Capítulo 7
7) Capítulo 7
- Então, querido? Que banda prefere que toque em nosso casamento? – Katherine questionou. Ela tirou os olhos do pergaminho, e encarou o moreno que sentava a sua frente. Harry não parecia realmente presente, estava com uma taça nas mãos e seu olhar estava fixo em um ponto qualquer – Harry? Harry?
- Sim? – ela revirou os olhos, irritada.
- Você não estava ouvindo nada do que eu dizia, não é?
- Sinto muito, Kathe. – Harry largou a taça sobre a mesa.
- É do nosso casamento que estou falando, Harry! Você estava me ajudando com os preparativos, dando sua opinião, mas de repente, você perdeu todo o interesse!
- Não perdi o interesse pelo nosso casamento, apenas estou com preocupações a mais em mente.
- Não, o nosso casamento deixou de ser uma preocupação para você, pois tudo que você pensa agora é em Hermione! – Katherine ficou de pé subitamente, fazendo-o piscar. Ele ficou de pé também, pegou a carteira e deixou algum dinheiro sobre a mesa, e a seguiu.
- Katherine! – a alcançou já do lado de fora do restaurante – Eu sinto muito. Eu me importo com nosso casamento, e muito. Eu quero que seja minha esposa. – ele a segurou pelo queixo, forçando-a a encará-lo.
- Não está parecendo mais.
- Me desculpe. – Harry a abraçou, beijando-a no topo da cabeça – Eu prometo que tentarei participar mais dos preparativos do nosso casamento.
- Está bem. Eu te amo. – ela sussurrou, fazendo-o sorrir.
- Eu também. – ele se afastou um pouco, e entrelaçou a mão à dela – Quer voltar ao restaurante?
- Não. Meu horário de almoço está terminando mesmo. Preciso voltar ao trabalho.
- Levo você até lá. Depois, passo na casa do Rony para buscar a Mione.
- Okay. Remus já conseguiu encontrar aquela médica?
- Ele tentou falar com ela via coruja, mas como ela não respondeu, ele achou que Rose sequer leu quando percebeu que fora enviada por ele. Então, ele partiu para a Holanda para tentar falar com ela pessoalmente.
- Estranho ela não querer falar com ele... Qual será a razão? – ela perguntou enquanto caminhava ao lado do noivo.
- Eu não faço idéia. – disse sinceramente, mas deu um pequeno sorriso discreto.
***************
Já estava parado ali há quase meia hora. Chegara à Amsterdã e seguira direto para o endereço onde ficava o consultório dela. Porém, estava tendo dificuldades para encontrar coragem e reencontrá-la. Estava começando a entardecer, então, respirou fundo, e finalmente entrou. Dirigiu-se para um balcão, e uma moça lhe sorriu.
- Posso ajudá-lo, senhor?
- Tenho uma consulta marcada com a doutora Rose. – ele respondeu.
- Qual seu nome, por favor?
- Jack Wilson.
- Consulta marcara para às cinco horas, certo, Sr. Wilson? – ela questionou, com um sorriso.
- Isso mesmo. – Remus riu, nervosamente.
- Pode sentar e aguardar, que o chamarei quando a doutora for atendê-lo.
- Obrigado. – ele seguiu para um dos sofás que existia ali, e pegou uma revista qualquer. Rose provavelmente ficaria furiosa quando descobrisse que ele usou uma identidade falsa para conseguir a consulta, porém, aquela fora a única forma para forçá-la a vê-lo.
Aguardou por cerca de quinze minutos, quando a secretária chamou seu “nome”. Largou a revista, e a seguiu. Adentrou por um corredor, e parou quando a moça indicou uma porta. Ela bateu e ao ouvir a permissão, a abriu. Depois, acenou para Remus e saiu. Ele entrou, e fechou a porta atrás de si.
- Boa tarde, senhor Wilson. – Rose cumprimentou enquanto lia um pergaminho que tinha em mãos. Quando seu olhar buscou o “paciente”, ela estreitou os olhos – Eu sabia que você apareceria, só não imaginava que fosse dessa maneira.
- Sinto muito, Rose. Eu sei que não me receberia se eu me identificasse como Remus.
