Capítulo 15



15) Capítulo 15


Foi por apenas um minuto, mas pareceu toda uma eternidade para eles. Hermione se contorcia e emitia gemidos cada vez mais altos. Seus olhos ainda estavam fechados quando ela finalmente começou a se acalmar. Sua respiração foi se regularizando e não gemia mais. Os três olhavam cheios de expectativas e esperanças para a morena, até que ela abriu os olhos e, pela primeira vez em quatro anos, Harry a viu encarando-o. E então, ela sorriu. - Mione? – ele a chamou, e apesar de ela o encarar e manter o sorriso, ela ainda não parecia conseguir responder. Seus olhos pareciam pesados, como se logo ela fosse perder a consciência. Harry olhou para Rose, preocupado. - Calma, foi algo muito forte o que aconteceu, então, não sabemos como o corpo dela irá responder imediatamente. – Rose falou. - O importante é que ela reagiu, Harry. – Lupin disse, sorrindo. - Você quer que eu te leve para o quarto, Mione? – o moreno perguntou. Olhando-o, meio sonolenta, ela balançou a cabeça. Realmente, ele queria ouvir a voz dela, conversar, mas aquilo, sem dúvida, já era o suficiente para deixá-lo imensamente feliz. - Isso, vamos deixá-la descansar um pouco. – a mulher mirou Harry carregar Hermione – Estamos esperando. Ele apenas balançou a cabeça antes de levar Hermione para o quarto. A amiga estava de olhos fechados, mas o segurava. Harry sentia as mãos dela em sua pele e o toque de Hermione nunca pareceu tão quente. Chegando ao aposento, a deitou e se ajoelhou ao lado da cama, ajeitando os cabelos dela. - Mione? – ela não respondeu. Harry quis acreditar que ela já estava dormindo. Rose achara o antídoto e tudo que Hermione precisava naquele momento era tempo. Não queria imaginar que fora algo passageiro, por isso, se apegou aquele pensamento positivo com todas suas forças. Ficou de pé, voltando para onde Remus e Rose estavam. Os olhares de ambos revelaram a expectativa. - Ela dormiu. - Então, quando ela acordar e conversar, por favor, não se empolgue e se esqueça de nós. Avise-nos imediatamente. – Rose exigiu. - Pode deixar. – ele hesitou por um momento, mas não conseguiu evitar a perguntar – Ela realmente... - Eu não posso garantir, Harry. Não temos dúvida de que ela reagiu, porém, até que ela se recupere, não posso te dizer se foi algo passageiro ou foi realmente a cura. - Você precisa ser forte. - Remus tem razão. Se for algo passageiro, mais do que nunca, você precisará ser forte, pois Hermione poderá se sentir muito frustrada e triste. E como eu não desisto fácil, eu revisarei meus estudos e tentarei descobrir onde errei para produzir outro antídoto. - Obrigado. - Como ter errado abalaria muito meu ego, eu quero acreditar que Hermione já está curada. Por isso, não se esqueça de nos avisar quando ela acordar. - Pode deixar. – Harry sorriu – Mais uma vez, obrigado. Obrigado aos dois. - Não precisa agradecer. – Remus o abraçou e Rose fez o mesmo. Eles se despediram e Harry os acompanhou até a porta. Seu coração ainda estava acelerado por tudo que acontecera. Estivera no quarto de Hermione umas três vezes, em menos de dez minutos, antes de se convencer de que ela não acordaria tão rápido. Então, resolveu enviar uma coruja a Rony contando o que acontecera. Passaram-se algumas horas e Hermione continuava adormecida. Remus retornara para vê-la, pois Rose temia que Harry se esquecesse de avisá-los se começasse a conversar com Hermione. Rony também viera vê-lo, porém, a morena ainda não despertara. Era quase meia noite, quando Harry desistiu, provavelmente, ela só acordaria no dia seguinte. Após checá-la pela última vez, deixou o quarto da amiga, para tomar um banho. Depois, como sempre, voltaria para dormir ao lado dela. O cansaço finalmente mostrou-se presente e ele acabou fechando os olhos ao encostar a cabeça na borda da banheira. A água quente estava ajudando-o a relaxar e, aos poucos, foi se sentindo melhor. Permanecia de olhos fechados, imerso em seus próprios pensamentos, que sequer achara estranho duas pequenas mãos massageando seus ombros. Apenas aproveitava a massagem, agradecendo mentalmente, o que quer que estivesse fazendo aquilo. Provavelmente, continuaria daquele modo, sem se importar com nada, se não ouvisse aquele sussurro. - Harry. – foi bem perto de seu ouvido, o suficiente para arrepiar todo seu corpo. Ele afundou na banheira, engoliu água e emergiu tossindo. Pegou imediatamente seus óculos e piscou várias vezes. - Mione? – ela estava ajoelhada, próxima a banheira, com um imenso sorriso nos lábios. - Obrigada, Harry. - E-eu... – ele ficou