O sonho e a surpresa de Duda D



Rony já sentia o sol entrar pela janela sobre a cama e banhar seu rosto. Mas não queria levantar. Mas duas vozes invadiam o quarto e o obrigou a abrir os olhos.
-Papai, papai acorda.
-Hoje é Dia das Mães. Temos que levar mamãe pra passear.
As duas crianças pularam sobre Rony. Mas ele não se moveu.
-Papai. – disse a garotinha – Levanta.
-Bom dia Rose e Hugo. – disse Rony. – Onde esta a mamãe?
-Esta lá em baixo fazendo o café. Nós já embrulhamos o presente dela como voce pediu. – O garotinho esticou um embrulho meio estranho para o pai.
Rony fez uma cara estranha ao ver o presente de Hermione. Mas não queria desapontar os filhos.
-Acho que podemos dar uma melhorada nesse embrulho.
-Está feio papai? – perguntou a garotinha.
-Não, não – Rony se apresou a responder – mas podemos colocar uns laços o que acham?
Rony pegou a varinha na cabeceira e fez o embrulho ser envolto por fitas grossas que mudavam de cor a cada laço.
Hermione dizia que ele parecia uma criança quando estava com os filhos. E não estava mentindo.
-Esperem no corredor. Vou me trocar e já desço.
Os filhos concordaram com enormes sorrisos no rosto. Rose deu um beijo no pai e saiu.
Rony sentia-se extremamente feliz. Tinha dois filhos lindos. Rose com cabelos vermelhos como os dele e o rosto de Mione. Hugo cabelos claros e cacheados e o rosto gorducho cheio de sardas.
Colocou uma camisa branca, uma calça jeans e um tênis que Hermione lhe dera. Como era mesmo a marca? All star. Achou que era isso. Molhou os cabelos e saiu.
Rose e Hugo estavam sentados no corredor.
-Vamos. – disse Rony – Desçam em silêncio.
Os três desceram as escadas com destino à cozinha. Lá, Hermione estava no fogão fazendo café e ouvindo musicas em uma radio trouxa. Rony sorriu ao ver a esposa cantar e dançar com uma colher na mão.
-MAMÃE – Rose e Hugo entraram correndo pela cozinha com o presente de Mione nas mãos.
Hermione se assustou e deixou a colher cair.
-Oi meus amores – ela se agachou e abraçou as crianças – Bom dia.
-Olha mamãe – Rose esticou o presente para a mãe.
-Ah Rose – exclamou Hugo – Nós combinamos que íamos entregar juntos.
-É mesmo. Desculpa. Toma – ela esticou o presente para Hugo que segurou de um lado e Rose continuou segurando do outro.
Mione riu. Olhou pra Rony encostado no batente da porta. Ele sorriu pra ela.
-Toma mamãe. – disseram os dois juntos.
-Obrigada queridos – ela tornou a beijar os dois.
-Mamãe o que tem pro café? – perguntou Hugo sentando-se a mesa.
-Você só pensa em comer – falou Rose.
-Quem será que ele puxou? – brincou Hermione olhando pra Rony que foi em sua direção e lhe deu um abraço.
-Feliz dia das mães – disse Rony e logo a beijou.
-Eca – exclamou os irmãos juntos. – Que nojo.
-Não vejo a hora de vocês irem pra Hogwarts – falou Rony sentando-se a mesa – Ficarei sem ouvir esse tipo de comentário.
-Ron – brigou Mione.
-Mamãe, papai. Olha o que titio Fred me ensinou a fazer. – Hugo pulo da cadeira e saiu. Voltou com uma coruja branca.
Pigarreou.
-Céu de verão, água do mar. Faça essa coruja azul ficar.
A coruja deu um pio e em segundos ganhou uma cor azulada.
-Hei – exclamou Rony – Fred e Jorge tinham me ensinado uma ver para deixar meu rato amarelo, mas não funcionou.
-É porque eles queriam tirar uma com a sua cara – disse Mione sorrindo.
-RONALD, RONALD... – chamava uma voz que ele já conhecia.
-Então era tudo um sonho – disse Rony se levantando da cama e vendo que estava na Toca.
-É. Era só um sonho, mas pode ser real. Mas precisamos conversar. – disse Godric Griffyndor sentado na cama.
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Três dias tinham se passado desde o ataque de Augusta a casa dos Potter. Auros foram urgentemente chamados e Augusta foi levada pra Askaban.
Harry ainda esperava a revanche de Draco. Estava preocupado com isso e com Rony que não acordava nesses três dias. Malfoy ainda tinha levado Hermione de refém.
