Hogwarts



Lupin chegara mais feliz do que esperava chegar em casa. Mas, novamente, aquele sentimento de culpa o tomou conta: como podia? Como ela podia amá-lo? Mas quis afastar esse sentimento, não podia negar, se sentia muito feliz. Fora se deitar com uma felicidade dentro de si, mas prometera a si mesmo que se esforçaria ao máximo para esquecê-la ou pelo menos se afastar dela, mesmo tendo plena consciência de que se amavam, mas talvez assim ela encontraria outra pessoa que a amasse tanto quanto ele. Era muito difícil admitir aquilo. Só de pensar em outro homem tocando-a ficava com um misto de ciúmes e raiva, mas tinha de se conformar, pois ela nunca seria sua.
Os meses se passaram e vieram trazendo consigo a primavera. Era mês de junho. E eles não se viam desde aquele dia. Fazia uma linda noite, noite de lua cheia.
Tonks estava na sua janela. Fazia exatamente vinte e sete horas que não dormia. Estava demasiada cansada. Estava trabalhando dobrado, e quando finalmente tinha um dia de folga, não conseguia descansar, ficava pensando no único homem que sempre lhe roubava os pensamentos, mesmo contra a sua vontade. Ele lhe roubara tudo que tinha, inclusive seu imenso orgulho, vaidade, pensamentos e até seu coração. Ela tinha se humilhado a ele, coisa que nunca fez e prometera, quando mais jovem, nunca fazer. Perguntava-se: Por que faço isso? Por que me apaixonei? Nenhuma mulher devia se apaixonar... isso sempre, sempre, só trás tristeza. Mas agora que estava apaixonada, não entendia como pudera um dia dizer que nunca iria se rebaixar por um grande amor, que nunca iria se casar ou ter filhos como suas amigas sempre planejavam. Desde criançinha, na escola trouxa, sempre dizia que meninos eram nojentos e que só prestavam para lhe pagar sorvete, quando era mais jovem, a mesma coisa, dizia que nenhum homem prestava a não ser seu pai. E agora ela se via ali, naquele estado. Sem dormir vinte e sete horas e vinte e quatro minutos por causa de um homem que mudou sua vida completamente. Por que fui me apaixonar, agora vivo pra te amar...
Hoje era a lua. A lua que tanto amaldiçoou sua vida, estava de volta. Era sua última aparição este mês. Estava se perguntando como ele estaria agora. Sabia que sempre ficava muito mal depois da lua cheia, mas notara que, quando estavam juntos, não tinha comparação. Ele ficava mal, mas logo se recuperava e ficava feliz, mesmo depois da lua cheia. Na verdade ficava muito feliz depois da lua cheia, talvez porque sabia que teria alguém que o amava muito lhe esperando ansiosamente. Mas depois da morte de Sirius, tudo mudou. A magia se perdeu, ele voltara a se sentir sozinho no mundo, infeliz, e, junto com ele, levou Tonks. Agora ela estava assim, triste, depressiva...
Ela deitou, logo dormiu por causa do cansaço que sentia.
No dia seguinte, Tonks estava de folga. Então aproveitou para dormir até tarde, pois quando acordou eram quatro horas da tarde.
– Nossa, dormi muito! – disse se espreguiçando.
Já que não tinha absolutamente nada pra fazer, porque era a sua folga, ficou ali mesmo na cama. Não sentia vontade de fazer nada. Ficava lá, deitada, muitas vezes se pegava pensando nele. Só levantou para comer, só porque se sentia fraca, mas fome mesmo, ela não tinha.
Já eram quase oito horas da noite quando...
TOCTOCTOC
– Mas o que é isso?! – exclamou ela, que estava sentada na grande janela de seu quarto.
TOCTOCTOC
Foi correndo para a sala, de onde estava vindo o barulho. Parecia que aqueles meninos estavam brincando de atirar pedra na janela dos ouros de novo...
Mas assim que chegou à sala, viu que não eram crianças jogando pedra e sim uma coruja lutando para entrar na janela, com um pergaminho preso ao bico.
