O amor é uma dor



Chegaram à porta da Toca, Tonks estava tão cansada que sentia que ia desmaiar. E Lupin a ajudava a andar.
TOC TOC TOC – Lupin bateu na porta.
– Identifique-se! – ordenou uma voz feminina de dentro da casa.
– Molly, somos nós. Rápido, Tonks está ferida.
–Nossa, já?! – perguntou Molly Weasley abrindo a porta. – Vocês estão bem? Conseguiram?
– Uhum – foi a única coisa que saiu de Lupin, pois ajudava Tonks adentrar na sala.
– Ui! – exclamou Tonks ao se sentar no sofá. Lupin ajoelhou-se no chão e levantou a calça de Tonks para ver sua perna. Molly soltou uma exclamação e Tonks um guincho de dor.
– Nossa, está feio... – disse Molly.
– É ainda bem que Remo fez um feitiço e não está doendo tanto...
– Molly, por gentileza, será que poderia pegar água e gases para limpar o ferimento antes de o Feitiço Cicatrizante?¬– disse Lupin.
– claro, estou indo. – disse Molly já subindo a pequena escada torta da Toca.
– Remo, como...como... eu não entendo. Como sobrevivi? ¬– perguntou Tonks olhando para Lupin, que não a retribuía o olhar.
– Não faço a mínima idéia... também gostaria muito de saber. Talvez Dumbledore deva saber, quando vier buscar a lembrança, perguntamos a ele.
– Uhumm...
– Pronto. Aqui está a água limpa e a gases.
– Obrigado Molly.
– De nada.
Lupin começara a limpar o ferimento de Tonks.
– Ai ai! – exclamou Tonks.
– Vai doer mesmo, agüenta aí. – Disse Lupin, que acabara de limpar o ferimento de Tonks. Depois dera um toque de varinha em sua perna, que voltou ao normal.
– Vou ali à cozinha pegar alguma coisa para vocês comerem, devem estar famintos! – disse Molly, já se encaminhando à cozinha.
– Remo, obrigada. – disse Tonks a Lupin (que sentara ao seu lado), com um bolo na barriga, ficara meio nervosa, pois tinha segurado a mão dele.
– ok. – Disse Lupin, mas Tonks já o abraçava forte, com a voz de choro.
– Sério. Obrigada mesmo. Lá na floresta, eu tenho a impressão que só escapei porque você me salvou.
Ele não dissera nada. Só a abraçou de volta.
– Então, obrigada mesmo. – disse Tonks o soltando.
– ok, ok. – disse ele tentando manter o tom da voz normal. – Então, como foi, o que aconteceu quando você foi atacada pelos expectros?
– O que?! Quem foi atacada por expectros?! – disse Molly Weasley, voltando da cozinha com uma bandeja de comida.
–Tonks foi atacada na floresta. – disse Lupin.
– Oh, meu Deus! – sobressaltou-se Molly, colocando a bandeja na mesa de canto da sala.
– Então, como foi? – perguntou de novo Lupin a Tonks.
– Bem... acho que fui parar em outro mundo, pelo menos assim parecia. Era igual aos dementadores, pareciam sugar minha felicidade, mas ao contrário dos dementadores, era como se queriam que eu implorasse pela morte ou algo parecido. Eu sentia vontade de morrer cada vez mais, até que... – Tonks parou de súbito, pois alguém batera na porta d’A Toca.
– Ah, deve ser Alvo para pegar a lembrança. – disse Molly já caminhando à porta.
Enquanto isso Tonks permaneceu calada, Lupin também não falara nada. Molly chegou à sala dois minutos depois, com Dumbledore.
– Ah! Remo, Ninfadora! Que bom que voltaram ilesos!
– Ahh, bem... está aqui a lembrança professor. – disse Tonks tirando um frasquinho do bolso de sua roupa.
–Ah, sim, muito bom. Então, como está aquela fabulosa floresta de Tumnus?
– Fabulosa?! – exclamou Tonks.
– Bem, perigosa, mas com certeza não deixa de ser fabulosa.
– Ô, sim, com certeza. – disse Tonks meio irônica.