Mas a maior das surpresas ainda causava uma grande confusão na cabeça dos Potter.
Duda Dursley, filho de pais trouxas e que repudiavam magia, tinha estuporado Augusta sem ao menos ter um mínimo de noção de magia.
-Ele estava em situação de perigo, e ai se defendeu... – tentou Dobby.
-Mas isso não explica Dobby – respondeu Tiago – se fosse isso, ele teria salvado os pais.
Lilian, Tiago, Mila e Dobby tentavam desvendar o mistério na sala de estar. Duda se trancara no quarto e só saia pra comer. Harry estava quase louco. Corria pra o ministério para saber o resultado da prova, mas ainda não tinha saído. O que já não lhe bastavam às preocupações extras!
-Que estranho. – manifestou-se Mila – Nunca vi isso. Alguém depois de tanto tempo manifestar magia. E o pior fazer um feitiço sem ao menos saber.
-Mudando um pouco de assunto – disse Lilian – E seu casamento com Olho-Tonto?
-Ah nos estivemos pensando, e vamos esperar um pouco. Ronald ainda não despertou e Hermione ainda esta com Malfoy, achamos que não é o momento para festas.
-MÃE, PAI... – Harry entrou gritando, com o cabelo bagunçado e suando.
-Ah meu Merlin o que houve? – perguntou Lilian já aos prantos. Porem a preocupação sumiu ao ver um sorriso no rosto de Harry.
-Diga logo a eles garoto – urrou Moody entrando em seguida – se não sua mãe vai ter um ataque.
-Passei – Harry esticou um pedaço de pergaminho para o pai.
-“Informamos ao senhor Harry Tiago Potter – Tiago começou a ler – que ele foi APROVADO nas provas que o permitiam fazer parte do grupo de Auros. Prova aplicada e analisa por Kim Shacklebolt ministro da Magia.
Notas: Defesa contras as artes das trevas – O (Ótimo)
Feitiços – E (Excede as Expectativas)
Poções – A (Aceitável)
Transfiguração – O (Ótimo)

Pedimos que o senhor se apresente no primeiro dia de Setembro no segundo andar do Ministério da Magia.

Esperando que esteja bem, Antony Bush – Quartel General dos Aurores.” – Terminou Tiago.
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Rony foi se levantando com dificuldade. Godric olhava pra ele sem dizer nada, o que deixava Rony um pouco constrangido.
-Voce ainda não disse por que veio! – comentou Rony. – O que o meu sonho tem a ver com a sua visita?
-Ronald você teve muitas provas da importância de ser Herdeiro de Grifinoria. E eu como fundador dessa casa admiro sua coragem e uma qualidade em especial.
Rony fez uma cara confusa. Onde ele estava querendo chegar?
-Não é bem uma qualidade. Seu amor por Hermione Granger é realmente grande não é?
Rony respondeu que sim com a cabeça. Sentiu suas bochechas corarem e queimarem.
-Então para salva-la, será preciso que use isto – Godric colocou a mão no bolso das longas vestes vermelhas e tirou uma caixa comprida.
-Isso é... – começou ele.
-... Uma varinha – terminou Rony.
-Minha varinha Ronald. E estou dando a você. Mas falta algo nela. – Godric voltou a olhar Rony do jeito que deixa o garoto sem graça.
Mas Rony sabia do que ele estava falando.
Levantou-se da cama e foi até a gaveta. De lá, tirou a própria varinha.
-Me lembro até hoje quando fui comprar minha varinha Herdeiro. No mesmo lugar onde você e todos os outros haviam ido. A loja de Olivaras. Mas não era ele quem me atendeu, acho que devia ser pai... Não sei dizer. Mas lembro do que ele me disse.
“Um dia você unira sua varinha com outra para evitar uma tragédia. E garantir que duas pessoas sejam felizes.”
Rony agora estava pálido. Com a varinha na mão direita ele pegou a varinha de Godric com a esquerda.
-Sabe o que fazer Ronald. Eu sei que sabe. Mas agora eu vou indo. – ele se dirigiu a janela e um túnel prata surgiu – A propósito, seus filhos são lindos não? Rose e Hugo, já parou pra pensar de onde voce e Granger tiraram esses nomes? – ele sorriu e sumiu como se o túnel o envolvesse.
Rony continuou andando pelo quarto pensando. Rose e Hugo? De onde será que tiraram esses nomes?
