
“Como raios você fez aquilo?”
“Eu andei estudando...” Hermione fez um gesto impaciente com a mão. “Ora Harry, isso não importa! Não podemos sair correndo pelo corredor feito uns desesperados!”
“Não sei enquanto a você mas EU estou desesperada!” Blaise comentou.
“Podemos ir para a sala do Dumbledore.” Ginny sugeriu.
“Para quê?” Hermione perguntou.
“Bem... existe esta lenda de que Dumbledore é o único bruxo que Voldemort teme. Nós podemos ir lá e ver se é verdade.”
“Ou nós podemos esperá-lo e matá-lo.” Harry falou com uma voz assassina.
“Harry... esta nós meus planos matá-lo. Mas Voldemort, como nós bem sabemos não é um bruxo tão fácil de matar assim... e você sabe disso, você já o matou uma vez.”
A raiva de Harry era tanta que queria matá-lo agora, achava que ele já estava morto, que poderia viver sua vida em paz... mas não... lá estava ele novamente para machucar todos que ele amava. Sabia, porém, que racionalmente Hermione estava certa, por isso abaixou a cabeça em concessão.
“Vamos então. Mas tentem fazer menos barulho... ele já deve estar no nosso encalce.” Harry sussurrou.
Tom caiu a uma boa distância. Cravou a sua unha na terra do gramado. Levantou-se. Estava todo impregnado de terra, seu cabelo cheio de poeira. Andou com passos rápidos e firmes. Um ódio lívido tomava conta de seu ser, os seus olhos transpareciam toda a sua insanidade. .
Draco permitiu-se se soltar. Disse tudo o que lhe atormentava. Cada momento da sua agonia. Como viu tudo e como foi terrível. Sua expressão misturava raiva e dor extrema. Soltou lágrimas de ódio, outras de desespero... quando terminou de contar o último detalhe da morte de seus pais, Draco desvencilhou-se das mãos de Dumbledore.
Dumbledore acenou pesadamente. “Vá até Severus. Peça-o para fazer a poção do tempo, ajude-o no que ele precisar. Terminem o mais rápido possível. Depois se dirijam para o salão redondo. É um salão que normalmente utilizo para conferências, ele fica no final do corredor do segundo andar, não tem como errar, é uma porta gigantesca de mogno.”
Draco assentiu. “Você estará lá com ele?”
“Chegarei lá, não se preocupe.”
“E se não conseguirmos?”
“Se não conseguirmos hoje, tentamos novamente amanhã...”
“E se não conseguirmos amanhã?”
“Iremos conseguir Draco, não se preocupe.”
Draco riu da confiança do diretor. Tinham apenas dois dias para colocar o mais poderoso de todos os bruxos de volta ao seu tempo e o diretor agia com tanta calma.
“Espero que o seu otimismo não seja exagerado...” Draco disse ainda rindo. Calou o riso e encarou o diretor severamente. “Sabe que não perderei a oportunidade de matá-lo se tiver a chance. Sabe que não me basta enfiá-lo no tempo de onde veio...”
“Calma. Tudo em seu tempo... não se preocupe.”
‘Como não se preocupar?’ Draco pensou, mas em resposta apenas consentiu com uma reverência. No seu caminho para a sala de Snape, Draco percebeu que tinha reverenciado Dumbledore, ele nunca tinha se curvado a ninguém...
Dumbledore viu Draco descendo as escadas. Observou-o por um tempo com um sorriso paternal. Sabia que o menino tinha lhe contado tudo, que havia colocado a vida dele em suas mãos. Sentiu-se honrado. Levantou-se seriamente. Se queria ajudar o garoto teria que tomar algumas providências.
Desceu a escada giratória do seu escritório e tombou com um grupo de jovens sem fôlego.
Dumbledore riu. “Nem precisei ir muito longe para encontrar vocês.”
“Dumbledore, Tom Riddle está aqui.” Hermione falou com gravidade.
“Sim eu sei Srta. Granger.” Ele lhe deu uns tapinhas na cabeça. “E eu vou lhes dizer o que fazer.”
