Salamandras na lareira



- Destino!

- Ora poupe-me, Morgan! Está mais do que claro que os homens desta família estão fadados a morrer! - disse Sotckard sentada no banco de passageiro do Ford Anglia que Morgan adorava dirigir, enquanto as duas meninas estavam sentadas no banco de trás, assistindo a mais uma discussão entre as tias - E o meu pobre Jean-Luc? Ele sabia montar como ninguém!

- Destino! - cantarolou a loira, desviando de um bando de vacas que pastavam junto a estrada; tinham pego a via principal para chegar À Toca. Era mais rápido por dentro da propriedade, mas o caminho não era adequado para um carro, "banheira velha!" como dizia Stockard, e as meninas não podiam aparatar.

- Pierre? Benoit? Hum? - insistiu a morena.

- Destino e destino!

- Maldição! E o seu Ethan? Morrer daquela forma estúpida! Ninguém morre de febre hoje em dia! Principalmente um homem forte como ele! - a loira olhou de cara feia para a irmã mais velha, parecia que ia responder algo, mas desistiu. Respirou fundo. Stockard entendeu que o assunto tinha acabado. Mas depois de um tempo, Morgan falou:

- Não deveria falar essas coisas na frente delas! Vão acabar como eu: não querendo casar nem obrigadas!

- Mas mesmo assim você casou! E se eu falo na frente delas é porque elas têm que estar preparadas! Samantha vai para Hogwarts em Setembro, ela tem que saber o que irá escutar por lá! - as meninas sempre achavam graça na maneira como as tias brigavam, mas no final acabavam fazendo as pazes. Morgan era de longe a mais descontraída das duas. Era sempre ela quem fazia as palhaçadas, ela e seu Ford Anglia turquesa, que comprara numa feira em Southamptom. Stockard achou desnecessário, mas as meninas acharam genial. Ela havia se casado com Ethan Silver, dono de uma das maiores fábricas de vassouras esportivas da Inglaterra, a Silver Com., mesmo tendo prometido a si mesma que jamais o faria. Três anos depois do casamento ele contraiu uma doença que ninguém soube identificar. Teve febre durante dois dias e depois faleceu. Foi quando ela voltou a morar com as tias na antiga fazenda.

A viagem seguiu tranqüila até a cidade depois de pegarem a estradinha de terra que dava na casa dos Weasley.

Estacionaram na frente do celeiro e foram recebidas por Guilherme e Carlinhos. Os dois estavam com as roupas empoeiradas.

- Nossa, como vocês demoraram! - disse Carlinhos puxando a mão de Samara - Vamos, eles estão nascendo desde de manhã cedo! - Morgan e Stockard só escutaram um "tchau, tia!" bem distante, já que o ruivo impaciente havia puxado a menina pela mão.

- Samantha, comporte-se e tente fazer com que a sua irmã também se controle. Guilherme, meu querido, sua mãe, onde está?

- A última vez que eu a vi ela estava dando ordens aos elfos domésticos de vocês e depois foi ver o Rony que estava chorando.

- Vamos deixar o carro aqui, falar com ela e em seguida aparatamos. Tchau, meu anjinho. - despediram-se das duas crianças e caminharam até o antigo chiqueiro do Jardim, que agora era uma casa torta.

Gui ficou olhando a menina de cima abaixo com um sorriso sarcástico.

- O que foi? Perdeu alguma coisa aqui? - perguntou Samantha mal-humorada.

- Você continua baixinha! - disse o ruivinho apontando para a menina. Apesar de serem da mesma idade, Gui era mais velho apenas alguns meses, e sendo a menina um pouco menor que ele, o garoto não perdia a oportunidade de importuna-la com isso.

- Oh... Falou o gigante em pessoa! Diga lá, trasgo montanhês, quantos metros você já atingiu? - respondeu sarcástica, enquanto caminhavam em direção ao celeiro.

- Engraçadinha! Eu vou ser alto feito o meu pai, ta certo!?

- Sei... O Percy não vai ficar com a gente, vai? - perguntou mudando de assunto. Brigar com Guilherme já estava perdendo a graça.

