A Dúvida



Hermione acordou ao meio-dia, de um sono tão pesado que sentia o corpo meio doído depois de tantas horas de imobilidade. Não conseguia se lembrar dos sonhos que havia tido. Tomou outro banho, vestiu sua calça branca e uma camisa sem mangas. Reinava absoluto silêncio na casa. Na cozinha, não havia sinal de Melissa. Preparou o próprio café. Gostaria de saber onde estava Draco, mas não tinha vontade de procurá-lo. Logo escutou seus passos se aproximando.
- Quero uma xícara de café - ele disse, enquanto se sentava à mesa. Sem responder, Hermione o serviu.
- Agora vamos acertar as coisas. - Ele a segurou pelo pulso. - Se você pensou que ia escapar trancando-se no quarto, cometeu um erro de cálculo, querida.
- Eu queria dormir.
- Mas agora vai me explicar tudinho sobre o tal dr. Daniel Ravern.
- Não tenho nada a dizer.
- Acho que tem. Ou será que vou ter que usar de força para arrancar isso de você?
- Os homens só sabem usar a força... - ela constatou, amarga.
- Eu quero saber, Hermione. Tenho que saber. Diga-me já!
- Como sempre, você ameaça para atingir seus fins...
- Não me fale dessa maneira! - ele gritou.
- O que quer? Largue-me, seu bruto. Você está me machucando!
Os dois estavam nervosíssimos. Hermione, morta de raiva pelo tom autoritário com que ele a tratava, não conseguia deixar de sentir prazer quando, no meio da discussão, ele a agarrava e, sem querer, roçava suas coxas nas dela... Draco estava dominado por um ciúme doentio.
- Por que você não quer falar? Prefere que eu conclua alguma coisa a seu respeito, a partir do que assisti ontem à noite?
- Por falar em ontem à noite, você não se comportou como nenhum anjinho...
- O que você quer dizer com isso?
- Você e Renata Campbell.
- Ah, Renata... Uma garota adorável, não é? Uma rosa...
- E tão fácil de ser colhida... - Hermione acrescentou, ironica.
- Cuidado, meu bem. Assim, até parece que você sente ciúme... É um veneno...
- Não é isso o que você quer?
- Quer dizer, então, que você admite que é ciumenta?
Ela preferiu não responder. Draco deixou a xícara, levantou-se e foi até ela. Abraçou-a. Hermione se entregou aquele abraço, fraca, cansada de tanta briga. Depois de alguns minutos, ele a olhou de frente e perguntou:
- Passou a raiva, querida?
Numa atitude submissa, ela confirmou com a cabeça. Mas ele a olhava atento, procurando penetrar seus segredos.
- Deixe de ser boba! - ele disse. - Não quero fazer amor com uma boneca. O que está pensando? Em quem está pensando?
- Não estou pensando em nada, Draco.
Ele a ergueu nos braços. E começou a levá-la em direção ao quarto.
- Então farei você começar a pensar. A pensar em mim.
Colocou-a na cama, como no dia anterior. Só que, desta vez, Hermione não correu nem começou a lutar. Calma e passivamente, observava enquanto ele desabotoava a camisa dela, botão por botão, beijando a pele que se descobria.
- Sua pele é tão clara nos seios... Hermione, diga que você me quer, que não pertence a nen...
- Nesse momento tudo o que quero é paz - ela disse, trémula. Ele a largou e sentou.
- Eu pensei que o que eu mais odiasse em você fosse o seu jeito de escapar de mim como um bichinho apavorado. Mas isto é pior... Por Deus, o que há de errado com você? É Ravern, não é? Não é ele? Você se modificou completamente quando o viu. O que houve entre vocês? Diga, Hermione. Diga o que houve entre vocês!
- Eu não sei, não sei, Draco.
- Diga a verdade, pelo amor de Deus!
- Eu estou... eu não sei... Ele foi cruel comigo e sempre o odiei. Costumava sonhar sempre com ele e ontem, quando o encontrei, foi como recair num pesadelo.
- Mas você... o achou atraente? Foi isso que aconteceu? – Hermione ficou corada.
- Eu... Eu não sei.
- Mas deve haver algo. Eu senti, entre vocês, alguma coisa pairando no ar.
- Foi algo muito... pessoal... o tipo de contato que tivemos. Ele marcou muito minha vida. É muito...
- Íntimo? – ele arquou uma das sobrancelhas – Responda uma coisa: quando você sonhava com ele, como eram esses sonhos? Você... sonhava que fazia amor com ele?
- Não!
- Não mesmo?
- Não consigo me lembrar. Eram sonhos terríveis e eu nem queria pensar nisso.
- Fale a verdade. Você o confundia com seu padrasto nesses sonhos? Hermione se debatia na cama, sacudindo a cabeça de um lado para o outro, rejeitando a idéia de conversar sobre esse assunto. Draco segurou seu rosto, olhando-a firme nos olhos.
- Sei que existem mais coisas além do que você consegue dizer. Só há uma maneira de você tirá-las da cabeça...
Deitou-se sobre ela. Beijou-a com brutalidade. Ela o acariciou nas costas. Ele tirou a camisa. Quando ele a tocou de novo, Hermione sentiu uma enorme onda de sensualidade. E ele a beijava de uma forma sedutora, irresistível, que a fazia renascer para a vida, conduzida por aquela boca e aquelas mãos experientes. Seus lábios colados se devoravam, numa paixão louca, plenamente correspondida.
