Capítulo 1



Capítulo I – Aquele no qual Lily quase morre três vezes.





Narrado por:
Lily Evans


Tédio. É o que resume esses últimos meses da minha vida. Esse é o sétimo sábado à noite consecutivo que eu passo em casa, em um MSN praticamente deserto, – já que todas as pessoas normais de 15 anos estão pela rua – com um vidro de Nutella em uma mão e o controle remoto da TV ao meu alcance, passando os canais. Pra completar minha felicidade, não tem nada de interessante passando.
 


- Gossip Girl! – finalmente achei alguma coisa boa.



- Esse episódio já passou quinze vezes. – disse Petúnia, minha irmã mais velha, enquanto penteava os cabelos loiros e brilhantes. O pior de tudo era que ela tinha razão.



- Droga.



- Vai passar mais um sábado à noite em casa, Lily? – ela perguntou, com um ar inconfundível de superioridade.



- Vou sim. E você, vai pra onde?



- O pessoal marcou no Taco Bell às 21h pra comer alguma coisa e depois tem festa na casa da Chelsea. Os pais dela foram passar o fim de semana na praia. Você não quer ir?



- Defina "o pessoal".



- Você sabe. As outras Líderes de Torcida e os meninos do time de futebol. – ah, claro. Nem sei porque ainda perco meu tempo tentando manter um diálogo com ela. A ambição da vida da minha irmã mais velha é me fazer entrar no time das Líderes de Torcida, como ela.



Até parece que vou vestir uma roupinha minúscula e sair pulando enquanto um bando de garotos sem cérebro corre atrás de uma bola. Até parece.



- Não, obrigada. Prefiro ver esse episódio pela décima quinta vez.



- Você quem sabe, então. Qual dos dois? – ela me perguntou, enquanto balançava dois brincos da Tiffany's na mão. Não vi diferença entre eles, mas apontei o da esquerda.



- Você tem bom gosto. – ela disse, enquanto subia as escadas em direção ao seu quarto pra terminar de se arrumar. Mais ou menos quando a minha mãe descia.



- Uau. – a minha mãe estava linda.



- Vou sair, Lily. Não quero que você fique sozinha em casa.



- Vai para onde?



- Tenho um encontro com meu namorado. – ah, outra vez o namorado secreto. Diga se não é humilhante a sua própria mãe sair pra namorar sábado à noite enquanto você fica em casa.



Eles já devem estar juntos há quase um ano, mas minha mãe diz que temos que esperar a hora certa pra conhecê-lo. Ela acha que precisamos de uma figura paterna, por isso quer casar. Acontece que eu não preciso de uma figura paterna! Meu pai faleceu quando Petúnia e eu tínhamos oito e sete anos, respectivamente. Acidente de carro. Foi bem horrível, às vezes sinto muita falta dele, foi meu melhor amigo.



- Não quero que você fique sozinha em casa. – ela repetiu. – Ele voltou a atacar.



- Mãe! Você prometeu que pararia com essa obsessão.



- Ok, desculpe. Mas você decide se vai para casa de uma das suas amigas ou vai sair com sua irmã.



- Não posso aparecer à porta dos outros sem ter sido convidada, como uma desabrigada!



- Então se arrume, você vai com sua irmã.



- Sem chance.



- Isso não foi um pedido, mocinha.



- Ash, o maníaco não está mais atacando! – eu disse, me referindo ao maníaco que cortava as mulheres em pedaços e depois saia pelas ruas com as roupas delas.



Ela odeia quando a chamo de Ash. Tudo bem, porque odeio quando ela me chama de mocinha.



- Nunca se sabe, filha. Por favor, vá com sua irmã.



Suspirei.



- Ok, você venceu. – ela sorriu e em seguida um carro buzinou.



- Ele chegou! – ela disse, sorridente. – Petúnia, espere sua irmã, ela vai com você.



- Então se arruma logo, lesma! – ela gritou, do segundo andar.



- Tchau, mãe. – olhei pra fora, era uma BMW preta, nem dava pra ver quem tava dirigindo. Seja quem for, não é nada pobre. Arrastei-me escada a cima o mais lentamente que pude. Triste fim o meu.


 


Marlene - diz:
Hey, Lils. Vai fazer o que hoje à noite? Nutella, sofá e Gossip Girl?