“O que será isso?” pensou ela. “Eu não vou trabalhar agora, não mesmo!”
Abriu a janela e deixou a coruja entrar. Tirou o pergaminho de seu bico, e a coruja levantou vôo novamente, indo janela agora.
Depois de observar a saída da coruja, Tonks abriu o pergaminho, e viu, imediatamente, que era de Dumbledore.

Cara Ninfadora,
Terei de sair por um momento de Hogwarts com Harry Potter
E preciso muito de pessoas da Ordem que estejam dispostas a fazer
Guarda nos arredores de Hogwarts, caso houver algum imprevisto.
Se puder, compareça imediatamente em Hogwarts.
Grato,
Alvo Dumbledore

– Nossa, pra onde será que ele vai com Harry? Melhor ir logo...
Vestiu-se rapidamente. Saiu da casa murmurando à porta: “Protego Totalum” e vestindo sua longa capa preta.
Saiu caminhando apressadamente a um beco escuro para aparatar, suspirando fundo pelo que viria a seguir e com um sonoro “CRACK” aparatou.
Desaparatou próximo a Hogwarts, no povoado de Hogsmeade. Foi caminhando até Hogwarts o mais rápido que pôde, já quase correndo. Estava quase na frente dos portões com javalis quando viu um vulto ao portão.
– Olá?!
– Ai! Tonks! Você me deu um susto! – disse-lhe a voz muito conhecida, e lhe deu um friozinho na barriga.
– Remus? Dumbledore te chamou também?
– Sim. Pode passar... – Disse-lhe segurando o portão aberto para ela passar.
– Obrigada. – Ela ficou parada, olhando-o fechar de volta os portões.
– Vamos!
– Ah... sim, vamos. – disse ela insegura.
Chegaram ao salão principal e toparam com Gui Weasley.
– Gui! O que está acontecendo? – perguntou Tonks.
– Não sei. Mas é melhor andarmos pelo castelo. Dumbledore disse que comensais poderiam nos fazer uma visita.
– Nossa! Não estou entendendo nada! – Disse ela.
– Pois é... vamos. – Disse Lupin.
Os três subiram. Quando chegaram ao sétimo andar, toparam com Rony, Gina e Neville, correndo.
– O que aconteceu?! – perguntou Lupin.
– Comensais... Torre... Astronomia... Malfoy... – falou Neville ofegante.
E Lupin, Tonks e Gui se puseram a correr, com Gina e Rony em seu encalço.
– Esperem! – Ofegava Neville, correndo atrás do grupo.
Chegaram a um corredor, a caminho da Torre de Astronomia quando viram Comensais da Morte, todos encapuzados, ligeiramente surpresos e prontos para lutar.
Começara uma batalha no corredor. Comensais da Morte, mais numerosos, lançavam feitiços, e não viam de onde, mais começavam a surgir mais gente a ajudar.
Tonks viu, de relance, a professora McGonagall e Luna Lovegood lutando contra comensais. Ela vira também Greyback, e começara a lutar com mais ferocidade.
Vira Neville no chão, depois de tentativas de subir à Torre atrás dos Comensais, vira também Gui no chão, atacado ferozmente por Greyback. Um comensal morto no chão e um grandalhão atirando Maldições da Morte por todo o lado.
Estavam lutando, e os Comensais pareciam que iam lutar até a morte quando apareceu Severo Snape e gritou alguma coisa que ela não conseguira entender e de repente os Comensais cessaram e começaram a correr para fora do castelo.
Tonks foi correndo direto para Gui, ainda no chão.
– Gui?! Gui?! – gritou ela, numa vã tentativa.
– GUI?! – gritou Rony.
– Rápido, vamos levá-los daqui! – Disse Lupin
– Vão para a Ala Hospitalar! – disse McGonagall
E Tonks vira Lupin com Neville, suspenso no ar por magia, parecendo demasiado ferido.
Andaram o mais rápido que puderam até à Ala Hospitalar: Rony, Hermione, Flitwick, Lupin com Neville, Tonks com Gui e Luna.
