Capítulo 1



1) Capítulo


- Já disse que vou entrar! SAIA DA FRENTE!

- Senhor Potter, por favor, espere um momento... Preciso avisar que... – mas era tarde demais. Harry empurrou a secretária e abriu com raiva a porta da sala do chefe dos aurores.

- Mas o que significa isso? – George perguntou, ao mesmo tempo em que um Harry irado se aproximava. O moreno jogou uma pasta sobre a mesa do homem; havia uma tarja vermelha e as palavras “Caso arquivado”.

- Eu é quem pergunto aqui! Como assim o caso foi arquivado? – o outro homem suspirou e voltou a sentar-se. Imaginara que aquilo aconteceria.

- Não temos mais pistas, Harry. Estávamos andando em círculos e você sabe disso.

- Esses malditos mataram minha melhor amiga! O senhor acha que eu vou simplesmente esquecer assim?

- Eles não mataram só a Hermione, mas também uma equipe de seis aurores, Harry. Eu também perdi seis colegas naquele dia, e nem pude entregar seus corpos à suas famílias porque não restou nada mais que cinzas daquela explosão! – Geroge lamentou – Eu desejo encontrá-los tanto quanto você.

- Não vai conseguir se encerrar o caso!

- Estamos caçando fantasmas há nove meses. Ou eles pararam com o tráfico, o que duvido, ou estão tomando todas as precauções para não serem localizados novamente. Todos que sabiam sobre o caso estão mortos, e as pistas que poderiam ter deixado foram destruídas, lembra-se? As residências de todos os aurores foram destruídas naquela época.

- Eu não vou desistir, senhor. – Harry cerrou os dentes.

- Eu já imaginava, mas sinceramente, duvido que consiga... Pelo menos, até eles deslizarem novamente. Sinto muito ter que encerrar o caso, mas temos coisas mais urgentes para nos preocupar no momento.

O moreno não respondeu, apenas girou os calcanhares e deixou a sala. Não ia permitir que os assassinos de Hermione ficassem impunes. Caminhou a passos largos pelo departamento, até chegar em sua sala. Abriu a porta com força, assustando Rony que arrumava alguns pergaminhos.

- O que houve?

- Soube que encerram o caso da Mione? – ele questionou o ruivo, sentando num sofá que havia ali.

- Como assim encerraram o caso?

- Não temos pistas! Maldição, por que eu não a forcei a me contar sobre aquela missão? – Harry passou as mãos pelos cabelos, irritado.

- A Hermione não contou a ninguém além dos designados para o caso, Harry. Ela sabia que era perigoso, e que poderiam vir atrás de nós se soubéssemos de algo.

- Era exatamente isso que eu queria... Que viessem atrás de mim para eu poder esganá-los com minhas próprias mãos.

- Não virão porque sabem que as pistas morreram com aqueles aurores. – Rony suspirou, tristemente – George tem razão, não conseguimos absolutamente nada em nove meses.

- Vai desistir também?

- Claro que não... Podemos continuar, eu quero tanto quanto você encontrar aqueles miseráveis! – ele guardou os pergaminhos na gaveta e se aproximou de Harry – Agora, eu preciso ir. Tenho um almoço com Luna e o pai dela.

- Falta menos de uma semana para o casamento, não é?

- Sim. Sabe o que eu estava lembrando, Harry?

- O quê?

- Daquele acordo que fizemos com a Mione quando eu disse que ia pedir a Luna em casamento.

- Seriamos seus padrinhos de casamento, assim como você e a Mione seriam os meus. – ele deu um pequeno sorriso – E ela disse que ia ser a única mulher que ia ter dois padrinhos, porque fazia questão que nós dois estivéssemos ao lado dela no altar.

- Ainda não consigo acreditar que ela não está mais aqui.

- Eu lutei tanto para destruir Voldemort e evitar que ele machucasse um de vocês e agora... Ela morreu numa missão a qual eu nem sabia exatamente do que se tratava. – Harry disse – Ela era uma grande auror e eu pensei que ela não corria mais risco já que Voldemort morrera. Acho que não a protegi o suficiente.

