Capítulo 16



16) Capítulo 16


 


 


 


- Só um momento. – Harry foi até a janela e pegou o pergaminho da coruja.


 


- O que aconteceu? – Remus perguntou, preocupado ao ver a expressão de Harry mudar.


 


- Eles pegaram a Kathe. – ele disse, ainda com os olhos no pergaminho.


 


- Como? – ele apenas entregou a carta. Não estava assinada, apenas dizia que ele tinha vinte e quatro horas para trocar Hermione por Katherine.


 


- É uma armadilha.


 


- Eu sei.


 


- Eles estão com pressa. Provavelmente, Hermione representa um perigo enorme e eles precisam se livrar dela o quanto antes.


 


- Não querem dar tempo para que ela se recupere e possa encontrá-los. – Harry passou a mão pelo cabelo, sem saber como agir.


 


- O que faremos?


 


- Exatamente o que eles querem. – Hermione disse ao chegar à sala com Rose.


 


- De jeito nenhum! Não arriscarei sua vida.


 


- Não temos opção, Harry. Eles não irão parar até que me peguem.


 


- Não permitiremos que isso aconteça. – Lupin falou.


 


- Eu sei quem eles são. Esse segredo permaneceu em silêncio por todos esses anos, mas agora é o momento de acabarmos com eles.


 


- Só que você pode ficar fora disto! – Harry estava começando a ficar nervoso.


 


- Eu ainda sou uma auror, provavelmente um pouco enferrujada, mas eu consigo executar uma missão.


 


- Não conseguiu da última vez. – ele disse sem pensar, mas acabou magoando a amiga.


 


- É verdade, eu esqueci que você é o melhor nas batalhas, me perdoe por não ser tão forte, Harry. – ela retrucou, ironicamente.


 


- Você sabe que não foi isso que quis dizer, eu... – “Só não quero correr o risco de te perder novamente”, terminou em pensamento.


 


- Mas foi exatamente o que pareceu!


 


- Não é o momento para vocês brigarem. – Rose interveio, olhando feio para os dois.


 


- Mione, você sabe mesmo quem eles são?


 


- Sim, Remus. E eu tenho um plano. Não me orgulho dele, mas dessa vez, não temos escolha.


 


- Então, nos diga o que pretende fazer. – ele pediu.


 


Hermione começou a falar, mas sem olhar para Harry. Discorreu sobre tudo o que sabia e contou-lhes como pretendia agir ao fim do prazo estabelecido. Precisariam de reforços e também de umas ações extras, por isso, assim que terminou, Rose e Lupin deixaram o apartamento imediatamente. Harry também tinha coisas a fazer, mas não saiu imediatamente.


 


- Desculpe. – ele disse, quando finalmente ficaram sozinhos. Hermione estava retirando uns copos da mesa e levando para a cozinha.


 


- Não foi nada.


 


- Você não precisa fingir que não está magoada.


 


- Já passou. – ela respirou fundo, após deixar os copos na pia. Estava de costas para o amigo.


 


- Você é a melhor auror que eu conheci até hoje.


 


- Não, eu sou uma boa investigadora. Você é o nosso melhor auror, Harry. Eu fui muito prepotente ao assumir aquele caso sozinha. – finalmente, ela se virou – Talvez, se você tivesse comigo, nós teríamos encerrado esse caso há anos.


 


- Eu sei. Jamais deveria ter deixado você pegar aquela pasta e...


 


- A culpa foi minha. – Hermione se aproximou – Você estava tão sobrecarregado, que eu quis ser útil, quando na verdade, eu sabia que precisava de você. Eu sinto muito.


 


- Eu também, Mione. – ele a abraçou e, pela primeira vez, ela pôde chorar por tudo que acontecera. Harry ficou ali, imóvel, apenas consolando-a, em silêncio – Não importa o momento, você sempre pode pedir a minha ajuda.


 


- Então, me ajude agora, Harry. Eu preciso de você para terminar isso.


 


- Eu farei o que puder. – ele sussurrou, ainda abraçado a amiga. Era tão bom senti-la corresponder.


 


- E eu prometo que trarei a sua noiva de volta.


 


- Provavelmente, foi ela quem espalhou a notícia.


 


- Eu sei que está zangado, mas também sei que é passageiro. – Hermione suspirou – Logo, vocês estarão juntos novamente e... – ela se afastou um pouco, para encará-lo – Eu poderei ser a sua madrinha, como prometido.


