A Rainha Hermione



A Rainha Hermione

- Hermione, você está bem?

Hermione acordou, sem saber direito onde estava. O quarto estava escuro, mas Pe. Carter afastou as cortinas, iluminando-o.
- Você está bem? – o padre perguntou, parecendo preocupado.
Hermione tentou se levantar, mas a cabeça girou no mesmo instante. Antes que pudesse se controlar, já estava no chão, o estômago revirando-se em espasmos.
- Eu não deveria ter bebido tanto na noite passada! – respondeu Hermione, enquanto Pe. Carter ajudava-a a levantar.
- Bem, na verdade, você parece muito pálida ultimamente. Aquele demônio do Drácula não... não te mordeu, não é?
- Não, Padre! – respondeu Hermione. – Ele tentou me morder ontem à noite, mas Sophie me salvou. E como está Sophie, ela está bem?
- Não, filha... na verdade, não! Temo que ela não sobreviva se ficar neste lugar. Tão pouco sobreviverá se sair agora. O sol está forte... se estivesse nublado, talvez...
Pe. Carter levou Hermione até outra sala, onde ele havia preparado uma mesinha com o café da manhã.
- Ai, Pe. Não sei que consigo comer. Estou muito enjoada.
- Você precisa comer, minha filha. Tem um grande confronto a enfrentar. Sabe que teremos que viajar para Hogwarts hoje, não é? Eu posso ir com você, posso até pedir uma equipe de padres para o Vaticano. Somos tão responsáveis pelo que está acontecendo quanto você, mas sabe que não adiantará muito. Nós, padres, não sabemos nada de magia. E não creio que nossas orações surtirão efeito contra os temidos “COMENTAIS”.
- Comensais, Pe.! – disse Hermione, corrigindo-o. Mesmo assim, estava perplexa com as informações que o padre sabia. Era estranho imaginar que os padres, trouxas, sabiam de tudo o que acontecia no mundo bruxo.
- Sim, o senhor tem a razão. Mas se puder conseguir uma equipe, eu ficarei muito grata. Vocês não poderão enfrentar os comensais, mas poderão enfrentar os vampiros. Além do mais, são os únicos que podem benzer água o suficiente para combater esses demônios. Quanto aos comensais.... não terei alternativa a não ser pedir a Harry que acione os Aurores.
- Harry... mas Hermione... Harry é...
- Sim, eu sei. Mas agora eu sou a rainha, padre. E devo colocar o meu conflito com Harry de lado se quiser consertar a situação que eu mesma compliquei. Além do mais, terei que pedir a ajuda dele, se quiser retirar Sophie daqui em segurança.
- Bem, se tem certeza disso.
Hermione não tinha certeza de nada, não confiava em Harry, tampouco confiava em Drácula. E não sabia qual era o pior. Contudo, Harry queria destruir Voldemort, enquanto Drácula queria ressuscitá-lo. Sabia que cairia no mesmo problema que vinha tentando combater se pedisse ajuda a Harry. Ele, com certeza, a ajudaria, mas e depois? Mesmo sendo a rainha, tinha a certeza de que Harry não se deixaria subjugar. Ele dominava os aurores e dominava também o Ministério da Magia. Se o chamasse... caberia a Hermione apenas a escravidão.
Hermione suspirou. Bem, talvez pudesse pedir ajuda de Genebra se Harry realmente quisesse escravizá-la. E talvez... bem... talvez não fosse tão ruim assim quanto pensava. O que não podia era tentar enfrentar essa situação sozinha. Agora, ela era a rainha. a responsável pelo mundo mágico, e tentaria honrar essa posição. Apesar de tudo, ela engoliria seu orgulho. Pediria a ajuda de Harry e lutaria contra Drácula.
- Padre, o senhor precisa me arranjar uma coruja.
- Sim, minha filha. Temos uma coruja aqui, embora nunca tenhamos aprendido como usá-la.


Harry já almoçava quando recebeu uma coruja, era de Hermione, com uma carta que continha poucas, mas esclarecedoras, palavras.

“Harry.

Drácula sabe.
Estou na Igreja.

Venha.”.

