O sumiço de Erlian




    Glover Wildsmith. Esse era o nome que não saia da cabeça dele. “O Senhor está expulso do Ministério”, palavras que não paravam de se repetir. Harry estava realmente furioso com tudo isso. Agora, bem agora, que ele precisava tanto da sua influencia no Ministério, ele estava expulso de lá. Mas isso não ia ficar assim. Kingsley está do seu lado, seus amigos também. E se Glover decidir expulsar Hermione, Rony e Gina também? Pessoas que vivem junto com ele. Seria a gota da água.


   - Preciso ir a Hogwarts – disse novamente – é isso que vou fazer, sinto que lá é o lugar pra começar a descobrir mais coisas.


   - A não ser que esteja ocorrendo uma emergência com seus filhos ou parentes, não pode simplesmente aparatar ao lado da escola – comentou Kin.


   - Sei que não, mas vou mandar uma carta pra lá – respondeu Harry olhando para o chão como se vise o futuro através dele – amanhã há essa hora as pessoas provavelmente vão me odiar, e Glover não vai estar nem ai, vai até gostar.


   - O que você realmente está pretendendo fazer? – perguntou Kingsley olhando-o atentamente.


   - Pretendo agir contra a vontade da Ordem de Merlim – respondeu ele – não estou falando em fazer o ministério intervir é claro, estou falando em reunir nossa ordem, pra caçar esses bruxos.


   - Nossa ordem? – repetiu o outro espantado.


   - Sim, a Ordem da Fênix.


   - Vamos...reunir todo mundo...de novo?


   - Claro, se bruxos das trevas estão formando um exercito para começar um ataque surpresa, nós temos que estar preparado.


   - Mas nem sabemos se sua teoria está certa.


   Harry não respondeu. Entendera o que Kingsley estava querendo dizer.


   - Então, vamos esperar um pouco. Vamos esperar eles moverem as peças do xadrez primeiro, caso isso aconteça mesmo, vamos nos reunir está certo? – Harry estendeu a mão para Kin, o homem o encarou e deu um aceno de aprovação com a cabeça, então apertou a mão dele. 


   Os dois sorriram um para o outro, depois saíram da sala. Lílian ao ver seu pai de volta se soltou do Sr. Weasley e veio correndo pular em seus braços dando um forte abraço nele.


   - Já estava com saudade de você – disse Harry pra menina.


   - Eu também estava – disse ela meigamente – o Ted acabou de chegar, ele ta lá com o Tio Rony.


   - Verdade? – disse colocando a menina no chão de volta – papai agora vai ter uma conversa sobre nosso trabalho com o pessoal, se você e Hugo ficarem aqui fora esperando, sem destruir nada do hospital, e sem perturbar ninguém, eu compro sorvete pra vocês dois depois, esta certo?


   - Aquele extra grande? – perguntou Hugo entusiasmado.


   - O maior – respondeu Harry sorrindo para os dois.


   Kingsley fez um aceno com a cabeça para o Sr. Weasley entrar na sala ao lado junto com eles. Harry fechou a porta depois que todos passaram. Na sala estava a Sra. Weasley, Hermione, Gina, Ted, uns funcionários do Ministério que haviam se ferido no combate e Rony, deitando ainda, porém, acordado. Gina foi a primeira a falar quando ele entrou.


   - Adivinha!


   - O que? – perguntou ele quando ela ergueu um papel dando um sorriso enorme.


   - O Ted foi promovido a auror!


   - Serio? – perguntou com sinceridade.


   - É sim – disse Ted que estava perto da janela feliz – depois daquela...ajudinha no Beco Diagonal ficou mais fácil, ficaram me paparicando sem parar no curso, e quando fiz a prova, a professora já me promoveu direto para auror dizendo que eu não precisava fazer curso algum pelo meu talento.


   Ted já estava fazendo o curso de auror com os alunos avançados, um nível mais difícil do que o que Gina ensinava.


   - Isso é ótimo – disse ele ando uns tapinhas nas costas do afilhado.


