Capitulo 1



- Rony!
Hermione olhou atônita para o homem alto e ruivo parado ao lado da janela. A última coisa que esperava era chegar a seu apartamento e encontrar o marido... Aquele que em breve seria seu ex-marido.
- O que ele está fazendo aqui? – Max perguntou ressentido poucos passos atrás dela.
Antes que qualquer pessoa pudesse responder, uma pequena bala de canhão humana passou entre os dois adultos, atirando-se nos braços do ruivo.
- Papai! – Liz, uma menina de quatro anos, gritou feliz.
Abraçando-a, Rony beijou sua cabeça e a pegou no colo.
- Como está minha princesinha?
- Ótima! – disse com um enorme sorriso – Mamãe não disse que você vinha.
Hermione colocou a cesta de piquenique no chão, dando a si mesma tempo para controlar a excitação que a dominava sempre que via Rony... Uma emoção que era totalmente injustificada a luz dos fatos que a tinham feito deixá-lo.
- Eu não sabia que ele viria, querida – ela garantiu a filha.
- Estiveram passeando? – Rony perguntou
Hermione encolheu os ombros
- Como você pode ver...
Logo em seguida, Liz deu sua animada explicação:
- Nós fomos até o parque, papai.
- E você se divertiu princesa?
- Oh, sim! Eu alimentei os patos.
Aproveitando-se daquele momento, Hermione estudou Rony. A última vez que o vira tinha sido no funeral de Nicholas Dean, há quase um mês. Embora ele viesse visitar Liz regularmente, não tinha aparecido dede então. Provavelmente ele estivera ocupado cuidando dos assuntos do velho amigo e mentor.
Ele parecia cansado e um tanto abatido. Hermione sabia o quanto Rony se tornou próximo de Nicholas; na verdade, ela mesma tinha sentido a perda, afinal, Nicholas Dean a tratava como uma neta... Daquela relação surgira uma afeição verdadeira que não tinha diminuído nem um pouco, mesmo quando ela se afastou do mundo mágico e sua vida com Rony passou a ser intolerável.
Ela examinou Rony; apesar da óbvia fadiga, ele ainda continuava lindo aos seus olhos. Mas não fora a aparência que a fizera se apaixonar por Rony naqueles últimos quinze anos. Rony sempre fora um grande amigo, apesar das brigas e desentendimentos. Ele a fazia rir e tinha sido um homem muito corajoso durante a guerra, além de um amigo muito leal a Harry.
Max, três anos jovem do que Rony, era loiro e tinha olhos azuis, mas não era parâmetro de comparação. Nenhum homem era. Hermione concluiu desanimada. Constatar aquilo não lhe provocava nenhuma alegria.
- Será que me esqueci de alguma coisa? – perguntou intrigada – Você me avisou que viria visitar a Liz?
Rony balançou a cabeça negativamente.
- Então por que está aqui?
- Precisamos conversar.
-Conversar? – subitamente, Hermione ficou furiosa – Você podia ter avisado que viria.
- Não soube disso até esta manhã. E até tentei ligar, mas ninguém atendeu. – Ao falar isso ele lançou um olhar frio para Max – Vocês já deviam ter saído.
- Nesse caso, podia ter deixado para outro dia, isso não lhe ocorreu?
- Ocorreu.
- Então por que não fez isso Rony? – Hermione perguntou. Ao seu lado Max parecia claramente ressentido.
- Não achei necessário.
Rony não parecia nem um pouco preocupado enquanto colocava a filha no chão. Abaixando–se ao lado de Liz, Hermione encarou a filha com ternura.
- Por que não vai lavar as mãozinhas, coração? Você se sujou ao tentar alimentar os patos.
Quando a menina saiu da sala, Hermione se levantou e encarou Rony diretamente.
- Você está querendo causar problemas não é, Rony? – As palavras eram claramente acusadoras – Por que nos impõe sua presença em meu apartamento...?
- Eu tenho a chave. – ele a lembrou.
Rony sorriu. Ela havia ganhado dos pais aquele apartamento e depois que a guerra acabou foi morar lá. Por motivos sentimentais, acabou por não se desfazer dele quando se casara. E depois de tudo o que aconteceu, tinha ficado feliz por ter tomado essa decisão.