Lily - diz:
Quem me dera! Estão me obrigando a ir ao Taco Bell com a Petúnia! E com o time de futebol e todas aquelas líderes de torcida! Você sabe o quanto vou sobrar lá. Por favor, vai comigo? Eu vou te buscar aí.


Marlene - diz:
Quem tá lhe obrigando? Não vai me dizer que a tia Ashley tá com medo do maníaco de novo?


Lily - diz:
Isso ai.


Marlene - diz:
Não creio!


Lily - diz:
Pois é! Mas até que não vai ser tão ruim se ficarmos longe das líderes de torcida. Você vai comigo, não vai?


Marlene - diz:
O que eu não faço por você, ein?


Lily - diz:
Obrigadaaaa, Lene. Por isso que te amo!

Marlene - diz:
Eu sei, eu sei.. também te amo. Agora vá se arrumar, ou Petúnia vai matar você.


Lily - diz:
Bem lembrado. Vejo você em uma hora. Pena que a Katie tá de babá da Little Lucy hoje.


Marlene - diz:
Eu, decididamente, não queria ter uma irmã de três anos. Pobre Katie.


Nem tudo está perdido, então. Não vou sobrar tanto, já que a Lene vai estar comigo. Não pode ser tão ruim assim. Iremos até o Taco Bell, sentaremos longe dos amigos da minha irmã, comeremos em paz e depois daremos um jeito de voltar pra nossas respectivas casas. Nem sonhando que vou pra uma festa na casa de Chelsea Humfrey.



A questão com ela é clássica. Fomos melhores amigas até os nove anos. Ela vinha pra minha casa todas as tardes e nós brincávamos durante horas de barbie. E então, simplesmente, ela decidiu que eu era infantil demais pra andar com ela. Depois disso, ela vinha para cá todos os dias para pintar as unhas, aprender a se maquiar e falar sobre os meninos mais bonitos da escola com a Petúnia.



Até o dia em que eu grudei chiclete nos cabelos perfeitos dela e nós viramos inimigas mortais. Eu juro que foi sem querer. Aos dez anos eu era uma garota quase inocente.



- Cuida, Lily! – gritava Petúnia, pela quinta vez.



- Eunãoconsigoarranjarumaroupa! – falei rápido, sabendo que me arrependeria profundamente disso em poucos segundos.



- Precisa de ajuda? – ela perguntou, com os olhos brilhando de excitação. Ela ama escolher as minhas roupas, já que tem esperanças em me fazer entrar para seu círculo de amizades. Não que ela goste de mim assim. Ela só não quer ter uma irmã perdedora. Foi o que ela me disse, quando perguntei.



- Vá em frente. – já que não consegui achar uma roupa mesmo, vamos ver o resultado disso.



- Você veste isso aqui. – ela me entregou uma mini-saia preta, uma blusinha cor-de-rosa, uma jaqueta e uma bolsa cor-de-rosa. Peças que eu nem sabia que viviam em meu humilde armário. Tudo bem, poderia ser pior. Fiz menção de pegar o All Star depois que me vesti.



- Nem pensar. É suicídio social.



- É só um tênis.



- Você vai usar esse salto aqui. – ela apontou pra uma sandália preta, com um salto fino, que pertence a ela. Infelizmente, calçamos o mesmo número.



- Você sabe que eu não consigo me equilibrar por muito tempo em cima de um salto, Petúnia!



- Aprenda! E rápido, que eu vou maquiar você.



Normalmente eu não teria deixado Petúnia me arrumar, como se eu fosse uma boneca. Mas bem, eu vou sair com ela e os amigos dela. A situação já é incomum. Então, meia hora depois, eu estava pronta. E devo dizer que o resultado foi bom. Meu cabelo ruivo, geralmente rebelde e apontando pra todas as direções estava alinhado, macio e cheiroso. Eu estou me sentindo bonita! E não pode ser pior do que passar mais um sábado à noite em casa.



- E pare de tropeçar nesse salto!



Eu acho.



Narrado por:
Katherine Mackenzie


- Estamos saindo, Katie. Não esqueça que a Lucy tem de estar na cama às dez, no máximo. E se ela acordar no meio da noite, você esquenta o leite que fizemos. 



- Eu sei. Não é a primeira vez que fico em casa cuidando da Little. – e isso é revoltante! Eu, uma garota de 15 anos, presa em casa mais um sábado à noite enquanto meus pais saem para se divertir!



Pelo menos o meu trabalho é remunerado. 



- Não chame sua irmã de Little. 



