Retorno a Hogwarts



Bem, eu não tenho mais nem coragem de pedir desculpa pela demora, que dessa vez, beirou meses a fio. Acho que daqui por diante os capítulos serão mais próximos. Mil perdões e espero que o capítulo compense, ao menos, em parte. Boa leitura à todos!

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Capitulo 2 – Retorno a Hogwarts

“Toda jornada de duzentos quilômetros começa com um simples passo.”
(Provérbio Chinês)

JP,

Então, nervoso para o primeiro dia como aluno de Hogwarts? Espero que tudo saia perfeitamente bem para você.

Ok, eu confesso que estou insegura se devo ou não deixar que essa carta chegue as suas mãos. Não sei se você ainda quer saber ou ouvir falar de mim, mas, eu teria que tentar, não? E como não me resta outra opção acho que vou pedir a Ginevra que lhe entregue, caso eu decida terminar de escrever.

Eu gostei de você, achei bonitinho o seu sotaque “arretado” e adorei esse joguinho com as nossas iniciais. Pena, que isso foi só o início! Você entende quando eu digo que gostei de você? Eu estou dizendo que gostei, e muito. Você, Jota Pe, foi o primeiro menino que me olhou como uma garota e não apenas como a pequena bonequinha irmã de Fleur.

Seria muito lhe pedir para responder essa carta e me mandar outras? Não queria perder meu contato com você, não sem antes ter dançando aquele seu samba.

Saudades, Elle.


Uma olhada rápida e superficial, risinho discreto e uma virada para o lado. Pronto! O mais novo estudante de Hogwarts estava completamente adormecido em sua primeira viagem no Expresso para a Escola de Magia e Bruxa, diferente de todos os outros que em nada disfarçavam a sua ansiedade, o garoto simplesmente apagou.

Alojado na mesma cabine de Harry, Hermione, Ronald e Gina, a pedido de Lupin, o brasileiro tornou-se, novamente, o tema central das conversações.

_ Ou esse cara é louco ou não tem idéia para onde está indo. Antes da minha primeira viagem, eu estava tão excitado que pouco dormi na semana da partida para o nosso primeiro ano! – estranhou Ron.

_ Nem uma coisa e nem outra. O João Pedro já esteve em Hogwarts. – falou Hermione, como quem dissera a coisa mais normal do planeta. Entretanto, pelas caras de espanto convenceu-se do contrário – OH! Falha minha...Durante nosso quarto ano, mais precisamente, durante o Torneio Tribuxo ele ficou em Hogwarts como membro da comitiva de Durmstrang. E bem...Daí vocês já imaginam como o conheci... – corou ela ao relembrar seu indefinido envolvimento com Vitor Krum.

_ Ah! Claro...Ele era amiguinho daquele búlgaro imbe... – fechou a cara o jovem Weasley.

_ ERRADO, RONALD! Pra ser sincera, eu fui apresentada ao “Jota” no Baile de Inverno. Adivinhe por quem? Pela sua queridíssima Lilá! – ergueu a voz Hermione.

_ Uau! Até Lilá? Ele realmente é rápido. – gozou do mau humor dos dois Gina, ao mesmo tempo em que escorou a cabeça no ombro de Harry, surpreendendo-o.

Intertidos pela discussão paralela, Rony e Hermione pouco ou nada notaram da cada vez mais gritante aproximação dos dois ocupantes, despertos, daquela parte do vagão.

_ Pelo visto esse Andrade não é o único ligeirinho daqui, não é Ginevra? Você pode me EXPLICAR O QUE É QUE ESTÁ ACONTECENDO!?! – berrou seu irritadiço irmão.

_ Ei, não me olhe assim! Foi o seu melhor amigo que sugeriu que aproveitássemos o aqui e o agora. – sorriu marota a pequena ruiva.

_ HARRY! Você disse isso? – protestou energicamente o outro membro da família Weasley.

_ Er...NÃO! – começou titubeante e erroneamente o menino que sobreviveu, pelo menos, até ali – Quero dizer...Sim e não! Hã...Só qu-que não aqui e nem agora...Digo, digo...

_ Ora...HARRY! EU NÃO CRE-... – bradou incompletamente Rony.