   - O bom é que Ted vai trabalhar com você! – disse Gina.


   Harry no mesmo instante sentiu como se tivessem arranjado o pingo de felicidade que tinha brotado nele agora pouco. Ficou serio, depois olhou para Kingsley. Virou-se para os funcionários que estavam aparentemente em sono profundo, sacou a varinha.


   - Muffiiato – disse apontando para eles.


   Hermione soltou um bufo de desaprovação pelo que ele acabara de fazer.


   - Você disse que não ia mais usar feitiços daquele...livro.


   - Ah Hermione, é só um zumbido para eles não ouvirem o que a gente ta falando – ele replicou irritado.


   Ela, porém, continuou com a cara amarrada quando perguntou:


   - Então? – perguntou como se tivesse adivinhado que ele tinha algo a contar.


     Harry e Kingsley então contaram tudo. Sobre Glover, de como ele era forte e influente no Ministério, de que Harry fora expulso do mesmo, e que seria intimado a depor em defesa pelas fugas em azkaban, das suas teorias sobre o que estava acontecendo, sobre bruxos das trevas formarem um exercito, sobre Hogwarts, sobre o que aconteceu quando ele e Rony chegaram para interrogar o Edgar, sobre tudo, e quanto terminou tudo, todos estavam lhe olhando com cara de horror.


   - Esse cara só pode estar se brincadeira mesmo – disse Rony indignado – jogar a culpa no Harry e no Kin? Em nós mais precisamente, depois de tudo que passamos lá lutando?


   - É realmente trágico – comentou o Sr. Weasley encostado em uma cama – o pior que não podemos fazer nada.


   - E se a teoria do Harry estiver certa? – perguntou Hermione preocupada – quero dizer, eles não fazer nada não é? Nunca fizeram nada, nem quando Voldemort estava vivo, muito menos agora!


   - Prometo que se encontrar o Edgar eu mato ele – disse Ted confiante.


   - Vai começar tudo de novo então não é – disse Harry ignorando o comentário de Ted – mortes, desaparecimentos, mas não podemos nos intimar, já vencemos Voldemort, vencer Edgar... – Harry parou de falar, havia acabado de se lembrar de uma coisa.


   - Que foi? – perguntaram todos juntos.


   


“... é apenas uma questão de tempo para o retorno do Lord das Trevas!


   - Voldemort está morto!


   - Por hora meu caro.”


 


   As palavras vieram em sua cabeça como se Edgar estivesse nesse momento falando a sua frente de novo. Ele olhou para frente.


   - Ele disse que Voldemort vai voltar.


   Ninguém falou nada.


   - Harry, não tem como Voldemort voltar, não existe magia para trazer quem morreu de volta a vida – disse Hermione.


   - Eu sei que não, mas... – Harry se lembrou daquele sorriso de satisfação de quando as palavras saíram da boca do outro – ele parecia confiante no que dizia.


   - Não existe...


   - Eu sei! Só estou dizendo o que ouvi...


  Todos na sala o olhavam atentamente, mas ninguém estava disposto a falar nada. Rony se motivara a comer um lanche que havia do lado de sua cama. Ted encostou-se na parede, Kingsley e o Sr. Weasley ficavam trocando olhares confusos, Hermione viu que era melhor não começar uma discussão com Harry e ficou apenas olhando para Gina,  a Sra. Weasley foi a primeira que falou:


   - Apesar de tudo, é ótimo que todos estejam bem, vamos esquecer o assunto por enquanto e pensar em coisas positivas.


   Foi um alivio ouvir aquilo. Como ele desejara que a Sra. Weasley fizesse mágica com suas palavras. Esquecer...esquecer de tudo agora seria ótimo para sua cabeça que tanto estava perturbada nesse momento.  