- Você está certo. – ele a olhou com atenção. Era a mesma Rose de quase quinze anos atrás, porém, mais madura e envelhecida. Seus olhos castanhos mantinham o brilho de outrora, porém seus cabelos igualmente castanhos estavam mais curtos agora.
- Preciso de sua ajuda. – ele disse ao notar a aliança no dedo esquerdo dela.
- Existem vários outros medibruxos na Inglaterra, e estou muito ocupada no momento. Você deveria ir agora, e me deixar atender quem realmente necessita de minha ajuda.
- Eu preciso de sua ajuda, e para você ter uma idéia da gravidade da situação, eu precisei sair da Inglaterra para encontrar a melhor. – disse sentando na poltrona a frente dela.
- Não vai conseguir nada me bajulando, e você sabe disso.
- Disse apenas a verdade. Porém, além disso, eu também precisava de alguém de confiança, e eu sei que posso confiar em você. – ela riu.
- Alguém de sua confiança? Você só pode estar brincando comigo! – ela se irritou, e ficou de pé, caminhando até a porta, e a abrindo – Agora, por favor, quer ir embora do meu consultório?
- Eu não saio daqui até que me escute.
- Remus, você acabou de dizer que precisa de alguém de sua confiança. Essa pessoa certamente não sou eu. Você não confia em mim, nunca confiou. – ele ficou de pé também, e fechou a porta lentamente. Estava tão próximo a ela naquele momento, que sentiu seu coração acelerar.
- Eu sempre confiei, Rose. Apenas percebi isso tarde demais. – ele baixou a vista – Sinto muito por não ter te contado a verdade, mas eu tive medo de sua reação.
- Você duvidou de mim duas vezes num só momento, Remus. Duvidou que eu pudesse guardar seu segredo, e duvidou do que eu sentia por você. – Rose respirou fundo – Agora, por favor, vá embora.
- Eu gostaria muito que me perdoasse, mas essa não foi a razão que me trouxe aqui. Eu realmente preciso de sua ajuda. – ele voltou a encará-la – Tivemos nossos problemas no passado, e eu a magoei muito. Sinto muito por isso, mas eu preciso que você deixe o ressentimento de lado e me ajude agora. Eu sei que posso contar com sua ajuda e confiança.
- Está bem. Apenas porque jurei fazer o bem quando me formei! – ela voltou para sua cadeira, e sentou – Quem precisa de minha ajuda?
- Rose, essa conversa não deverá ser revelada a ninguém, pois o nosso sigilo aqui também ajuda a manter essa pessoa viva.
- Tudo que me diz aqui diz respeito só a nós, Remus. Mesmo que não me pedisse, faz parte da ética de minha profissão.
- Eu sei, porém outros médicos certamente se aproveitariam do que vou lhe contar. – ele falou – Você conhece a história de Harry Potter, não é?
- Obviamente. Sinto muito pelo que houve com os Potter, fiquei muito chocada quando tudo aconteceu. Ele vive na Inglaterra hoje, derrotou Voldemort há alguns anos atrás, e atualmente é um auror. Ah... E ele está noivo. – Rose comentou – É algum problema com o Harry?
- Não, o Harry está bem. Você já ouviu falar em Hermione Granger?
- A melhor amiga dele que faleceu uns anos atrás?
- Exato. Ela é quem precisa de sua ajuda! – Rose piscou, confusa com o que acabara de ouvir.
- O quê?
- Ela está viva.
- Inacreditável! – ela disse, então, Lupin contou toda a história à Rose. Desde a forjada morte de Hermione, até os últimos acontecimentos, e o atual estado de saúde da morena. Ela ouviu tudo com atenção, ainda abismada com o caso.
- Acreditamos que você possa nos ajudar com a Hermione.
- Diversas coisas poderiam ter causado o estado atual dela, desde causas fisiológicas, da própria Hermione, como até mesmo alguma patologia, drogas, ou maldições obscuras.
- Acha que pode descobrir a causa e curá-la?
- Não posso afirmar nada sem vê-la, Remus. Precisa trazê-la aqui.
- Harry acha que não é prudente. Poderiam reconhecê-la, e isso poderia atrapalhar o caso e pôr a vida dela em risco. – ele disse – Harry está disposto a pagar suas despesas para que vá a Inglaterra comigo e...
