Prisão de Salem




      Harry tinha que admitir era teimoso e do tipo que se chateia muito fácil, acabou levantando, as pernas tremeram, estava mesmo muito fraco, mas não queria ficar mais deitado, além do mais Gina não tinha voltado ainda e o lugar parecia mais frio sem ela.


   Apesar de pálido, ao se ver no espelho pode se acalmar, já estivera muito pior... estava vestindo o pijama novo que Gina lhe tinha comprado no natal, ele nem parecia magro... nem tão pequeno... tamanho de vinte e cinco? Ele pensou se olhando, poxa, era baixo mesmo, Gina era praticamente do mesmo tamanho dele, e perto de Rony então, era um nanico... abriu devagar a camisa do pijama e olhou as marcas roxas que tinham ali, estava mais leve, mas ainda era visível, uma linha irregular que ia do fim das costelas até o fim do ventre, por um segundo relembrou daquela sala, daqueles corpos, dos comensais da morte... Draco e Escórpio... de Edgar feliz, do sorriso daquele que chama Bartok, e daquela dor angustiante como se tivesse sido torturado por horas, fechou os olhos com força... tudo que não precisava era relembrar aquilo... cambaleou, estendeu a mão para frente e se apoiou no espelho, era frio, tão frio...


   - Você não devia mesmo estar de pé querido – disse a Sra Weasley aparecendo da porta.


   - Cansei de ficar deitado.


   - Você tem uma mania irritante de querer apressar as coisas – disse a mulher sorrindo bondosamente.


   Ele sorriu.


   - Chama a Gina para mim, Molly? Por favor?


   Ela o olhou, sorriu:


   - Se você prometer deitar... eu chamo.


   Harry acenou de leve com a cabeça, Sra. Weasley foi saindo.


   - Molly?


   - Sim?


   - Alguma noticia inquietante enquanto estive, dormindo?


   Ela olhou para o chão.


   - A falta de notícias já é uma boa notícia.


   E saiu, o que o deixou mais inquieto, sentou na cama. Gina retornou, ele ainda olhava para o chão aturdido.


   - Queria me ver? – ela perguntou preocupada da porta.


   Ele apenas estendeu o braço, ela se aproximou e deixou-o abraçá-la, murmurou com a cabeça encostada no ombro dele.


   - Você está preocupado...


   - Estou sim... Gina, muito!


   - Por que Harry?


   - Porque eu não quero ignorar nada, e não vou esconder nada.


   Ela ergueu a cabeça e o olhou.


   - Do que está falando?


   - Que essas minhas crises estão piorando... é tudo culpa minha.


   - Harry lá vai você começar a se culpar...


   - Não Gina – pos a mão na cabeça – tem alguém me perturbando... entrando na minha mente.


   Ela o olhou chocada, gaguejou muito, o abraçou mais forte.


   - Isso não é possível! Não é não! Não pode ser!


   Ele a abraçou também...


   - Mas aconteceu... pela segunda vez.


   - Ah... não... não... Harry...


   - Eu vou precisar de você para... continuar...


   Ela o olhou nos olhos...


   - Eu preciso de você Gina, desse seu carinho... pra continuar...


   Ela sorriu, mas logo ficou em silêncio.


   - Atacaram Madame Pomfrey ontem à noite.


   - Atacaram? – repetiu chocado.


   - Pouco depois que a Mione saiu de lá... ela estava dando aula...


   - Eu sei o que a Hermione estava fazendo, a Morgan me contou, mas a Pomfrey está bem?


   - Está sim, já se recuperou.


   - O que a atacou?


   - Ninguém sabe, mas Hogwarts talvez não seja mais tão segura – ela acariciou os cabelos dele.


   Tudo que Harry sabia, foi partilhado com Gina, e foi ela que precisou de amparo, ficou muito chocada, e muito preocupada.


   - O que Morgan e Kin disseram?


   - Só que o caldeirão é perigoso e pode trazer Voldemort de volta.


   - Mas vocês não conversaram mais nada?


   - Muito pouco... eu mal conseguia ficar acordado...


   Ele estava sentado na cama, ela esparramada em seu colo, cabeça em seu peito.


   - Você voltou a ficar quente... – ela suspirou.


   - Como?


   - Sua pele, voltou a ficar quente, como é sempre.


   -Ah... ta... já era hora de eu me recuperar mesmo, não dá pra ficar gelado pra sempre, não abraçado com você...