   Harry, Gina, Ted, Lílian e Hugo deixaram o St. Mungus algumas horas depois para irem ao Beco Diagonal tomar sorvete. Kingsley havia voltado a seu posto de Ministro e ficaria atendo a qualquer movimento de Edgar. Hermione, Sr. Weasley e a Sra. Weasley ficaram no hospital com Rony, ele teria de ficar mais uma semana lá por causa dos cortes feios que Greyback deixara nele.


    Como não era de se esperar, a noticia principal no dia seguinte no profeta diário era sobre a fuga em Azkaban. Não só isso chamava atenção, mas também uma grande manchete escrita “Potter, o vilão da fama?”, onde ele apostava que Glover tivesse dado ordens de escrever tudo de podre sobre ele. Gina havia ficado uma fera com o profeta. Odiava aquele jornal que sempre ferrava com seu marido. Decidira assinar a revista Pasquim de novo.


   - Tem muito mais coisa útil lá do que nesse profeta. – argumentou ela.


   Ao contraio da esposa, agora ele ficava em casa com Lílian a maior parte do tempo, estava fazendo os planejamentos para viajar a Hogwarts, isso teria que ser feito com a maior cautela possível, apenas Kin, seus amigos e o diretor Flitwick sabiam que ele iria para lá, porém, nenhum deles fazia idéia do que Harry estava planejando fazer lá.


   Ele agora também evitara a mencionar o retorno de Voldemort a Hermione, porque sempre que ele tocava no assunto acabavam discutindo, estava aborrecido com a amiga, não por ela ficar toda hora lhe lembrando que era impossível um bruxo voltar da morte, mas por nem ao menos acreditar que ele ouvira Edgar falando isso, havia dito que ele devia estar imaginando coisas ou algo do tipo. Logo depois da saia de Rony do St. Mungus, o amigo voltou ao Ministério e deu a noticia a ele que haviam colocado um novo chefe no departamento.


   - É um homem muito mal encarado se quer saber, eu e Ted estamos pensando em mandar umas coisinhas da loja do Jorge pra ele sabe – contava Rony quando foi lhe visitar.


   Além dessa noticia do amigo sobre novo chefe do departamento, outra coisa chamou sua atenção, uma visita de Kingsley que veio lhe dizer o que ele temia a semana inteira. Na cidade de Leeds em West Yorkshire, havia um pequeno grupo de bruxos que desapareceram como fumaça.


   - Acreditamos é claro que pode ter sido obra de Edgar – disse Kingsley.


   - Já não era de se esperar – resmungou Harry. Eles estavam na sala de visitas da casa de dele.


   - Mas isso não foi o mais curioso – contou Kin – depois desses desaparecimentos, Edgar foi visto na casa dos Malfoy.


   - Dos Malfoy? – exclamou Harry.


   - Aham, aparentemente ele arrombou a casa de Narcisa Malfoy – disse ele – ela prestou queixa no Ministério, alegando ter sido ameaçada de morte pelo Edgar.


   - E o que ele roubou?


   - Nada – respondeu o outro – acredito que não encontrou o que queria.


   - Não encontrou?


   - Não, no outro dia ele arrombou a casa do filho de Narcisa, Draco, e o ameaçou de morte também, nos dois atos ele estava procurando a mesma coisa.


   - E o que era?


   - Um bracelete.


   Harry riu.


   - O que ele quer com um...bracelete?


   - Não sei – respondeu Kin pensativo – mas coisa boa não deve ser não é? E deve ser muito importante, o bracelete.


   - Você não perguntou aos Malfoy se tem alguma coisa de especial?


   - Claro que perguntei, é uma herança pelo que me disseram, não tem nada mágico ou perigoso.


   Herança, herança...


   -... mas deve ser bem valioso pro...


   - Herança! – exclamou Harry de repente


   Kingsley se sobressaltou no sofá levando um susto.


   - Como?


   - Edgar estava tentando roubar o cofre de quem Kingsley?


   O Ministro olhou para ele atentamente como se estivesse lendo seus pensamentos.


   - Bellatriz Lestrange! – exclamaram os dois.