- Boa festa pra vocês. - disse. E depois eles foram. Agora somos só eu e você, Little Lucy. 



- Hey, Little Lucy. O que você está fazendo? 



- Vendo TV. – ela respondeu. Minha irmãzinha é muito fofa. Parece muito comigo quando tinha essa idade. Loirinha dos olhos claros, e relativamente calma. Na maioria das vezes. 



- Você tem mais uma hora, sabe? Já são 21h! – eu disse, enquanto ligava meu notebook. Era mais seguro mantê-la a vista. Nunca se sabe. 



- Eu gosto dessa parte. Faz silêncio, por favor? 



- Ui. Desculpa! – levei bronca de alguém que ainda usa fraldas. Legal, né? 



Enquanto o MSN abria, olhei pra TV. Bob Esponja cantava algo sobre ser um Amendobobo, no auge de sua felicidade. E a Little dançava. Marcante. 


 


Marlene - diz: 
Katie! 


Katie - diz:
Lene! Vai sair hoje? 


Marlene - diz: 
Taco Bell com a Lily. Outra neurose da tia Ash. Estamos indo com o pessoal da Petúnia.


Katie - diz:
Wow. Boa sorte! Vão precisar.. 


Marlene - diz:
Valeu. E você? Que tal a vida de babá? 


Katie - diz:
Entediante. Queria ir ao Taco Bell com vocês.


Marlene - diz:
Vai ser a maior chatice sem você, fato! 


Katie - diz:
acho bom que seja mesmo, ein.. hahah


Marlene - diz: 
pode deixar haha.. ah, Petúnia e Lily chegaram. Te ligo amanhã pra contar detalhes.


Marlene - parece estar offline.


Depois disso, levei minha irmã pra cama, mesmo com alguns protestos. Contei uma história e em poucos minutos ela dormia, pro meu alívio. Nesse meio tempo, percebi que alguém me chamou no MSN. Estranho. Quem poderia ser?



Remus Lupin
 - diz:
Ei, Kenzie. 


Meu coração acelerou. Que diabos era aquilo? Remus Lupin nunca fala comigo. Nem por MSN, nem na escola. Ele é super amigo da Lily, mas às vezes nem com ela fala. Claro, ele faz parte do time de futebol da escola, só namora garotas lindas, é um dos populares. Enquanto nós.. bem, não somos exatamente populares.


Katie - diz: 
oi :)


Remus Lupin - diz:
Vai ficar em casa, Kenzie? Não quer ir ao Taco Bell conosco? 


Katie - diz:
Hã... obrigada pela oferta, mas hoje realmente não posso. 


Remus Lupin - diz:
Por que? Vai sair com o namorado? 


Katie - diz:
Na verdade estou cuidando da minha irmã mais nova.. meus pais sairam.


Remus Lupin - diz:
Ah, que pena. Te vejo por ai, então.


Katie diz:
Claro.


Como se algum dia ele fosse falar comigo outra vez. Acho que bateu a cabeça, coitado. Melhor ignorar. Caras como ele não se interessam por garotas como eu. Eles só gostam das que não tem cérebro.



Narrado por: Marlene McKinnon


Às 21:20 estávamos em frente ao Taco Bell, que estava lotado. Petúnia sorriu e disse: “excelente”. Não era excelente. Nada que Petúnia pudesse julgar como excelente era confiável. Eu olhei pra Lily. Ela me olhou ao mesmo tempo. Respiramos e nos dirigimos lentamente ao Fast Food. Não tinha outro jeito. 



- Cuidem, lesmas. – chamou Petúnia, antes de abrir a porta e entrar. Foi quando eu o vi. Não, ele não podia estar ali. Entrei em choque. 



- Lily... – falei, com uma nota de pânico inconfundível na voz. 



- Calma, Lene. Eu vi. 



- Aqui, não! Diz que é mentira!



- Marlene, você não pode evitá-lo. Vocês estudam na mesma escola. 



Nem me lembre! Ali, a menos de 50 metros de distância estava meu calcanhar de Aquiles. Eu sou uma pessoa muito forte. Mesmo. Menos quando o assunto é Sirius Black. Incrível como eu sempre acabo pagando um mico maravilhoso quando ele está por perto. 
 