Colocou as varinhas na cama e se manteve olhando pra elas por um tempo que nem ele soube quanto.
Molly entrou no quanto somente para ver Rony, mas quando viu o filho fora da cama, deu um abraço tão forte em Rony que quase o sufocou.
-Graças a Merlin – exclamou ela ainda o abraçando – Pensei que você não acordaria mais...
-Mãe – disse Rony com dificuldade – Me larga! Esta me sufocando.
-Ah me desculpe querido. – ela o soltou meio desconcertada – Vou chamar seus irmãos.
-Não – Rony pegou a mão da mãe e a guiou até a cama – Tenho que falar com a senhora.
-O que houve Ronald? – perguntou Molly já preocupada – Você não esta se sentindo bem? Você...
-Mãe eu to ótimo. Mas preciso lhe contar uma coisa. Enquanto dormia, tive um sonho...
Ronald contou a Molly os mínimos detalhes do sonho que tivera. Molly ouvia a narrativa com lágrimas nos olhos. Rony lhe daria mais netos.
-... O nome escolhido era Rose e Hugo. Quando acordei, tive uma visita inusitada.
Molly ao ouvir os nomes deu um largo sorriso que sumiu ao ouvir a frase “visita inusitada”.
-Quem Rony? Era Malfoy?
-Não mãe. Era Godric. Godric Griffyndor. Ele me disse que será necessária uma união entre duas varinhas – Rony apanhou as varinhas na cama – a minha e a dele.
Molly nunca tinha ouvido falar disso.
-Mas meu filho, só uni-las?
-Foi o que ele disse. Talvez ele apareça novamente se a união não funcionar. Mas farei qualquer coisa pra salvar Mione. Tenho que tornar esse sonho realidade. Não me perdoaria se não conseguir torná-lo real.
-Tudo bem – disse Molly com um tom de confiança no filho – Você sabe o que faz. – ela ia saindo do quarto quando se virou pra Rony outra vez – A propósito, Harry passou nas provas. E Rose e Hugo, pelo que conta a lenda, eram pais de Godric. Ela nasceu trouxa e ele bruxo. Isso te lembra algo?
Rony sorriu. Era incrível saber que seus filhos teriam o nome dos pais de Godric Griffyndor. Um dos fundadores de Hogwarts.
-Hermione vai ficar tão feliz quando eu contar a ela. – ele disse para si mesmo diante do espelho – E mais feliz quando acontecer. Porque vai acontecer. Eu prometo!
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Hermione conjurou um espelho. O coque bem feito daquela manhã já não existia mais. O rosto bem maquiado estava pálido e um pouco manchado. Hermione chorara descontrolada desde que Malfoy a raptara e a deixara sozinha naquele quarto.
Ouviu Draco conversar com o bisavô na tarde passada. Draco disse que Rony depois do que aconteceu na casa de Xenófilo, não acordou. Já se passavam três dias e nenhuma noticia de que Rony havia acordado. Hermione já estava com o coração apertado pensando se Rony voltaria a acordar.
-Bom dia sangue-ruim – a voz de Draco entrou no quarto junto com o barulho da porta se abrindo – Não sei se sabe, mas seu namoradinho traidor ainda não acordou. – Malfoy deu uma risada maldosa e agarrou Mione pelos cabelos soltos – Isso pode ser bom e ruim. Depende de seu ponto de vista. – Draco a soltou no chão e deu as costas pra ela.
-Você sempre me deu nojo Malfoy – disse Mione no chão – e agora esta ainda pior.
-É bom saber que causo essa repulsa nas pessoas. Essa sensação que sinto ao olhar pra voce sangue-ruim.
-Meu nome é Hermione Granger,
-E o que importa? – Draco ia saindo quando se virou mais uma vez para Hermione – Quem ira te salvar se o Weasley não acordar nunca mais? – Malfoy bateu a porta e saiu rindo pelo corredor.
Hermione voltou a chorar. Imagens do rosto de Rony vinham a sua mente como se ela nunca mais o visse. O sorriso de Rony, a cara emburrada dele quando descobriu que Mione mantinha contato com Victor Krum. Tudo isso fazia Hermione chorar ainda mais.
Chorou por um tempo que nem Hermione soube quanto. Quando se sentiu aliviada, foi o momento que duas vozeias entraram gritando pelos seus ouvidos. Uma terceira voz desesperada a fez sorrir:
-Rose e Hugo parem de correr pela casa. Sua mãe vai me matar.
Hermione se levantou da cama, vestiu o hobby e desceu o primeiro lance de escadas.