em pé na mesma hora, fazendo jorrar um pouco de água da banheira e molhar Hermione, porém, não foi a água que a surpreendeu. - H-harry... – ela virou, ligeiramente vermelha, e finalmente, ele se deu conta de como estava. - Desculpa. – pegou a toalha o mais rápido que conseguiu e se enrolou. - Agora estamos quites. – ela murmurou com um sorriso. - É você mesmo? Ou estou tendo uma alucinação? – ela ficou de pé e se aproximou. - Eu pareço uma alucinação? – Hermione o tocou na face, depois o beijou levemente na bochecha. - Você conseguiu me trazer de volta, Harry. Obrigada. - Mione! – ele a abraçou com força e seus olhos brilharam quando percebeu que ela estava correspondendo. Como sentira falta dos abraços dela. Ficaram naquela posição por alguns minutos, de modo que ela acabara toda molhada – Eu senti tanto a sua falta. - Eu também. – finalmente, eles se soltaram, e Harry deu uma olhada na amiga, sorrindo. - Preciso trocar suas roupas ou você ficará resfriada. - Obrigada, mas eu acho que já posso me trocar sozinha. – ela disse. - Ah, é verdade. – ele corou completamente, lembrando-se das inúmeras vezes que tivera que vê-la despida. Seria um bom momento para desculpar-se – Eu queria que me desculpasse por ter... - Não se desculpe por isso, Harry. Eu teria feito o mesmo por você. – Harry respirou mais aliviado – Mas eu como eu sei que você sempre quis me ver nua, tenho certeza de que matou sua curiosidade. - HERMIONE! – o moreno ruborizou-se e olhou feio para ela. - Estou brincando. – ela sorriu. “Eu sei que nunca iria querer algo assim em relação a mim, Harry”, disse em pensamento. - Eu vou me vestir e você vai trocar de roupa. Depois, vamos conversar. - Depois, você vai escrever à Rose. Agradeça-a por mim e diga que quero muito “conhecê-la”. - Está bem. Hermione foi para o quarto e, quando retornou, Harry já estava na sala escrevendo. Antes de se aproximar, o fitou por alguns instantes. Finalmente, estava de volta e apesar de sempre ter sonhado com algo assim, nunca acreditou realmente que fosse acontecer. Para sua felicidade ser completa só faltava contar a Harry o que sentia e ele corresponder. Contudo, isso já era pedir demais. - E então? – ela sentou ao lado dele. - Terminei. Tenho certeza de que amanhã cedo estarão aqui. – Harry fechou a carta e, após atá-la a uma coruja, a enviou para Rose – Vou deixar para avisar Rony e os outros amanhã. – ela quis saber se os “outros” incluíam a noiva dele, mas não teve coragem de perguntar. Seria a pior parte que teria que enfrentar – Mione... - Hum? - Eu sinto muito. Foi tudo minha culpa. Eu nunca deveria ter permitido que você assumisse aquela missão e... – ela segurou a mão dele. - Eu não tenho por que desculpá-lo, Harry. Nunca o culpei pelo que aconteceu, aceitei aquela missão por vontade própria, e o que aconteceu comigo poderia ter acontecido com qualquer pessoa. Não temos como prever o desencadear de cada missão. São os risco da profissão que nós escolhemos, e se eu for culpar os outros pelo que aconteceu, então, eu não sou uma boa auror. - Boa auror? Você é uma das melhores, Mione. - George ainda é o chefe, certo? – ele confirmou – Assim que puder, eu quero vê-lo. - De jeito nenhum. Ainda é muito cedo para voltar e... - Eu não vou permitir que eles fiquem impunes, Harry. Eu vi meus companheiros e dezenas de outras pessoas definharem em minha frente. Eu perdi as contas de quantas vezes eu desejei morrer naquela época. – ela baixou a vista – Não vou descansar enquanto não estiver com todos em minhas mãos. - Acha que pode encontrá-los novamente? - Com certeza. - Dessa vez, eu vou estar ao seu lado. – Harry garantiu. Sentiu vontade de dizer que queria estar sempre ao lado dela, mas achou que era algo estranho de se dizer naquele momento. - Eu imaginei que não conseguiria deixá-lo de fora dessa vez. - De jeito nenhum. - É melhor você ir dormir agora, pois já está muito tarde e eu tenho a sensação de que amanhã será um longo dia. - Eu não quero dormir. – ele confessou, fazendo-a sorrir – Tenho medo de... Não te encontrar quando eu abrir os olhos, ou você voltar a ficar daquela forma. - Eu não vou desaparecer, mas confesso que também estou com medo de tudo isso ser passageiro. – ela encostou a cabeça no ombro dele e Harry a abraçou – Mas precisamos ser fortes. Eu confio em você, então, sei que você encontraria outra forma de me trazer de volta. - Sem dúvida. – ele deu um pequeno sorriso – Vamos, então? Ambos ficaram de pé e seguiram para o quarto de Hermione. Estava tão acostumado aquela rotina, que se esquecera completamente