- Não, mamãe mandou ele e os gêmeos para a casa da vovó... O Rony está doente, ela não teria tempo. E a gente sabe se virar sozinho... - disse com os olhos brilhando. A frase seria melhor interpretada como: nós já aprontamos muito, mas Samantha achou melhor fingir que não entendeu.

Chegando ao interior, lá no final, perto da porta anterior, estavam Samara e Carlinhos, agachados no chão cheio de palha, e do lado deles estava o senhor Weasley, aparentemente colocando mais palha em um determinado local. Este, depois de cumprimentar a recém chegada, acrescentou:

- Pronto, crianças! Agora, não se esqueçam de que vocês não podem ajuda-los a nascer. Eles têm que fazer isso sozinhos, para crescerem sadios.

- Tio Artur, quando eles nascerem eu posso ficar com um? - perguntou Samara com os olhinhos brilhando.

- Minha querida, eles precisam crescer ao lado da mãe. Ela é quem vai ensiná-los como nadar e como voar. Mas façamos o seguinte: nós vamos transferir eles para o rio, quando eles estiverem prontos. Aí você poderá vê-los sempre que quiser. - com o sorriso da menina ele se deu por satisfeito. Bateu as calças retirando um pouco de areia - Bem, crianças, agora eu realmente tenho que ir. Gui e Samantha, cuidem dos mais novos e, por favor, não dêem trabalho a tia Molly, hoje ela está péssima, ela tem o Rony para cuidar e ele doente é o suficientemente irritat... - ele não terminou a frase, fazendo as crianças rirem - Que pena, não poderei paquerar com o carro da Morgan, mas elas ainda devem estar conversando com Molly e eu não serei o último a chegar, e sim elas. - Deu um beijo nas crianças, deu uma última olhada para o enorme portal do celeiro de onde dava para ver a parte da frente do carro turquesa e aparatou.

Samantha se aproximou do ninho. Dava apenas para ver um monte de palha e alguns ovos se rachando devagar, e a mamãe marreca ao lado, olhando desconfiada para os quatro presentes. Samara e Carlos estavam a semanas esperando ansiosos para que os ovinhos eclodissem, mas ficar observando lentamente aquilo era realmente maçante para as outras crianças presentes.

- Nós não vamos passar o dia aqui vendo isso, né? - quando Guilherme viu as caras de reprovação dos mais novos para ele, emendou logo - Há coisas mais divertidas para a gente fazer!

- Como por exemplo? - perguntou Carlinhos, que era apenas um ano mais novo que o irmão. Era muito mais sardento do que este, tinha olhos escuros diferente do resto da família, mas os cabelos flamegantes estavam lá para comprovar que era um legítimo Weasley. - Jogar quadribol?

- Tia Stock não deixou a gente trazer as nossas vassouras! - disse Samantha, que ainda não tirara os olhos dos ovinhos - Mas bem que a gente podia explorar a propriedade!

- Não. Mamãe disse para não irmos para longe, e toda vez a gente faz isso.
Ficaram um tempo discutindo o que fariam para aproveitar o resto da manhã. Depois de mais uma discussão, acabaram por escolher importunar os gnomos do jardim. Não era exatamente uma desgnomização profissional, apenas atraíam os gnomos para fora dos buracos de terra e faziam eles ficarem tontos...



Quando Morgan e Stockard entraram na cozinha, avistaram Molly Weasley depositando delicadamente o bebê mais novo da casa num moisés de palhinha em cima da mesa, e depois levar as mãos às costas com uma expressão de dor no rosto.

- No seu estado você não deveria mais está carregando peso, Molly, o pequeno Ronald já não está mais tão pequeno assim.

- Schiiii... Morgan, Artur ainda está no celeiro com as crianças! Eu ainda não contei...

- Pois já deveria ter contado! Ora, vamos, Molly! Deixe de teimosia, mulher, ao menos permita que os elfos fiquem aqui para ajuda-la. Temos tantos! - disse Stock já impaciente. Molly sorriu meio cansada para as duas bruxas que entraram na sua cozinha e se sentou numa cadeira ao lado da mesa. - Repito o que disse, Morgan. Não deveríamos deixar as meninas aqui. Molly não...