- Não foi sua culpa, Harry. Como você mesmo disse, ela era uma grande auror, assim como os outros que estavam na missão.

- Mas se eu tivesse forçado George a me deixar participar daquela missão, eu a protegeria.

- Não. Você estaria morto, como os outros. Aquela explosão foi muito bem planejada, Harry, ninguém teria sobrevivido.

- Tem razão. Preciso encontrar aqueles malditos.

- Vamos encontrar. – Rony caminhou até a porta – Até logo, amigo.

***************

Três anos mais tarde...

A música infantil animava a festa do pequeno Philipe que completava dois anos naquele dia. O pequeno ruivo brincava pelo verde gramado da Toca, ao lado de outras crianças. Harry sorria ao mirar o afilhado, e não percebeu quando Rony se aproximou. Só quando o amigo ofereceu um dos copos que trazia nas mãos, Harry o encarou.

- Parece que foi ontem que estivemos aqui comemorando o primeiro ano dele. – o moreno disse.

- Sim. O Tempo passa rápido... Há dois anos eu sou pai. – Rony sorriu.

- E há quase quatro não a temos mais conosco. – Harry voltou a fitar Philipe – Acha que seria diferente se ela ainda estivesse aqui?

- Seriamos mais felizes.

- Tem razão. – ele deu um sorriso triste, agora com o olhar perdido no conteúdo róseo que havia em seu copo.

- Rony... O Philipe está cada dia mais lindo. – uma mulher aproximou-se deles, e abraçou Harry carinhosamente. O cabelo negro estava preso num coque frouxo, e seus belos olhos azuis eram realçados pela maquiagem bem feita.

- Obrigado, Katerine.

- Algum problema com vocês? – ela questionou, preocupada, notando as expressões sérias dele.

- Não, está tudo bem, querida. – Harry fingiu um sorriso, e a distraiu com um beijo nos lábios.

- E como anda os preparativos para o casamento? – Rony perguntou, tentando dissipar o clima triste que os envolvia antes da chegada de Katerine.

- Bem tranqüilo... Temos bastante tempo para arrumar cada detalhe. – ela respondeu.

- E seus pais? Faz um bom tempo que não vêm à Londres.

- Estão bem, animados como nós. Vamos visitá-los próximo fim de semana...

- Mande lembranças minhas. – Katerine fez que sim com a cabeça.

- Com licença. – Harry beijou a testa da noiva, e deu um pequeno sorriso para Rony antes de se afastar.

- O que houve? – ela quis saber.

- Depois de amanhã faz quatro anos que a Mione morreu.

- Ah, é verdade. Eu realmente sinto muito, Rony. Queria muito tê-la conhecido.

- Ela com certeza teria adorado você.

- Devo ir falar com ele?

- Melhor deixá-lo um pouco sozinho.

- Tudo bem. – ela deu um pequeno sorriso, enquanto seu olhar acompanhava a figura do noivo próxima à mesa dos doces.

**********************

Assim que guardou a bagagem dela na mala do carro, Harry a aguardou próximo ao automóvel. Katerine surgiu 5 minutos depois, e ambos entraram no carro dele. Antes que ele ligasse o motor, a morena o beijou nos lábios e depois sorriu.

- Tudo pronto? – ele quis saber com um sorriso.

- Sim! Avisei aos meus pais que devemos chegar lá daqui a umas três horas.

- Ótimo. Vamos, então. – ele finalmente ligou o carro, e logo partiram para a cidadezinha na qual os pais dela moravam.

Quando deixaram Londres, o céu estava claro e sem nuvens, contudo à medida que iam se afastando da cidade o tempo parecia mudar. Nuvens escuras cobriram o céu e começou a chover. A visibilidade estava diminuída por causa da chuva, e Harry viu-se obrigado a reduzir a velocidade. E foi por estar em baixa velocidade que não sofreram um acidente quando o pneu do carro estourou, apenas tirando-os da estrada.

- Tudo bem com você? – ele questionou.