   - Sim – disse Harry se levantando do sofá e começando a andar – era isso que o Edgar queria no cofre dela, o bracelete, mas não achou, e ele pensou que o herdeiro da herança dela o tivesse, é claro, tudo se encaixa!


   - Narcisa e Draco Herdaram tudo depois da morte de Lestrange – contou Kin animado também.


   - Está obvio, ele queria isso, e achou que o encontraria na casa dos Malfoy...mas...pra que? – mal esclarecera um motivo de Edgar, e outro entrara em sua cabeça – será que tem magia negra, ou artes...


   - Não, não tem nada – se apressou a dizer Kin – Narcisa me afirmou que não tem nada mágico ou perigoso no bracelete.


   Outra pergunta caiu na cabeça de Harry.


   - Se o bracelete não tem muito valor para os Malfoy, com certeza eles o entregariam sob ameaça de morte – começou a dizer – mas você disse que ele não roubou nada.


   - Nada, Narcisa afirma que ele saiu de mãos vazias.


   - Então isso nos leva a crer...que o bracelete não estava na casa dos Malfoy – continuou Harry colocando a mão no seu próprio queixo, depois olhando para Kin – e se não estava lá...onde é que está?


   - Aparentemente nem Narcisa sabe, ela contou que o bracelete sumiu a uns dois meses, uma pena pra ela que o adorava tanto, parece que ele havia pertencido a seu avó Pollux Black.


   - Ela adorava é? E mais ninguém adorava? Pode ser que essa pessoa tenha levado o bracelete, algum parente...


   - Harry, o único parente de Narcisa vivo, é a Andrômeda – disse Kin – e acredito que ela não roubaria nada da família Black, não depois de ter sido apagada da arvore genealógica é claro.


   - Então isso nos leva a só um membro da família a suspeitar – disse Harry – descartamos Lucio Malfoy, pois estava preso em Azkaban e fugiu recentemente, Draco é tão medroso como a mãe, entregaria o bracelete se tivesse com ele, então só resta... Escórpio.


   - Escórpio? – repetiu Kin espantado – o neto da Narcisa?


   - É né, talvez achasse bonito e pegou, levou para Hogwarts, sabe como crianças são...


   - Ei espere, Narcisa mencionou algo sobre esse menino, ela estava preocupada que ele ficaria emburrado com ela por ter perdido o bracelete, ele adorava o objeto também.


   Harry estralou o dedo.


   - Chegamos ao ponto – disse – o que o Edgar queria no cofre da Bellatriz está com Escórpio, em Hogwarts, e ele não seria louco de tentar entrar em Hogwarts – ele deu uma risada abafada.


   - Não se esqueça que Hogwarts anda passando por maus lençóis ultimamente – falou Kin – afinal, conseguiram matar crianças lá, e matar centauros, eu não duvido que Edgar consiga entrar lá...


   - Então eu o pegarei lá – interrompeu Harry firmemente – vou capturá-lo lá mesmo.


   - Talvez com a guarda dos professores da escola você o encurrale, mas isso não vai impedir que ele fuja e consiga desaparatar, mas é claro... ainda tenho um pouco de poder no Ministério, posso mandar aurores...


   - Não – disse ele firmemente – ficaria muito na cara, o Glover iria perceber se você fizesse isso, deixa comigo, eu posso vencê-lo do meu método.


   Mentalmente a palavra, varinha das varinhas voava em sua cabeça com total confiança. Poderia pegar ela emprestada no tumulo de Dumbledore, afinal ele não estaria fazendo nada de errado, ela lhe pertencia mesmo, mas é claro, só usaria para pegar o Edgar e depois a colocaria de volta lá.


  


   A noticia de que Harry iria visitar Hogwarts veio com total excitação em Alvo. A garoto saiu aos pulos contando a todos os seus primos que seu pai iria dar uma passada lá. Alguns de seus amigos duvidavam que seu pai, Harry Potter, perderia tempo em vir a Hogwarts, outros não estavam nem ai, apenas falavam que o pai de Alvo era um traidor que libertara prisioneiros em Azkaban, mas ele não estava se importando com esses tipos de comentários, estava feliz só de pensar que iria ver seu pai novamente, em breve.