No chão da sala, Rony rolava no chão abraçado a duas crianças. Um garotinho de rosto gorducho e cabelos cheios e claros. A garotinha de cabelos cor de fogo e os olhos de Rony.
-Me solta papai – pedia Rose rindo enquanto Rony lhe fazia cócegas.
-Agora é minha vez – Hugo se jogou sobre Rony que fechou os olhos forjando um desmaio.
-Papai – chamou Hugo – Acorda!
-Bú! – Rony assustou os filhos e até Mione parada na escada.
-Olha a mamãe acordou – avisou Rose – Bom dia mãe!
-Bom dia minha flor – disse Mione – Bom dia Hugo! – o garotinho correu até ela sorrindo e lhe deu um beijo no rosto.
-Bom dia querida – Rony veio em sua direção e lhe deu um beijo como os que ele lhe dera na juventude.
-De novo? – exclamou Hugo – Quando for pra Hogwarts não verei mais essas cenas melosas.
-Ainda falta muito pra voce ir pra Hogwarts. – respondeu Rony – E antes assim do que se estivéssemos brigando.
A imagem começou a sumir da mente de Hermione. Ela despertara na cama e uma luz iluminava seu rosto. Levantou-se e pegou a flor azul que brilhava ao seu lado. A flor que Rony, Harry, Ginna, Neville e Luna tambem tinham. O que será que isso significava?
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Duda decidiu não sair do quarto depois do ocorrido. Só saia para comer e mesmo assim contrariado. Uma vez lera em um dos livros de Harry, que era difícil magia demorar a se manifestar e ainda mais vindo de pais não bruxos.
-Duda – chamou Harry do lado de fora – Sei que você não quer sair, mas gostaria de falar com você.
-Sobre o que? – perguntou Duda.
-Sobre o que aconteceu com você.
Duda se sentiu meio acuado. Mas queria saber o que tinha acontecido. Levantou-se e foi até a porta. Abriu.
Harry estava parado olhando pra ele. Duda notou que ele estava com um sorriso no canto da boca.
-Posso entrar? – perguntou Harry.
-Claro, a casa é sua.
Harry sorriu. Duda havia mudado nesse tempo que passara com os Potter.
-Que mal lhe pergunte Harry, porque você esta feliz?
-Eu passei na prova para Auror. Mas não vim aqui pra isso. Vim pra falar do que aconteceu com você. Você é um bruxo também Duda.
Essas palavras pareciam dançar na cabeça de Duda. Ele nunca fora muito esperto, e uma noticia dessas exigia muito de sua mente.
-Não, meus pais não eram e...
-Mas minha mãe, sua tia, é. O sangue da minha mãe também corre em suas veias Duda. E ainda tem tia Mila. – Harry parecia feliz com isso, mas Duda nem um pouco.
Ele passara a vida toda ouvindo sua mãe repudiar Lilian e Tiago Potter e quando a carta de Harry chegou e ele começou a freqüentar Hogwarts, Valter e Petúnia faziam Duda manter a distância dele. Diziam que ele era estranho como seus pais.
No entanto, sentia algo muito estranho dentro de si. Uma sensação de que deveria pedir perdão a Harry por tudo que fizera a ele durante dezessete anos. Lembrar-lhe varias vezes de que ele era órfão, rir das roupas usadas que Harry era obrigado a vestir, ser covarde e bater nele quando tinha chance e estava com seus comparsas. Mas as palavras não saíram. Alias nada saia. Pareciam que a voz havia sumido.
-Duda – chamou Harry preocupado – Você esta bem?
-Sim – respondeu Duda com uma voz fraca – Só estava pensando. Lembrando de coisas.
-Seus pais?
Ele concordou com a cabeça.
Se não conhecesse Harry, poderia esperar que ele fosse descarregar dezessete anos de humilhação nele agora. Mas Harry não faria isso. Harry colocou a mão em seu ombro e olhou diretamente pra ele.
-Escuta Duda, ser bruxo não é ruim e você vai descobrir.
-Mas e o tal de Draco e...
-Duda, meu padrinho me disse uma vez que todos nós temos luz e trevas dentro de nós tudo depende do lado que escolhemos ficar. E acredito que seus pais de onde estiverem, ficaram orgulhosos de você se escolher o lado certo.
Pela primeira vez, desde que conhecia Harry, Duda lhe deu um abraço. Não soube explicar direito como essa ação aconteceu, mas assim ele decidiu: irai aceitar ser um bruxo e colocar justiça sobre quem matou seus pais.

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