Inesperado e inesquecível



Hermione estava muito cansada. Naquela semana , ela havia estudado para os N.I.E.M’s, com Rony e Harry.


- Chega! Vamos dormir. Faz horas que a gente está aqui. E você Mione, nem pra jantar você largou esse livro! – disse Harry, preocupado com a amiga.                      


- É verdade, preciso deitar um pouco... sinto-me tão fraca. – disse Hermione, fechando o livro de Poções.                                                                          


- Poxa, Mione nós falamos pra você ir jantar, mas você não saiu daí! – exclamou Rony.                     


- Está bem, “papais”. Vocês vêm comigo até a cozinha?


- Sem problemas. – falou Harry. 


- Por mim, você ficaria aqui, enquanto eu o Harry ia e pegava alguma coisa comível e... – ia dizendo Rony quando foi interrompido.                                  


- Tchau – disse Hermione enquanto saia da Torre.                                          


Os dois ficaram se olhando em silêncio, com cara de quem não entendeu nada.                                                                                                                                                                              **********                                                                           


Hermione foi caminhando pelos corredores com o máximo de cautela. Estava quase chegando na cozinha quando alguém a surpreende:                           


- O que aconteceu, Granger? Não tenho mais te visto no jantar. Será que você está fazendo coisas... hum... digamos... Proibidas? E, falando nisso, eu não sabia que hoje era seu turno de vigia.                                                               


- Não, Malfoy. Hoje não é o meu turno de vigia e eu também não estou fazendo nada de errado, só estou estudando para os testes, coisa que você com toda certeza não se preocupa em fazer, e, se você me der licença, eu vou...


- Você não vai a lugar algum - exclamou Draco, prendendo-a contra a parede. – Será que os sangues-ruins não sabem que deixar alguém assim é falta de educação?!


- Nunca mais me chame assim!


Hermione estava tonta. Não apenas de fome, mas o perfume daquele garoto, a maciez de sua roupa... Não iria resistir...


- Por quê? Você vai fazer algo contra mim? – zombou Draco, fingindo cara de dúvida.


- Não, eu nunca sujaria minhas mãos com você! Aquele soco no 3º ano já foi o bastante.


De repente tudo ficou escuro para a garota. Sentiu seu corpo tombar nos braços de alguém. Nesse momento, ouviu um grito:


- Hermione! - Ela sabia que havia sido Malfoy quem a segurara e quem gritara também, mas será que aquele misto de susto, desespero e medo seriam verdadeiros?                                                                                              


Tudo que sabia era que estava em uma cama da Ala Hospitalar com Draco sentado na beirada da mesma.                                                                             


- O que aconteceu?                                                                                               


- Bom, ontem você desmaiou e eu te trouxe pra cá. A madame Pomfrey disse que você vai ficar bem logo, talvez tenha alta ainda hoje.                               


- Mas por que você me trouxe aqui e não me deixou jogada no chão?    


- É que... eu... – gaguejou Draco.                                                                        


- Fala logo! – disse Hermione curiosa.                                                             


- Eu fiquei preocupado com você! – gritou Draco, conseguindo corar sua face pálida.


- Não acredito no que eu acabei de ouvir. – disse a garota, divertida.          


- Então não acredite, mas o que eu estou falando é sério. – Draco disse, emburrado.


- Isso é sério? – ela perguntou, agora com um toque de doçura na voz.                


- Se eu disse que é sério deve ser, né? Mas talvez você possa perguntar pra um de seus amiguinhos, talvez você acredite mais neles do que em mim!           


- Você me deu bons motivos, não, ótimos motivos durante esses anos todos pra eu duvidar de você. Dê-me um bom motivo pra não o fazer.                        


- Está bem, mas quem que te trouxe pra cá quando você desmaiou, eu ou o Potter e o Weasley?                                                                                                   


- Er... foi você. Está bem. Foi muito agradável da sua parte me trazer aqui, obrigada. Eu pensei que você me achasse uma nojenta sangue-ruim. Eu fiquei feliz por você ter ficado preocupado comigo. – Hermione deu um sorriso para o garoto e constatou que ele ficara mais vermelho.


Um momento de silêncio invadiu o ambiente, os olhares se cruzaram. Draco sentiu algo extremamente diferente do que pensara sentir por Hermione.Eles se aproximaram um do outro lentamente. Draco levou uma de suas mãos ao rosto de Hermione. Ela arrepiou-se quando dele encostou em seu rosto.Então seus lábios se tocaram em um inesperado e inesquecível... BEIJO.


As mãos de Hermione foram para a nuca do garoto, subindo ao cabelo. Ele era tão macio e cheiroso que ela não queria largá-lo. Já Draco estava descendo suas mãos cada vez mais, chegando à cintura da garota.                 


Passos no corredor. Alguém se aproximava. Os dois voltaram à realidade e se largaram.


Hermione chamou Draco quando ele ia saindo.


- Obrigada por se preocupar comigo.


O garoto assentiu. Se alguém o visse com aquele sorriso escancarado na boca, logo iria estranhar, porém era impossível tirar a felicidade de suas entranhas. Ele tentou esquecer que aquele beijo com aquela garota tinha acontecido, mas sem sucesso. Chegou até em pensar nos dois garotos que sempre odiara, quer dizer, invejava, mas mesmo assim não conseguiu, pois ele acabou descobrindo que aquela era uma felicidade verdadeira, como poucas em sua vida.


Hermione fingiu dormir quando ouviu vozes se aproximarem, vozes que ela reconheceu ser de Harry e Rony. Harry entrou na Ala Hospitalar com Rony em seu encalço. Procuraram a amiga e avistaram-na deitada em uma cama no fundo da Ala. Aproximaram-se dela em silêncio, com medo de perturbar a amiga que parecia dormir profundamente.


Passado algum tempo, Hermione abriu os olhos e viu seus amigos no mesmo lugar em que Draco estivera sentado há pouco. Os três permaneceram calados por alguns instantes. O primeiro a quebrar o silêncio foi Harry.                                  


- Ontem, depois que você saiu pra comer alguma coisa, o Rony e eu continuamos a estudar mais um pouco, até você voltar, e acabamos cochilando. Hoje cedo, a professora Minerva foi nos avisar que você estava aqui, mas o que aconteceu com você Mione?


- Quando estava quase chegando na cozinha, eu encontrei o Malfoy. Como de costume, ele ficou me perturbando, depois de eu ficar bem irritada, ele foi embora. Daí, eu não consegui resistir à fome – e ao cheiro irresistível do Draco também, pensou com seus botões - e desmaiei. Então a madame Pomfrey ia até a cozinha beber um copo d’ água e me viu no chão. É lógico que ela não iria me deixar jogada no chão e me trouxe pra cá. Foi o que aconteceu. – disse, encerrando aquele assunto.

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