_ RONALD BILLIUS WEASLEY! Não ouse abrir a boca tão cedo! – explodiu Hermione. – Ao invés de agir como um hipogrifo desembestado, você deveria seguir o exemplo do seu melhor amigo! – com tal menção é alvo de todos os, abobados, olhares e então, compreendendo a proporção de suas palavras, cora – Não! Er...que-Quero...Quis dizer lembrar que está...Hã! Estamos em uma situação inédita, a beira de uma tempestade...E que por agora deveríamos aproveitar...Er! Desfrutar...Na-não! Viver...É, viver o máximo em e dessa paz.

Ela tenta colocar a respiração, os batimentos e os pensamentos em ordem, ao mesmo em que os três patetas, corrijo, os três ocupantes de olhos abertos da cabine processavam o discurso, intricado à desabafo da nascida trouxa.

Ao findar de dois séculos transcritos em minutos, o destemperado Weasley abafa com as mãos um gargalhar singular e proclama:

_ Desculpa, Hermione! – ela o encara incrédula – Convenhamos que mesmo em tempos sombrios, irmãos serão sempre irmãos. – pisca cúmplice a irmã – Concordo com sua posição de viver o aqui e agora dessa calmaria. Só que o exemplo do seu amiguinho ali, - refere-se ao brasileiro – é muito mais convidativo do que o do Harry.

Ao certificar-se pelas palavras do ruivo de que o mesmo pouco ou nada absorvera de suas insinuações, a morena volve olhos e mente em direção a paisagem, afastando-se conscientemente da atmosfera local, sem notar a incansável movimentação dele. Ron movia-se compulsivamente sem aquietar ou posicionar-se confortavelmente. De repente, recolhe as pernas para cima do banco, forçando a se inclinar para o lado da melhor amiga, no entanto, com a momentânea paralisia dela, ele suplica:

_ Vamos, Mione! – ela cessa com a reflexão interior – Você não vai me fazer implorar, não é? – apavora-se o rapaz.

_ O que foi, Rony? – flutua totalmente no assunto ela.

_ Por Merlin, Hermione! Caso você não reparou, eu cresci um bocado e preciso de espaço, senão vou dormir e acordar todo dolorido. Seria pedir demais se você me deixasse dormir... Hum! Er... – ele se engasga pelo duplo encargo do mero “desejo”.

_ Oh! Que meigo! Você ta querendo colinho, maninho? – ri às gargalhadas Gina.

Com o pequeno gracejo de Ginevra, ambos vêem-se descobertos na sua mais intima ambição. Ruborizam-se e sem medir palavras, atos ou questões práticas, Hermione, timidamente, demonstra que sim ao colega de classe e de vida. Este por sua vez sentiu-se profanando o templo de alguma divindade pela sutileza com que se recostou ao colo cedido.

A passagem temporal torna seu caminho e outro dorminhoco desfalca o já pequenino grupo. Porém, diferentemente de João, que ressonava silenciosamente, o outro ronca em alto acorde despertando risos e mais risos de Harry e Gina, e uma fascinação peculiar à sabe-tudo de Hogwarts.

O involuntário adormecido, ou tão somente, o adormecido involuntariamente tateia seu corpo em busca da cálida mão da amiga em realidade e amada em sonho. Ela redenta pela demonstração pueril de afeto, permite o gentil contato, resguardando a mão livre um passeio por cabelo e rosto ruivo.

Absortos em seu universo particular, o menino-que-sobreviveu e a garota que lhe transmitiu a vida brincavam de encontrar e desencontrar suas mãos, sem enlaçar os dedos por completo. Em um gesto repentino, ele contorna a palma da mão dela trazendo-a até seus lábios, onde majestosamente, deposita ali um casto beijo, que marcaria o principio de um dialogo definitivo para os dois.

***************

O Expresso de Hogwarts resplandece e enfim, cede. Com o trajeto seguro finalizado, a pequena Ginevra sente-se tremendamente incomodada a se retirar daquela cabine, daquele seu “porto seguro”. Segundo o que Harry decidira por ela e ele, ambos manteriam uma distância necessária, ou estúpida conforme o citado pela jovem Weasley. Repassando a massa geral, um equivocado termino entre eles, o que secretamente poderia continuar para gosto de um e desgosto de outra.