Como de outras vezes, ele começou a dar beijinhos por todo seu corpo, atormentando-a de tanta excitação, até que ela ficasse louca, gemendo de ansiedade.
- Fale agora - ele ordenou.
Hermione já sabia o que ele queria ouvir. Não era ela quem decidia; sua própria língua já o obedecia, automaticamente, murmurando, chamando por Draco apaixonadamente.
Quando ele a possuiu, ela reteve a respiração um segundo, para expirar um gemido que era mais de prazer que de dor. Draco continuava a beijá-la e uma paixão enorme cresceu dentro dela. Se ele não parasse com aqueles movimentos, ela ia enlouquecer... Sem perceber sequer o que falava, ela dizia que o desejava, o queria muito.
- Eu te amo, amo demais...
Draco olhou surpreso para aquele rosto transfigurado pelo desejo, numa verdadeira febre sensual.
- Oh, Deus, era tudo que queria escutar. Você é ótima...
- Não pare, não pare... - ela implorava.
Assim que ele abaixou o rosto para beijá-la novamente, ela sentiu que mergulhava num abismo de satisfação sem fim, levando-o consigo. Draco murmurava seu nome, a respiração acelerada, o coração descompassado.
O silêncio que se seguiu tinha o encanto de uma tarde de verão gostosa, repousante. Hermione sentia cada parte do próprio corpo como nunca havia acontecido antes.
Percebia os músculos relaxados, a pele, os nervos... Estava consciente de que também Draco sentia esse relaxamento, deitado nu sobre ela, com a cabeça abandonada entre seus seios. Quando ele, por fim, se mexeu e sentou, ela ficou um pouco envergonhada de olhá-lo.
- Agora diga que não me quer - ele falou, num tom ríspido. – Todos esses anos de frustração, desejando-a e quase enlouquecendo por não poder possuí-la... E você me torturando, me usando para se vingar de todo o sexo masculino...
- Draco...
- Agora as coisas estão mudadas! Eu sei que você me quer. Você vai pagar caro o que me fez. Vai sofrer de frustração e desejo e vai ter que aprender a mendigar, Hermione. Farei você implorar cada vez que me quiser.
- Não, não leve tudo para esse lado!
- Você destruiu o meu orgulho, sabia? Por três anos paguei um detetíve particular para vigiá-la. Imagina como eu me sentia? Se eu ainda tivesse um pouquinho de orgulho, de respeito por mim mesmo, tiraria você da cabeça agora e ia tentar refazer minha vida com alguém que valesse a pena. Mas nem isso eu consigo mais... Não consigo desejar outras mulheres; é você ou nada. Você não me deixou escapatória: quando me rejeitava, sabia que eu não ia esquecê-la... Sabia muito bem! E era isso mesmo que você queria, não era? A vingança que você planejou era me ver destruído por uma paixão insatisfeita...
- Não! Você está sendo cruel... Logo agora que eu...
- Agora que você finalmente se entregou? Já pensou, minha querida, que foi exatamente isso que me libertou?
- O que você quer dizer, Draco, pelo amor de Deus?
- Você sabe muito bem o que quero dizer. Enfim, consegui o que queria há muito tempo. Já lhe disse que sempre consigo o que quero. E, agora, você me deseja tanto quanto eu a desejava... Não parece lógico que, tendo conseguido, você não me apeteça mais?
Hermione fechou os olhos para não ver a cara daquele homem que tanto a ofendia. Ele deve reconhecer que ela o amava... Quantas vezes havia dito isso enquanto faziam amor! Sentiu uma espécie de vertigem e soltou um gemido.
Quando deu por si, estava debaixo das cobertas, sentindo um frio estranho, de febre. Um movimento ao lado da cama fez com que ela se virasse. Era Draco, que lhe disse num tom frio:
- É melhor você passar o dia de cama. Está muito pálida. Tenho que ir à cidade encontrar os Campbell. Melissa estará à sua disposição. Vejo você mais tarde. Hermione não fez qualquer comentário. Ficou lá, com o olhar perdido, tentando não se entregar ao desespero. Uma espécie de raiva começou a crescer dentro dela. Ele tinha sido muito cruel. Já devia ter preparado esse choque para ela, logo depois do amor... É claro que admitia que seu procedimento no passado podia explicar os fatos. Mas não podia desculpar. Draco a tratara como uma mulher da rua. Ele a odiava e ela precisava encarar essa realidade. Cada um dos dois, à sua maneira, tinha destruído a possibilidade de se amarem em paz.
Mas, o que ele pretendia fazer? As coisas não estavam claras. De início ele disse que ela teria que implorar por seu amor. Depois, que não a queria mais. Qual seria a verdade? Será que, para ele, o casamento havia acabado e ia encontrar Renata Campbell esta noite? Draco iria abandoná-la?


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Vlw por todos os coments...
:P
Genti vou postar agora todo o dia, pq
estou me mudando [[ =( ]] pra outra cidade
e ae enquantu a mudança naum estiver acertada...
[[ meu pc num estiver nu meu 4º ]] eu num vou poder postar!
Por isso aproveitem... Capitulo atras de cap, ok?
Beijos

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