 


- É... – ele disse, sem muita emoção. Em outro momento, aquilo o deixaria extremamente feliz, pois significava que estariam cumprindo o que prometeram anos atrás.


 


- Agora, você precisa ir.


 


- Está bem. Até daqui a pouco. – Harry sorriu e finalmente deixou o apartamento. Quando ficou sozinha, ela massageou as têmporas. Uma dor de cabeça a incomodava desde que acordara. Depois, precisaria falar sobre aquilo com Rose.


 


***************


 


Hermione só voltou a encontrar Harry quando estava perto do horário estabelecido pelos “seqüestradores”. De acordo com o moreno, tudo tinha sido feito conforme o planejado, e apesar de todos parecerem bem cansados, nenhum demonstrava sinal de hesitação. Rony e Gina também chegaram com Harry e, mesmo querendo conversar com a morena, tiveram que guardar a ansiedade para quando tudo tivesse terminado.


 


- Eu ainda acho que não faria muita diferença deixar a Kathe por lá... – Gina disse para Hermione, enquanto as duas preparavam um lanche.


 


- Gina! – ambas sorriram – Não poderíamos.


 


- Eu sei, mas... Não faria muita falta. – ela deu uma olhada e, ao confirmar que Harry estava conversando com Rony e Remus, sussurrou – Você realmente gostou dela?


 


- O Harry é quem tem que gostar dela e...


 


- Mione! A verdade!


 


- Não muito. E eu acho que é recíproco.


 


- Sabia! Não sei o que o Harry viu nela. – Gina olhou feio para o moreno – Enquanto há outras pessoas bem mais legais ao redor dele. – agora ela lançou um olhar à Hermione, que ergueu a sobrancelha.


 


- Você não deveria falar do Harry assim, quando simplesmente teve a coragem de sair com Malfoy! – ela pegou os sanduíches e Gina os sucos, e rumaram para onde os rapazes estavam.


 


- É uma longa história.


 


- E eu vou querer ouvir cada detalhe. Talvez assim, eu descubra como o Malfoy enfeitiçou você – ela brincou – Bom, sejam rápidos. Está quase na hora.


 


- Tudo bem. – Rony respondeu, já pegando um sanduíche.


 


- Você teve resposta do Remus? – Hermione perguntou.


 


- A Rose me avisou que já tinham conseguido. – o moreno respondeu – Vai dar tudo certo.


 


- Tomara. – ela respirou fundo, passou a mão de leve na testa.


 


- Está tudo bem? – ele perguntou, preocupado.


 


- Sim. Não se preocupe. – Hermione forçou um sorriso, antes de tomar o suco que tinha nas mãos.


 


Ficaram ali mais alguns minutos, até que finalmente chegara a hora de partirem. Harry e Hermione saíram primeiro e depois Rony e Gina os seguiriam. O plano começara. Ele a envolvia com o braço e Hermione andava lentamente, olhava para a frente, sem focar em nada específico. Era como se não tivesse se recuperado. De carro, Harry chegou até o local marcado. Os outros já deveriam estar por ali. Revisava em pensamento o que planejaram, rezando mentalmente para que tudo desse certo. Então, ele ajudou a morena a descer do carro e a beijou na testa, depois de sussurrar.


 


- Confio em você.


 


Ela não respondeu, apenas o seguiu com passos lentos. Era uma casa antiga, abandonada na periferia londrina. Não se via ninguém, somente uns cachorros revirando umas latas próximas ao portão da casa. Ambos continuaram até a porta, a qual estava destrancada. Com a varinha em mãos, ele foi o primeiro a entrar.


 


- Eu sabia que viria. – um homem falara e imediatamente a porta se fechara atrás de Harry - Só não tinha certeza se a traria. Pelo visto, ela é realmente importante. – nesse momento, um homem alto apareceu e, após puxar Kathe pelos cabelos, a empurrou no chão. Os olhos dela estavam inchados e a mulher choramingou ao bater parte do rosto no chão.


 


- Para mim, todos são importantes. Diferente de vocês, que usam seres humanos em suas pesquisas imundas. – Harry disse, com raiva.


 


- Percebo certa raiva aqui. Senhor Potter, eu pensei que o senhor fosse a favor dos avanços científicos. Agora, se alguns precisam ser sacrificados, o que se pode fazer? – aquilo só fazia aumentar a raiva de Harry, que estava se controlando para não amaldiçoar o homem. Não podia se precipitar agora.