Uma vez ele sorriu pra mim. Eu virei meu copo de suco de laranja na minha própria blusa. Em seguida, ele riu de mim. Sem contar aquela vez que ele perguntou pra mim que horas eram e eu disse que o corte novo do cabelo dele o deixava ainda mais gostoso. Micos, micos e mais micos! Mas hoje, ele não vai me hipnotizar. Não vai! Não vou deixar. 



- Vamos, Marlene. Você consegue. 



- Está tudo bem. Está tuuuudo bem. Eu consigo. 



- Para de repetir isso, Lene. Vamos entrar, estou faminta. – dizendo isso, Lily me empurrou. E eu entrei. Foi um efeito legal. Muito legal. Sabe quando tudo está agitado e barulhento e quando você entra todo mundo se cala e vira pra você? 



Isso acontece com as Líderes de Torcida todos os dias, as divindades da escola, mas nunca acontece comigo. Ou com a Katie. Ou com a Lily. Mas está acontecendo. Todos os olhares se voltaram pra nós. Talvez porque estamos arrumadas. Talvez porque nos maquiamos, coisa que nunca faço pela manhã. 



Ele olhou para mim, mas o ignorei. Petúnia sorriu, triunfante. Indiquei a mesa à esquerda com a cabeça. Lily concordou. As pessoas já desviaram os olhares. 



- Marlene, como voltaremos pra casa? 



- Do jeito que viemos.



- Não. Petúnia vai pra festa na casa da Chelsea. 



- O que você acha de irmos pra essa festa? 



- Na casa da Chelsea? Nunca! 



- Ah, qual é, Lils. 



- Depois discutimos isso. Peça um cheesburger vegetariano e suco de laranja pra mim enquanto vou ao banheiro? Valeu. 



Dizendo isso, ela saiu da mesa. Sabe, a Lily e a Katie são vegetarianas. Eu bem que tentei, mas no terceiro dia de abstinência carnívora, desisti. Isso é difícil!  Espera aí. Tem alguém vindo ocupar o lugar vago da Lily? Meu Deus, tem alguém vindo ocupar o lugar vago da Lily! 



- Hey, Kim. – Kim? Sirius Black chega pra falar comigo do nada e me chama de Kim? Meu nome é Marlene!



Acho que a minha indignação ficou explícita no meu rosto, porque ele completou:



- McKinnon. Você entendeu. 



Aaaah! Um apelido. Que bonitinho! Quer casar comigo? 



- Oi, Sirius.



- Vai à festa hoje? 



- Não.



- Por que não? – ele me encarou, com a sobrancelha direita erguida. Em seguida sentou, finalmente, no lugar da Lily. 



- Festa na casa da capitã das Líderes de Torcida, junto com os bêbados, os drogados, as biscates e os jogadores? Prefiro ir pra casa, ver a reprise de Friends, obrigada. 



- Qual é?! Essas pessoas são legais. 


 


- Ah, claro que são.



- Não gosto da sua ironia, sabe? – ele disse, risonho. Rimos juntos. 



Um dia ainda vou apertar sua bunda - OOOOPS. Escapou!



- Perdão?



- Imagino se você morasse com a Raimunda. – foi a primeira (e idiota) coisa que veio à minha cabeça.



- Quem é Raimunda? 



- Er... a empregada que trabalhou lá em casa. Ela... ela é da Espanha e era muito irônica. – Eu sempre acabo falando alguma besteira quando tô perto dele. Droga! 



- Hum... sei... – ele disse, tentando ficar sério. - Mas você pode apertá-la, se quiser, sabe? 



Merda! Ele ouviu, então! Sair correndo, implorar perdão ou se fingir de inocente?



- Apertar a Raimunda? – terceira opção.



- Vão querer alguma coisa? – salva pelo garçom! Então, seu garçom, muito obrigada! Quer casar comigo? 



- Sim, eu.. Eu quero um cheesburger vegetariano e um normal. E dois sucos... de laranja. – eu disse, absolutamente vermelha, enquanto Sirius continuava rindo da minha cara. 



- Só isso? 



- Sim. 



- Onde estávamos?



- Sirius. Por que você está sendo tão legal comigo? Eu não imaginei que você soubesse da minha existência... 



- Porque você está muito bonita hoje. – ele disse, como se fosse a coisa mais natural do mundo. 



- Obrigada. 



- Hey, agora preciso ir. – ele disse, olhando pra porta. Era Remus, seguido de duas Líderes de Torcida cujos nomes desconheço.



- Foi um prazer falar com você, Kim. 