   Ela riu.


   - Abobado... eu disse quente mesmo...mais quente que as outras pessoas...


   - Do que você está falando?


   - Você é mais quente que as outras pessoas...


   - Impressão sua – ele riu – mas que bom que você me acha um cara “quente”.


   - Safado...


  


   Levantou e engrenou um sorriso simpático para todos da cozinha, viu aliviado os mais de uma dúzia de presentes, cumprimentou-os todos, Ted e Ana (garota que o afilhado foi ao baile em Hogsmeade) agora juntos irremediavelmente, explicitamente de mãos dadas, Alberfort Dumbledore... que não parava de encarar o casaco de Mundungus que parecia se mexer, (Harry e Mundungus tinham feito as pazes nesses últimos dezenove anos, mas ainda assim ficava com os dois olhos bem abertos para ele) Luna deu uma piscadela, Jorge fez um aceno, Hestia Jones lhe deu um sorriso e Kingsley lhe deu um tapinha no ombro.


   - Nossa isso parece uma reunião da ordem da fênix...


   - E é Harry... estamos esperando os outros membros. – disse Kin.


   - Uma reunião da Ordem? Agora?


   - Sim – disse o Sr. Weasley ao entrar pela porta da cozinha – a primeira de uma nova era... a primeira dos novos tempos difíceis.


   Harry o olhou surpreso, com a boca aberta. Atrás do Sr. Weasley estava Carlinhos, com cara de quem tinha acabado de sair de Azkaban.


   Esperaram em silêncio, chegaram Elphias Doge, Emmeline Vance, Dédalo Diggle, que não sossegou com sua cartola até Harry lhe dar um aperto de mão, Hermione, Rony, Percy e Gui.


   Aquela velha ordem, ali faltava muitos membros que ele gostava, Sirius, Lupin, Tonks, Fred... como faziam falta.


   - Acho que estamos todos aqui Kingsley – disse Sra. Weasley da porta.


   - Sim, e creio que não são necessárias apresentações... a minha frente temos o maior grupo de bruxos que já enfrentou Você-sabe-quem... e que permanecem para lutar de novo juntos... dos mais velhos membros – sorriu e recebeu um aceno de confirmação de Dédalo – aos mais novos.


   Harry viu Ted se contrair, óbvio, era o mais novo membro que estava ali presente, mas ele, já se mostrou digno de participar a muito tempo, agora era um membro da Ordem, como seu pai Remo e sua mãe Tonks foram no passado.


   Uma batida leve na porta, a Sra. Weasley atendeu.


   - Achamos que tinham desistido de vir, entrem...


   Era Morgan e Marsden, ambos lhe sorriram. Havia um ar solene naquela cozinha, um ar pesado, foi Morgan que começou a falar, como se fosse líder da ordem e participasse dela a um bom tempo. Falou resumidamente sobre as novas intenções de Edgar, que ele queria reunir os treze objetos sagrados do lago de Avalon para trazer o Lord das Trevas de volta a vida. Contou também das novas informações trazidas de Hogwarts por Emmeline e Dédalo, que passaram aquela madrugada lá a pedido de Flitwick pelo ataque a Madame Pomfrey. Falou também sobre uma repentina aparição de comensais da morte em Roma, na Itália. Pelo que parecia, Edgar não estava só atrás apenas dos artefatos antigos de Merlim.


   - Posso não ter plena certeza, mas creio que tem muito a ver com... – Morgan olhou parou chão e não completou a frase, pareceu perder as palavras.


   - Morgan não diga bobagens, eles nunca iriam procurá-la – disse Marsden dando tapinhas das costas da bruxa – ainda mais em Roma!


   - É difícil não imaginar – disse ela meio rouca.


   Harry não entendeu o motivo de Morgan ficar assim, mas tinha plena consciência que devia ser um assunto dela, porque todos ali não pareciam entender o que ela falava, mas sabiam que devia ser algo grave.


   -Sim Morgan, eu também acredito que... bem.. talvez – os dois pareciam estar tendo uma conversa particular juntos, só então voltaram a atenção para os membros da cozinha que os observavam inquietos e confusos.


   Sentiu Gina lhe apertar o braço, Morgan o olhava agora.


   - Agora Harry quero que descreva exatamente o que você viu...