 


- Avanços científicos? Aquela sua maldita droga?


 


- Sim. Asseguro que meus clientes apóiam o que eu digo. – ele riu – E é pelo bem deles que estamos aqui. Não posso deixá-los vivos depois de hoje. – nesse momento, os murmúrios de Kathe aumentaram.


 


- E você acha que conseguirá me derrotar?


 


- Se não quiser vê-la morrer na frente de seus olhos. Vê como sou uma pessoa benevolente, senhor Potter? Estou lhe dando a escolha de morrer antes delas. – disse, com sarcasmo.


 


- Não acha mesmo que viria aqui despreparado.


 


- Claro que não. Porém, eu também sou uma pessoa prevenida. – uma porta próxima ao homem se abriu e dois homens entraram segurando Gina e Rony – Eu realmente não sabia que tinha convidado tanta gente. Senhor Potter, por favor, largue a varinha.


 


- Maldito. – Harry falou com raiva e, após hesitar um pouco, fez o que o outro mandou.


 


- Eu tenho certeza de que há mais, contudo, logo meus homens os encontrarão. – ele falou, dando um passo a frente. Sua varinha apontada para Harry, que estava mais a frente que Hermione – Eu e meus companheiros não somos pessoas que cometem falhas.


 


- Companheiros?


 


- Claro, senhor Potter. Muitos estão envolvidos. Pessoas conhecidas e poderosas, bruxos e trouxas. Os melhores. – ele sorriu, parando bem em frente a Harry – Não tem idéia de onde se meteu. Sua amiga foi a única que chegou mais longe, porém, veja o que isso a custou. Aposto que ela se arrepende.


 


- Eu acho que não. – Harry falou e, no segundo seguinte, se abaixou. Hermione ergueu a varinha e estuporou o homem que voou longe.


 


Os que seguravam Gina e Rony iam agir, mas no momento que um deles estendeu o braço com a varinha pra lançar um feitiço, Gina segurou seu braço e movimentou o quadril para trás, deslocando-o e conseguindo jogá-lo pra frente, caindo, em seguida, com ele, as pernas a cada lado do braço seguro, prendendo-o. Ao ver o movimento da ruiva, o comensal que estava atrás de Rony virou para o lado na tentativa de ajudar o companheiro, mas Rony fora mais rápido, girando-se e ficando de frente para o homem; usou o pé direito para tirar a base dele e braço direito no ombro esquerdo para completar o movimento, o que fez o bandido cair para trás, só que no meio do movimento Rony ergueu o joelho direito e quebrou o braço do bandido impossibilitando-o de usar a varinha e depois, desceu o pé erguido com força no joelho do mesmo, quebrando a perna. Harry aproveitou para pegar sua varinha e, após correr para perto de Kathe, viu que Hermione se aproximava do homem que não se movia.


 


- Hermione. – ele gritou, mas a morena não parou.


 


- Eu só me arrependo de não ter pedido ajuda ao Harry antes. Crucio! – ela sibilou com prazer, apontando a varinha para ele que gritou de dor – Assim, eu teria pego vocês mais cedo.


 


- Não acha que escapará assim tão fácil...


 


- Eu tenho certeza, Washington. – Hermione olhou para a entrada e viu Remus e outro auror entrando com uma menina. Ela estava amordaçada, e parecia extremamente assustada – Eu não me orgulho disso, mas foi necessário.


 


- Elizabeth! – Washington arregalou os olhos – Como pôde envolver uma garotinha inocente nisso!


 


- Eu sei que me igualei a vocês hoje, mas o fiz para vingar os outros inocentes que sofreram em suas mãos, assim como para evitar que haja outros. E ela não é a única. Estamos com os filhos de muitos de  vocês. Imagino que novos tenham entrado na organização nesse período que estive “ausente”, mas tenho certeza de que pelo bem de seus herdeiros, todos irão colaborar com gentileza com as novas investigações.


 


- Isso não vai terminar assim. – ele sibilou com raiva, olhando para de Hermione para a filha.


 


- Vai sim. Eu continuarei nesse caso até ter certeza de que todos estão pagando pelo que fizeram.


 


- E eu a ajudarei. – Harry falou.


 


- Vocês deveriam ter se assegurado de que eu tinha morrido. Tenho certeza de se arrependem disso, não é? – Hermione riu, antes que Remus se aproximasse.