   - Vai se preparando Tiago, ele vai dar uma bronca em você – disse Alvo quando estavam na festa de dias das bruxas no salão principal.


   - Ah cala a boca, você acha que ele iria brigar comigo por causa daquela detenção? Não seja bobo, eu quase morri nela, lembra? – retrucou Tiago marotamente.


   - Bom ver o Tio Harry de novo – comentou Victoire – faz tempo que não o vejo.


   - O que será que ele vem fazer aqui? – perguntou Dominique ao lado da irmã.


   - Nosso tio é Harry Potter, podemos esperar de tudo – disse Molly na outra ponta.


    - Vai ser o máximo...ARREEE...esses morcegos quase tocam nas nossas cabeças. – disse Fred enfiando um bolo de chocolate na boca.


   - Talvez ele tenha vindo investigar o ataque dos centauros – chutou Alvo baixinho para que só seus primos ouvissem.


   - Eu mal posso esperar pra ele dar a opinião dele sobre meu trabalho de Defesa Contra as artes das Trevas – disse Rosa sorridente – não confio muito no tato do prof. Smith.


   - Você não confia em nenhum professor Rosa – argumentou Fred colocando mais comida na boca – é uma sabe tudo mesmo, como aquele Escórpio diz.


   - É mesmo, se afaste de mim e de Fred, você vai contaminar a gente com sua C.D.F.zisse. – disse Tiago puxando seu prato pra longe da menina.


   - Vocês dois são igualzinho ao tio Jorge – comentou Victoire em desapontamento – não ligam nem um pouco para seus futuros, só pensam em diversão...


   - Mas esse é o espírito da coisa – comentou Fred.


   No meio de vários morcegos, uma coruja muito negra entrou voando pela janela e atravessou o salão principal deixando cair uma carta bem em cima de Roran (o garoto estava sentando na mesa da Sonserina essa noite, como Erlian estava sentado na Corvinal) saindo de volta pela janela e desaparecendo na escuridão.


   - Quem será que mandou carta pra ele essa hora? – perguntou Alvo esticando seu pescoço para ver.


   Roran, porém, não se demorou, depois de ler a carta, jogou-a em cima da mesa, se levantou, e saiu do salão principal. Dominique na mesma hora sacou sua varinha.


   - Accio carta do Roran.


   No mesmo momento em que um garoto da Sonserina ia meter a mão na carta, ela saiu voando atravessando o salão até a mesa da Grifinória. Dominique pegou-a e a abriu.


   - Eu sabia, é da Flavia Gorsemoor – disse ela irritada estendendo a carta pra a irmã – está vendo Vic? Ele está se encontrando com ela às escondidas, olha só.


 


   Me encontre no mesmo lugar da noite passada


   Flavia Gorsemoor.


 


   - Será? – perguntou Victoire preocupada lendo a carta.


   - É obvio não? – perguntou a irmã – não está vendo, a Flavia não ta lá na mesa da Sonserina, venho lhe dizendo isso há dias, eles estão se encontrando!


   - Nós podemos resolver isso – disseram Fred e Tiago ao mesmo tempo – podemos seguir o Roran qualquer noite para aprovar sua teoria!


   - Podem fazer isso mesmo? – perguntou Dominique com os olhos brilhando.


   - Claro – disse Tiago.


   - Porém...


   - Porém o que? – perguntou ela fechando a cara.


   - Isso vai lhes custar alguns galeões é claro – disse Fred.


   - Uns três – especificou Tiago.


   - Pelo risco que vamos correr em segui-lo.


   - E pelo risco de receber uma detenção.


   Dominique amarrou a cara furiosa com aqueles dois.


   - Só pago se a Vic quiser saber mesmo – disse ela.


   - Não precisa – disse Victoire tristonha.