- Posso ir por minha conta, Remus, e se sugerir que vou aceitar o caso só pelo dinheiro, eu o amaldiçoou agora mesmo.
- Eu não falaria isso.
- É um caso interessante, e eu tentarei ajudar a moça. Não posso prometer curá-la, mas eu prometo fazer o que estiver ao meu alcance.
- Obrigado.
- E não se preocupe, que eu não comentarei isso com ninguém. – ela garantiu.
- Podemos ir à Londres hoje mesmo, se seu marido não se importar, claro. – ele falou, e a mulher reparou que ele estava mirando sua aliança.
- Meu marido faleceu há três anos, Remus.
- Oh, Rose... Eu sinto muito, eu...
- Está tudo bem. Podemos ir hoje sim, porém à noite. Ainda tenho alguns pacientes, além disso, preciso avisar a minha filha.
- Você tem uma filha?
- Sim. Eu sempre quis construir uma família, Remus, e eu queria que tivesse sido com você.
- Isso foi antes de você descobrir que eu era um... – ele parou de falar ao ver os olhos dela brilharem.
- Você ainda não acredita que o que eu sentia por você era mais forte que essa maldição que você carrega, não é? – ela suspirou de leve, e forçou um sorriso – Vê? Você não confia de verdade em mim.
- Rose...
- Vá embora agora, por favor. Eu irei para Londres ainda hoje. Não se preocupe, que eu acho Harry Potter.
- Eu...
- Adeus, Remus. – ele murmurou um sinto muito e deixou a sala.
*********************
Harry havia ficado acordado até mais tarde, pesquisando. Não havia avançado em nada, portanto, quando o sono finalmente o pegou, ele fechou os livros, e seguiu para o quarto. Após se preparar, ele foi para o quarto de Hermione, no qual vinha dormindo desde o primeiro pesadelo da morena. Desde aquele dia, ele deixara uma penseira próximo à cama, porém, a amiga não tivera novos pesadelos.
A olhou por alguns instantes, e sorriu. Dormindo, ela parecia tão tranqüila. Sentou ao lado dela, e após ajeitar as cobertas se deitou. A beijou levemente na testa, e se virou para o criado-mudo, desligando a luz do abajur. Fechou os olhos, e não demorou a adormecer. Contudo, seu sono durou bem pouco, alguns minutos depois, ele sentiu Hermione mover-se na cama. Ela gemia e choramingava baixinho, ao mesmo tempo em que parecia dizer coisas sem sentido.
Harry deu um salto da cama, e após ligar a luz, pegou a penseira imediatamente. Com a varinha em mãos, ele se concentrou e apontou a varinha para a testa da amiga, surgindo no momento seguinte, um feixe prateado que flutuou em direção à penseira. Aos poucos, a respiração de Hermione começou a se normalizar, e ela se tranqüilizou, voltando ao seu sono calmo de outrora.
O coração de Harry, por outro lado, não se acalmou tão rapidamente. Conseguira a lembrança da amiga, e agora poderia ter uma pista sobre o que acontecera com a morena. Pegou a penseira e a levou consigo para a sala. Depositou-a sobre a centro da sala, e não demorou mais para finalmente adentrar na lembrança de Hermione.
Sentiu aquela sensação de estar sendo puxado, e logo percebeu que se encontrava num lugar bem iluminado, de paredes brancas, repleto de equipamentos. Parecia um laboratório, e várias pessoas com jalecos brancos aparentavam estar bem concentrados em seus afazeres. Caminhou por entre os pesquisadores, e parou ao encontrá-la. Seu coração afundou dentro de seu peito ao vê-la ali. Era uma cela de vidro, em formato de um pequeno quadrado, onde Hermione encontrava-se sentada num canto. Abraçava as próprias pernas, e grossas lágrimas escapavam-lhe de seus olhos.
Havia diversas outras celas iguais as de Hermione, com homens e mulheres. Alguns estavam deitados, inertes, outros sentados, como a amiga. Harry voltou a focalizar a amiga, notando o quão abatida ela estava. Sua pele estava pálida, seus cabelos mais cumpridos que de costume; olheiras escurecidas e profundas circulavam seus olhos, e havia algumas manchas roxas nos braços e pernas dela. Ele imaginou que ela já estava ali há algum tempo. Assustou-se quando ouviu um barulho atrás de si. Um dos pesquisadores aproximava-se, com uma agulha nas mãos.