Que Hermione estava na Igreja do Pe. Carter, isso Harry já sabia. Sua fonte já lhe havia informado. Mas não sabia da primeira frase: “Drácula sabe”. Aquilo não era bom,. não era nada bom. Significava que seu medo tinha fundamento. Realmente Firenze usou Hermione para dar o recado a Drácula que, imediatamente, entendeu-o.
- Gina, - ordenou ele à ruiva, que tomava o café da manhã ao seu lado. – Quero que escreva imediatamente para Snape. Diga-lhe que os vampiros tentarão entrar na Floresta Proibida. Diga-lhe que, haja o que houver, ele não pode permitir isso.
- Arthur. Mande os aurores para Hogwarts. Vamos ver Hermione, e depois vamos direto pra lá.


Hermione olhou-se no espelho. Não tinha a aparência de uma rainha. Na verdade, não sabia como conseguia ficar pior dia após dia. Havia se despido por inteira antes do banho, e procurava qualquer marca no corpo que indicasse que Drácula a tivesse mordido. Não havia nada. Apesar da sua aparência mórbida e pálida, não havia nenhum arranhão estranho, fora a mordida na mão que já estava quase cicatrizada.
- O que será que está acontecendo comigo? – disse Hermione para si mesma.
Entrou na banheira com água quentinha previamente preparada. Sabia que teria que partir logo para Hogwarts, mas queria aquele momento de paz somente para ela, para que se despedisse bem de si própria. Sabia que talvez não retornasse com vida de Hogwarts, ou... se sobrevivesse, voltaria como escrava de Harry.
Hermione se afundou até o pescoço naquela água morninha e perfumada e encostou a nuca na banheira, fechando os olhos.
Já estava quase dormindo quando sentiu uma presença estranha no banheiro. Ao abrir os olhos, viu Harry ajoelhado ao lado da banheira.
- Não podia esperar? – perguntou ela, aborrecida.
- Uhm... na verdade, não! – respondeu ele, com um sorriso irônico. – Então, o que aconteceu?
- Você tinha razão! – respondeu ela, sem se mover. A espuma protegia seu corpo do olhar observador de Harry, que fazia questão de fitá-la de alto a baixo. – Drácula só se aliou a mim para ter o poder. Desde o início ele tencionava libertar Voldemort.
- Você disse que ele sabe. O que ele sabe?
- Sésmonas. Eu perguntei a ele o que era. Foi o que Firenze me disse na nossa lua de mel. Quando eu fiz a pergunta, ele imediatamente soube do que se tratava. Agora, não precisa nem de Firenze, nem de mim para libertar Voldemort.
- Mas ele não sabe onde Voldemort está, não é? – perguntou Harry.
- Acho que sim, Harry. Se ele não soubesse, não teria me atacado, ontem.
- Ele te atacou? – indagou Harry, parecendo preocupado, enfiando a mão na água para segurar a sua cintura. – Você está bem?
Hermione não suportou o toque de Harry. Agarrou a toalha que havia perto de si e se levantou, enrolando-se nela.
- Ei, fique calma, não sou um canalha! – disse Harry. – Bem, não sou o melhor homem da face da terra, mas eu não forçaria você a fazer algo que não quer.
- Ah, não? – perguntou Hermione, num tom irônico. – Não é o que está tentando fazer desde que me FORÇOU a deixar Hogwarts?
Harry se calou. Na sua têmpora uma veia pulsava. Hermione o havia provocado. Não era uma coisa sensata a se fazer, até porque, fora a toalha, não usava mais nada.
- Olha aqui, Hermione! – Harry puxou-a pela cintura e arrancou sua toalha. – Eu já vi o seu corpo. Já o tive nos meus braços. E, se me lembro bem, você gostou muito!
Harry achou que Hermione não resistiria à provocação e o estapearia bem no rosto. Mas Hermione não fez isso. Apenas se encolheu em seus braços e abaixou a cabeça, tremendo levemente.
- Acha mesmo que eu seria capaz de fazer uma coisa dessas? – perguntou Harry, aproximando-se mais de Hermione. – Tem tanto medo de mim a ponto de pensar isso?
Harry não resistiu e abraçou Hermione, acariciando seus cabelos.
- Hermione, o que eu lhe disse na noite passada, é a mais pura verdade: eu te amo. Amo mais do que tudo, mais do que qualquer coisa. Desisti da coisa que mais queria apenas para comprazer-lhe. Eu a amo e a protegerei sempre.
- Não diga isso se não é verdade! – choramingou Hermione, enxugando as lágrimas. – Não brinque com meus sentimentos. Estou fraca demais para suportar os seus jogos. Sou eu quem está desistindo agora. Por favor, ajude-me a controlar a situação e a derrotar Drácula. Eu não posso fazer isso sozinha. Mas por favor, eu lhe imploro, não me machuque!
Harry se afastou de Hermione ao perceber que ela não acreditava nele. Entristeceu-se, mas manteve-se firme. Enrolou a toalha nela novamente e a guiou para fora do banheiro.
- Estarei lá fora. – disse Harry, saindo do quarto.