que não precisava dormir ao lado dela a partir de agora. Já estava indo deitar-se, quando se deu conta do que ia fazer. Ficou parado, de pé, vendo Hermione se cobrir. - O que foi? – ela perguntou, sem entender. - E-eu acho que não preciso mais dormir aqui. – disse, meio sem jeito. - Ah, verdade, mas... Eu me sentiria mais tranqüila se você ficasse. – corou levemente. Queria apenas uma última vez ter aquela sensação de estar tão próximo a ele – Apenas hoje. - Está bem. – ele não demorou nem um segundo para concordar, já estava deitando-se ao lado da amiga – É bom tê-la de volta, Mione. - Obrigada. – Hermione afastou uma mecha do cabelo dele que caía nos olhos e beijou-lhe levemente a testa – Boa noite, Harry. - Boa noite. Ela o viu fechar os olhos e adormecer. Hermione, entretanto, não conseguia dormir. Ficou mirando a face dele na penumbra do quarto, enquanto mil coisas passavam por sua mente. Chegara o momento de pegar aqueles que lhe fizeram mal, o momento de rever os amigos. Chegara o momento de conhecer de verdade a noiva de Harry... Chegara o momento que teria que se despedir do amigo. Ele poderia ter sua vida tranqüila a partir de agora. Hermione se virou na cama e fitou o teto. Tantas mudanças viriam e algumas não lhe agradavam. Odiaria ter que deixar o apartamento de Harry, odiaria ter que ser a madrinha de casamento dele. Contudo, não poderia desapontá-lo. Virou-se novamente e o olhou mais uma vez. Ele dormia com uma expressão de tranqüilidade. Um pequeno sorriso se esboçou nos lábios dela. - Eu te amo. – sussurrou. Seria a primeira e única vez que poderia dizer aquelas palavras para ele. Pelo menos, única vez com aquele significado. Ela suspirou e seu olhar recaiu sobre os lábios dele. Aproximou-se lentamente e o beijou de leve – Obrigada mais uma vez, Harry. A morena virou-se finalmente para o outro lado e fechou os olhos. Foi inútil, pois não conseguira dormir. Seus pensamentos continuavam deixando-a alerta, de modo que Hermione passara boa parte da madrugada acordada, adormecendo quando o dia já estava clareando. Por isso, foi Harry quem despertou primeiro. Ele sorriu ao vê-la ao seu lado, feliz por ainda tê-la tão perto. Queria acordá-la na mesma hora, só para ter certeza de que não fora um sonho, mas ela parecia estar dormindo tão bem, que ele não teve coragem. Então, levantou-se e foi preparar o café da manhã. Ainda era cedo, não mais que oito horas, porém, a campainha soou enquanto preparava o suco. - Eu juro que tentei fazê-la esperar. – Lupin disse ao entrar ao lado de Rose. - Eu jurei amaldiçoá-lo se tentasse. - Tudo bem. - Harry sorriu. - Pelo seu sorriso, aposto que conversaram bastante. – o outro falou. - Sim. E... - Onde ela está? – Rose o cortou – Me desculpe, Harry, eu adoro você, mas agora, eu quero conversar com Hermione. - Ela está dormindo. - Eu acho que ela já dormiu demais. Vou falar com ela. - Rose... – Lupin tentou chamá-la, mas a mulher já tinha adentrado pelo corredor. - Está tudo bem, Remus. Eu também queria acordá-la, mas não tive coragem. - Para ter certeza de que não era um sonho? – Harry balançou a cabeça. - Nunca fiquei tão feliz em toda minha vida. Ela está de volta, de verdade, Remus. - Imagino. – ele sorriu. - Eu pedi perdão pelo que aconteceu. - E Hermione? - Disse que não tinha o que perdoar. - Eu sabia. Não foi sua culpa, Harry. - Agora eu acredito nisso. – o moreno falou. - Que bom. Acho que Rose vai roubar a atenção da Hermione por algumas horas. – Lupin disse. - Eu imaginei. Aposto que os outros virão em breve também. - Vai ter que dividi-la com o pessoal. Tente não ficar com muito ciúme. – ele brincou, o que fez Harry corar. - Não seria ciúme. Apenas vontade de ficar com minha amiga. – Remus riu alto. - Sei. Harry... – ele foi interrompido por uma coruja acinzentada que bicava com força a janela. - Só um momento. – Harry foi até a janela e pegou o pergaminho da coruja. - O que aconteceu? – Remus perguntou preocupado, ao ver a expressão de Harry mudar. - Eles pegaram a Kathe. – ele disse, ainda com os olhos no pergaminho. N/A: Dessa vez a demora também foi devido ao meu computador que me deixou na mão esses dias, por isso acabei sem PC. Aqui está finalmente a continuação, espero que vocês tenham gostado! =) Vou tentar ser mais rápida. Aproveito, claro, e dedico esse cap à Nayra, que está fazendo aniversário hoje (e ainda betou o capítulo para mim \o/). Feliz aniversário, Nay. E obrigada a todos que leram, comentaram e votaram!! Beijos!! Pink_Potter : )

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