Pela primeira vez em horas, João Pedro motiva-se a abrir olhos e boca. Olhos para restabelecer sua lucidez, boca para expressar tamanha admiração pela feição do castelo, que apesar de conhecido, não deixara de ser ao menos esplendido. Guiado por uma falante Hermione e o ainda sonolento Rony, ele adentra os portões e cercanias da Escola de Magia e Bruxa, sem ter em mente ou espírito o quão radical aqueles meros e simplórios passos representariam para todo o decorrer futuro e presente de sua mal iniciada e precedida vida. O brasileiro respirava ares caseiros, gostando ou não, ali também era parte de sua história.

Harry Potter rejeitara por meses a fio aquele retorno, aquela passividade que um regresso a Hogwarts traria sem remédio a seu plano, a sua missão. Tinha plena consciência de que o sétimo ano, aulas, tarefas, amigos, Gina e a falsa sensação de paz e de calmaria desviariam-no de seu ideal e que cedo ou tarde, ele viria como uma avalanche ao seu encontro. Não poderia fraquejar, não agora, não tão longe.

***************

_ Sou eu ou a atmosfera nesse castelo está esqui-... – desabafa Ron dando os primeiros passos no Salão Comunal até ser previamente surpreendido.

_ Won-Won! – esganiçava a plenos pulmões, lê-se berros, a impertinente Lilá Brown.

_ Nem tão esquisita assim, Ronald! – ferve por dentro Hermione ao avistar a “rival” e por fora, move pernas para retirar-se da presença de ambos.

_ Hermione, não! – clama ele sem remedição – O que foi, Lav-... – ela joga-se aos braços do ruivo.

Comunicando-se com uma peculiar e intima troca de olhares, Gina põem-se a seguir a tempestuosa Hermione, enquanto Harry permanece ao lado do melhor amigo para assegurar alguma retaguarda, cuja necessidade nem ao menos se comprova. João Pedro continha, à força, a risada estrondosa que fazia questão de sair em hora tão imprópria.

Entretanto, ao fechar o ciclo de primeiro contato com o antigo namorado, Lavander reclina o olhar sob a figura desconhecida e altamente atraente do rapaz estagnado a poucos passos de si. Ao fixar vistas mais grossas desfaz o mistério era João Pedro Andrade, o seu então par no Baile de Inverno em seu quarto ano. Sem nem hesitar por uma má interpretação do suposto amado, ela repete a ação anterior, desta vez recaindo em corpo tupiniquim.

_ JO-TA! – ela extravasa quase ensurdecendo o apalermado brasileiro – O que você faz aqui? – o reconhecimento é procedido por um “questionável” questionamento.

_ No momento, tentando respirar. – confessa ele sobrecarregado pela força “saudosa” da espevitada garota.

_ Você sumiu! – ela larga o garoto apenas para esbofetear-lhe o braço direito.

_ Oxi, menina! Arre! Eu to muito enganado ou tabefe virou cumprimento aqui nessa terra? – ele ri. – Saudade de você também, viu? – o sorriso beira a malicia.

Observando que a situação fora de certa e errônea maneira contornada, Rony puxa rapidamente o amigo herói para outro lugar do cômodo principal de Hogwarts. O ano começara estranhamente familiar.

_ Eu já lhe disse o quanto adoro esse afilhado do Lupin? – ironiza o Weasley liberado.

Harry Potter permite que os lábios movimentem-se em algo parecido a uma risada, querendo ou não estava de volta ao lugar, cujo denominou seu lar. Com Dumbledore ou não, retornara e situações tipicamente adolescentes infestariam seu cotidiano. Em guerra ou não, sua juventude manifestava-se; e em passos parelhos ao do fiel companheiro encaminhava-se para o progredir de todo o seu existir.

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Ao atravessar os portões, os primeiros alicerces de Hogwarts lhe surgiam não mais como conto, talvez como recomeço. João Pedro galgou o Salão Principal em companhia contornada e perfilada de Lilá e descobriu, então, que chegara na pior e mais escura época britânica.