Foi difícil para Hermione controlar os sentimentos. Secou as lágrimas, colocou um robe leve e confortável e saiu. Harry, Arthur, Gina e Rony conversavam com o pe. Carter.
- Então, a Igreja sabe de tudo? – perguntava Arthur.
- Ajudaremos com os vampiros, como a Srta. Granger... ah... quero diser...como a sra. Potter disse, mas não poderemos enfrentar os comensais.
- Não se preocupe com os comensais, pe. Os aurores enfrentarão eles e os centauros, que, com certeza, apoiarão os vampiros. Mas é melhor agirmos rápido, não sabemos o que mais pode acontecer. – disse Harry, quando percebeu a presença de Hermione.

Harry olhou de relance para a esposa. Ela também evitava enfrentar seus olhos.
- Já mandei a Srta. Rousseou para o Hospital St. Mungus, Hermione – disse Harry, seriamente. – Agora, precisamos partir...


Era estranho estar novamente do lado de Harry, Rony e Gina. No trem para Hogwarts, Harry e Hermione não trocaram nenhuma palavra sequer. Antes de decidirem pelo trem, Gina sugeriu que eles aparatassem até a estrada de Hogsmeade, nos limites de Hogwarts, até onde era possível aparatar. Mas, estando Hermione tão mal de saúde quanto aparentava, Harry ficou com medo. Mesmo que ela aparatasse com alguém, poderia não agüentar.
- Estamos perdendo tempo! – disse Gina, olhando amarga para Hermione, que não desviava o olhar da paisagem lá fora.
- Não, Gina, não estamos. – falou Harry com firmeza, também olhando para Hermione. – Se não viéssemos pelo trem, os padres não poderiam nos acompanhar também, não é?
Hermione tentava se convencer de que não era um empecilho, que a presença dos padres ali era importante, afinal, eles poderiam enfrentar os vampiros melhor do que qualquer auror, mas estava impaciente. Achava mesmo que estavam perdendo tempo.

Quando chegou em Hogwarts, a professora Sprout disse que os alunos menores haviam deixado a escola e que os alunos do sexto e do sétimo ano acompanharam Snape até a floresta proibida já fazia duas horas, sem nenhum retorno desde então.
- Growpe e Hagrid? – perguntou Harry.
- Também estão na floresta agora. O que está acontecendo, Potter? – perguntou a professora, temerosa.
- Tente alertar os outros Ministérios se não retornarmos em duas horas. E fuja para Hogsmeade.

A equipe de mais de quinhentos aurores esperava por Harry bem na orla da floresta proibida.
- Sr. Potter! – disse Shakebolt, um auror fiel, quando Harry se aproximou. – Temos ouvido estranhos ruídos, parecem gritos. Achamos que está acontecendo alguma coisa.
- Certo! Preparem-se todos. Invadiremos em cinco minutos! – Harry deu a ordem, olhando para o céu. O sol se punha, mas na floresta a escuridão já era geral. Não queria pensar, mas sabia que nem todos retornariam vivos daquela floresta. Olhou para Hermione, cansada, pálida e doente ao seu lado. Sabia muito bem o que aconteceria se ela entrasse ali.
- Hermione?
- O que? – perguntou ela, virando-se para ele. Viu quando ele brandiu a varinha em sua direção, mas não foi rápida o suficiente para evitar aquele ataque.
- Estupefaça!
Hermione desmaiou sobre a grama macia, mas Harry a levantou em seu colo, segundos depois.
- Shakebolt! Leve a rainha para o castelo! E a proteja!


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