   Sentiu uma leve dor de cabeça ao descrever de novo tudo que lembrava de ter acontecido quando desmaiou, daquela sala, dos comensais da Morte, de Barto Crouch Jr vivo, dos corpos na mesa, de Draco e Escórpio, da lenda do lago, da guardiã dele que chamavam de Dama do lago... não deixou nenhum detalhe em branco.


   - Interessante, interessante – engrolou Kingsley – mas não mencionaram nada do que eles vão fazer com os corpos?


   Hestia Jones interrompeu:


   - Já ouvi falar dessa Dama do lago, tem dedos com anéis em garras, envolta em um manto negro, mestre de uma jóia sagrada... eu já ouvi falar sim... em meus estudos... – ela olhou Morgan – tenho comigo velhos textos em sânscrito que mencionam ela, gostaria de vê-los?


   - Com certeza Hestia... seu conhecimento sobre certas mitologias vai ser de grande ajuda – sorriu Morgan – creio que Harry vai gostar de saber também.


   - Por que eu gostaria? Não quero nenhum objeto sagrado.


   - Sei que não, mas acho que temos que pegar os objetos antes que Edgar.


   - Mas é exatamente o que ele quer – disse Harry – que os seus inimigos peguem para ele.


   - Mesmo se nós não pegarmos, ele vai dar um jeito, eu conheço aquele homem, convivi muito com ele, é determinado, sempre consegue o que quer.


   - Está bem então, como acha que podemos entrar no lago sem morrer?


   - Falaremos com uma pessoa que já tem experiência nisso.


   - Alberto?


   - Exatamente.


   - Alberto Toothil? – perguntou Kingsley surpreso – aquele... AQUELE ALBERTO?


   - Ele mesmo – respondeu Morgan – eu e Marsden concordamos em revelo... pensamos que seja mais seguro se tivermos os objetos em mãos, assim o Edgar não poderá pegá-los.


   - Está certo então – concordou Harry – vou com vocês.


   - Está decidido então – disse Morgan.


   - Enquanto esses bruxos não forem capturados eu quero que todos tenham bastante cautela – disse o Sr. Weasley – decidimos agora colocar aurores patrulhando Hogwarts, não estamos mais dispostos a deixar ataques acontecer lá.


   - É uma ótima idéia Arthur – elogiou Kin.


   - Obrigado – disse o novo ministro ficando sem graça – algum voluntário?


   - Posso fazer isso – disse Rony.


   - Eu também – disse Ted – será ótimo ver os sonserinos de novo.


   - Sonserinos? – repetiu Jorge – conte comigo então.


   Depois de escolherem os membros que patrulhariam Hogwarts, foi a vez de escolherem os que se encarregariam de vigiar de longe a casa dos Malfoy, e também uns que fossem para Roma investigar o que os comensais da morte estão fazendo por lá. Enquanto isso Morgan, Marsden e Harry iriam encontrar Alberto Toothil, na prisão de salem, para obter mais informações do lago, e se possível eles pegariam os objetos de lá. O Sr. Weasley disse que iria fazer o possível para que ninguém notasse a movimentação que eles estavam fazendo contra os bruxos das trevas.


   - Está decido então, colaremos nossos planos em ação amanha mesmo – disse Morgan alegre – Harry, quero que nos encontre no Ministério às nove horas sim?


   - Beleza.


   - Quero que fique com isso – Morgan lhe deu um vidrinho, tinha um líquido quase tão transparente quanto Veritaserum, mas levemente esverdeado.


   - O que é?


   - Extrato concentrado de Athelas – disse Marsden eficientemente – um purificador poderoso.


   - Use na cicatriz se ela incomodar – disse Morgan – carregue com você... vamos Marsden.


   Os dois se encararam, em seguida desaparataram dali. Alguns outros membros da ordem se despediram também e foram embora. Gina convidou Hermione, Rony, Hugo e Luna (disse que tinha informado ao marido que viajaria para a Austrália, não contaria pra ninguém sobre a ordem da fênix), para dormirem ali. Tiveram um ótimo jantar preparado por Monstro no fim do dia.


 


    Era uma sala escura, a única iluminação ali vinha da chama da lareira. Edgar estava sentando na poltrona sozinho... olhando aquele fogo queimar. A porta se abriu e Bellatriz entrou seguida de Barto Crouch.


   - Já deu o tempo Avery? – perguntou da poltrona.