Olhando-o parado no meio do aposento, lembrou-se de alguns momentos apaixonados que tiveram naquele apartamento. Seu rosto corou. O sorriso malicioso de Rony mostrava que ele também não tinha esquecido.
- De qualquer forma, eu deveria ter pedido a chave de volta meses atrás. – ela disse furiosa.
- Não acha que está exagerando? Você sabe que eu teria conseguido entrar de qualquer jeito.
- Droga, homem! – Max interveio, nervoso – Como ousa falar com Hermione desse jeito? Este é o apartamento dela, e você não tem o direito de estar aqui sem sua permissão.
Rony se virou para Hermione.
- Quem é esse homem?
- Max Holmes, um amigo meu.
- Bem, meu nome é Ronald Weasley. – ele apresentou-se estendendo a mão para Max – Estou me apresentando porque minha mulher não parece disposta a fazer isso.
Ignorando a mão estendida, Max deu um passo para trás. Hermione notou que Rony não parecia nem um pouco desconfortável; no máximo espantado.
- Ela não é sua mulher. – Max disse com um olhar sombrio.
- Na verdade ela é, ou será que ela não disse isso a você?
- Apenas legalmente. – Max replicou – E não por muito tempo.
- Você parece saber muito sobre nós. – Rony murmurou.
Tensa, Hermione observava os dois homens. Rony provocava o outro deliberadamente e Max, que sempre fora um homem gentil e sensível, estava entrando na armadilha sem perceber.
- Vocês estarão divorciados em breve e, quando isso tudo acabar, eu e Hermione vamos nos casar.
Surpresa, Hermione olhou de relance para Max. Ele a encarou com um olhar desafiador; ele sabia que tudo que havia entre eles era uma amizade casual. Claro que ele tinha falado em casamento, mas ela sempre respondia que aquilo não fazia parte dos seus planos no momento. Por que complicar tudo?
De qualquer forma, Max parecia disposto a provocar também. E subitamente ela entendeu que aquele não era um bom momento para interrompê-lo, afinal de contas não seria uma má idéia Rony achar que ela tinha planos para o futuro...
- Parabéns. – a expressão do rosto de Rony era indecifrável – Mas o fato é que, nesse momento, Hermione ainda é minha mulher, e temos assuntos para discutir.
Rony fez uma pausa e emendou:
- Em particular.
- Você é muito petulante! – Max exclamou com o rosto transtornado pela raiva – E se pensa que ...
- Max, acho que você tem que ir embora agora. – Hermione disse com o tom mais gentil que pode encontrar.
- Não tenho nenhuma intenção de deixá-la com esse brutamontes.
- Rony não vai me machucar. E ele está certo, é melhor conversarmos a sós.
O rosto de Max assumiu uma expressão de indignação. Por um momento, ela achou que ele iria se recusar a sair, mas ele simplesmente saiu pela porta sem nem olhar para Rony.
- Você disse que queria falar comigo, Rony.
- Sim.
- Então, pode começar logo e depois vá embora.
Naquele momento Liz entrou na sala
- Você vai brincar comigo papai?
Rony olhou Hermione de relance, então sorriu para Liz.
- Claro que eu vou, princesa, de que vamos brincar?
A menina estendeu-lhe a nova boneca.
- Meu bebê precisa ir para cama.
- Vou preparar o jantar enquanto o papai brinca com você. E depois disso, você também vai para cama, moçinha. – Hermione avisou, virando-se para Rony para emendar em voz baixa – Falaremos mais tarde.
Ela foi para cozinha e começou a preparar uma omelete para Liz. Quando voltou para sala de estar, pai e filha estavam em um mundo particular. Sentado no carpete com Liz, Rony perdia a expressão séria. Com a filha ele era todo gentileza e diversão. Não era de se espantar que a menina gostasse tanto das visitas dele; Rony era um ótimo pai. Se ele ao menos tivesse conseguido ser um bom marido...
Depois de Liz comer e ser colocada na cama, Rony finalmente anunciou o que o fizera aparecer sem aviso.