E antes que eu pudesse responder, ele saiu. E caminhou até uma das garotas que estava parada à porta, beijando-a em seguida de uma maneira nada discreta! 


Vadia!



Narrado por: Lily Evans


Maldito salto. Eu simplesmente não consigo dar mais de três passos sem tropeçar. Demorei dois minutos inteiros para chegar ao banheiro, porque não queria tropeçar na frente da escola inteira. Mas agora estou aqui, voltando pra mesa e... PARA TUDO! O que seria isso? Oh, meu Deus! O que Sirius Black faz sentado à minha mesa, rindo com Marlene McKinnon? Ela deve ser uma gelatina agora! Ele tá falando alguma coisa indecente. Ela tá toda vermelha! Ah, o garçom! Será que é seguro voltar? 



Mal decidi que era seguro voltar, quando o inevitável aconteceu: tropecei no salto. 


 


Três segundos para toda a lanchonete estar rindo de mim. Dois segundos para pagar um mico maravilhoso na frente da metade da escola. Um segundo. A morte se aproxima.


 


- Ai... – eu cai em cima de alguém. Eu matei alguém, meu Deus! - Desculpe! – eu disse, levantando.



- Tá tudo bem com você? – uma voz grave, maravilhosamente quente me perguntou. 


Se eu levantar a cabeça, vou constatar que atropelei... James Potter?!



- Tudo sim, desculpe mais uma vez. Você está bem?



- Claro que sim. Eu só fui atropelado por uma ruiva baixinha, o que tem demais nisso? – ele perguntou, rindo. Senhor, que vergonha - Ei, brincadeira. A propósito, James Potter. 



Como se eu já não soubesse. Eu quero dizer alguma coisa, mas nesse momento isso é impossível. Sirius levantou-se da mesa e beijou uma das Líderes de Torcida que chegou com Remus. 



E a Lene precisa de mim, eu acho, já que ela tem uma obsessão pelo Sr. Black. 



- Eu tenho que ir. – dissemos ao mesmo tempo. Ele riu. 



James se dirigiu à mesa exatamente ao centro do Fast Food, onde as "pessoas legais" da escola sempre ficam, em qualquer lugar que seja. Voltei para minha cadeira – agora vazia. Ainda estou surpresa. Foi tudo muito rápido, porém ainda me sinto lúcida o suficiente pra perceber que botaram carne no meu hambúrguer vegetariano e para perguntar o que Sirius Black fazia conversando animadamente com a Lene. 


 


- Eu estou bem. Juro. Só estou um pouco surpresa porque ele veio falar comigo do nada, mas não estou chateada. Ele troca de namorada a cada semana. Além disso, eu nem gosto dele. E não se preocupe, eu não deixei que o tio levasse o seu hambúrguer, ele podia cuspir, ou sei lá. 



- Eu não perguntei nada... – Marlene tem o dom de saber o que se passa pela minha mente.



Mas isso deve ser porque somos amigas desde que deixei de ser amiga da Chelsea, aos nove anos de idade. Marlene e Katie são amigas desde os cinco anos.


 


- Mas você ia perguntar. Eu vi que você caiu do salto, haha. Tá tudo bem? 



- Tá, tá tudo bem sim. Sabe, eu atropelei James Potter. Ele se apresentou pra mim pela quinta vez, desde o Jardim de Infância. 



- HAHAHAHAHAHAH. É sério que ele se apresentou outra vez? 



- Sério. Do que adianta ser assim tão sexy e não ter nada na cabeça?



- Não adianta nada, mesmo, Lil. Mas espere, o nosso Danny Jones ainda vai chegar. 



- Dougie Poynter. 



- Danny Jones. 



- Dougie Poynter. Dougie Poynter. Dougie Poynter. 



- Danny Jones. Danny Jones e Danny Jones! Não discuta comigo, Evans.



- Calada, McKinnon. Temos que descobrir como vamos voltar pra casa. 



- Rouba a chave do carro da Petúnia. 



- Ainda não podemos dirigir, Lene! 


 


- E daí? Nem ela pode, mas todo mundo dirige.



- Se nós formos presas, a culpa é toda sua. 



- Vamos correr o risco. - respondeu, com um sorriso torto.



- Eu volto em um minuto. 



Narrado por:
Marlene McKinnon


- CUIDADO! CUIDADO, TEM UM CARRO NA SUA FRENTE! SINAL VERMELHO, SINAL VERMELHO! SINAL VERMELHO É PRA PARAR NÃO É PRA ACELERAAAAAAAAAAAAAR! 


