<b>Capítulo 3 –nandda </b>

<b>Capítulo 3 –nandda </b>



Capítulo 3 –nandda

Fernanda ainda se lembra da alegria que sentiu ao ser chamada para trabalhar com seu antigo professor, pois o admirava muito desde o tempo em que fora sua aluna. Ficava fascinada pela sua inteligência, pela sua precisão ao preparar poções, e conseguia até mesmo apreciar seu humor ácido. Nunca o considerou como o morcegão, assim como os demais alunos.

Por também ser uma pessoa reservada, ela compreendia o comportamento anti-social dele como uma forma de se defender de um mundo que não o via com bons olhos. E não conseguia deixar de se chatear com os comentários maldosos que às vezes escutava sobre ele. Conhecia o passado dele, mas não se importava; no fundo ela sabia que ele realmente não era um homem ruim.

E agora sentia-se orgulhosa por descobrir que ele a considera uma amiga, sabia que ele não tinha muitos, percebia que ele confiava em pouquíssimas pessoas, e ela desejava mostrar-se digna desta amizade, fazer com que ele saiba que pode contar com ela para qualquer coisa.

Mas hoje, mesmo que disfarçasse, não pode deixar se sentir perturbada ao saber que ela e Severus eram alvo de comentários entre os professores. Preocupou-se com a reação dele, mas o que mais a inquietou foi perceber o quanto isto mexeu com ela. Não pode deixar de questionar-se com a possibilidade de haver, no futuro, uma proximidade maior entre eles. Concluindo que o cansaço estava colocando idéias demais em sua cabeça, ela decidiu ir dormir.

Longe de onde Fernanda dormia, numa masmorra escura e fria, Severus permanecia acordado, seus pensamentos vagando em torno da jovem que, aos poucos, tornou-se sua amiga. Lembrou-se dos tempos em que ela fora sua aluna, em como era dedicada, sua vontade de aprender sempre mais, seu interesse genuíno pela sua matéria.

Mas não foram apenas os atrativos intelectuais da jovem que chamaram sua atenção. Seu jeito sereno e discreto o faz sentir-se bastante confortável na presença dela. A sua companhia é sempre agradável para ele, e descobrir mais sobre ela é sempre fascinante.

Para Severus, foi bastante fácil se acostumar a trabalhar com ela. Contemplava sua eficiência, sua praticidade e seu jeito prestativo. A presença dela é algo natural, nunca imposta; seu bom humor não é bobo e sempre torna o ambiente mais leve. Mas todo esse aspecto equilibrado não esconde sua personalidade marcante.

Ele já estava tão familiarizado com a presença constante dela que ficou realmente preocupado com os comentários a respeito deles, temeu a reação dela, que ela pudesse se chatear ou que isso a afastasse. Isso explica o porquê de ter se exaltado tanto, mas ao perceber que ela reagiu bem aos rumores, acalmou-se, e agora se sentia meio ridículo. E acabou concluindo que não seria ruim que tais boatos se tornassem reais.


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