- Não! As meninas não dão trabalho algum. Eles passam o dia aprontando por aí! E os elfos, que vocês mandaram mais cedo, já fizeram quase tudo. E os mais novos estão com os pais de Artur, não terei trabalho algum. - protestou a ruiva.

- Está bem. Mas você querendo ou não os elfos ficarão aqui até esta menininha nascer...

- O que foi que você disse? - Molly interrompeu Morgan.

- Você não precisa ir a médico algum... Eu tenho certeza que será uma linda ruivinha dessa vez. - disse Morgan tocando levemente nos ombros de Molly, que simplesmente deixou as lágrimas rolarem. Stock olhou para ela preocupada.

- Nossa, Molly, eu sabia que você queria uma menina, mas não tanto!

- Não é isso. Bem, é… Também... ahh! - suspirou tentando enxugar as lágrimas. Morgan pegou um pouco de água para ela e depois de beber um gole, ela conseguiu falar - Estou tão cansada... Amo meus filhos, mas isso tudo me cansa, e Artur... Bem, nós brigamos hoje... Eu ia contar para ele que estou grávida, mas ele veio com aquela conversa sobre dinheiro de novo. Ele está num dilema... Eu acho muito perigoso o trabalho dele, mas ele diz que precisamos do dinheiro. Ele ganha bem, eu admito isso, mas eu prefiro que fiquemos mais apertados a ter meu marido morto - as lágrimas já tinham voltado a rolar na face cheia de sardas.

- Você já soube o que houve com o casal Bone, não foi? - perguntou Stock. Edgar Bone era um dos principais aurores do Ministério, era um dos chefes de Artur. Diferente de Artur, que ficava no silêncio, pois poucos sabiam que ele era um auror, Edgar Bone era o que ficava mais exposto, dando explicações ao Ministério, para que este se comunicasse com a população. Ele e sua esposa, Meredith, tinham deixado a filhinha deles, Susana, na casa da irmã dele, pois iam a um jantar na casa dos amigos, quando vários encapuzados apareceram do nada e os mataram. Os Comensais da Morte não costumavam agir em plena luz do dia, mas eles estavam ficando mais atrevidos.

- Já! A menininha deles estaria morta se eles ainda estivessem com a pobrezinha! Eu morreria junto de Artur se fosse preciso, iria ao céu e ao inferno pela minha família, mas eu não suportaria vê-lo morrer! E as crianças? Elas são tão pequenas ainda...

- Molly, por favor, acalme-se. - disse Morgan colocando Rony no colo, pois este tinha acordado com o choro da mãe - Não podemos deixá-la sozinha com os quatro e este pequenino. - Sotckard fez uma garapa para ela; no estado que ela estava, não podia tomar calmantes. Depois que ela bebeu, Stockard se sentou na frente dela.

- Molly! Primeiro: cuidado com o que diz, ir ao céu tudo bem, mas ao outro local… Bem, minha querida, acredite em mim, não é nada agradável. Segundo: Artur já me falou que gostaria de deixar o emprego, mas não quer ao mesmo tempo por conta do dinheiro. Pois bem, eu mesma já disse a ele que ele paga a prestação da casa porque quer! Eu não cobraria nem um centavo a mais... - fez uma pausa, sabia que não deveria se meter tanto e que Molly não gostava nem um pouco - Estamos em guerra, Molly. Muitas famílias já se desfizeram e foram mortas nestes anos sangrentos que estamos vivendo. Mas se lutamos é justamente para que nossas crianças tenham direito a crescerem na mesma liberdade que nós tivemos! Escute o que digo: está acabando! Eu posso sentir isso no vento, no ar ao meu redor. Sei que vamos ter um pouco de paz; não sei como, mas teremos... - os olhos azuis da bruxa agora brilhavam intensamente, como jamais Molly tinha visto; ela não pôde deixar de tremer um pouco. Stockard se levantou, nessa altura Morgan já tinha levado o bebê e o moisés para a sala. - Desculpe-me, querida! Você tem todo o direito de estar nervosa. E me desculpe por me intrometer tanto assim em sua vida e da sua família, é que... eu quero muito bem a todos vocês.

