A intrusa



Chegando a seu quarto, a cabeça doendo e sem sono algum, pegou a chave que carregava em uma corrente, por dentro da roupa, e, ao girar a chave e entrar, teve que reprimir um grito. O susto foi tão grande que ficou sem ar por uns instantes, após avistar sua vizinha, Veronica Smethley, dentro de seu quarto. Ninguém, nos últimos dois anos, nem mesmo sua Tia Soraya, tinha pisado ali. Severus se sentiu como se pudesse matá-la, de tanta raiva.
- Que... o que você está fazendo aqui? - sua voz saiu esganiçada, ao que Veronica riu:
- Ué, vim te mostrar minha vassoura nova!!! Uma Silver Arrow novinha em folha!!! - disse a menina feliz. - Quem mandou deixar a janela aberta? - ela sorria, mostrando um espaço entre os dois dentes da frente.
O olhar de Severus ia de um canto a outro, checando se suas coisas continuavam em seu devido lugar.
- Há quanto tempo você está aqui? - perguntou, nervoso, sem saber muito bem como proceder.
- Humm, uns dois minutos, vi seu morcego voando pela janela e percebi que ela estava aberta.
Severus foi até a janela, como se para verificar a veracidade do que a menina dizia.
- Não se preocupe - disse Veronica. - Aposto como ele volta, não é todo mundo que gosta de morcegos, não é mesmo?
Ele recusou-se a responder. Era óbvio que ela estava mentindo. Devia estar ali há horas, horas, bisbilhotando tudo. Veronica era a menina mais curiosa e fofoqueira que conhecia. Gostaria de usá-la em uma experiência que lera em seus livros, um feitiço de derretimento. Mas durante anos ele treinara autocontrole, e não seria dessa vez que ia perder a cabeça e pôr tudo a perder.
A menina o encarava, petulante. E ele não podia perguntar, abertamente, até onde ela fora na bisbilhotice. Tinha que continuar conversando com a garota, tentando fazer ela se trair. Mas conversar com uma menina era uma coisa que Severus não sabia fazer direito. Na verdade ele não era muito de conversas, mas se sentia particularmente inibido ao tentar conversar com garotas.
- Hã... Você sabe... eu vou para Hogwarts - ele falou, enquanto Veronica apertava os olhos como quem vai rir.
- Já foi ao Beco Diagonal fazer suas compras? - ela perguntou. Tinha um olhar estranho nos olhos, algo de curiosidade, mas de uma maneira que soava a Severus como zombaria.
Ele encarou a menina nos olhos.
- Eu, eu acho que vou na semana que vem, comprar uma varinha, as vestes e... e livros - balbuciou ele.
- Aposto como você vai parar na Sonserina!!!! - ela falou de repente, ao mesmo tempo que seus olhos, involuntariamente, pousaram no armário logo atrás de Severus. Ele gelou. Ela devia ter aberto o armário, que ele displicentemente havia deixado destrancado. Ela sabia que escondia livros proibidos em seu quarto. Sabia que ele estudava secretamente magia negra. Um ódio se apoderou dele. Agora era a prova de fogo, tinha que se controlar e fazer cara de tonto.
- Mas é claro que vou. Toda a minha família foi da Sonserina - disse ele, tentando dar um ar casual à sua voz.
Mas Veronica o olhava intensamente, como se esperasse uma reação.
- Que foi? - perguntou ele.
- É verdade que sua família por parte de mãe é aparentada com Grindelwald?
A surpresa tomou o rosto do menino.
- Como? - ele perguntou, espantado.
- É o que falam em Hogwarts, dizem que Sisudus tira boas notas em Defesa Contra a Arte das Trevas porque tem parentesco com Grindelwald, dizem que ele herdou o dom da arte das trevas, e conhece todas... Eu particularmente acho que ele é bem bobo e só tira boas notas porque estuda como um doido, e...
As palavras de Veronica começaram a formar um barulho ininteligível, um blá-blá-blá, no qual ele não prestava atenção, enquanto tentava se concentrar na informação que acabara de receber. Seus irmãos nunca lhe contaram sobre os comentários que corriam a respeito deles. Seria mesmo verdade? Por um segundo, pensamentos se seguiram rapidamente em sua cabeça. Sabia que sua mãe nunca havia conhecido o pai. Havia tantos mistérios em sua família que isso realmente não era impossível... Grindelwald... O famoso bruxo das trevas, derrotado por Alvo Dumbledore, vinte e dois anos atrás.
Ele não sabia se ficava contente com essa possibilidade ou não. Mas agora não era a hora para ficar imaginando como é que isso podia afetar sua vida, pensou, enquanto Veronica, aproveitando que Nictus, seu morcego, chegara fazendo estardalhaço, e percebendo que ele estava bem longe em seus pensamentos, aproveitou para dar o fora, montada na vassoura nova.
- Tchau, Sevvie - gritou ela.
"Que maravilha de vassoura", pensou Severus, com tanta inveja que quase esqueceu a dúvida que a guria tinha deixado em seus pensamentos...
Ainda muito curioso, e intrigado, ele colocou seu morcego dentro de seu guarda-roupa, pendurado entre suas vestes negras. Logo depois, pegou sua lupa mágica e cuidadosamente verificou seu armário de livros. Definitivamente, a garota andara bisbilhotando ali. Respirou aliviado, porém, ao ver que seus livros mais secretos não tinham sido tocados.
Enquanto vestia seus pijamas, ele voltou a pensar no que Veronica dissera. Tinha que investigar isso. Até a raiva contra a menina passou, quando o sono finalmente tomou conta de sua mente, e seus sonhos de poder foram mais vívidos do que nunca durante essa noite.


[[Olá pessoal! e Principalmente Darck Mel... Desculpem-me por ter excluido a FIC! Fiquei desanimada... Nenhum coments... Bem... Mas tô tentando novamente! Se gostarem espalhem ok?
Tô começando agora e preciso da ajuda de "amigos"!
BEijo grande!!! Xau xau]]]

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