- PARA DE GRITAR, LILY! TÁ ME DESCONCENTRANDO! 


- VOCÊ DISSE QUE SABIA DIRIGIR, PORRA! PRA ESQUERDA, ENTRA NESSA RUA! 


- EU AINDA TÔ APRENDENDO! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! 


- NÓS VAMOS MORRER! 


- Lily... 


- EU NÃO QUERO MORRER! AAAAH!


- Lily... 


- SOCORRO! 


- Lily, nós já chegamos, idiota! 


- Chegamos? Estamos vivas? Estamos vivas? 


- Vivas. Ainda bem que não houve pânico... – eu disse. Ela olhou da minha maquiagem absolutamente borrada pro cabelo antes impecável e agora absolutamente rebelde dela, e...


- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA


- Afinal, Marlene, onde nós estamos? - perguntou, quando finalmente recuperamos o fôlego. 


- Na casa da Katie, óbvio. É a casa mais perto do Taco Bell e mais um minuto dentro daquele carro... 


- Você nos mataria. Entendi.


*


- Eu não acredito! Vocês poderiam realmente ter morrido! Petúnia vai contar tudo pra sua mãe, Lily. 



- Eu sei. Viemos pedir ajuda, eu tenho que estar em casa em meia hora, no máximo. 



- Por que vocês não dormem aqui? Tudo ficaria mais fácil. 



- Ótima ideia. Ainda bem que o carro da Petúnia sabe voar até em casa muito bem sozinho, obrigada. 



- Não gosto da sua ironia, Marlene.



- Segunda pessoa que me diz isso hoje...



- Quem foi a primeira? 



- Sirius Black. 



- O quê? Sério? Me conta!!


 


- Outra hora. Temos que descobrir como levar esse carro de volta pro Taco Bell sem que a Petúnia perceba que ele sumiu ou inventar uma desculpa pra que ele esteja em casa. Não tem ninguém lá que seja amigável o suficiente pra nos fazer um favor?



- Remus! – disseram Lily e Katie ao mesmo tempo. 



- Remus Lupin? 


 


- É claro! Quem mais? Ele é meu amigo e vai ter que me ajudar.





Narrado por: Lily Evans


- Alô?


- Remus? 


- Lily?


- Remus, quanto tempo! 


- Lily, eu falei com você há trinta minutos. 


- Eu sei, mas estou com saudades de você. 


- E eu conheço você. O que você quer? 


- Nossa, também não precisa tratar mal desse jeito. 


- Eu gosto muito de você, mas se você não tem nada melhor pra dizer eu estou desligando porque tô dirigindo. 


- Não! Pelo amor de Deus, Remus. Você tem que me ajudar! 


- E o que eu ganharia com isso? 


- Minha eterna gratidão. 


- Tudo bem, tudo bem. Fala logo. 


- Tem alguém de carona com você aí? 


- Tem... o James e o Sirius. 


- Ótimo! Venham pra cá, imediatamente. Casa de Katherine Mackenzie, sabe onde fica? 


- Sei, nós estamos bem perto, chegando na casa da Chelsea... 


- Sabia que podia contar com você. E não demora, é questão de vida ou morte! Tchau. 


- Lily, espera... 


 


- Deu certo? 


- Sim! Ele disse que está aqui bem perto. Esqueci que você morava perto da Chelsea. 


- E como ele estava perto! Olhem pra fora. – Marlene disse, três minutos depois. Katie levou as mãos à boca. Parado em uma BMW preta estavam Remus, James Potter e Sirius Black. Por que não lembrei de me arrumar melhor? Meu cabelo está super bagunçado, graças a Marlene e sua experiência como motorista. A maquiagem da Lene borrou toda e a Katie está usando o pijama azul do Barney que eu dei pra ela no Natal. 


- Lily, tá tudo bem? Eu fiquei preocupado. 


- Remus, rápido! Você tem que levar a Marlene em casa e em seguida me levar em casa e depois tem que chegar até a festa da Chelsea e dizer pra Petúnia que eu voltei com você porque estava passando mal e só você viu. E diga que ela esqueceu a chave do carro comigo! Tudo isso em... 15 minutos. 


- Ah, claro. Já tinha me esquecido que nas horas vagas eu sou o homem-aranha e... tudo bem, Kenzie? – ele interrompeu a fala, ao reparar nas meninas pela primeira vez. Katie se assustou e ficou toda vermelha. James e Sirius que bebiam uma cerveja dentro do carro resolveram sair também. 