- Eu sei, Stock, eu sei... E eu compreendo tudo o que você está dizendo, mas às vezes ficar aqui é tão cansativo. - nesse momento Stock olhou para ela, enquanto Morgan voltava da sala, tinha deixado o pequeno Rony dormindo dentro do moisés em cima do sofá. Com um olhar repreendedor, como se lesse os pensamentos da bruxa a sua frente, Molly emendou - Eu sei que a escolha foi minha, e acredite: eu não me arrependo, apenas fico mais cansada com a gravidez. - depois de um silêncio curto, a ruiva perguntou - Sally vai ficar sozinha?

- Não há problema em deixá-la com os elfos, qualquer problema Blinkie vai até Hogwarts nos comunicar. - respondeu Morgan - Molly, sinto muito, mas precisamos ir. Estaremos em Hogwarts, qualquer problema mande um dos elfos nos chamar lá. Eu ou Artur viremos imediatamente. Estamos mais do que atrasadas !

- Não se preocupem, eu ficarei bem. Vão que eu preciso ver o que é que aqueles pesti... doces anjinhos estão aprontando! - Morgan sorriu da piada. As duas se despediram dela, e com dois estalidos quase simultâneos, desapareceram.



A manhã correu prazerosa. Depois da "desgnomização", as crianças colheram cogumelos para a senhora Weasley e ajudaram-na a colher algumas verduras da pequena horta, para incrementar o almoço. Carlinhos e Samara se revezavam nas idas ao celeiro para ver se tudo caminhava bem com seus filhotes, a maioria já tinha nascido.

- O almoço estava uma delícia, tia Molly. - disse Samantha, que já tinha terminado o seu prato.

- Obrigada, querida. Mas você não vai querer mais, não?

- Não, obrigada. Estou satisfeita. - Molly olhou desconfiada para a garota de cabelos pretos a sua frente. Samantha não costumava ficar satisfeita. Geralmente ela repetia o prato duas, três vezes.

- Alguém vai querer sobremesa? - bem, isso não é pergunta que se faça a crianças! Molly deixou eles terminando o almoço na sala enquanto foi pegar o creme de damasco que tinha preparado. Não se acostumara a ficar pedindo tudo aos elfos. Não se acostumaria nunca ao luxo em que as Warren viviam. Não que seus pais tivessem tido dificuldade. Seu pai, Ronald Blair, era um funcionário da parte burocrática do Ministério. Quando este se aposentou, foi morar junto com a esposa, Hannah, numa simpática colônia para bruxos da boa idade em Jersey, já que sua única filha casara-se assim que saiu da escola e ia muito bem. Quando chegou na cozinha, os elfos que já tinham terminado tudo e estavam limpando a cozinha de novo. A jovem senhora separou o creme em tigelinhas e arrumou tudo numa bandeja. Estava a caminho da sala quando escutou Guilherme chamando:

- Mãe! Vem rápido! - o chamado não era de uma criança que queria comer logo a sobremesa, e sim de alguém assustado. Molly deixou tudo cair no chão assustando os elfos, que imediatamente se puseram a limpar.

Correu até a sala. De início não avistou as crianças sentadas nas almofadas, mas depois notou que estas estavam próximas a lareira, que estava acesa. Aquilo era muito estranho, já que ninguém acenderia uma lareira no início do verão. Estava muitíssimo quente!

- Se afastem da lareira, agora! - os meninos obedeceram ela imediatamente, assim ela pôde ver que o que estava acendendo a lareira na verdade eram inúmeras salamandras. Samara não se afastou, e ficou olhando vidrada para elas, que subiam e desciam pelas paredes de tijolos.

Existem vários tipos de salamandras: algumas inofensivas, que não sobrevivem fora do fogo. E outras que conseguem ter sua própria chama e podem ir para onde bem entenderem, alastrando incêndios e queimando o local por onde passavam. Este último tipo era o que estava saindo da lareira da casa.

- Samara, saia daí! Vamos, menina, dê um passo para trás! - a menina parecia não escutar. E para o desespero de Molly ela ergueu o bracinho, querendo alcançar os animais que não paravam de brotar da lareira. Os meninos estavam apavorados, encostados na parede.

Samara não parecia escutar a mulher que gritava para que ela se afastasse da lareira. Uma das salamandras pulou para o braço de menina, o que veio acompanhado de um grito de pavor da mulher. Mas, curiosamente, a menina não gritou com a queimadura, porque esta simplesmente não existia. Ela estava achando bem divertido as cócegas que o animalzinho fazia.

