Capítulo 6



6) Capítulo 6

Quatro dias se passaram desde a volta de Hermione à vida de Harry. Como determinado, apenas amigos restritos ficaram sabendo do retorno da morena; por esta razão, Harry não tivera muito tempo para pesquisas sobre o que poderia estar acontecendo com Hermione, afinal, os Weasley, Luna e Katherine marcaram presença constante no aparamento do rapaz para visitá-la.

Naquele momento, lia uma coruja recém recebida de Lupin, enquanto Luna e Rony faziam companhia à Hermione. Sua expressão tornou-se mais fechada, o que não passou despercebido por Rony. O ruivo pediu licença e ficou de pé, deixando a esposa e a amiga para se aproximar de Harry.

- Algum problema? – ele quis saber.

- É uma carta do Remus. Ainda não encontrou alguém bom o suficiente e confiável para o caso da Mione.

- Não se preocupe, nós vamos encontrar alguém.

- E ele também esteve na clinica. – Harry contou.

- Encontrou mais alguém?

- Remus identificou apenas um auror vivo que estava na missão com Hermione, o Robert. Ele está numa condição pior que a dela, pois ele mal levanta da cama.

- Maldição.

- E pelos arquivos da clínica, Remus conseguiu reconhecer por fotografias mais dois aurores, Stella e Walter, ambos morreram pouco tempo depois de serem encontrados. Todos os aurores, inclusive a Mione, foram encontrados na mesma região, despidos e inconscientes, porém, em momentos diferentes.

- Era uma equipe com seis aurores... O que você acha que aconteceu com Vivian e Breno?

- Eu não sei, mas é bem provável que tenham morrido. – Harry deu uma olhada em Hermione, e suspirou – Minha teoria é que eles foram produto de algum experimento; alguns conseguiram sobreviver, apesar das seqüelas, enquanto outros não tiveram a mesma sorte.

- Entendo.

- E Remus disse que havia muitos outros pacientes encontrados em situações semelhantes, alguns ainda vivos, em situação semelhante a da Mione.

- Esses malditos precisam pagar pelo que fizeram com estas pessoas! – Rony disse, com raiva.

- Eles vão pagar, Rony. Pode ter certeza disso.

- Como foi sua conversa com George?

- Não muito fácil, ele custou a liberar minhas férias. – Harry contou.

- Eu acho que o George lhe sobrecarrega, Harry. Você sem dúvida é nosso melhor auror, mas não há necessidade de pegar tantas missões como vinha acontecendo.

- Não me importava antes, alias... Acho que era uma maneira de esquecer um pouco o que havia acontecido com a Mione. Porém, agora, eu realmente precisava dessas férias.

- Eu sei. Bom... Precisamos ir agora. Temos que pegar Philipe na Toca.

- Está bem.

- Papai e mamãe estão radiantes com a volta da Mione, se não tivéssemos pedido segredo, acho que iam querer anunciar em todos os lugares que ela está viva. – Rony comentou com um sorriso.

- Nós ainda faremos isso. – Harry sorriu também – Eles se propuseram a ajudar no que precisarmos, e eu sei que a Mione estará em boas mãos caso precise me ausentar em algum momento.

- Com certeza. – Rony virou-se para Luna – Querida, temos que ir.

- Verdade. – ela ficou de pé, e após abraçar carinhosamente Hermione, se despediu – Foi muito bom revê-la!

- Até logo, Mione. – o ruivo também se aproximou da amiga, beijando-a levemente na testa – Me mantenha informado, Harry.

- Pode deixar. – Harry os acompanhou até a porta, e voltou depois para sentar-se ao lado da amiga – Foi um dia cheio hoje, hein, Mi?

Ele riu ao mesmo tempo em que a abraçou, e a puxou delicadamente para próximo de si, recostando-a em seu tórax. Acariciou seus cabelos, enquanto murmurava uma canção qualquer. Uma paz instalara-se no coração de Harry, e ele não sabia explicar como a simples presença dela o afetava tanto. Fechou seus olhos, não percebendo que a morena fizera o mesmo, então, ficaram naquela posição por algum tempo.

Até que Harry percebeu que estava ficando tarde, e precisava ainda preparar o jantar. Abriu os olhos e reparou que algumas nuvens carregadas cobriam o céu londrino, e concluiu que não demoraria a chover forte na cidade.

- Mione? Preciso ir preparar o jantar. – disse suavemente, e a afastou com cuidado. Sorriu para ela e continuou – Você me espera aqui? Vou ligar a TV para você, está bem?

