O caderno chinês



Quase um ano havia se passado desde aquela noite de Dia das Bruxas. Sally Warren repousava calmamente na varanda principal da casa, na antiga marquesa francesa. Do jardim, sua irmã Morgan a observava, enquanto as meninas voavam pelo jardim atrás das fadas e gnomos, montadas nas novas vassouras infantis. Na mesa onde costumavam lanchar estava o antigo livro com uma estrela de cinco pontas na capa grossa.

Morgan simplesmente não sabia por onde começar. Como escrever a história da irmã? As meninas estavam mais conformadas, entretanto, principalmente Samantha, sentiam falta da mãe. A presença de Sally só podia ser sentida fisicamente. Cada vez por mais tempo, ela simplesmente apagava. Ficava horas sem falar nada, e quando voltava, era a Sally adolescente e engraçada, como se ainda estivesse em Hogwarts... Não lembrava o nome das filhas. Samantha desistira de obter alguma resposta e Samara continuava com medo da mãe, havia ficado ficou semanas sem dizer uma única palavra. Em estado de choque com o estado em que a mãe chegou. Morgan se sentia culpada por aquilo, ela e Dumbledore não poderiam ter deixado Sally aparatar daquele jeito. Mesmo que estuporando ela, deveriam tê-la levado para outro local!

Os cabelos loiros da bruxa estavam presos numa trança frouxa, a face rosada e cheinha tinha um expressão séria, que definitivamente não pertencia a ela; os olhos azul-celeste miravam as poucas linhas que escrevera... Como Sally conheceu Dimitri... Foi em Hogwarts, como muitos casais. Ele era da Sonserina, a família inteira tentou impedir. "Papai não disse nada..." pensou com amargura. Sally era a única que tinha ido para Grifinória; o pai, ex-grifinório, ficou muito feliz. Era o orgulho em pessoa! Não que ele deixasse isso transparecer, mas ela sabia que ele ficara um pouco desapontado quando Stockard foi para Corvinal e ela própria para Lufa-Lufa. Mas quando a mais nova virou uma grifinória...

Porém ele se enganou quando pensou que Sally seguiria seus passos, Ela aprontava mais do que muitos garotos! Foi a primeira a pegar uma detenção por ser pega fumando na escola... Morgan sabia que ela só fazia isso para desafiar o pai a dizer algo, mas ele jamais disse nada, muito menos quando a garota começou um romance nada platônico com Dimitri Grindelwald... Ela poderia ter escolhido qualquer um, mas não, tinha que ser aquele que papai detestasse.

Casaram-se um tempo depois de formados e foram morar em Londres. Tia Sonja e tia Mary, as tias que haviam criado as garotas depois da morte da mãe, ficaram mais do que triste...

Meses depois nasceu Samantha, o que foi uma benção. A menina fez Sally perceber que não podia mais viver como uma colegial; ela assumiu uma postura de mais responsabilidade... Dimitri sabia que a estava perdendo, não que ele não gostasse da filha, muito pelo contrário, mas ele não tinha maturidade para ser pai. E foi aí que as brigas começaram! Sally exigia algo que ele não poderia dar, porque simplesmente não tinha... Um ano depois nasceu Samara, Sally ficou assustada com a segunda gravidez... Dera uma chance ao marido para que criasse mais responsabilidade. E aparentemente foi o que aconteceu...

Mas quatro anos atrás ele decidira juntar-se ao novo exército que estava se formando, para tomar o poder absoluto sobre os bruxos.

Ele se enganou quando pensou que as Warren iriam apóia-lo. Não havia nenhuma família bruxa que fosse mais desprezada do que elas, é claro que quereriam se vingar do resto dos bruxos... Ledo engano. As Warren sabiam que as únicas culpadas pelo ódio que as outras pessoas sentiam por elas eram elas mesmas, e a vingança não traria nada de bom, apenas mais ódio.

Só descobriram há dois anos que ele realmente havia se juntado aos Comensais da Morte, como se auto-intitulavam.

Foi quando Stockard voltou da França. Morgan, que se casou apenas uma vez (o marido morreu três anos depois do casamento), morava com tia Sonja; tia Mary já tinha falecido nessa época. Sally deixou a casa e foi com as meninas para a propriedade da família. Dimitri foi atrás de Sonja, para que tivesse a família de volta. Sonja não deu permissão para que ele entrasse na propriedade... Uma semana depois, quando esta estava fazendo seu percurso que sempre fazia pela cidade, foi morta.

Bem, as Warren ainda não tinham entrado na guerra, mas agora a guerra estava declarada.