Molly olhava em pânico para a garota, não sabia o que fazer e seu pavor aumentou quando outras salamandras pularam encima da garota. Em poucos segundos, eram dezenas de salamandras flamejantes percorrendo o corpo da menina. Só agora ela parecia perceber o que estava acontecendo e começou a se debater, pois havia muitas, e já a incomodavam e queimavam suas roupas.

Com o choro da menina, Molly entregou o moisés a Guilherme, que conseguiu segurá-lo com a ajuda do irmão e de Samantha e saíram da casa, ordenados pela bruxa. Molly apontou a varinha na direção da menina e bradou inúmeras vezes: Petrificus crio. As salamandras que eram atingidas iam caindo congeladas, mas outras estavam se espalhando pelas paredes da sala. Quando Samara estava livre das salamandras, Molly pegou a menina e apagou o fogo que tinha se formado na roupa dela.

Chegando do lado de fora, estavam seus dois filhos mais velhos, Samantha, que abraçou a irmã, e os elfos.

- Vão direto para o Jardim, e diga para Blinkie ir até Hogwarts chamar Artur, é para ele ir para o Jardim. Nós estamos indo para lá!

- Mas como? Andando? - perguntou Gui ao entregar o cestinho com o irmão para a mãe.

- Não. De carro. Vamos todos para o carro...

- Tia Molly, você sabe dirigir? - perguntou Samantha, ajudando a acomodar os outros no banco de trás. O bercinho foi na frente, no banco de passageiro. A sorte é que o bebê resolveu colaborar e apenas olhava com seus olhos azuis e curiosos para as pessoas ao seu redor.

- É claro que não, minha querida! Mas não se preocupe, apenas se segurem. - disse isso batendo a porta do carro e olhando para ver se todas as crianças estavam lá. "Falta o gêmeos e o Percy! Calma, Molly, eles estão na casa dos seus sogros!" respirou fundo depois desta constatação e deu duas batidinhas no volante do carro...

- Vá voando para o Jardim das Fadas! - ela tinha usado uma figura de linguagem, mas o carro obedeceu ao que "escutou" realmente e levantou vôo. No começo ela se assustou, mas achou melhor devido a urgência de tirá-los de lá!



A viagem foi um pouco conturbada, já que o carro não estava acostumado a voar, e muito menos Molly a pilotá-lo. Mas valeu a pena ao avistar o casarão tão rápido.

Chegou a hora de pousar. "Mas como fazer isso?" Molly pensou aflita. Talvez o carro não tivesse sido uma boa idéia… Ela inclinou a direção para frente para ver se o carro a obedecia, mas nada aconteceu. Mechou no câmbio da marcha, aí o carro engasgou e começou a diminuir a velocidade e a altura gradativamente... Mas e quando chegasse ao chão? Como pararia aquela coisa? A velocidade da queda foi aumentando... Molly gritou para as crianças que estavam no banco de trás se segurarem e segurou o bercinho de palha com força, colocando uma das mãos na barriga do bebê para protege-lo do impacto.

Mas esse não veio. O que Molly sentiu foi apenas um leve sacolejo quando as rodas do Ford Anglia turquesa pousaram em algo... O carro pousou encima de uma árvore, pois lá de cima ela podia ver, na varanda do sobrado, Sally Warren acenando feliz e aplaudindo como se estivesse assistindo a um espetáculo. No andar abaixo dela, ela reconheceu Alvo Dumbledore, seu antigo mestre, apontando sua varinha para o carro, enquanto alguns bruxos e bruxas saíam da casa em direção a árvore-estacionamento.

O carro continuava acelerando, já teriam caído se eles não estivessem presos em algum galho... Molly, como um último ato de desespero, apontou a varinha para a direção do carro, pois este já ansiava por voar novamente, e bradou: Finite incantatem. O carro se desligou com um estalo e eles tombaram para a frente.

O carro tombou várias vezes, amassando a lataria e furando as rodas... Algumas vidraças quebraram e as crianças gritaram. Quando finalmente parou de tombar, Molly sentiu ser tirada do carro e arrastada...

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