   - Sim meu senhor.


   No segundo seguinte a face de Barto começou a mudar, um novo bruxo começou a surgir, Bellatriz olhava aquilo atentamente.


   - Perfeito – disse Edgar se levantando – realmente perfeito.


   - Está comprovado então? – perguntou Bellatriz – a poção troca de corpos serve também com pessoas mortas.


   - Não necessitamos que o individuo esteja vivo, podemos nos transformar em qualquer pessoa morta... pode trazer o corpo daquele professor de Hogwarts aqui então.


   O bruxo chamado Avery saiu pela porta deixando ele sozinho com a bruxa.


   - Como está nosso amigo Potter? – ele perguntou.


   - Está fazendo exatamente o que nos queremos.


   - Ótimo – ele deu uns passos pelo quarto – e os comensais, encontraram?


   - Nenhum vestígio ainda... mas eles têm que ser rápidos com isso, Potter e os outros estão desconfiados e vão mandar membros para lá.


   - Tenho plena confiança neles Bella.


   Os dois ficaram em silencio, um andando para cada lado da sala inquietos.


   - Creio que já está na hora de cortarmos essa sua ligação com o Potter – disse Edgar enfim parando para encarar a bruxa – sei que Bartok foi incrível ao descobrir que Potter queria o seu bracelete, e que foi uma ótima idéia ter transformado o mesmo em jinkis, mas essa sua ligação pode beneficiar ele.


   - Sei me controlar.


   - Só isso não basta, você não sabe como jinkis são poderosas, a ligação entre vocês é mais forte com o auxilio dela.


   - Acho então que meu pedaço de alma dentro dele será destruído.


   - É algo que teremos que sacrificar para por nossos planos em segurança.


   - Deu muito trabalho fazer uma horcrux!


   - Você pode fazer outra...


   - Eu não ousaria.


   A conversa foi interrompida, a porta da sala se escancarou, o bruxo chamado Avery entrou com o corpo de Zacharias nos braços.


   - Onde eu coloco? – perguntou.


   - Jogue-o ai.


   Como se fosse um saco de lixo, ele jogou o bruxo no chão. Zacharias estava amarrado, cordas prendiam seus braços e suas pernas, ele ainda tinha a mesma aparência que estava quando foi trazido pelo lobisomem na reunião. Sua boca estava amarrada também.


   - Sabe qual é sua missão agora não Avery? – perguntou Edgar – depois de hoje você passara para a parte B do nosso plano, se colocando em risco total.


   - Sei disso.


   - Vai matá-lo sem torturá-lo? – perguntou Bellatriz.


   - Ele já sofreu demais.


   Zacharias arregalou os olhos quando viu o bruxo sacar a varinha do bolso.


   - Um lugar melhor te espera amigo – disse como estivesse com pena – Avada Kedavra.


   A luz verde cortou o ar e acertou o peito de Zacharias. O bruxo então caiu no chão mole... sem vida... estava morto.


   - Bem vindo professor – disse Bartok da porta entrando na sala.


   - Você de agora em diante será Zacharias Smith – disse Edgar – pegue a poção troca de corpos com Fenrir, juntando a poção com seiva de arvores da Mongólia conseguimos obter mais duração para a poção... assim não haverá perigo para você.


   - Certo.


   - Bartok te auxiliara quando precisar usar a poção de novo, manteremos o corpo morto aqui.


 


 


   - O QUE? Não, para de brincadeira.


   - Não estou brincando Vic, eles estão lá em baixo, o tio Rony disse que vão patrulhar a escola por segurança.


   - Só por causa de um ataquezinho?


   - Não foi um ataquezinho – disse Rosa – a Madame Pomfrey está hospitalizada e o professor Smith tinha desaparecido, nem ele mesmo lembra onde esteve!


   - Vai ver apagaram sua memória – disse Fred.


   Eles estavam na sala comunal naquela manhã de segunda feira. Victoire havia ficado chocada quando descobriu que Ted patrulharia a escola de agora em diante, ela não sabia se sentia raiva disso, afinal não queria ver ele, nem falar com ele. Passou o dia agarrada com Roran.


   Zacharias Smith, depois de ter desaparecido no fim de semana, reapareceu na escola dizendo não se lembrar de nada, que estava apenas bebendo no cabeça do javali na sexta a noite e não se lembrava de mais nada em seguida.