O ano que se seguiu à morte de Sonja Warren foi bem estranho. Sally passou a trabalhar arduamente ao lado do pai, o que era estranho, já que eles mal se falavam. Mas foi muito bom para os dois. Stockard se fixara de vez na Inglaterra, sua especialidade era a tática. Ia muito a Hogwarts conversar com Dumbledore... A especialidade de Morgan era o treinamento, ajudou a treinar muitos novatos que queriam se unir à resistência, e nisso descobriu muitos espiões infiltrados. Mas ela sabia que havia alguns que ela não conseguiu descobrir, ainda. O forte de Sally era o combate corpo a corpo. Desde então liderou muitas ações junto a Dumbledore e ao Ministério, mas tinha medo do que aconteceria se se encontrasse com Dimitri...

Bem, o temido encontro aconteceu. Fazia um mês que Sally não aparecia em casa... Dumbledore soube por fontes seguras que o que fez Lord Voldemort, o nome do bruxo que aos poucos estava tomando o poder, aceitar Dimitri foi o fato de que este prometera entregar as filhas ao Lord, para que assim tirassem o poder das meninas, ou então criasse as garotas para serem suas seguidoras. Samara ainda não demonstrara qual seria este poder, mas Samantha era a mais pura Warren. Desde de pequenina, quando queria algo, este ia até ela, e quando estava com muito raiva, ou descontrolada, as coisas começavam a se afastar dela. E poucos sabiam que de vez em quando a menina podia escutar os pensamentos das pessoas... Esse ela ainda não conseguia controlar, mas a própria Morgan e Stockard estavam ajudando-a com isso.

Quando soube disse um pânico se apoderou de Sally. Acharia Dimitri o mais rápido possível e evitaria que ele fizesse aquilo. As meninas estavam protegidas no Jardim, nenhum ser maligno podia entrar na propriedade.

No Sul das ilhas Hébridas, foi montado um acampamento de treinamento de Comensais da Morte. A fonte era segura. Um ataque foi montado, para desbaratá-lo e prender o máximo de seguidores das Trevas.

Sally passou um mês estudando o local, todos estavam apreensivos, o máximo que queriam era destruir o local e fazer algumas prisões. Foi o que houve, o local ainda não estava fortemente equipado, e Dimitri estava no comando.

A batalha foi dura, mas como contavam com Frank Longbottom à frente dos Aurores, entre outros bruxos de peso, tudo ocorreu como o planejado. Todos estavam presos, estupefados, menos Dimitri. Ele e Sally só foram encontrados mais tarde. Depois de esperarem, Dumbledore e Morgan, acompanhados por mais dois aurores, foram atrás dos dois, encontrando-os ao Norte do local.

Chegaram a tempo de ver Sally com seu antigo punhal de prata, que ganhou aos quinze anos, enfiado na garganta de Dimitri, que jorrava sangue... O rosto dela estava impassível, sem expressão alguma. Conjurou uma garrafa de vidro transparente e colheu o sangue, como quem estava ordenhando... Era uma cena aterradora. O sangue espirrando nela, melando... No final sua roupa e cabelos estavam encharcados com o sangue.

Todos estavam paralizados, ficaram olhando-a retirar o sangue. O corpo de Dimitri jazia inerte no chão de terra batida quando Sally se afastou dele e deu alguns passos para trás, encostando-se numa árvore. A sorte é que os únicos presentes eram Alvo Dumbledore, Morgan Warren, Artur Weasley e Frank Longbottom. Dumbledore foi o primeiro a se pronunciar. Depois de olhar para a mulher apática a sua frente, olhou para Frank e disse:

- Dimitri ficou enfurecido e tentou me agredir, depois de lutarmos o máximo que consegui fazer para me defender, foi necessário utilizar essa faca. - e conjurou uma faca, melando-a no sangue do morto - Os Grindelwald já nutrem ódio suficiente por mim para umas duas reencarnações, não há necessidade que transfiram esse ódio para Sally. E as meninas vão precisar da mãe... - o resto ele disse olhando para Longbottom, estava mais do que claro que Artur e Morgan jamais negariam o que o diretor de Hogwarts havia dito. Apesar de ser contra os princípios de Frank, em respeito ao professor e amigo, ele entendeu as razões dele e aceitou confirmar aquela versão no ministério. Mas ninguém ali naquela noite conseguia entender os motivos daquela cena... Se havia sido mesmo necessário matá-lo, bem, que o fizesse, mas não era necessário algo tão brutal. Provavelmente ele ainda estava vivo quando ela começou a tirar seu sangue. Ninguém notou quando Sally aparatou para casa.