Ele ligou a TV, e após beijá-la levemente na testa, seguiu em direção à cozinha. Preparou um jantar leve, e cerca de quarenta minutos depois, chamou Hermione. Enquanto lavava os pratos, a morena permanecia imóvel, até que Harry ouviu um ruído atrás de si e ao virar-se a viu levantar. Sorriu, mas nada disse, apenas a observou caminhar lentamente. O moreno terminou de enxugar o último talher e a acompanhou, sem se intrometer.

Hermione parou por um instante na sala e seu olhar perdeu na chuva que acabara de começar. Voltou a caminhar para se aproximar da janela, onde finalmente parou. Harry parou ao lado dela, permanecendo em silêncio por alguns instantes.

- Você realmente gosta da chuva, não é, Mione? – ele comentou também mirando a água que castigava o vidro da janela – E de janelas também. – ele riu – Ia te convidar para ver TV novamente, mas acho que prefere ficar aqui, certo?

Então, ele a envolveu com um dos braços, trazendo-a para perto de si. Mais uma vez, o silêncio preencheu o ambiente, mas era suficiente para ambos. Não era preciso palavras naqueles momentos, pois apenas a certeza de ter um ao outro bastava.

Harry não teve certeza de quanto tempo permaneceram ali, apenas a sentiu mover-se em seu braço, e lembrou que estava na hora do remédio dela. A guiou até o quarto, e a ajudou a tomar o remédio. Trocou a roupa da morena, colocando uma camisola nela, e após deitá-la, desejou boa noite e saiu do quarto.

Ainda demorara cerca de duas horas antes de se recolher, pois decidira começar as pesquisas sobre o que poderia ter acometido a Hermione naquela noite. Leu algumas páginas, mas logo percebeu que não era um bom pesquisador; sua habilidade era na prática, nas batalhas, leituras eram sempre cargo da amiga. Cansado e sem conseguir qualquer resposta, decidiu dormir também. Passou pelo quarto da morena, para certificar-se de que dormia, e então, seguiu para seu próprio aposento.

Devido ao cansaço que o dominava, não demorou a pegar no sono. Era madrugada quando um grito de desespero o acordou. Deu um pulo da cama, seu coração disparado. E pela primeira vez em quatro anos, ouviu a voz dela novamente.

- Não! Por favor, eu não agüento outra dose! – abriu a porta do quarto e a ouviu pelo corredor – A minha cabeça... A minha cabeça vai explodir.

- Mione! – ela se debatia na cama, enquanto agarrava com força os lençóis. Seus olhos ainda estavam fechados e sua expressão era de intensa agonia.

- Pelo amor de Merlim, não... Eu não agüento, não agüento... – o coração de Harry afundou no peito, ao sentar-se na cama e tentar acordá-la. Sabia que ela não falaria mais, porém, precisava aliviar o sofrimento da amiga, mesmo que não passasse de um terrível pesadelo.

- Calma, Mione... Eu estou aqui, querida, é apenas um sonho ruim. – ele a sentou na cama e a abraçou, mas a morena ainda se debatia, desesperada.

- Não! Não!

- Eu não vou deixar que a machuquem novamente, eu prometo! Eu estou aqui com você, Mione. – ele a balançou de leve, e a viu arregalar os olhos. Algumas lágrimas escaparam dos olhos da morena, e ela não conseguiu dizer mais nenhuma palavra.

Hermione começou a balançar o tronco, ao mesmo tempo em que tremia de leve, sua respiração estava irregular, mas ela não chorava mais. Harry tentava acalmá-la envolvendo-a em seus braços, mas ela custou a voltar ao normal. Beijava-lhe o topo da cabeça e murmurava palavras de conforto.

- Eu sei que é horrível dizer isso, por causa da circunstância, mas adorei ouvir sua voz novamente. – ele ainda a abraçava – Se você pudesse me contar esse sonho, Mione... Se eu pudesse saber um pouquinho o que te atormenta...

Ele cerrou os olhos por um instante quando uma idéia passou por sua cabeça. Talvez houvesse uma maneira de saber o que continha no sonho dela. Nunca havia tentado aquilo, mas era uma idéia razoável. No dia seguinte, tentaria se informar mais, e numa outra oportunidade, quem sabe, iria poder descobrir um pouco o que acontecera à Hermione.

Com o que ouvira e pelo desespero dela, certamente, era uma cena muito ruim. Doeria descobrir o que se passara com sua amiga, mas ele teria que ser forte, afinal, ela manteve-se forte por todos esses anos. Hermione era uma vencedora e Harry faria o possível para congratulá-la por ter permanecido viva.

**********

Mais três dias se passaram, e Harry ainda esperava notícias de Lupin. Pouco tinha avançado em suas pesquisas, pois não havia doença bruxa que se assemelhasse ao quadro clínico de Hermione. Além disso, por estar ocupado cuidando de Hermione ou pesquisando, Katherine estava furiosa, já que lhe sobrava pouco tempo para acertar detalhes do casamento.