   Alguns membros da ordem da fênix agora andavam pelos corredores da escola, Rony, Jorge, Ted e uns outros, estavam querendo fazer a segurança de tudo, não queriam que nada grave acontecesse enquanto Harry iria com Morgan para prisão de salem.


   Na tarde daquele dia, depois de andar de um lado e para o outro repetidamente por quase doze horas nos terrenos de Hogwarts, Ted decidiu entrar no castelo por causa do frio, foi quando escutou soluços abafados vindo de uma sala à direita do saguão. Caminhou até lá e entrou... escutou uns soluços abafados, mais a frente num canto escuro estava Victoire, chorando aos soluços. Ele fechou a cara, já estava pensando em dar meia volta... mas desistiu... olhou para aquela garota, aquela ruivinha... parecia tão triste... não podia deixar ela ali...

   - Vic? Vic, o que foi? – ele se aproximou preocupado, mesmo tento uma leve impressão que ela ia berrar para ele ir embora.

   - Nada – ela disse rapidamente quando se assustou.

   - Nada? Que nada uma ova! Você está aqui chorando sozinha por quê? Onde ta o Roran?

   Ela começou a soluçar mais e começou a chorar e o olhou:


   - Ele é tão insensível, grosso e ciumento!


   - Como?

   Ele sentiu um imenso mal estar ao vê-la chorando: 

   - Vocês brigaram?

   Ela acenou com a cabeça recomeçando a chorar, como o Roran conseguira fazer isso com ela. “Quem é você para pensar isso, você também fez ela chorar aquele dia no natal!”. Mesmo não gostando nem um pouco do namoro dela com Roran, ele não podia ficar bravo pra sempre com ela... tinha que dar um apoio.

   - Vic, se acalma – ele disse abraçando-a – ele pode ser assim meio grosso meio doido, sei lá... mas acho ele te ama, sempre te persegue por ai.

   Ela deu um soluço misturado com risada: 

   - Eu sei, mas não é suficiente... precisa ... carinho... 

  Ted sentiu seu coração partir com a tristeza dela, que soluçava agarrada nele, enquanto ele tentava consolá-la. Tinha sido tão idiota... tão... estúpido com ela.

   Foi quando muitas coisas aconteceram... Rosa apareceu da porta da sala e viu-os, fez sinal para Ted sorrindo, então outra pessoa apareceu da outra porta da sala, Rosa fez sinal para ele ver, mas ele não teve chance de virar para olhar, ou pior, se virou o que potencializou o soco que levou e o fez cair quase desacordado.

   - Seu traidor safado! – falou Roran parecendo um touro bravo – PELAS MINHAS COSTAS! E se diz que veio aqui patrulhar a escola!
   Ele se levantou consciente de que Roran imaginara que outra coisa estivesse acontecendo, Victoire parara de boca aberta, Roran estava furioso.

   - Calma aí Roran – disse massageando o queixo.

   - CALA ESSA BOCA! ACHOU QUE PODIA COMER QUIETO? – avançou.

   - NÂO FALA BESTEIRA! VOCÊ ESTÀ SENDO BURRO – ele tentou se defender.
Rony e Jorge apareceram.

   - EU FUI BURRO SIM! EM CONFIAR EM VOCÊ! VOCÊ NÃO ESTÁ AQUI PARA PATRULHAR NADA!

   -Pára Roran! – gritou Victoire tentando agarrar o braço dele.

   Ele estava fora de si, empurrou a garota que caiu no chão.

   - Você está defendendo ele! São dois safados!

   Ted ficou furioso, meteu um soco em Roran que o largou e cambaleou.

   - Pare de ser cretino! Escute...

   - Eu acertei – disse Roran se preparando para voltar pra briga – dois safados, sempre desconfiei. 

   Se atracaram de novo, agora Ted também estava bravo, se xingavam, um acusando o outro... foi então que Roran cometeu seu pior erro.

   - TRAIDOR! COMO UM DELES! COMO UM DAQUELES ENCAPUZADOS QUE APARECERAM NO PROFETA DIARIO! É POR ISSO QUE VOCÊ SE TORNOU AUROR NÃO É? PARA TER AFINIDADE COM ELES!

   Por um segundo os dois pararam, e o silêncio imperou, a acusação de Roran era algo imperdoável, agora Ted perdia a cabeça, os olhos arregalados e uma expressão medonha de fúria.

