<b>Capítulo 5 – Sheyla</b>

<b>Capítulo 5 – Sheyla</b>



Capítulo 5 – Sheyla

E mais uma vez aquele conforto se fez presente em seu peito. Aquecendo-o de uma forma que há muito não sentia. Ela estava ali, à sua frente. Bastava esticar os dedos e tocá-la, certificar-se de que era real, tinha certeza que estava ali, que não era um sonho, mas... E se estragasse tudo, e se estivesse interpretando errado e deixando-se levar por fofocas e comentários maldosos?

Mas mesmo com toda hesitação em sua mente, suas mãos reagiram sem comando aparente... erguendo-se em direção ao rosto alvo numa caricia incerta... buscando confiança para aquela angustia que o consumia. Os segundos parecendo eternos à medida que ele a tocava, sentindo-a estremecer. Mas sem desviar o olhar. Ambos hesitavam, tentando compreender exatamente aonde queriam chegar.

E como que atraídos por uma força inexplicável, eles se aproximavam mais. Quem desviou o olhar primeiro? Não saberiam dizer... Mas ela fechou os olhos, quando sentiu o calor dos dedos longos dele deslizarem para sua nuca numa caricia delicada que a fez arrepiar. Ele sentiu seu coração acelerar ao sentir o suspiro dela em seu rosto. Os lábios entreabertos, tão convidativos que ele não poderia mais resistir... Tomou-os como seus antes que a razão, ou ela, o impedisse.

O toque macio, os lábios quentes, a mão dele em sua nuca, a respiração forte em seu rosto... Ela sabia que não estava sonhando, sabia que tudo era tão real quanto poderia ser, porém mais que essa certeza havia uma duvida que gritava em sua mente.“Mas somos apenas amigos... Não somos?” Mas seu coração agitado, acelerado como nunca estivera antes a impedia de definir a veracidade do pensamento, que a cada segundo era sufocado mais fundo em sua mente, ela só conseguia sentir o homem a sua frente. Seu amigo, ou talvez... muito mais que um amigo.

Apesar do tempo ter parado por séculos, o beijo terminou. E o olhar que trocaram mostrava o turbilhão de sentimento que os envolvia... Carinho, timidez, angustia, medo de terem tomado um caminho sem volta... Mas antes que pudessem falar qualquer coisa, alguém bateu à porta e entrou, trazendo-os de volta.

– Professor Snape, eu lhe trouxe os históricos e o último relatório médico que tenho sobre o Professor Lupin. – Ela parou pouco depois da porta, percebendo que havia interrompido algo. – Ah, desculpem, eu não deveria entrar assim. Interrompi alguma coisa? – A enfermeira agora observava os dois atentamente, sentindo que alguma coisa estava... errada. “Esses dois... Alguma coisa existe entre eles, acho que Minerva tem toda razão quanto a isso!”

Eles ainda estavam próximos um do outro e tentaram desesperadamente disfarçar o constrangimento da situação. Fernanda não conseguiu esconder o leve sorriso ao ver que Snape simplesmente não conseguiu esboçar qualquer reação diante da entrada repentina da enfermeira, sendo assim, ela obrigou-se a tomar a frente dele.

– Muito obrigada, Madame Pomfrey, estávamos realmente precisando de suas anotações. – Fernanda se levantou da cadeira e rapidamente estava junto à enfermeira, tomando-lhe os relatórios das mãos e examinando-os com interesse. — Acho que algumas serão de muita ajuda às modificações que pretendemos fazer na poção. Precisamos ser cuidadosos, principalmente no estágio em que nos encontramos. Qualquer erro pode colocar meses de trabalho a perder, e não quero nem imaginar o que aconteceria com o pobre do Professor Lupin.

Ela continuava a folhear as várias paginas do relatório em suas mãos enquanto Snape a observava. Ainda estava atônito com a situação e, principalmente, como ela se recuperara tão rápido, tomando conta da situação e tirando-lhes do embaraço do quase flagrante.


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