- Você e Liz precisam voltar para casa.
Hermione o encarou indignada.
- Não posso acreditar que você perdeu seu tempo vindo até aqui para isso, Rony. Francamente, nós vamos nos divorciar em breve!
- O divórcio é uma escolha sua Mione. Você sabe que eu nunca o desejei. Eu sempre quis que nossa família continuasse unida.
Hermione não respondeu imediatamente. Se ela fosse sincera com si mesma, admitiria que também não queria o divórcio. Emoções e conflitos a dominavam enquanto olhava para Rony. Por mais que desejasse o contrário, ela ainda o amava. Talvez jamais deixasse de amá-lo inteiramente. Conhecia-o há dezoito anos, mas isso não mudava o fato de que o que ele havia feito era imperdoável.
- Droga, Rony! Você tem maneiras estranhas de demonstrar o quanto ama sua família. – disse com frieza.
- Hermione...
- Não há um só dia em que não me lembre de você e Suzan juntos na cama. E eu me sinto enjoada cada vez que isso acontece.
- Você nunca me deixou falar sobre isso!
- E não vou deixar que fale agora! Portanto, se esse foi o motivo da sua visita inconveniente, você realmente desperdiçou o seu tempo. E o meu também! Max estava certo: você é muito petulante para vir aqui sem avisar ou ser convidado. Se quer saber, eu pretendia passar essa noite com Max. Então, por favor, vá embora. Vou ligar para Max para que ele possa voltar.
Ela olhou para a porta, mas Rony não se moveu.
- Se você não quer ouvir sobre Suzan... ótimo! Mas você vai ouvir o que eu vim lhe dizer.
Conhecendo bem a teimosia do ruivo, Hermione sabia que ele não sairia dali sem que ela o ouvisse.
- Parece que eu não tenho outra escolha.
Ele concordou com um meio sorriso.
- Ótimo! Que tal um pouco de café para nós?
- Você está abusando da sorte, não acha? Bem, o café da garrafa térmica ainda está quente e você sabe onde encontrar uma caneca. Ah, e mais uma coisa: não me peça para fazer o jantar. Se não eu vou perder a paciência.
Ao vê-lo desaparecer pelo corredor que levava à cozinha, muitas recordações voltaram a sua mente. Em muitas noites adoráveis, Rony insistia em fazer o café após o jantar. “Adoro mimá-la”, ele costumava dizer enquanto preparava o café.
- Você está muito séria hoje. – Rony comentou ao voltar trazendo duas canecas de café.
- Quero que diga logo o porquê de ter vindo.
Depois de estender-lhe uma caneca, ele se sentou a sua frente. Tensa, Hermione o observou tomar um gole e só depois de um tempo, que pareceu uma eternidade, ele colocou a caneca sobre a mesa de centro e começou a falar.
- É sobre o testamento do Nicholas.
- Qual o problema?
Nicholas Dean fora um homem incrível. Há nove anos atrás, Rony o tinha conhecido. Por pura coincidência ou destino, Rony o encontrou passando mal quando estava indo para o curso de aurores. Ao notar as vestes de bruxo do homem, o levou direto ao St Mungus. Daquele dia em diante, uma amizade verdadeira surgiu entre eles. Nicholas foi mais que um mentor para Rony; foi como um avô, uma pessoa que via em Rony alguém além do amigo do garoto-que-sobreviveu. Para Nicholas, Rony passou a ser o filho que ele nunca teve.
Apesar dos vários problemas de saúde causados pela idade avançada, Nicholas Dean era incrivelmente animado e bem humorado. Muitos o consideravam como um velho solitário, rico e gagá, com idéias ultrapassadas. Mas, incrivelmente, aquele ruivo de cabeça dura o ouvia e seguia seus conselhos. Nicholas, quando jovem, fora o único herdeiro de uma grande fortuna e tinha sido um auror invejável.
- Nicholas deixou uma considerável quantia em galeões para Liz no seu testamento.
Hermione engoliu em seco ao ouvi-lo mencionar a quantia.
- Eu.... nunca imaginei...