Todos aguardaram as suas palavras, atônitos. Então Dumbledore prosseguiu. “Quero que vocês o levem até o salão redondo, é um salão que fica no final do corredor do segundo andar. Impossível não reconhecer, a entrada é uma grande porta de mogno.”
“E depois? Esperamos pela morte?” Blaise comentou sarcasticamente.
“Srta. Zabini não percebi que estava aí... Pois bem, não, vocês o distraem até eu chegar...”
“Sem ofensas Dumbledore...” Hermione disse humildemente. “de maneira nenhuma mas... como poderíamos distrair Lord Voldemort?”
“Isso eu não sei...” Dumbledore fez um olhar pensativo. “mas sei que vocês vão dar conta.” Ele respondeu com um sorriso.
“Sabe diretor...” Hermione comentou pensativa. “sem ofensas mas... às vezes sinto que estou no meio de uma aula de adivinhação quando falo com você.”
Dumbledore riu. “Eu só sei o que sei minha cara. Acredite quando digo para não se preocuparem.”
“Mas você há de convir que dizer algo do gênero ‘não se preocupem’ em uma situação como essa é bem inusitado...” Harry que se dirigiu ao professor desta vez.
“Talvez... talvez. Mas andem! Se não, não poderei garantir mais nada...”
Todos acenaram positivamente. Chegaram no corredor e viram Lord Voldemort parado, consumido de ódio encarando todos eles. Hermione viu quando a varinha dele se ergueu...
Draco desceu dois lances de escada para chegar na sala de poções. Ele olhou para dentro da sala e viu carteiras quebradas, jogadas em todos os cantos. O lugar estava horrível, parecia que tinha acontecido uma catástrofe natural ali dentro.
“Procurando alguma coisa?” Era a voz arrastada de Snape.
Draco virou-se. “Sim. Você.”
“Em que posso te ajudar?” A voz de Snape sempre fora mais gentil com Draco.
“Preciso que você me ajude a fazer uma poção do tempo.”
Snape deu uma risadinha. “E posso saber porquê?”
Draco deu um sorriso de canto de lábio. “Porque Voldemort está vagando pelo castelo e se não o mandarmos de volta para o seu tempo dentro de dois dias ele ficará para sempre.”
Snape o olhou estarrecido. Então Draco continuou explicando. “Dumbledore já sabe, foi ele que me mandou aqui. Disse também para nos apresarmos.”
“Por aqui Draco.” Snape entrou dentro de sua sala, desviando de algumas carteiras.
“O que aconteceu aqui?”
“Um acidente.” Snape respondeu arrastadamente rangendo os dentes.
“Que acidente?” Draco perguntou curioso.
“Potter e aquela Granger. Sem contar a breve presença da Srta. Weasley...”
“Gin... Weasley esteve aqui?” Draco perguntou de fato interessado enquanto o professor abria a porta de seu estoque.
“Qual é o seu interesse nela Draco?”
“Que interesse? Quem falou de interesse?” Ele respondeu rispidamente.
“Parecia interessado...”
“Você não vai falar o que ela estava fazendo aqui?”
Snape olhava para as poções que estavam nas estantes. “Você conhece a fórmula da poção Draco?”
“Sim, mas...”
“Então pegue os ingredientes, tudo esta enumerado e em ordem alfabética, não será difícil encontrar...”
“Mas professor, você não vai me falar o que aconteceu?” A voz de Draco soava agora como um pedido.
Snape suspirou. “Esta bem. Eu tive uma confrontação com o Potter...” ele disse com desgosto. “Então aquela Granger chegou com a Srta. Weasley e elas fizeram um escândalo. Aparentemente Potter estava vendo as duas ao mesmo tempo... não me admira que...”
“O quê?!?” Draco gritou. “Potter está... está...” ele gaguejou de raiva. “vendo a Ginny?”
“Agora é Ginny...?” Snape perguntou com calma.