- Sim! Nossa, mas que susto, hein! – Katerine deu um riso meio nervoso. A verdade é que não estava gostando nada daquela situação.

- Não se preocupe, vou trocar o pneu.

- É perigoso, não acha? – Harry riu.

- Seria mais perigoso ficarmos aqui até escurecer. – ele apertou os olhos.

- O quê? – ela se virou para procurar o que atraíra a atenção dele.

Haviam parado bem em frente a um imenso portão de ferro, de uma propriedade completamente cercada por muros altos. Podia-se ver pelos portões uma construção antiga a uns metros da entrada, e algumas das dezenas de janelas estavam acesas. Tinha um ar fantasmagórico e as árvores quase sem folhas deixavam o local ainda mais sinistro.

- Parece uma casa mal-assombrada. – Harry comentou, antes de beijar-lhe os lábios – Vou tentar ser bem rápido.

- OK!

Ele fez um feitiço impermeabilizante e então deixou o automóvel. Era o pneu direito da traseira que havia estourado; ele praguejou e caminhou em busca do estepe no porta-malas. A troca foi facilitada pelo uso da magia, e assim que terminou, ia voltar para o carro quando viu uma placa metálica pregada no alto muro, na qual se lia “Hospital Psiquiátrico Joseph Hall. Fundado em 1910”; ele deu um sorriso incerto; aquele lugar parecia tão inóspito, era difícil de acreditar que era um hospital.

Por alguns instantes, Harry permaneceu imóvel na chuva, apenas mirando a construção. Seu olhar percorreu as janelas cujas luzes estavam acesas, mas não parecia haver vida naquele lugar. Então, um arrepio percorreu sua espinha quando uma figura surgiu em uma das janelas. Ele apertou a vista, tentando focar melhor a imagem, e quando percebeu ser uma mulher jovem, de cabelos castanhos e rebeldes, pensou ter visto sua melhor amiga. Contudo, aquilo era impossível, Hermione estava morta.

- Harry? – Katerine abaixara o vidro do carro para gritar o noivo.

- Só um momento! – ele se virou por um instante a fim de acenar para Katerine, e no momento em que voltou a pôr os olhos na mulher da janela, ela havia desaparecido. Ele piscou várias vezes, buscando-a inutilmente em outras janelas.

- O que houve? – a morena descera do carro, e se aproximou – Harry?

- N-não pode ser, eu...

- O quê? – ela o olhou, preocupada.

- Mione. – ele parecia estar em uma espécie de choque.

- Oh, querido, a Hermione se foi há quatro anos. – Katerine o abraçou – Mas eu estou aqui com você.

- Acho que a vi. Ali... Naquela janela! – apontou para a janela na qual pensara ter visto a amiga. Ou pelo menos, alguém muito parecido.

- Não era a Hermione, ela está morta. Harry este lugar é sinistro, está chovendo muito e estamos cansados. Deve ter sido sua imaginação!

- Eu vi uma mulher ali! – ele ia dar um passo em direção ao hospital, mas ela o impediu.

- Sim, pode ter visto, aqui é um hospital psiquiátrico e pelo tamanho deve ter dezenas de mulheres! Isso não significa que era a Hermione.

- Eu podia senti-la me chamando, Kate.

- Por favor, querido. Você amava sua amiga, mas ela morreu e precisa aceitar isso. – ela acariciou a face dele – Está escurecendo e esfriando muito, temos que voltar para o carro.

- Tem razão. – ele respirou fundo, e deu uma última olhada para aquele lugar – Acho melhor você dirigir.

- Tudo bem. Vamos... – Katerine o ajudou a voltar para o carro. O restante da viagem foi em total silêncio. Ela até tentou conversar, mas Harry era monossilábico, e por fim, ela desistiu. Olhava-o sempre pelo canto do olho, preocupada.

Já o olhar dele parecia perdido na estrada que passava pela janela. Havia uma sensação estranha que se instalara nele desde o momento em que vira aquela mulher e agora parecia não querer abandoná-lo. Katerine, no entanto, tinha razão... Estava ficando escuro, chovendo muito e ele encontrava-se distante da construção. Tudo que vira fora uma mulher que lembrava Hermione. Sua amiga estava morta... Ele suspirou pesadamente, e recostou a cabeça no banco. A verdade é que queria tanto que ela estivesse viva que deveria estar imaginando coisas...