Desde aquela noite, ela não voltara a ter pesadelo. Não que Harry quisesse que ela agonizasse com os sonhos, mas ele precisava que ela voltasse a sonhar para tentar descobrir alguma pista do que havia acontecido. Havia conversado com Arthur, e descobrira que poderia usar uma penseira para extrair o sonho da morena. Entretanto, era necessário estar preparado e fazer o procedimento assim que o pesadelo começasse; por esta razão, estava dormindo com Hermione, afinal cada segundo era precioso para conseguir o máximo de informações possível.

Esse detalhe também não agradou Katherine. Para sua noiva, era inacreditável que estivesse dormindo com Hermione; o que ela não entendia é que não havia nada demais naquilo. Não estava fazendo nada com a amiga, apenas dormindo ao seu lado. Acabara de preparar o café da manhã quando a campainha soou.

- Remus! – ele falou ao ver o velho amigo com um enorme sorriso.

- Tenho uma excelente notícia!

- Graças a Merlim! Você encontrou? – ambos seguiram para a sala.

- Sim. Demorei esses dias, mas finalmente encontrei quem vai poder nos ajudar com a Hermione. – Lupin sorriu, orgulhoso de si mesmo.

- E quem é ele? Quando podemos vê-lo?

- O nome dela é Rose. Ela é sem dúvida a maior especialista em mentes de toda a Europa, e certamente podemos confiar nela.

- Como tem certeza de que ela não divulgará o caso da Mione?

- Ela não faria isso, Rose é ética demais para algo assim. Na verdade, eu não sei como não lembrei dela antes, deve ter sido porque ela não está mais na Inglaterra. – ele disse.

- Você a conhece?

- Sim. Estudávamos em Hogwarts, e ela... Bom... Éramos amigos.

- Ela é realmente a melhor? – Harry queria saber mais sobre a medibruxa.

- Definitivamente. Ela era a melhor de Hogwarts, e também foi a primeira da escola formadora de medibruxos de Londres. Quando escolheu trabalhar com os problemas que acometiam a mente bruxa, tornou-se a melhor de sua área. Trabalhou por dois anos na Inglaterra, mas logo se mudou para a Holanda, onde reside e trabalha até hoje. Demorei a encontrá-la porque me restringir a medibruxos da Inglaterra e da França; só quando ampliei minha busca para a Europa, reconheci o seu nome e tive certeza de que era quem poderia nos ajudar.

- Confia muito nas habilidades dela. – Harry comentou, olhando atentamente para Lupin.

- Sim. Como eu disse, ela é uma ótima medibruxa. Eu sei que ela não medirá esforços para nos ajudar. Rose vai abraçar o caso da Mione e não desistirá enquanto não descobrir um modo de ajudá-la.

- Você já falou com ela?

- Ah... Não. Como eu disse, ela mora na Holanda. Precisaremos ir até lá, ou convidá-la para vir à Inglaterra.

- Seria melhor se ela viesse. Transportar a Mione será complicado, não quero que a notícia do retorno dela vaze. – Harry falou – Não tem como você entrar em contato com ela? Diga que pagarei o que ela quiser para que venha ver a Mione.

- E-eu tenho que entrar em contato? Pensei que talvez, você fosse fazer isso.

- Você a conhece, Remus.

- Sim, mas... – Lupin desviou o olhar.

- Há algo mais que queira me contar?

- Não é nada. Está bem, Harry. Eu entrarei em contato com Rose.

- Obrigado. Peça que venha o quanto antes. E não esqueça, eu pago o quanto ela quiser.

- Terei de usar outras formas de persuasão, Harry. Ela não precisa de dinheiro, aliás... É capaz de me enviar uma maldição por coruja se eu sugerir que ela só vai aceitar o caso pelo dinheiro. – Harry riu.

- Tenho certeza de que encontrará uma maneira de persuadi-la.

- Eu vou tentar. – Lupin suspirou pesadamente.

N/A: =) Okay... Eu sei que demorei de novo, mas a culpa não é minha... É da facul... =P Só esses dias tive duas provas, fora os tutoriais, então... É pouco tempo que me resta mesmo... Mas, enfim... Aqui está o cap, espero que curtam... Acho que alguns queriam saber como são os pesadelos da Mione... Não se preocupem, porque eu ainda vou descrevê-los, a fim de mostrar um pouco o que houve com ela... Provavelmente no próximo cap! =) Espero que curtam essa postagem! Agradeço a todos que leram, votaram e comentaram... E podem ter certeza de que eu não esqueço de nenhuma fic, elas demoram um pouco, mas eu sempre vou continuá-las... =) Beijão!! Pink_Potter : )

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