“Aparentemente sim...” Malfoy disse introspectivo. Ele não podia acreditar, este tempo todo ele se preocupando com ela e ela saindo o Potter. Pior, sendo uma das amantes do Potter. Isto o matava de nojo.
Draco não disse mais nenhuma palavra, coletando os ingredientes calado. Mas Snape continuou falando assim mesmo. “Depois a Granger deu uma crise de ciúme... crise que provocou o estrago que você pode ver na minha sala.” Draco nem o escutou direito.
Snape passou os dedos por uma estante. “Draco você pegou a Veritaserum?”
“Não.”
“Estranho, não está aqui...”
“Depois você pensa nisso.” Draco estava carregando diversos frascos nas mãos. Chutou a porta para abri-la. “Vamos?”
Snape deu a última olhada para o local onde a Veritaserum deveria estar. “Vamos.”
“Avada Kedavra!” Tom gritou apontando para Harry.
“Protego!” Hermione gritou erguendo apenas as mãos. O escudo formado pela magia rebateu o feixe verde que veio da varinha de Tom.
“Expelliarmus!” Hermione gritou em seguida. A varinha de Voldemort voou longe.
Voldemort riu. “Tola! Você não é a única que pode fazer feitiços sem varinha!”
Hermione gritou. “Stupefy!”.
“Protego!” Tom gritou quase que simultaneamente erguendo a mão. Riu um pouco da falta de reação da menina. “Avada Kedavra!”
“Protego!” Harry e Hermione gritaram juntos. Harry virou com para Hermione e apenas gesticulando disse ‘No três nós largamos o escudo...’
“Não podem segurar este escudo para sempre!” Voldemort gritou lançando mais maldições.
“Um...”
“Crucio!” Tom forçava cada vez mais o escudo.
“dois...”
“Avada...”
“três”
“...Keda...”
“Expecto Patrunous!”. Harry gritou. Um enorme veado prateado atravessou o corredor dando de encontro com Voldemort. Surpreso, Tom apenas segurou os chifres da conjuração de Harry.
“Acha que sou um dementador, Harry?” Tom riu nervoso. A conjuração passou pelo corpo de Voldemort sem nenhum efeito, obviamente. Mas quando Tom olhou ao seu redor percebeu que seus preciosos inimigos não estavam mais ali. Ouviu passadas e as seguiu...
Draco e Snape foram para o escritório de Snape que ficava ali mesmo, em uma porta conjugada com a sala de poções. Misturaram pacientemente e precisamente cada um dos ingredientes.
“Ele está no corpo de quem?” Snape perguntou casualmente enquanto misturava a poção.
“Do Weasley.”
“Da sua garota?”
“Não é a minha garota...”
Snape riu. “Pois diga à sua garota que o irmão dela não vai morrer. Quando Voldemort tomar a poção ele largará o corpo em que esta hospedado.”
“É eu sei... Como nós vamos fazer Voldemort tomar a poção?...” Draco disse enquanto selecionava os ramos de yew.
v“Excelente pergunta... Se você der a poção a ele Draco... antes que ele termine de beber afaste-se. A poção cria um pequeno campo de tempo em torno da pessoa que a bebe, qualquer um dentro deste campo é transportado junto com ele...”
“Eu sei... E cada ramo de fluxweed corresponde à uma hora no passado. E a única forma de Voldemort voltar é se ele pegar o corpo de alguém que não pertence àquele tempo, pois o corpo da pessoa que está no tempo errado fica frágil... Portanto é fundamental que ninguém vá com ele... porque se for...” Draco respirou profundamente.
“Terá que sobreviver um tempo na época de Voldemort... de precaução acho melhor colocarmos o mínimo de fluxweed possível. Não mudará o efeito para Voldemort pois ele está voltando ao seu tempo de origem.”
“Certo.” Draco passou os ramos de yew para Snape e começou a picotar a fluxweed. “Metade de um ramo?”
“Meia hora com Voldemort no seu encalce é muito tempo Draco...”
“Um quarto de ramo?”