******************

Ele tocou a campainha três vezes, impaciente. Quando Rony abriu a porta, sorriu e permitiu que entrasse, como se já o esperasse. Os dois seguiram para a sala, e o ruivo sentou, mas Harry permaneceu de pé, andando de um lado para o outro, revelando seu nervosismo.

- Rony, aconteceu algo muito estranho!

- Você viu alguém parecida com a Mione no fim de semana. – ele disse, fazendo o moreno ergueu a sobrancelha.

- Como sabe?

- Recebi uma coruja da Katherine ontem à noite. Ela está preocupada com você, Harry, porque você ficou o fim de semana todo aéreo, imerso em seus próprios pensamentos.

- Eu não consegui parar de pensar naquela mulher... Na sensação que senti só em vê-la. Parecia muito com a Mione.

- Mas ela estava tão longe e estava chovendo, você nem sabe se realmente ela parecia com a Mione ou foi sua imaginação. – Rony repetiu o que ouvira de Katerine; também ficara preocupado e aceitar que Harry estava ficando paranóico parecia mais viável que a idéia de Hermione estar viva.

- Eu sei, mas... Eu simplesmente não consigo esquecer e sei que vou enlouquecer enquanto não for lá novamente e descobrir se era ou não a Mione! – ele confessou, jogando-se contra o sofá.

- Não acha que... Se for até lá e descobrir que não é a Mione vai sofrer ainda mais? – Rony o olhou bem nos olhos – Ir lá significa que criar esperanças de que ela continua viva, Harry... Se não encontrá-la será como enterrá-la novamente.

- Sim, eu já pensei nisso. Contudo, se eu ignorar essa sensação eu vou ficar louco. Eu sinto-me culpado pelo que houve naquela época, por não ter forçado-a a me contar sobre aquela missão... Eu me sentiria ainda pior se não voltasse aquele hospital.

- Tudo bem. Quando nós iremos?

- Nós?

- Eu não deixaria você passar por isso sozinho, Harry. – o ruivo sorriu – Além do mais, eu também a amava muito e se ela realmente estiver viva, vou querer estar ao seu lado para abraçá-la.

- Sabia que podíamos contar com você! – eles ficaram de pé e trocaram um abraço.

- Você e Mione sempre foram e serão meus melhores amigos e eu faria qualquer coisa por vocês!


- Quando iremos? – Harry quis saber, animando-se.

- Agora mesmo, se quiser. Mandaremos uma coruja para o departamento avisando que vamos faltar hoje pela manhã.

- Está certo.

- E vou me despedir de Luna e do Philipe... Só um minuto! – Rony seguiu para as escadas, e sumiu de vista. O moreno respirou fundo, uma estranha emoção em seu coração. Há muito tempo não se sentia assim.

- Que seja ela, Merlim! – ele pediu num murmúrio.

N/A: Antes de tudo, repito aqui que a fic nada tem a ver com o filme do mesmo nome. Eu não assisti o filme, não faço idéia qual enredo, eu só peguei emprestado o nome, oks!? =) Dedico este cap a minha amiga Bruna que faz niver hoje!! Feliz aniversário, dear!! Abraço forte, espero que tenha curtido!! E então... O que vocês acham!? A Mione morreu mesmo? Ehuieheuihueiheuihe... Aposto que já tinha gente aí querendo lançar um crucio em mim por ter começado a fic com a Mione morta, né!? =) Tenham paciência que as coisas vão se encaixando no decorrer da fic... Eu sinceramente espero que vocês tenham gostado, como disse no resumo, essa fic é um pouco diferente, pois vou tentar explorar mais o suspense, mas garanto que terá romance. Talvez demore um pouco para o próximo cap vir, mas tentarei escrevê-lo o quanto antes. Agradeço a todos que leram, comentaram e votaram!! Beijos!! Pink_Potter : )

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