Capítulo 2



2) Capítulo 2

Quando Harry estacionou em frente ao imenso portão do hospital psiquiátrico, sentiu uma estranha sensação invadir seu corpo, deixando-o nervoso e com a pulsação anormalmente acelerada. Respirou fundo, e encarou Rony, antes de finalmente descer do automóvel. Trocou um olhar com o ruivo, e então seguiram em direção a um porteiro que naquele momento estava lendo uma revista qualquer.

- Com licença... – Harry chamou a atenção do homem, que desviou o olhar da revista para os dois homens a sua frente.

- Posso ajudá-los?

- Gostaríamos de algumas informações, como podemos consegui-las? – Rony perguntou, ligeiramente nervoso.

- Bom... Podem tentar algo na recepção, ou então com algum dos médicos... Doutor Gray, o diretor daqui, chegou cedo e já deve estar em seu consultório! – o homem sorriu, amigavelmente e começou a abrir os portões – Pretendem internar alguém aqui?

- Não, não... Na verdade, estamos procurando uma pessoa. – o moreno explicou, já dentro da propriedade do hospital.

- Ah. Estranho... Geralmente as pessoas vêm aqui apenas deixá-los... – o porteiro tornou a fechar os portões – Podem seguir direto até aquela entrada. Há uma recepcionista; podem pedir mais informações lá.

- Obrigado. – Harry agradeceu, e seguiu ao lado de Rony para a entrada do hospital. Havia uma única mulher sentada em frente à uma bancada de mármore.

- Bom dia. – Rony cumprimentou, e a mulher desviou o olhar do computador para mirar os dois homens.

- Bom dia. Em que posso ajudá-los?

- Gostaria de saber se há alguma paciente chamada Hermione Granger aqui. – Harry falou.

- Só um momento. – a moça tornou a fitar o computador e seus dedos digitaram o nome pedido. Rony trocou um olhar com Harry, ainda duvidoso de que poderiam encontrar a amiga num hospital trouxa – Sinto muito, senhores, mas aqui não temos ninguém com este nome.

- T-tem certeza? – o moreno insistiu.

- Absoluta.

- Espera... Talvez, ela esteja com outro nome! – Harry apertou os olhos.

- Outro nome? – Rony não parecia muito convencido.

- Sim! – ele, então, buscou a carteira no bolso e após pegar uma foto de Hermione mostrou à recepcionista – Veja... Não conhece esta moça?

- Sinto muito, senhor, mas eu não tenho contato com os pacientes. – ela disse – Entretanto, posso indicá-los à Amélia Wilson, uma de nossas enfermeiras. Ela trabalha aqui há anos e conhece todos os pacientes.

- Nós agradecemos! – ele deu um enorme sorriso, que a moça correspondeu.

- Esperem um momento. – a recepcionista pegou o telefone e pouco tempo depois, desligou – Ela virá daqui a pouco. Podem esperar ali.

- Mais uma vez, obrigado. – Harry agradeceu novamente, e seguiu com Rony para as poltronas que havia na recepção.

- Acha que esta mulher pode mesmo nos ajudar?

- Se ela conhece todos os pacientes, com certeza saberá se a Mione está aqui.

- Espero que ela venha logo... – assim que Rony disse isso, uma senhora apareceu. Era baixinha e trajava um vestido branco, seu cabelo estava quase completamente branco, e assim que viu os dois, ela sorriu amigavelmente.

- Quase não acreditei quando Silvia disse que havia visitantes aqui. – a mulher falou, ao se aproximar – Meu nome é Amélia Wilson, em que posso ajudá-los.

- Gostaríamos de saber se a senhora conhece esta mulher. É uma grande amiga... – Harry entregou a fotografia da amiga à senhora – O nome dela é Hermione Granger, mas não há registro dela aqui... Pensamos que talvez ela esteja com outro nome.

- Hermione... – a mulher deu um sorriso triste, e então olhou para os dois – Então, ela se chama Hermione?

- O-o que a senhora quer dizer com isso? – Rony arregalou os olhos.

- O Dr. Gray a encontrou nas redondezas, quase sem vida, completamente despida no meio da floresta... – os dois homens mantiveram silêncio – Na verdade, já encontramos vários assim, nos últimos anos.

- A senhora está dizendo que... Ela está viva? – Harry finalmente perguntou, incapaz de pensar direito.

- Sim, ela está. Alguns dos que encontramos na mesma situação morreram, mas ela ainda viva.

- V-você ouviu isso, Rony? Ela está viva! Todos esses anos, nós... Nós pensamos que ela havia morrido. – sem poder segurar mais, algumas lágrimas escaparam dos olhos de Harry – Mas por que ela nunca nos procurou? O que ela estava fazendo nesse lugar e... – ele segurou os ombros da enfermeira, a qual arregalou os olhos, ligeiramente assustada.

- Calma, senhor...

- Harry Potter. E eu me chamo Ronal Weasley. Perdoe a reação do meu amigo, mas quase não dá para acreditar que a Mione está realmente viva! – Rony deu um pequeno sorriso.