Snape pegou o ramo de fluxweed, mediu-o cuidadosamente. Cortou um minúsculo pedaço. Analisou-o minuciosamente. “Deve dar aproximadamente cinco minutos... se algum infeliz for para o passado com Voldemort espero que seja capaz de sobreviver os cinco minutos e se não conseguir... que no mínimo tenha a decência de se matar para não trazer aquele infeliz de volta....”
Draco acenou positivamente. Sabia que aquilo não tinha sido uma indireta. Snape colocou o último ingrediente e a poção estava perfeita.
Eles encheram alguns frascos. Então ouviram uma pessoa entrando na sala de poções.
“O que aconteceu aqui?” Era a voz de Dumbledore.
Os dois saíram do escritório, cada um com três frascos nos bolsos.
“Tudo pronto Dumbledore.” Draco informou.
Dumbledore ainda olhando ao seu redor apenas acenou. “Ótimo. Vamos, vamos.”
Os três correram o mais rápido possível pelos corredores, alguns alunos que estavam indo para os dormitórios os encararam, estranhando a cena.
Vendo que Voldemort foi pego desprevenido. Harry e Hermione viraram-se para o outro lado, Ginny que estava escondida atrás de uma pilastra se juntou a eles. Os três olharam para um canto e viram uma menina ruiva acuada, era Blaise.
Hermione rolou os olhos, sem tempo e nem paciência para chamá-la, conjurou um feitiço com a voz baixa. “Mobilicorpus.”
O corpo de Blaise ergueu-se e veio na direção dos dois. Blaise ia dizer algo mas Harry foi mais rápido. “Silencio.” Blaise começou a gesticular mais nenhum som saiu de sua boca. Hermione continuou apontando a varinha para ela, sendo obrigada a correr de costas para manter o feitiço, contando com Harry para que ela não trombasse em nada. Blaise esperneava freneticamente, sem emitir nenhum som, levitando pelo ar, se fosse em outra situação a cena teria sido engraçada.
“Chegamos...” Harry encostou a mão nas costas de Hermione.
Ela parou largando Blaise no chão, no mesmo momento a menina começou a corredor. Hermione rolou os olhos. “Stupefy...” Ela conjurou o feitiço com um enorme descaso. A menina desmontou no chão. “Mobilicorpus.” Hermione conjurou este outro com mais descaso ainda.
“Alohomora!” Harry gritou para porta e ela se escancarou. O salão era magnífico. Era um salão redondo, com o chão todo em um mármore meio bege, mesclado com vermelho, o teto da sala subia em formado circular. Harry parou no meio do salão olhando ao seu redor, nas paredes havia pinturas lindas, o teto redondo tinha vitrais gigantescos, a luz da lua entrava mesclando as cores.
Hermione largou o corpo de Blaise com indiferença do lado da parede mais próxima.
“Se nós morrermos pelo menos vamos morrer em um lugar bonito.” Harry comentou casualmente.
“Com certeza...” Ginny concordou, aproximando-se de Harry, sem tirar os olhos das pinturas.
“Harry, Ginny!” Hermione o repreendeu. “Aqui. Vamos nos esconder...”
“Esconder?” Era a voz gélida de Tom. “Podem se esconder.” Ele estalou os dedos e a porta se fechou. Apenas erguendo as mãos sem conjurar feitiço algum, Tom clareou o cômodo inteiro e Harry, Hermione e Blaise ficaram visíveis e completamente vulneráveis.
Tom riu de quão frágeis eles estavam naquele momento. “Aonde estávamos? Avada Kedavra!”
Harry conjurou o escudo. “Protego!”
Tom não largava a sua varinha, fazendo com que o feixe de luz verde começasse a romper o escudo criado por Harry.
“Protego!” Conjurou Hermione na tentativa de fortificar o escudo.
“Vocês sabem que não podem ficar ai para sempre!” Tom gritou rangendo os dentes.
A porta escancarou, batendo fortemente contra a parede. “E eles não precisam.” Era uma voz grave e severa que chegava a porta, a voz de Dumbledore.
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