– Aconteceu algo lá? – perguntou dumbledore a Lupin e Tonks.
– Bem, como você previra Dumbledore. Comensais.
– Humm...sabia. Que pena para eles, não foi desta vez. Mas aconteceu algo a vocês? Sabe, aquela floresta tem cada criatura formidável...
– Bem, vimos um gigante e um expectro...
– Expectro?! Humm, interessante...
– INTERESSANTE?! – exclamou Tonks. – ESSA COISA QUASE ME MATOU!
– Ah, sim, minha cara. Foi justamente por causa deles que mandei vocês dois para a missão.
– PÔ! Eu sou tão desprezível assim?
Dumbledore riu.
– Com certeza não, Ninfadora. Mas sabe o que lhe salvou do expectro?
– É, essa eu queria saber muito...
Dumbledore olhou para Lupin, defronte a ele.
– O amor, minha cara, o amor.
Lupin ficara muito vermelho e Tonks corara um pouco também. E Molly, que escutava a conversa de um canto da sala, abrira um discreto sorriso.
– Molly tinha certeza de que se amavam, e me indicou os dois para a missão. Além de tudo, Ninfadora é uma ótima auror e Remus um bruxo muito inteligente, tinha certeza que conseguiriam.
Lupin parecia um pimentão de vermelho, com certeza não tinha uma palavra sequer para falar a Dumbledore.
– Bom, então, realmente foi Remus que me salvou?
– Oh, sim, sim.
– Humm... que bom saber... – dissera Tonks, escondendo um sorriso que abrira em seus lábios.
– Bom, então eu já estou indo. Adeus, Ninfadora, Remo.
–Adeus Dumbledore. – falou Lupin quase inaudivelmente.
– Tchau professor. – disse Tonks.
– Vamos, Alvo. Eu o acompanho até a porta. – dissera Molly Weasley, acompanhando Dumbledore.
Ficaram apenas Lupin e Tonks na sala. Ele sentia que ela olhava.
– O que exatamente você pensou ou fez? – perguntou ela de repente.
– eu?! – disse aturdido.
– É, fale-me a verdade. – disse ela carinhosamente, sentando ao seu lado direito.
– Eu...
– Prontinho! – Molly Weasley aparecera na sala.
– Ah, bem, já vou indo. Adeus Tonks, Molly, obrigada pelo lanche Molly...
– Ah! De nada...
– Ah, eu já estou indo também. – disse Tonks dando uma discreta piscadela para Molly.
– Ok, então tchau para os dois.
– Tchau. – disseram em uníssono.
Foram andando até à porta juntos.
– Remo, aonde você vai? – perguntou ela a ele, quando já estava para aparatar.
– Largo Grimmauld. – disse ele, indiferente.
– Quer ir lá em casa? – disse ela cautelosamente, o coração martelando forte.
– Não, Tonks. Mas obrigado.
– Espere! – disse ela, percebendo que ele ia aparatar.
– Sim?
– Depois de tudo isso, você ainda age desse jeito?
Ele ficara calado, olhando para o chão.
– Depois de tudo que passamos, você ainda me ignora? – continuou ela – Depois de tudo que se provou esta noite, você não segue seu coração?
– Tonks, eu...
– Psssiu! Me ouve! – falou ela em tom de voz mandona, mas controlada.
– Eu sinceramente não acredito nisso! Você, que se julga sério e certinho, não fazer a coisa certa?!
– Ah, é?! E qual seria a coisa certa, Ninfadora?! – disse ele, entrando no jogo dela.
Ela se adiantou para sua frente e lhe deu um beijo nos lábios. Ele sobressaltou-se, mas não conseguiu desviar ou ignorar aquele beijo.
– Isso. – respondeu ela soltando o rosto de Lupin e se afastando, com um sorriso maroto nos lábios.
Lupin nem tivera tempo de raciocinar para respondê-la, pois dizendo isso, ela imediatamente aparatou. E vendo que estava sozinho no quintal d’A Toca, aparatou também.
Tonks Chegara em sua casa feliz, gritando para si mesma em sua mente “ Ele me ama! Tenho certeza! Ele e ama!”

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