Morgan escreveu algumas linhas e suspirou. Se forçou a sorrir quando Samara passou por ela soltando beijinhos... As meninas estavam crescendo a olhos vistos. Samara estava cada vez mais impossível, lembrava muito o jeito da mãe, antes dela ficar naquele estado catatônico. Só Samantha que cada vez mais se fechava em seu mundo. Não que ela não se comunicasse com as tias e interagissem. Muito pelo contrário, com a irmã era o mais amável possível, e quando os garotos Weasley, as únicas crianças com quem tinham contato, já que agora estavam proibidas de saírem do Jardim, para sua própria segurança, iam para lá, ela se divertia bastante. No entanto, com o mais velho, Guilherme, havia certa competição de liderança. Mas as tias sentiam que ela estava distante, ficava horas perdida em pensamentos... Uma criança de dez anos não deve ficar perdida em pensamentos! Ela também passava horas lendo na biblioteca, principalmente o velho livro de Magia da família Warren. Lia muito rápido, a tia só não sabia o que ela tanto procurava. Uma vez perguntou a ela, e a resposta foi um fraco:

- Aprender o suficiente para quando eu for para Hogwarts.

Agora, ela e Stockard não deixavam mais as meninas sozinhas, nem com os elfos, pois elas já estavam grandes o suficiente para enganá-los, mas novas demais para ficarem a sós com uma mãe com problemas psicológicos. Enquanto Stock estava fora, Morgan ficava, e assim iam revesando...

Das profundezas de seus pensamentos avistou a irmã mais velha sair da casa em direção à ela, na mesa de lanche.

- Pronto, já escrevi a história toda. - disse quando a irmã se sentou ao seu lado, acenando para as sobrinhas que estavam do outro lado do jardim perseguindo alguns gnomos fujões. Stockard pegou o livro e apontou a varinha dela. Antes que ela proferisse o feitiço, Morgan fez uma última tentativa.

- Tem certeza? Você sabe muito bem que não é uma boa idéia esconder nada das crianças... Principalmente crianças Warren. Um dia elas vão saber o que houve!

- Enquanto eu puder evitar que esse dia chegue, eu o farei. Morgan, elas já sofreram demais... Samara ainda tem pesadelos e Samantha... Bem, ela adquiriu essa insônia terrível! Eu sei que não posso protegê-las para sempre, e que elas ficarão furiosas quando souberem a mentira que todos sabem... E depois, quando formos obrigadas a contar realmente que a mãe delas simplesmente o matou... - a bruxa morena agora olhava para as sobrinhas ao longe por baixo de seu chapéu de palhinha - Não, não, Morgan! Samantha adorava o pai, e a mãe nem se fala... Quando elas tiverem idade suficiente para digerirem isso tudo, aí sim nós contaremos a elas, agora me dê a sua mão - a loira obedeceu a irmã mais velha, e colocaram o livro aberto na página que esta acabara de escrever. Ainda de mãos dadas, as duas murmuraram juntas "Seguris visibilis". Pronto. Ninguém mais poderia ler o que estava escrito naquelas páginas, apenas elas.





Querida Samantha,



Na minha breve viagem a China, pensei muito no que você disse. Que você sentia falta de conversar com sua mãe, e que só ela entendia seus segredos... Bem, meu anjinho, continuo achando que você deve tentar se abrir com suas tias...

Mas como este seu velho avô não tira você e sua irmã dos pensamentos... Quando coloquei os olhos neste caderno, seus olhinhos violetas vieram a minha mente!

Sempre que quiser escreva nele. Pode ser algo divertido que aconteceu no seu dia, ou um pensamento interessante. Algo como: "Nunca deixa para comer amanhã o que você pode degustar hoje!"

Não, ele não é enfeitiçado, é apenas um lindo caderno de capa de seda chinesa. E sei que é chato ficar trancada em um local, mas divirta-se o máximo que puder. Quando você for para Hogwarts, eu te mostro como colocar um feitiço nele para que só você possa lê-lo.

Beijos para você e o meu diabinho loiro!


Com amor e saudades,

Vovô Biruta


ps.: Além do caderno, espero que você e Samara gostem dos outros presentes.




A menina dobrou o bilhete e colocou-o no envelope. Era revoltante! Seu avô fora à China, França, entre outros países, e ela era obrigada a ficar trancafiada naquela casa. Lembrava-se sempre da viagem que fizera com os pais para a Grécia... Foi ótimo, simplesmente o momento mais maravilhoso de sua vida. Mas aos poucos ia se esquecendo, já não lembrava se tinham ido de barco para Porto de Pireu e voltado de portal, ou se tinha ocorrido o contrário...

Os contornos do pai já estavam sumindo... Tentara desenhá-lo, em vão, ela não tinha herdado este dom das Warren, não tinha um risco que saísse direito. Não havia fotos dele na casa, ela tinha certeza de que a mãe havia deixado tudo em Londres, mas fazia dois anos que o único local que ela visitava era A Toca. Mas lembrava-se da voz dele. Não exatamente, mas lembrava o que ele lhe dizia quando estavam a sós. O pai pegava-a no colo, fazia festinha, geralmente jogava ela para o alto, e depois dava vários conselhos, para quando esta estivesse em Hogwarts:

-São quatro casas: na Lufa-Lufa só tem panacas, os da Corvinal são um bando de sabe-tudo, e os da Grifinória acham que são os donos do local só porque o diretor foi um deles. Bem, Sam, tem a Sonserina, é claro que você irá para lá. É a melhor casa, onde estão os melhores. Você vai adorar... É claro que tem regras, mas com os seus poderes e com as minhas dicas você poderá burlar-las sem a menor dificuldade...