- Nicholas era louco pela Liz, mas eu também não imaginava que ele faria isso. – ele a observou sem demonstrar nenhuma emoção – No testamento, ele se referia a Liz como sua neta.
Hermione sentiu um aperto no coração ao lembrar-se da relação de Nicholas e Liz. Era tocante ver o ancião e a pequena garotinha juntos; sempre em uma relação muito harmônica. Lembrava-se de que seu pai e o senhor Weasley tinham sentido muito ciúme da neta no início; Liz costumava dizer que tinha três avôs.
- Sim, ele a amava. Eu sei.
Rony a observava atentamente, provavelmente notando sua emoção.
- A questão é que existe uma única condição para que ela receba a herança. – ele informou.
- Uma condição?
- Para que Liz receba a herança vocês duas têm de voltar a morar na minha casa. Comigo.
Em um instante, o choque fez o corpo de Hermione enrijecer.
- Eu não acredito nisso! Será que Nicholas esqueceu porque eu deixei aquele lugar? Não posso acreditar que ele fez isso comigo!
- Ora, vamos lá! Não é uma sentença de morte. – Rony retrucou com sarcasmo – E também não terá que ficar para sempre. São apenas seis meses, nada mais.
- Seis meses!? Seis semanas já seriam demais! Seis dias ou até um dia; não importa quanto tempo, Rony, seria insuportável.
- Não seja melodramática, Hermione.
- Eu tenho uma vida, um lar, emprego, amigos e minhas atividades.
- Nada comparado ao lar que você tinha. E, julgando Max, seus amigos também não devem ser grande coisa.
- Não venha julgar Max, talvez meu estilo de vida tenha mudado, mas eu estou morando em um lugar que é meu, e estou me relacionando com pessoas que eu confio.
- Você ainda não me deu uma resposta. – limitou-se a dizer.
- Pensei que tinha feito isso. Eu não posso voltar!
- Você privaria Liz da herança que Nicholas deixou para ela com todo carinho?
Hermione foi até a janela por um longo minuto. Ela olhou para o trafégo do lado de fora; tudo ali era muito diferente dos jardins bem cuidados de Ottery St Catchpole, a pequena cidade perto da Toca onde ela e Rony decidiram morar depois de casados.
- Não é justo colocar as coisas dessa maneira.
- Eu estou apenas dizendo a verdade.
- Não Rony, você sabe muito bem que está me colocando em uma posição impossível. Além disso, não consigo entender... Sei que Nicholas era louco pela Liz, mas então por que, em nome dos céus, ele me faria passar por isso?
- Você é a pessoa mais inteligente que eu conheço, Hermione... tenho certeza que vai descobrir a resposta.
- Chantagem emocional. – ela disse secamente – Eu amava e admirava Nicholas, e nunca imaginei que ele fosse capaz desse tipo de tática.
- Por que acha tão difícil entender? Você sabe que Nicholas ficou muito triste com sua partida do mundo mágico e que ele sempre odiou a idéia do fim do nosso casamento.
- E essa é a forma que ele encontrou para consertar as coisas?
Passou-se um momento antes de Rony responder olhando diretamente em seus olhos.
- E se for?
Era realmente difícil encarar aqueles olhos azuis.
- Isso não vai funcionar. – disse sem olhá-lo – Não existe a menor chance ...
- Tem certeza disso?
- Sim! Você me traiu, Rony, nunca vou esquecer isso, nunca vou perdoar! Como você pode pensar que eu voltaria a viver com você? Não posso encará-lo por um segundo sem me lembrar de você e Suzan!
- E por causa disso vai privar Liz da herança? Seis meses, Hermione, é tudo que Nicholas pediu. Será que não pode colocar sua dor de lado pelo bem de nossa filha?
- Não tente colocar a culpa em mim! – Hermione bateu a caneca na mesa com força, deramando um pouco do café. – Claro que eu gostaria que Liz recebesse a herança, mas não posso aceitar essas condições. Não posso voltar para você e ponto final. – Ela fez um gesto vago com a mão – Por favor, vá embora, Rony.
Esperando uma recusa, ela continuou a encará-lo, mas, para seu alívio, ele se levantou e saiu.