O jantar servido no, anteriormente alegre e convidativo, Salão Comunal, não passou de um reflexo absurdo e pesaroso da guerra em andamento. Os garotos pouco se alimentaram e ninguém ousou quebrar o silêncio sepulcral que declinou sobre todos. O comando da Escola de Magia e Bruxaria ficou ao encargo dos antigos representantes de cada casa. De comum acordo, Hogwarts e Ministério da Magia, nenhum nome seria o suficiente para substituir o bondoso e saudoso Alvo. Sendo assim, uma comissão governaria a instituição temporariamente.

Com as menções devidamente postas as claras, os estudantes rumam como gado conformado para o abate, ou, para os salões de suas respectivas casas. João Pedro, apresentado por Lilá a mais da metade dos grifinórios, era o único a fazer alguma especulação diferente da opacidade geral. Contagiando a hospitaleira, não é impossível presumir que a primeira noite do bruxo brasileiro terminara em afagos e lábios britânicos. Acompanhado por Colin Creevey ao seu novo cômodo, ele se instala e tenta adormecer, porém, afetado pela atmosfera atual e seus questionamentos da realidade de outrora lhe arrancam dos braços de Morfeu. Harry tampouco prega os olhos, apesar de conter ao seu lado o exemplo de como se dormir mesmo em guerra, transfigurado em Ron Weasley.

Lamentam os grandes sábios de outrora, o sofrimento tolo e mundano. Lamentam o quão alienado um ser, outrora mundano, pode tornar-se. Outrora lamentaremos nós, mundanos, pelos tolos que jamais foram sábios e tampouco humanos.

O dia reluz em estrondosa luz, no entanto, não para Hogwarts. A predominância do negrume parece impregnar pulmões e alicerces em totalidade espantosa. O café é servido na pasmaria e calmaria da noite anterior. O burburinho que destoava do silêncio mortal, era da parcela curiosa sobre a figura tropical sentada ao lado da espalhafatosa Lavander. Entre gracejos e braços da menina, JP repousa seu olhar sob a couraça do “trio maravilha”, que correspondia de imediato as suas observações.

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_ João, você poderia me acompanhar até... – tenta chamá-lo Hermione.

_ ORA GRANGER, DENOVO? Eu não acredito que-... – reclama uma inconformada Lilá, por imaginar nova disputa com Hermione.

_ OXI! – apazigua o brasileiro – Vixi, me dê só um minuto, sim? – dirigindo-se a “acompanhante”.

Entre risadas cortadas por parte tupiniquim e as olhadas quase mortíferas de Hermione, os dois se afastam da mesa e os comentários sobre um suposto envolvimento entre os dois mudam a prosa entre os alunos, incendiando, o antes, apagado Salão Comunal.

_ Eu não encontro uma simples razão para tanto interesse de vocês, homens, em Lavander Brown. – dispara a queima-roupa a melhor amiga do eleito.

_ Oh...Eu vejo... – fala matreiro “admirando” o alvo da conversação – Você prefere que eu liste “essas razões” por ordem alfabética ou por ordem de... – graceja o rapaz.

_ QUIETO! – murmura raivosamente a nascida trouxa – Que bela maneira de se começar um ano escolar...Com um flashback do ano passado! – pensa alto.

_ Mione, cê dizia? – a traz de volta.

_ Ah, sim! – envergonha-se pela suposta confissão – A professora McGonagall me pediu para acompanha-lo até a sala dela antes da primeira aula. Podemos ir ou você tem que pedir autorização a alguém? – debocha a monitora da Grifinória.

_ Não lembrava desse seu senso de humor! Talvez você devesse usa-lo com ruivo ali, ele não parece estar muito feliz. – rebate JP.

Hermione cai na armadilha verde e amarela e deixa-se fitar por um intervalo breve de instantes com a face avermelhado e apimentado de Rony, claramente descontente com o dialogo visivelmente intimo. Um leve tom rosado, misto de timidez e felicidade instantânea, toma o rosto da menina.

_ Pelo amor de Deus, Merlin e de todas as entidades superiores, podemos ir? – roga a garota.