- Vamos, Hermione. Chegou sua vez. – ele disse calmamente.
- Não. Eu não suporto mais. – ela tentou se encolher na cela, mas não havia escapatória.
- Claro que suporta! Você é forte. – o homem riu.
- Por favor, não... – o desespero estava evidente na face dela, o que deixou Harry agoniado. Porém, não havia nada que pudesse fazer.
- É pelo bem da ciência e da humanidade!
- Maldito! – ela gritou com raiva – Suas drogas não vão trazer bem a ninguém!
- Verdade. Por outro lado, elas vão me render mais dinheiro, afinal, eu preciso de uma droga que dê prazer aos meus compradores e não os matem depois! – ele pegou a varinha com uma das mãos, e abriu a porta da cela – Venha aqui, querida...
- Não! EU NÃO QUERO! – ela gritou, forçando as costas contra a parede da cela.
- Felizmente, você não tem querer aqui! – e com um aceno de varinhas, cordas a imobilizaram pelo pulso e pelos tornozelos. Harry cerrou os punhos, com ódio. Quando ele pegasse aquele homem, o mataria sem piedade.
Com a morena imobilizada, o homem aplicou a injeção na moça e sorriu. Ele saiu da cela, e a fechou novamente, ao mesmo tempo em que fez as cordas desaparecem. Os pulsos e tornozelos dela ficaram marcados pela corda. Mais lágrimas rolaram pela face dela, antes que a droga fizesse realmente efeito. Então, Hermione ficou de pé, e começou a rir descontroladamente. A cela era pequena, mas nem por isso a impediu de dançar freneticamente, enquanto seu riso continuava a preencher o ambiente. Porém, era um riso artificial, Harry sabia.
O efeito durou cerca de cinco minutos, até que ela pareceu ficar tonta, e parou. Levou as mãos à cabeça, e de repente, começou a bater em sua própria testa. A dor substituía a euforia, e os efeitos colaterais tornavam-se mais evidentes. Seu corpo desabou no chão, e a morena começou a se contorcer e a gritar. Era uma dor insuportável. Por que não a matavam de uma vez? Ela começou a questionar aquilo, mas os pesquisadores não pareciam interessados. O homem que lhe aplicara a injeção estava parado observando, com uma expressão de desagrado.
- Nada ainda? – um outro comentou ao lado dele.
- Não. Maldição! Se não desenvolvermos a fórmula correta o quanto antes, nosso patrocinador vai se irritar.
- Eu sei. Vamos dobrar o horário de pesquisas!
- E quanto às cobaias? Elas não agüentarão tantas doses seguidas...
- Temos muitas cobaias, se não percebeu, e podemos arranjar mais quando essas se tornarem inúteis! O que não podemos é perder essa oportunidade, Walter! – Hermione ainda se contorcia de dor, implorando que fizessem a dor sumir.
- Tem razão. Nós vamos conseguir! – Walter olhou para Hermione – Não se preocupe, querida. Provavelmente, tudo isso acabará para você em breve. – ele mirou o outro e respirou fundo – Vamos Charles, temos muito trabalho a fazer!
No momento seguinte, Harry foi puxado para fora da penseira. A lembrança havia terminado, mas fora mais que suficiente para dar-lhe alguma esperança de conseguir pegar os miseráveis que havia machucado sua Hermione. Ainda podia ouvir os gritos dela em sua mente, mas tinha que ser forte.
- Walter e Charles! Quando eu pegá-los, vocês vão se arrepender por terem tido a infelicidade de seqüestrar justamente a minha melhor amiga. – ele disse, cerrando os punhos, com raiva.
N/A: =) Well... Aqui está mais um capítulo... Demorei um pouquinho, mas aqui está!! \o/ Teve finalmente um pouco do que aconteceu com a Mione, espero que vocês gostem!! =) Vou tentar escrever um novo capítulo antes do fim das férias, oks!? \o/ Obrigada a todos que leram, comentaram e votaram!! Um beijo enorme!! Pink_Potter : )
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