Quando a porta se fechou, toda a compostura de Hermione acabou e ela começou a tremer. Se encolheu no sofá e ficou por um tempo ali, no silêncio. Um tempo depois, Max ligou perguntando se Rony já tinha ido embora e se ele poderia voltar. Ela disse que não estava se sentindo bem, o que era verdade, mas não inteiramente. Ao colocar o fone no gancho, admitiu para si mesma que havia apenas uma pessoa no mundo com que ela queria estar, mas decidira esquecer aquela pessoa... provavelmente para sempre.
Parada ao lado da cama da filha, Hermione olhou para a criança que amava mais do que a si mesma. Liz tinha os cabelos ruivos um pouco mais claros do que o de Rony. Ondulados delicadamente, chegavam a ser um pouco volumosos; a pele branquinha com sardas quase imperceptíveis e os olhos incrivelmente azuis como os do pai. Em meio a seu sono, Liz afastava os cobertores. “ Do mesmo jeito que Rony costumava fazer”, lembrou-se. Gentilmente, Hemione cobriu novamente a filha e inclinou-se beijando-a na testa com ternura.
Liz espreguiçou-se.
- Mamãe...
- Sim?
- Papai ainda está aí?
- Ele teve que ir embora, mas vai voltar para te visitar em breve.
Os olhinhos da pequena abriram-se lentamente.
- Queria que ele morasse com a gente, como antes, ele pode, mamãe?
O coração de Hermione ficou apertado; aquilo sempre acontecia quando Liz fazia esse tipo de pergunta.
- Não, querida, papai tem a casa dele, e nós temos a nossa. Mas você sabe que ele te ama muito, e que você poderá vê-lo sempre que quiser.
A resposta pareceu satisfazer a menina, pois ela começoua a fechar os olhos e sua respiração ficou mais lenta enquanto ela abraçava a boneca nova. Hermione, por outro lado, se sentia inquieta.
Ver Rony sempre a pertubava. E cada vez que isso acontecia, ela se perguntava como ia a relação dele com Suzan. Já seriam oficialmente um casal àquela altura? Será que eles se casariam assim que o divórcio fosse legalizado? Uma parte dela queria saber a resposta, mas era orgulhosa demais para fazer as perguntas. Na verdade, intimamente, tentava evitar o assunto. Mesmo agora, quase um ano depois, ainda se sentia enojada quando pensava naquela noite terrível.

Rony tinha viajado para resolver um caso e Hermione resolvera fazer-lhe uma surpresa. Deixou a filha na casa de Harry e Gina e foi até onde o marido estava hospedado. Não precisou se anunciar, pois sabia o número do quarto dele. E como a porta não estava trancada, entrou sem bater.
Realmente fora uma surpresa para todos os envolvidos. Duas pessoas estavam na cama onde devia haver apenas uma. Rony, visivelmente assustado, erguendo-se de imediato, cobrindo-se com o lençol até o queixo. A mulher ao seu lado rira; Hermione ainda podia ouvir aquele som à noite. Reconhecera a mulher imediatamente. Suzan Shaw era auror como Rony e Hermione a encontrara algumas vezes no Ministério.
Suzan estava nua e, ao contrário de Rony, não demostrou nenhuma reação de pudor. Os cabelos negros que geralmente ficavam presos de forma discreta estavam soltos sobre seus ombros.
- Mione! – a voz de Rony era quase um sussurro – O que está fazendo aqui?
Ela não conseguiu responder. Suas pernas estavam tão fracas e trêmulas que teve que se segurar ao batente da porta para não cair; ao mesmo tempo, uma sensação de náusea queimou-lhe a garganta.
Ainda sem falar, ela se dirigiu até a porta deixando aquela cena para trás e ignorando a voz de Rony chamando-a aos gritos. Instantes depois, aparatou.
Em casa, ouviu o telefone tocar várias vezes, mas figiu não ouvir. Viu Píchi do lado de fora da janela, mas ignorou a pobre coruja que fazia de tudo para entrar. Não conseguiu dormir naquela noite e quando Rony chegou, na manhã seguinte, as malas dela e de Liz ja estavam quase prontas .