João Pedro, notando o constrangimento, limita-se a concordar com um gesto de cabeça e põem-se a segui-la. Passo a passo adentra ao interior do castelo e não é possível esconder sensações que o tomam, seu pretérito original estivera entrelaçado desde sempre com aquele local e mais do que nunca sua história e futuro estariam tomando a mesma direção.

_ Oh! Bom dia, entrem, por favor! – cumprimenta-os a diretora da Grifinória. – Vou procurar ser o mais breve possível, tendo em vista que os dois têm aulas importantíssimas dentre instantes. Bem, solicitei a presença de ambos aqui por motivos escolares. Para ser mais especifica, isso se refere a algumas notas que faltam ao senhor Andrade. De acordo com seu histórico, você não chegou a completar o quinto ano, não é?

_ É, como deve ser do conhecimento da professora...Não...Quero dizer... – João Pedro se embaralha, situação bastante complexa e recente para ser trazida átona assim cedo.

Pela primeira vez, Hermione nota o brasileiro em apuros, ou melhor, em conflito interior. O sorriso costumeiro esvai-se da cara do baiano deixando-a perplexa e porque não acrescentarmos, sentida e curiosa. Algo ali estava lhe sendo ocultado.

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_ Bom dia, garotos! – chega sorrateiramente Gina.

_ Dia! – lhe sorri Harry, enquanto o irmão, emburrado, nada lhe responde.

_ Vocês viram o quanto estão comentando sobre o tal afilhado do Lupin? – joga mais lenha na fogueira a jovem Weasley.

_ E você está aderindo a esta modinha, Ginevra? – resmunga o ruivo, cruzando os braços insatisfeito.

_ O que deu nele? – cochicha com Harry a ruiva, enquanto aninha-se discretamente nos braços do “namorado”.

_ Adivinha? – os dois riem baixinho – Faz um tempo já que a Hermione saiu com esse Jo-João...Pedro – atrapalha-se – Sem dar a menor explicação do que iriam fazer.

_ Ah, não me diga que essa cara de trasgo é por ciúmes, irmãozinho? – provoca a ruiva.

_ Gina, não. Por favor... – tenta argumentar o eleito, ao mesmo em que é fulminado pelo olhar raivoso de seu melhor amigo.

_ Sosseguem os dois, certo? Apesar de considerar um favor desnecessário a você, Ronald, eu vou dizer o suficiente para desfazer essa sua carranca. – o irmão quase lhe responde grosseiramente – Hermione só está cumprindo as ordens da professora McGonagall, que queria falar com o JP antes das aulas. E bem, com a Hermione sendo monitora...Vocês conseguem ligar uma coisa com a outra, né? – satiriza a única moça da prole Weasley.

_ JP!?! Quando vocês dois ficaram assim íntimos? – ironiza o irmão.

_ Ah! MERLIN! E eu ainda perco o meu tempo tentando lhe ajudar, Ronald? – ela muda a direção do olhar para despejar em Harry – Não sei como você agüenta, mas eu estou farta. Nos vemos mais tarde? – praticamente ordena a “namorada”.

Apalermado e sem conseguir ao menos acompanhar o ritmo frenético da, agora, irada amada, o menino Potter resigna-se e em balançar de cabeça assume a ocupação de mais tarde deixar-se viver a juventude.

_ Você vai deixar tudo por isso mesmo? – Rony lhe questiona, ainda emburrado – Qual é, Harry? Hermione, Lilá e agora Gina? Você não acha que...

O melhor amigo do ruivo alucinado revira os olhos e se retira do local do café da manhã em direção a sala de aula. Talvez um ataque de comensais ou lobisomens fosse mais facilmente domado do um ataque entre os Weasley! Em que família ele foi se arranjar!

**************

_ O que eu queria propor ao senhor, senhor Andrade, era a solução para esse nossa pequena inconveniência escolar, e na resolução de tal pendência eu espero que a senhorita Granger possa me ajudar. – afirma a diretora da Casa Grifinória.

_ Eu, eu, professora? – balbucia Mione.