- Então, senhor Potter... Melhor acalmar-se um pouc...

- Não! Eu quero ver Hermione o quanto antes! – Harry soltou os ombros da enfermeira, e passou as mãos pelos cabelos, num gesto de desespero.

- Eu entendo que queira vê-la, mas precisaremos conversar um pouco antes.

- Senhora Amélia... Passamos quatro anos chorando por nossa amiga e agora descobrimos que ela está viva! Precisamos vê-la agora mesmo! – Rony falou, já impaciente.

- O que quer que tenha para nos falar, pode ser depois que a vermos! – o moreno sugeriu, e antes que a enfermeira pudesse protestar, ele insistiu – Por favor, senhora.

- Está bem. – ela suspirou, derrotada e após pedir que a seguissem, caminharam em silêncio por um longo corredor, até alcançarem um elevador. A “Hermione” encontrava-se no segundo andar, e assim que chegaram à porta do quarto, eles pararam – Ela está aqui.

- E-eu ainda não posso acreditar que ela está viva, Rony. – o ruivo sorriu, sem palavras. Então, Amélia abriu a porta, e adentrou no quarto.

- Eva? Bom dia, querida. – a enfermeira falou sorrindo, enquanto abria as cortinas da janela – Veja só... Tem visitas hoje! Venham... Entrem!

Os dois finalmente entraram no aposento e quando seus olhares encontraram-na sentada na cama, tiveram certeza de que era Hermione. Nenhum deles disse uma única palavra, ambos apenas correram até a morena e a abraçaram emocionados. Ela estava viva, ali na frente deles. Só então perceberam que ela não correspondeu ao abraço. Hermione não havia se movido ou dito nada, como se sequer tivesse notado a presença dos antigos amigos. Tanto Harry quanto Rony se afastaram um pouco para olhá-la melhor.


- Mione? – foi Harry quem finalmente quebrou o silêncio. Ainda perto dela, ele se agachou e tocou levemente as mãos dela que repousavam sobre seu colo – Somos nós... Harry e Rony! Sentimos tanto sua falta. – ele a abraçou forte novamente, mas Hermione permaneceu estática.

Harry ainda agachado, voltou seu olhar para Rony, depois para Amélia. E foi naquele momento que ambos perceberam que não era a mesma Hermione que conheciam. Ela tinha o mesmo cabelo castanho e rebelde, mas este agora estava mais comprido e ressecado, quase na cintura. Seus olhos castanhos pareciam sem vida, perdidos no nada; sua pele estava pálida, encontrava-se mais magra. Era como uma casca mal cuidada da antiga Hermione.

- O que há com ela? – Rony questionou – Ela perdeu a memória, ou algo assim?

- Era isso que eu queria contar a vocês antes de virem aqui... Ela não é a amiga que vocês conheceram um dia. – Amélia olhou penalizada para Hermione – Uma moça tão bonita, mas parece não haver mais vida dentro dela... “Hermione” não interage mais com o mundo a sua volta. Foram poucas as palavras que ela disse em todo este tempo em que viveu aqui, e todas elas apenas durante sonhos...

- Eu não posso acreditar. – Harry afastou-se um pouco para melhor encarar a amiga. Ela não o olhava de volta, era como se ele não estivesse ali – Mione? Mione?

- Não adianta, senhor. Ela não vai responder.

- Não há nada que possamos fazer? – Rony olhou desesperado para Amélia – Faríamos qualquer coisa! Deve haver uma cura.

- Se há, nós não conhecemos ainda, senhor. Como eu disse, há outros na mesma situação, sem que nenhum tenha melhorado. – Harry ainda mirava Hermione, sem conseguir acreditar. Ela estava viva, em sua frente, mas vê-la naquela situação o deixou tão triste quanto soube da sua suposta morte. Uma de suas mãos acariciou a face de Hermione com carinho, como tantas vezes fizera, mas ele não recebeu um sorriso por aquilo, e isso o entristeceu profundamente.

- Eu não vou desistir. – ele murmurou, com um pequeno sorriso.

- O que disse, senhor Potter?

- Foram quatro anos... Quatro anos acreditando que ela estava morta, e desejando haver uma forma de trazê-la de volta a vida. – ele ficou de pé, e olhou para os outros dois – Agora, ela está aqui... Na minha frente e respirando! Eu não vou cruzar os braços e aceitar a condição em que ela se encontra... Não vou assistir minha amiga morrer aos poucos, inconsciente da minha presença. Eu vou encontrar uma maneira de trazê-la de volta.

- Mas senhor...

- Nós vamos levá-la daqui. – Harry avisou.

- Não podem levá-la assim, precisam falar com o Dr. Gray e só ele pode dar alta à Eva. – Amélia explicou.

- Ela se chama Hermione Granger, senhora, por favor, pare de chamá-la de Eva. Eu vou levá-la, querendo esse médico ou não! – ele olhou feio para Amélia.

- Vamos falar com ele primeiro, Harry. Tenha calma, por favor.