   - Ah não, não vai ficar triste por causa do Roran né? Já basta quando você fica brava com o Ted, e agora vai ficar se doendo porque o garoto ta saindo com outra? – Dominique era muito mais decidida do que a irmã. – o Ted eu até entendo, eu mesma consigo odiar ele...


   - Sinto falta do Ted – disse Victoire amassando a carta de Roran – sinto falta daquele garoto vindo correndo até mim sorrindo, me fazendo rir, mesmo ele sendo idiota às vezes.


   - A pare com isso – protestou Dominique indignada.


   - Vocês mulheres são tão complicas – comentou Fred.


   - Até demais, até demais – completou Tiago – acho que nem nossa prima C.D.F conseguiria compreender vocês.


   - Fica quieto Tiago! – disse Rosa corando.


   À medida que a hora foi passando, o salão principal foi se esvaziando, muitos alunos já estavam bocejando de sono, e estavam indo para suas salas comunais.


 


   Lá estava Harry, em casa, com as malas prontas, iria para Hogwarts nessa noite, decidira com Flitwick que às onze horas da noite do dia das bruxas, ele aparataria no salão principal, que estaria sem encantamentos por dez minutos. Rony havia lhe desejado boa sorte, seja no que ele fosse fazer lá,  ele não havia comentado com ninguém a conversa que tinha tido com Kin a respeito do bracelete, e nem havia mencionado a ninguém com quem ele estava planejando ter uma conversa séria em Hogwarts. Hermione não estava falando com ele, nem ele estava se importando com isso, depois de tantas discussões havia desistido de ficar puxando conversa com ela. Lílian lhe perguntou se ela poderia ir junto com ele, mas ele respondeu que não, preferia que ela ficasse em casa que era mais seguro pra ela. Gina e Harry se despediram em um longo beijo, então num estalo, a casa dele sumiu, e o salão imenso de Hogwarts surgiu em sua frente. A sensação de alegria invadiu seu corpo. Estava de volta em casa, em sua verdadeira casa, onde foi criado, onde aprendeu tanta coisa, onde passou os melhores dias de sua vida. O salão estava magnífico com as abóboras flutuando e os morcegos voando de um lado para o outro. O salão estava vazio, havia apenas uns dois professores nas mesas, e o professor Flitwick, aparentemente estava aguardando ele.


   - Harry Potter – disse o miúdo Flitwick quando o avistou vindo cumprimentá-lo – chegou bem na hora, a garotada acabou de sair do salão para irem dormir.


   - É muito bom estar aqui – disse ele sorrindo para seu ex-professor – não vou me demorar muito sabe, só algu...


     Harry parou de falar. Uma gritaria começou a soar alem da porta do salão de Hogwarts, talvez no saguão de entrada. Virou-se rapidamente deixando o miúdo diretor pra trás e abriu a imensa porta do salão revelando enfim o saguão de entrada. Havia vários alunos correndo, uns estavam em cantos encolhidos com cara de horror. Harry olhou para a passagem à esquerda e viu caídos na escada inconscientes a profª McGonagall, Neville, Horacio Slughorn e Zacharias Smith. Correu até um aluno que estava na parede.


   - Que aconteceu? – perguntou imediatamente.


   Na porta do Salão, Flitwick apareceu junto à professora Trelawney e o professor Binns confusos e horrorizados com o que viram também.


   - Um homem encapuzado... entrou na escola e estuporou os professores – disse o garoto apontando para a porta do saguão de entrada – e pegou o Erlian, e arrastou ele pra fora.


   - Arrastou, quem era?


   - Eu não vi...


   Harry se virou sob olhares de curiosos, então escutou:


   - Ele não é o Potter? – disse um garoto.


   - Harry Potter? – exclamou o que ele tinha acabado de perguntar – o que falou comigo era Harry Potter?


   Harry, porém, não tinha tempo para dar ouvidos a eles, apenas atravessou a porta do saguão de entrada que levava aos terrenos da escola; e viu; bem ao longe; quase chegando na floresta negra; um vulto; puxando um garoto com força para lá. 

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