    - REPETE – disse rilhando os dentes – REPETE! REPETE NA MINHA CARA! – ele pegou Roran pelas vestes e o empurrou contra a parede como se Roran não tivesse peso, chegou a escutar.

   - Cara segure ele, porque vão se matar – disse Jorge.

   - Ted larga ele! – disse Vic.

   Mas ele não ouvia, estava furioso.

   - FALA! REPETE AGORA SEU BURRO! O QUE FOI? PERDEU A CORAGEM?

   Roran voltou a se enfurecer, olhando nos seus olhos.

   - VOCÊ É SIM UM TRAIDOR! METIDO POR SER ADILHADO DE HARRY POTTER! UMA COBRA TRAIÇOEIRA! SEUS PAIS DEVEM SER IGUALZINHOS.

   Foi a gota da água. Roran foi jogado no chão, arremessado seria mais correto, se ergueu, mas levou um soco que o fez voltar ao chão, Ted não pretendia parar de bater, estava cego de ódio, quando avançou. Rony e Jorge o seguraram.

   - Para Ted, você arrebentou ele! 

   Roran gemeu, mas se levantou, Jorge falou sério.

   - Sai daqui garoto! Agora!

   O outro virou as costas e subiu. 

    Era incrível como aquela briga não chamara a atenção de ninguém, mas então ele ainda furioso se soltou puxando os braços.

   - Me larguem!

   - Calma, ele perdeu a cabeça.

   - Calem a boca! – ele disse amargo, e saiu andando – me deixem em paz! – não o deteram quando viram que ele se dirigira para fora.


   Victoire soluçava num canto, os outros ficaram silenciosos.


 


      Harry estava no Ministério, Morgan e Marsden o aguardavam ali no átrio. O Sr. Weasley estava lá também.


   - Eu quero que tenha cautela Harry, aquela prisão não é como Azkaban, teremos sorte se chegarmos na cela sem encontrar nada pelo caminho. – ia dizendo Morgan.


   - Seremos breve não? – perguntou.


   - Claro que sim – disse Marsden verificando as horas – é melhor irmos andando.


   - Esperem! – berrou uma voz ao longe.


   Era Hermione.


   - Algum problema? – perguntou Harry.


   - Quero ir com vocês!


   - Não... você não pode... o Rony não ia deixar.


   - Não quero ficar sem fazer nada só porque não sou uma auror como vocês.


   - É perigoso Hermione, fique com a Gina...


   - Vou com vocês! – disse ela firmemente.


   - Mas...


   - Deixe-a ir – disse Morgan – Hermione não é? Ouvi falar muito de suas habilidades.


   - Podemos ir então? – perguntou Marsden impaciente.


   - Tomem cuidado – disse o Sr. Weasley.


   - Harry... Hermione meu braço sim? – disse Morgan estendendo o braço.


   - Três, dois, um...


   Então o átrio do ministério sumiu. Harry sentiu o calor que havia em seu corpo sumir momentaneamente. Estavam em outro lugar, era frio, muito frio, como se fosse inverno de novo. Havia neve pra todo lado, era tudo branco, o vento soprava sem parar.


   - Onde estamos? – perguntou Hermione tapando o rosto com os braços.


   - Prisão de Salem – respondeu Marsden – é uma ilha do Alasca isolada no norte, inacessível para trouxas.


   - Existe todo tipo de encantamento nessa ilha – contou Morgan – ela é enfeitiçada para apenas membros da ordem da Merlim aparatar e desaparatar, membros de primeira classe é claro... vocês puderam vir porque estavam de carona comigo.


   - Não existe aurores aqui? – perguntou Harry.


   - Aurores? Pra que? Existem outros tipos de guardas – disse Marsden.


   - Como assim?


   - Animais das trevas... perigosos... nenhum prisioneiro se atreveria a se aventurar por aqui.


   Eles olharam para o alem, não havia nada exceto morros e mais morros de neve.


   - Vamos andando – disse Morgan – a sela do Alberto fica para o norte.


   Então começaram a caminhar. Caminharam por um bom tempo naquela terra branca.


   - Que tipo de animais das trevas existem por aqui? – perguntou Hermione.


   - Acromântula, Dementadores, Dragões, Explosivins, Erumpent, Quimeras, Venemous tentácula – respondeu Morgan calmamente.


   - Não é muito perigoso pra gente...