Ele sempre acrescentava que ela não deveria repetir aquilo para a mãe. Não que aquilo fosse errado, mas a mãe não gostava muito que falassem mal dos amigos grifinórios, só isso... E aos poucos Dimitri Grindelwald conseguiu que a coisa que Samantha mais desejasse fosse ir para Sonserina. Depois da morte do pai mais do que tudo. Aquele seria o único jeito de relembrar o pai.

Olhou para a enorme cama de madeira clara, tinha alguns presentes que o avô trouxera, fazia uma hora que ele havia chegado e poucos minutos que havia partido. Era sempre assim, a guerra consumia os adultos daquela família, e às duas meninas restava ficar a maior parte do tempo sozinhas, porque mesmo na companhia das tias, estas sempre estavam ocupadas ou preocupadas com algo...

Teve uma época em que o passatempo predileto da menina, além dos livros, é claro, era deixar os elfos-domésticos loucos fazendo pedidos absurdos, como vestidos impossíveis de se costurar e mandá-los limpar o quarto dela cinco vezes ao dia. Quando Stockard descobriu isso, fez com que a menina limpasse o próprio quarto cinco vezes, é claro que na segunda vez ela já estava exausta. E a partir daquele momento passou a tratar melhor os pobres seres...

As tias continuaram a educação das meninas com aulas de Gramática e de Aritmética; tinham Prática Básica da Bruxaria Antiga, administrada por Sotckard. Essa disciplina não era mais dada em Hogwarts, pois o conselho achava desnecessária. Dumbledore tentou mudar isso, mas o conselho decidiu não perder tempo com tolices antigas... As Práticas se baseavam nos artifícios utilizados na antiguidade quando as varinhas ainda não tinham sido aperfeiçoadas e poções e feitiços eram coisas muito pessoais. Os bruxos que não podiam ir para uma escola de bruxaria aprendiam tais práticas com os mais antigos...

As Práticas poderiam ser simples técnicas de meditação, como ficar sentado no chão em frente a uma poça d'água e se concentrar nela. Essa técnica tinha um efeito bastante satisfatório na Intuição do bruxo, como o desenvolvimento de técnicas mais elaboradas para se compreender a Vida e a Morte... Essas não eram muito indicadas para leigos, já que a pessoa poderia compreender demais!

Tinham aula pela manhã, depois do almoço faziam as tarefas. Às vezes, no final da tarde, Morgan ensinava piano às meninas. A única que conseguia tirar alguma nota do instrumento era Samantha, mas ela estava muito longe de ser e até mesmo de querer ser uma grande pianista. Depois brincavam até a hora do jantar e depois de ficarem um pouco conversando com as tias, iam dormir.

A rotina não era muito massante, já que Morgan dificilmente conseguia cumprir com os horários estipulados por Stockard, as duas acabavam brigando e essa era uma das partes mais divertidas do dia.

A menina começou a desembrulhar os presentes... Pauzinhos chineses, os utilizados à mesa, também os que as chinesas utilizavam para enfeitar os cabelos; quimonos de várias cores e tecidos diferentes e duas vestes tradicionais chinesas: uma blusa vermelha com um bonito bordado preto e um vestido amarelo. Este ela achou muito curto, mas logo notou que provavelmente tia Stock tinha enfeitiçado as vestes para darem na menina enquanto ela crescia...

- Samantha, você gostou do que ganhou? - Samara entrou sorrateiramente no quarto, jogando-se em cima da cama, já vestida com o vestidinho de seda chinês azul que também ganhara do avô.

- Gostei. Você vai assim para a casa dos Weasleys?

- Vou, gostou? - antes que a menina respondesse, Stockard estava encostada na porta do quarto.

- Mas não vai mesmo! Eu já mandei você trovar de roupa, mocinha! Até parece que vocês ficam civilizadas lá para usarem uma roupa tão cara e bonita. Samantha, coloque aquela sua jardineira de jeans, ela é mais resistente. - essa última parte ela falou pegando a sobrinha mais nova e conduzindo-a para o quarto desta.

Samantha foi trocar a roupa, ela gostava d'A Toca, mas achava aquilo tudo muito agitado e as crianças menores choravam o tempo todo, principalmente o mais novo. A sorte da Sra. Weasley era que Stockard sempre levava dois elfos-domésticos para ajudá-la.

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