- Temos que conversar – ele pediu – Eu posso explicar....
O olhar de Hermione era amargo.
- Eu sei o que vi, não preciso de explicações!
- Você não compreende, Suzan e eu estávamos apenas ...
- Apenas se divertindo um pouco quando eu inconvenientemente cheguei. – ela interrompeu.
As orelhas dele estavam vermelhas e seus olhos azuis atormentados.
- O sarcasmo não lhe cai bem, Mione.
- Isso é inadimissivel ! Você é infiel e ainda tem a petulância de criticar a maneira como falo. É ainda pior do que eu tinha imaginado ... Quer saber por que fui lá, Rony? Tinha planejado um romântico final de semana a dois, não lhe parece irônico?
- Merlin, Hermione! – a voz dele parecia transtornada.
- Deixe Merlin fora disso, Rony. – ela retrucou fechando a última mala com violência – Vou deixar sua casa agora.
- Não pode fazer isso! – Rony parecia apavorado – Essa é a nossa casa!
Hermione o encarou.
- Não, Rony, essa agora é sua casa.
- Você está levando a Liz? – ele perguntou, hesitante – Hermione ... Por favor me deixe falar.
Apenas por um momento, ela sentiu-se tentada a ouvir o que ele tinha a dizer, mas desistira da idéia um instante depois. Não poderia suportar uma explicação.
- Não quero ouvir nada, seja lá o que for. E sim, estou levando a Liz. Você pode visitá-la, é claro, por mais que eu o deteste agora, e pode acreditar que eu o detesto... Não vou envolver nossa filha nisso, Liz precisa de você.
Ele tentou impedi-la.
- Não pode sair assim! Não sem me ouvir, Suzan e eu... bem não é o que você está imaginando.
- Não é exatamente isso que as pessoas dizem quando são pegas em flagrante?
- Não ouve nenhum flagrante. Nada aconteceu!
- Ora Rony, não ofenda minha inteligência.
- Apenas deixe-me explicar...
- Não! – Hemione levou as mãos aos ouvidos – Você não compreende, Rony? Recuso-me a ouvir qualquer coisa sobre Suzan. Já sei tudo que precisava saber, e ouvi-lo tentar justificar o injustificável só fará com que me sinta pior do que já estou sentindo.
- Isso é frustrante! – Rony exclamou.
- Pode acreditar. – Hermione concordara, fazendo as malas flutuarem com um movimento da varinha – Assim que acabar de carregar o carro, vou buscar Liz na casa da Gina e iremos embora.



N/B: Olá pessoal! Aqui estou eu de novo... A Sany não me demitiu, enfim! Obrigada, Sany! Gostaria de pedir desculpas a todos vocês! Não briguem com a Sany. Se o capítulo demorou, a culpa é exclusivamente minha. Prometo que isso não vai mais acontecer! Manda brasa no próximo, Sany! Bjocas para todos!
Lucy

N/A: oi gente aqui estou eu com mais uma das minhas idéias e adaptações malucas, desta vez quando li um livrinho da Rosemary Carter idéias envolvendo Rony e Mione invadiram minha cabeça.
Sobre a finc eu comecei a planeja-la a um bom tempo quando eu ainda estava escrevendo Uma noiva contratada e o sétimo livro ainda não tinha sido lançado aqui e apesar da tradução estar rodando pela net eu acabei por esperar o livro sair. Por isso a finc não terá shipper de RdM. Quanto ao nome da filha do Rony e da Mione apesar de mesmo antes do livro sair aqui a maioria das pessoas já saberem (eu era uma delas) eu preferi não colocar Rosa ou Rose por que no período em que se passa a finc a filha deles esta com 4 anos e o Hugo já deveria ter nascido.
Sobre a Traição do Rony será que ele realmente traiu a mione? Se traiu por que ele o fez? Ele se arrependeu? Suzan foi uma vitima do ruivo? Será que foi apenas esta suposta traição que fez com que o casamento deles acabasse?
Obrigada pelos comentários eu gostei muito de todos espero que vocês tenham gostado do capitulo
bjs

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.