- Tu-tudo bem, sim. E com você? 


- Nós ouvimos a conversa de vocês e acho que podemos ajudar. – disse Sirius. - Remus, você fica aqui com a Katie. Eu e o Sirius levaremos as belas damas em casa no carro roubado delas... 


- É o carro da minha irmã! – eu disse, indignada. E não foi exatamente roubo, foi? Quando ela usou minha bolsa sem pedir ela disse que tudo que é meu, é dela. Logo, o contrário também é válido. Acho. - ...e voltamos em um minuto. Nos encontramos aqui e vamos juntos pra festa. Nos espere. 


- Certo. – todos nós concordamos. 


- Olha, muito obrigada por nos ajudar... – começou Marlene, enquanto James dava partida no carro. 


- Não tem de que, Kim. 


- ...e se tiver alguma coisa que pudermos fazer por vocês, nos avise. 


- Até consigo pensar em algumas coisas, mas não tenho muita certeza se você gostaria de ouvir. 


- Você tem namorada, Black! – eu não consegui me conter. Sempre tão galinha.


- Não, não tenho. 


- Então quem era aquela guria que você estava agarrando, ainda há pouco? – Lene perguntou. 


- Ah, aquilo? Aquilo não foi nada. Não sou como o Jay aqui que gosta de se amarrar. 


- Cala a boca, idiota. 


- Eu estou mentindo? Se você não gostasse, não teria pedido a Chelsea em namoro. 


 


Não sei como nem quando, só sei que assim que ouvi essa frase, o Halls de Morango na minha boca resolveu que seria divertido me fazer ficar sem respirar. E eu tossia, tossia, tossia, e o idiota continuava preso na minha garganta. E Marlene batia na minha costa, James olhava meio preocupado e Sirius se matava de rir. Eu to morrendo! 


Marlene bateu na minha costa com tanta força que o Halls assassino desceu. Eu preciso de água. Lágrimas involuntárias escorriam pelos meus olhos. Meu rosto estava mais vermelho que meu cabelo. Eu não tô me sentindo bem. 


Chelsea e James? A capitã das Líderes de Torcida e o capitão do time de futebol. Isso foi tão O Diário da Princesa.


- Está entregue, Kim. 


- Muito obrigado. Lily, eu tenho que ir. Boa sorte, vai dar tudo certo. Te ligo amanhã. Boa noite, gente.


- Boa noite. – respondemos juntos. E agora eu estou sozinha em um carro com James Potter e Sirius Black.


- O que vocês aprontaram, Evans? – Sirius Black dirigiu a palavra a mim pela primeira vez em... 8 anos? 9? Nem sei. 


- Espero que nada que vá me fud... PUTA QUE PARIU, ME FODI. 


James se assustou com meu grito e freou o carro bruscamente. Quando o carro parou pude ver direitinho que os votos de Marlene não se concretizariam. Parada à frente da minha casa, estava a minha mãe – chorando e repetindo coisas que deviam ser ‘o maníaco, eu avisei a ela’ enquanto um homem alto, forte, coroa – porém gostoso – a abraçava pelos ombros.


Ao seu lado estava Petúnia, ligando pra todos os números da agenda telefônica – que não é pequena – dela, o corpo de bombeiros, a polícia, alguns vizinhos curiosos e ainda algumas pessoas que passavam e resolveram parar pra descobrir o que estava acontecendo. E todas, todas as cabeças se viraram pra mim quando eu desci do carro. 


- Pai? – James perguntou. E agora eu realmente não estou entendendo mais nada. Seja lá o que for, não parece que está tudo bem. Alguma coisa me diz que eu me dei muito, muito mal. 


xxx


¹ Suicídio Social. HUAUHAUHAHUA. Mean Girls domiiina :D


N/A: Oi, gente. Obrigada por todos os comentários. Espero que gostem desse capítulo, não sei se ficou muito bom, mas espero que o outro fique melhor. Vou começar a escrever. E eu não sei o que falar mais, porque eu to triste aqui, já que todo mundo esqueceu da outra fic, fato. Ninguém mais passa lá, isso é triste, :) Vou tentar não demorar a postar e espero que vocês estejam bem. Adoro vocês.


Liisa Prongs ♥
17.05.08

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Comentários (3)

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