   - É extremamente perigoso... mas em direção da sela de Alberto, o máximo que encontremos é Acromântula.


   - O máximo?


   - Talvez uns Erumpents também.


   Hermione olhou para Harry, os dois balançaram a cabeça, então continuaram a caminhada agora mais atentos do que antes.


   - Precisamos marcar nossas aulas Harry – disse Morgan depois de uns dez minutos de silencio.


   - Aulas?


   - De Akasha, você tem que dominar isso...


   - Akasha? – repetiu Hermione olhando da mulher para o amigo.


   - Harry pode usar magia sem a varinha – disse Morgan.


   - Eu sei o que é... mas nunca pensei...


   - São dons que descobrimos depois de um tempo... me lembro de quando eu descobri isso... fiquei realmente impressionada.


   - Você sabe Akasha?


   - É claro, como acha que vou ensinar Harry a dominar o dom dele?


   Hermione olhou para o amigo com aquela cara “por que não me contou” mas ele apenas deu um sorriso amarelo enquanto continuavam a andar. Depois de mais uns vinte minutos de caminhada... eles pararam. Alguma coisa tinha se mexido ali perto.


   - Não se movam – advertiu Marsden sacando a varinha – não sabemos o que é.


   - Acromântula? – perguntou Morgan.


   - Talvez.


   Harry começou a olhar para os lados, a movimentação parecia maior...foi então que viu. Bem ali, uns cinqüenta metros ao longe, com oito patas enormes... lembrava um tanto Aragogue... estava a Acromântula, e vinha correndo para investir contra eles.


   - Ali! – gritou na mesma hora.


   A aranha estava ficando cada vez maior... se aproximava cada vez mais... Hermione se pos à frente.


   - Hermione cuidado! – gritou.


    Mas antes que ele, Morgan ou Marsden fizessem algum movimento para atacar o animal, a outra sacara a varinha.


   - Deprimo – urrou ela.


   O gelo no chão cedeu onde a aranha estava indo, um buraco enorme apareceu e o animal caiu lá dentro. Harry olhou para ela, não sabia se ficava furioso ou aliviado com o que ela tinha feito.


   - Está ficando maluca! – disse ele – se alguma coisa acontecer com você... – ele balançou a cabeça.


   - Sei me cuidar Harry – disse ela irritada com o amigo – não sou criança.


   - Vamos andando, antes que encontremos outra – disse Morgan.


   Andaram mais e mais, por sorte não encontraram mais nada de animais das trevas pelo caminho. Marsden os guiava por uma trilha onde os animais normalmente não apareciam. Então chegaram, estava soterrado sobre o gelo, quase não dava para ver, mas estava bem ali, uma sela. Eles se aproximaram... estava escuro, não dava para ver seu interior.


   - É aqui?


   - É sim – disse Morgan – quer entrar?


   - Não é perigoso?


   - Não se eu ficar com sua varinha.


   - Não é melhor você entrar? – perguntou Hermione.


   - Eu? Não, ele não gosta de ninguém da ordem... fomos nós que o condenamos – disse Morgan.


   - Eu vou então – disse Harry estendendo a varinha para a outra.


   Morgan agarrou o braço dele, então aparataram para dentro da sala. Estava escuro, muito escuro, não dava para ver quase nada.


   - Te espero aqui – disse a mulher.


   Harry concordou com a cabeça, e caminhou para dentro. Andou calmamente olhando para os lados, era um lugar sujo, mais sujo que Azkaban, viu ao longe uma pedra, na pedra havia um vulto, o vulto estava sentando na pedra... ele se aproximou.


   - Alô...


   - Ah... – o homem se virou rapidamente – quem é você?


   - Harry Potter... você é Alberto Toothil?


   - O que está fazendo aqui? Vá embora!


   - Não, preciso conversar com o senhor.


   - Não quero conversar com ninguém – virou as costas.


   - Preciso da sua ajuda... está acontecendo coisas muito estranhas no nosso mundo.


   - Não tenho mais nada haver com seu mundo.


   - Pode cooperar, por favor?


   - Já disse para me deixar em paz!


   - Só quero saber umas coisas... sobre Avalon.


   - Avalon? – perguntou – não sei nada sobre Avalon.


   - Eu acho que sabe senhor... não foi você quem conseguiu entrar no lago e sair vivo?


   - Não, não foi.