- Venham comigo. – Amélia disse.

- Nós vamos voltar, Mione. E vamos levá-la conosco. – Harry sussurrou perto do ouvido dela – Não se preocupe; estamos aqui com você! – então, beijou carinhosamente a testa dela, antes de sair.

- Onde ela vai ficar? – Rony murmurou, enquanto seguiam Amélia.

- Na minha casa.

- Ela precisa de cuidados especiais, Harry!

- Eu cuidarei dela. Pedirei uma licença e cuidarei da Mione até encontrar uma cura. – ele olhou para Rony – Ela precisa de mim.

- E a Katherine?

- Ela entenderá. Eu só não posso deixar a Mione sozinha agora. – Harry deu um pequeno sorriso – Eu não sei o que houve com ela, ou como posso ajudá-la, mas... Eu sinto que ela precisa de mim, Rony.

- Eu também estou aqui, certo? Tenho que cuidar do Philipe e da Luna, mas também gostaria de ajudá-la no que precisar.

- Obrigado. Eu vou precisar mesmo de seu apoio. – ambos pararam, ao ver Amélia parar em frente a uma porta.

- Só um momento. – ela bateu na porta e entrou. Demorou cerca de dois minutos, então, abriu a porta novamente – Podem entrar.

- Obrigado. – Rony agradeceu, e entrou no escritório com Harry.

- Bom dia, senhores. Amélia me resumiu o motivo de suas vindas. – Dr. Gray era um senhor de aparentemente cinqüenta anos, calvo e com óculos redondos sobre o nariz – Sentem-se, por favor.

- Sou Ronald Weasley, e esse é meu amigo Harry Potter. Descobrimos que uma amiga nossa encontra-se internada aqui.

- Acreditam que Eva é essa sua amiga?

- Sim, e o nome dela é Hermione Granger. Podemos provar a identidade dela. – Harry afirmou – Hermione ficou desaparecida por quatro anos, senhor Gray. Na verdade, acreditávamos que ela havia morrido numa explosão. Passei por aqui no fim de semana e a vi por acaso numa das janelas. A principio não sabia se era realmente ela, mas não consegui parar de pensar que talvez a Mione estivesse viva.

- Só a pouco confirmamos que era mesmo nossa Hermione que se encontrava aqui. – Rony contou.

- Eu entendo. – Gray olhou bem para os dois homens a sua frente – Nos últimos anos, temos encontrados muitas pessoas em situação semelhante. Homens e mulheres sem consciência, despidos no meio da floresta que cerca este hospital. Já denunciamos várias vezes, mas a polícia não se interessa pelo caso. Acreditam que são loucos perdidos, e eles acabam sendo internados aqui. Eu acho que há algo grande por trás disso.

- Acredita que alguém pode estar provocando isso? – Harry quis saber, curioso.

- Eu acredito em muitas coisas, senhores. E eu sei que há muitas pessoas sem escrúpulos, pelo mundo; pessoas sem ética, sem limites... Que seriam capazes de usar seres humanos em pesquisas. – Gray suspirou, tristemente – É o preço que se paga pela “genialidade” humana.

- E o que exatamente a Mione tem? – o ruivo perguntou.

- Não sabemos. Pelas tomografias, está tudo funcionando bem no cérebro dela. Contudo, é como se existisse um campo invisível bloqueando as respostas.

- Um feitiço? – Rony murmurou, olhando para Harry.

- Você acha? – o moreno ergueu a sobrancelha.

- Como? Feitiço? – Gray perguntou, confuso.

- Nada não, senhor Gray. – Harry disfarçou, lembrando-se de que estavam em ambiente trouxa – Acredita numa cura?

- Claro que sim. Porém, a cura só pode surgir se soubermos exatamente o que aconteceu com essas pessoas, e infelizmente não temos a menor idéia.

- Senhor, nós vamos levar a Hermione. – o moreno avisou.

- Amélia já havia me falado, e como ela, também não estou muito seguro de que é o melhor a ser feito... A senhorita precisa de cuidados especiais, de atenção.

- Cuidaremos muito bem dela. – Rony garantiu.

- Quando tem pesadelos, fica agitada e só conseguimos acalmá-la com tranqüilizantes!

- Então, sugiro que prescreva tais tranqüilizantes. – Harry ficou de pé – Nós vamos levá-la, senhor e ninguém me convencerá do contrário!

N/A: =) Eu sinceramente estou gostando muito de escrever essa fic... heuiehuiehuiehuieheuih!! Espero que vocês também estejam gostando!! \o/ Posto o capítulo hoje (24/11) no dia de meu niver, como um presente para vocês, assim como postarei o capítulo final de “End of all hope”. Então... Foram 2 capítulos hoje, vocês não podem ficar bravos comigo por eu ter demorado um pouco, eheuiehuiehiuhe, oks!? =) Tentarei postar o próximo em breve!! Espero que continuem acompanhando!! Um obrigada a todos que leram, comentaram e votaram!! Um beijo enorme!! Pink_Potter : )

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