_ Bem, para oficializar a transferência do senhor Andrade, – Minerva o encara – tivemos que burlar alguns tramites burocráticos, que não podem ser mais adiados. Como por exemplo, a falta de notas que possam ser equivalentes aos nossos N.O.M. Em resumo, apesar de estar certíssima de que o mais novo aluno de Hogwarts possue todas as qualificações para estar e freqüentar as aulas da classe correspondente a sua faixa etária, necessitamos de provas, literais, para este fim. A senhorita me compreende agora? – esclarece McGonagall.

_ A senhora quer dizer que ele terá que prestar os N.O.M. mesmo cursando o sexto ano? – estranha a brilhante aluna.

_ Arre! Alguém poderia fazer a gentileza de me traduzir a vossa prosa? – as duas o fitam – Oxi, não! Não traduzir para o português...Só traduzir em termos que eu conheça, sim? – solicita o perdido brasileiro.

_ Oh, perdão! Os N.O.M. são os Níveis Ordinários em Magia. São avaliações individuais prestadas no quinto ano, para definir qual o currículo mais apropriado para as habilidades de cada aluno. – explica a professora.

_ Ah ta! E eu vou ter que fazer esses perrengues quando? – preocupa-se o adolescente.

_ Acho que depois das festividades de final de ano seriam o apropriado. Até lá tenho absoluta certeza e confiança de que a senhorita Granger estará disposta a auxilia-lo no que for preciso. Posso contar com isso, monitora?

_ Farei tudo o que estiver ao meu alcance, professora McGonagall. – mostra-se extremamente caridosa a nascida trouxa.

_ Oxi, me dê sua benção meu “padinho Ciço”! – o baiano pede arrego divino.

_ Senão for atrasa-la ainda mais, Granger, você poderia conduzir o nosso grifinório a sua respectiva aula? Esse castelo costuma confundir bastante os novatos. – pede por último a regente da casa escolar.

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A aula de Feitiços Avançados para a reduzida turma do sétimo ano havia iniciado há pelo menos vinte anos quando uma apressada Hermione entrara esbaforida. Cochichando algo relativamente justificável para a professora em questão, ela apressa-se a tomar seu posto nas proximidades de seus dois melhores, no momento nem tanto, amigos.

_ Algum problema, Mione? – sussurra ao pé do ouvido, o menino-que-sobreviveu.

_ Não, nada do que você está pensando, fique tranqüilo. Professora McGonagall queria apenas conversar com o João Pedro e pedir para que o ajudasse a colocar em dia algumas matérias. – responde ela sem dar grande importância.

_ Oh! Que novidade! Ultimamente tudo tem se resumido a ele, não é? Como se Vol...Você-sabe-quem não estivesse a solta por ai! – reclama Ron.

_ Ora! Não me amole com os seus ciúmes infantis, Rony.

O ruivo perde-se em vermelho do cabelo ao ultimo tom de pele da face. Harry perde-se em gargalhadas que destacam-se e ganham proporções gigantescas e repreendas lhe vêem como ônus. Hermione permite-se acompanhar por paradoxos indescritíveis as escassas risadas do eleito. Melhor do que ver seu suposto príncipe encantado aos espasmos por quase ter dado na vista a paixão sorrateiramente escancarada, era nota-lo decorando cada passo e movimento seu, mesmo que as amostras de adoração dele fossem bem controversas.

Enquanto isso, no sexto ano João Pedro era calorosamente recepcionado e acomoda-se em um recanto reservado cuidadosamente por Colin e Gina. Entre trovas e ensejos breves do que fora o dialogo entre ele, Minerva e Hermione, os demais colegas vão adentrando no recinto dando pouca atenção ao desconhecido. Entretanto, em uma dessas idas e vindas, o bruxo latino transfigura a órbita de seus conhecidos compatriotas, grifinórios, para reclinar admiração e observação em demasia total a um par de olhos azuis e em igualdade sonhadores:

_ Ei, quem é aquela? – pergunta fascinado o brasileiro.

E de tal forma, Hogwarts muito mais do que apresentar a João Pedro Andrade a Grifinória, apresentou-o a enigmática e original Luna Lovegood.


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Agradecendo à todos os comentários e torço para que, apesar da demora gigantesca, continuem acompanhando! Espero trazer muito em breve o capítulo 3, que vem recheado com o passado do brasileirinho! Até mais!

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