   - Bruxos das trevas estão querendo se apoderar dos objetos de lá, está acontecendo desaparecimentos, pessoas estão sendo mortas misteriosamente, tentativas de invasão em escolas de bruxos, isso pode acabar se você cooperasse comigo – disse Harry tentando intimidá-lo.


   - SAIA DAQUI, ME DEIXE EM PAZ, NÃO QUERO FALAR COM NINGUEM – berrou o homem.


   - Se você não me ajudar, os bruxos vão se apoderar dos objetos, eles querem trazer Voldemort de volta.


   - Voldemort? – repetiu – não conheço...


   - Deve ter ouvido falar...


   - Já ouvi... sim... você é Potter... o bebe que venceu ele.


   - Sim, quando eu era bebe quase o matei sim.


   - Ouvi muito sua historia antes de vim parar aqui – disse o bruxo olhando para o alem se lembrando – realmente... foi muito bom... minha família ficou aliviada.


   - Pode me ajudar? – insistiu.


   - Ajudar aquele que matou Voldemort... acho que... posso... se for para não deixar aquele bruxo retornar...


   - Como entro no lago... sem ser morto?


   - Como entra? Não pode entrar... é muito perigoso.


   - Já ouvi falar... muitos morreram lá não? Mas você voltou vivo.


   - Eu voltei? Sim... voltei... por isso vim parar aqui – disse ele.


   - Me ajuda então?


   - Claro... venha... vou te mostrar – Alberto se levantou e agarrou o braço dele conduzindo para a longe dali.


   Morgan os viu e sacou a varinha.


   - Como vamos sair... tem uma grade... – Alberto encarou a mulher – você!


   - Harry se afaste – disse ela.


   - Não! – ele ergueu a mão – não... ele vai ajudar.


   - Ele é perigoso Harry!


   - Me lembro de você, me condenou – disse o bruxo – não sou louco... nunca fui... apenas não conseguia controlar meus poderes.


   - Não posso confiar... se você se descontrolar acaba matando inocentes – disse ela.


   - Aprendi a controlar meus poderes mulher...


   - Não sei...


   - Confie nele Morgan, ele quer nos ajudar – disse Harry – por favor.


   - Harry ele é muito perigoso, muito forte...


   - Não vou atacar vocês... vocês estão lutando para evitar que Voldemort volte... nunca gostei daquele bruxo... acabou com metade da minha família... posso ajudá-los. – disse Alberto.


   Morgan o olhou bem, estava muito desconfiada, não sabia se podia baixar a varinha. Harry fez sinal de positivo, e ela então desistiu, virou-se para a grade e gritou.


   - Marsden, vamos aparatar... para a casa de Harry.


   - Certo – berrou o outro em resposta.


   - Vocês dois toquem em mim – disse ela estendendo braço – não tente nenhuma gracinha Toothil.


   Eles tocaram nela então sumiram. No segundo seguinte a cozinha da casa de Harry tinha surgido, Marsden e Hermione já estavam lá, os dois batendo nas vestes para se livrar do gelo. Ele então olhou para Alberto, conseguiu ver como realmente era esse bruxo. Podia dizer que ele era uma copia idêntica de Dumbledore, só que mais jovem. Estava usando roupas brancas, muito sujas e rasgadas, tinha cabelos brancos compridos, não usava óculos e tinha uma barba que se comparava com a do velho diretor.


    - A missão de vocês terminou – disse Morgan – quero me encontre hoje à noite no Três vassouras em Hogsmeade.


   - Hoje à noite? – repetiu Harry.


   - Oito horas – disse ela – avisarei os outros


   - Até – disse Marsden.


   Antes que ele ou Hermione começassem a protestar, Morgan tinha tocado em Alberto e tinha aparatado junto com Marsden. Eles ficaram olhando abobados para o espaço vazio que tinha ficado ali.


   - Mas o que foi isso? – exclamou Hermione – vão nos deixar aqui no vácuo!


   - Acho que não Hermione – disse Harry olhando para a janela da cozinha – essa Morgan sabe o que faz.


   - Sabe é?


   - Ela foi embora porque não queria que ficássemos perto de Alberto, ele deve ser perigoso.


   - Sabemos nos defender!


   - Podemos protestar com ela mais tarde, mande uma carta pro Rony, quero que ele vá nesse encontro no três vassouras também, vou avisar o Kin e a Gina.


   - Certo – disse ela.

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