 


- Pode deixar comigo agora, Mione.


 


- Está bem. Obrigada. Apague a memória dela depois. – sussurrou no ouvido dele, que apenas balançou a cabeça.


 


- Maldita! Isso ainda não terminou, Granger! – ele saiu empurrado, gritando. Remus o levou, assim como a filha. Rony se encarregou dos capangas e Gina foi até Hermione.


 


- Você estava incrível, Mione.


 


- Obrigada. Graças a Merlim, conseguimos. – ela disse. O medo misturava-se a adrenalina. Tudo estava bem agora. Harry desamarrou Kathe, que imediatamente se jogou nos braços dele.


 


- Ó, Harry, eu estava com tanto medo. – disse, chorando. Seu corpo tinha alguns hematomas e estava abatida.


 


- Está tudo bem agora. – ele disse.


 


- Eu sinto muito. Foi tudo minha culpa e... – Katherine se virou para Hermione – Gina está certa, você foi incrível. Você é incrível. Me perdoe. Eu jamais pensei que algo assim pudesse realmente acontecer. Eu só estava com raiva e com ciúmes, eu...


 


- Eu perdôo você. – Hermione disse sinceramente. Ela entendia os sentimentos de Katherine. Ela sentia raiva, ciúmes. Ela sentiu vontade de não salvar a noiva do amigo. Então, Hermione percebeu que não poderia odiar aquela mulher. Tudo que podia fazer era seguir sua vida, interferindo menos na de Harry.


 


- Sério? – Gina ergueu a sobrancelha, horrorizada.


 


- Sim. Pelo menos, isso serviu para adiantar a captura deles.


 


- E você ainda vê algo positivo nisso! – a ruiva sentiu vontade de bater em Hermione.


 


- Obrigada, Hermione. – Kathe se afastou de Harry, que apenas mantinha silêncio. Diferente da amiga, ainda não conseguira perdoar Katherine, pois aquilo colocara a vida de Hermione em perigo.


 


- Não precisa me agradecer. – ela forçou um sorriso.


 


- Agora, eu entendo porque o Harry te admira tanto. – ela olhou para o moreno – Eu não sei se você vai me perdoar, mas eu realmente estou arrependida.


 


- Depois falamos sobre isso. – foi tudo que ele disse.


 


- Acho que podemos ir. – Hermione sugeriu – Por que você não leva a Kathe para casa, Harry?


 


- Está bem. Nos vemos depois, então.


 


- Certo. – ele se aproximou e sorriu.


 


- Nossa, você realmente foi brilhante hoje. – a expressão dele se iluminou.


 


- Obrigada. Até mais.


 


- Eu sinceramente não tenho palavras para descrever você! – Gina disse mirando Harry se afastar com Kathe.


 


- Gina...


 


- Como pôde perdoá-la? Como pôde deixá-la ir com o Harry? Você praticamente a jogou de volta para os braços dele e... – ela parou de falar quando Hermione caiu de joelhos no chão – Mione?


 


- Eu preciso que me leve até a Rose. – Hermione falou enquanto levava as mãos à cabeça que latejava. Todo seu auto-controle desapareceu e, finalmente, ela pôde demonstrar a dor que estava sentindo. Sua respiração estava irregular, mal conseguia ficar de pé, sua cabeça parecia que iria explodir – Por favor, Gina.


 


- C-claro. – então, sem nem esperar Rony voltar, a ruiva desaparatou com Hermione.


 


N/A: Sei que demorei, mas é porque não foi fácil escrever o capítulo dessa fic... ^^’ Além disso, esses dias estão bem corridos, porque estou com um monte de coisa para estudar, mas enfim... Desculpem!!! Aqui está o cap, espero que gostem. E não queiram me matar porque a Mione perdôo a Kathe!! Kkkkkkkkkkkk!! Foi ela, e não eu... huieheuiheuiheuih!! =) Ahh... E eu queria dizer que esse cap é um presente a uma leitora fiel dessa fic, Andréa Pismel. Eu demorei bastante, desculpa, mas sem dúvida, você merece \o/ Meus parabéns mais que atrasados!! E um obrigada a Nay que betou o cap e ainda me ajudou a melhorar o cap!! \o/ Obrigada também a todos que leram, comentaram e votaram!! Um beijo enorme!! Pink_Potter : )


 


 


 

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