Chegando lá, Madame Pomfrey estava aturdida.
– Mas o que está acontecendo?! Que barulhos foram estes?! E esses feridos?!
– Rápido Madame Pomfrey!! Gui foi atacado por Greyback! – Falou Rony, quase desesperado.
– Oh, certo, certo ponham os feridos na cama, por favor, cuidarei de todos...
Neville já tinha sido medicado, Flitwick também, ele já tinha saído para cuidar do pessoal da Corvinal. Pois já se encontravam muitos alunos vendo o que acontecera na Torre de Astronomia.




Tonks estava sentada ao lado de Lupin, ao lado da cama de Gui. Ninguém falava uma palavra. E de repente entra Harry pela enfermaria, ao ouvirem as portas se abrirem, todos se viraram. Hermione correu para Harry e abraçou-o; Lupin também se adiantou, ansioso.
– Você está bem Harry?
– Estou ótimo... e o Gui?
Ninguém respondeu. E Harry se espichou para ver o estado de Gui, que era deplorável.
– A senhora não pode fechar os ferimentos com um feitiço ou outra coisa qualquer? – perguntou Harry à Madame Pomfrey.
– Não tem feitiço que dê resultado. Já experimentei tudo que sei, mas não há cura para mordidas de lobisomem.
– Mas ele não foi mordido na lua cheia – lembrou Rony, que fixava o rosto de Gui, como pudesse forçar a cura só de olhar. – Greyback não estava transformado, então, com certeza, Gui não vai virar um... um verdadeiro?
Lupin sentiu-se mal com a última parte da frase de Rony. E ele olhou inseguro para Lupin.
– Não, não acho que Gui vá virar um lobisomem de verdade – concordou Lupin –, mas isto não significa que não haja alguma contaminação. São ferimentos malditos. Provavelmente não cicatrizarão totalmente... e Gui talvez adquira alguma característica lupina daqui pra frente.
– Dumbledore talvez saiba alguma coisa que dê jeito – falou Rony. – Cadê ele? Gui lutou contra aqueles maníacos por ordem dele. Dumbledore tem obrigações com ele, não pode deixar meu irmão assim...
– Rony... Dumbledore está morto – disse Gina
Lupin sentiu uma faca atravessar seu peito.
– Não! – ele olhou desvairado de Gina para Harry, como se esperasse que ele a desmentisse, mas ao ver que Harry não o fez, Lupin desmontou em uma cadeira ao lado da cama de Gui, as mãos cobrindo o rosto.
Tonks ficou chocada com a notícia, e, ao ver Lupin se descontrolar, quis muito poder consolá-lo, abraça-lo, dizer que iria ficar tudo bem.
– Como foi que ele morreu? – sussurrou ela, tirando os olhos de Lupin e olhando para Harry. – Como foi que aconteceu?
– Snape o matou – respondeu Harry – Eu estava lá e vi. Voltamos direto para a Torre de Astronomia porque vimos a Marca lá... – À medida que Harry ia continuando, todos ficavam mais boquiabertos – Dumbledore estava mal, fraco, mas acho que percebeu que era uma armadilha quando ouviu passos rápidos subindo a escada. Ele me imobilizou, não pude fazer nada, estava coberto pela Capa da Invisibilidade... então, Malfoy entrou e desarmou Dumbledore...
Hermione levou as mãos à boca, Rony gemeu, a boca de Luna tremeu. E Tonks ficava mais bestificada.
– chegaram mais Comensais da Morte... depois Snape... e Snape o matou. A Avada Kedavra. – Harry não conseguiu prosseguir.
Madame Pomfrey caiu no choro. Ninguém lhe deu atenção a não ser Gina, que sussurrou:
– Psiu! Escute!
Engolindo em seco, Madame Pomfrey, com esforço, parou, com os olhos arregalados.
De repente, em algum lugar lá fora, na escuridão, uma Fênix cantava de um jeito que hipnotizava, um canto comovido de terrível beleza.
Tonks não sabia quanto tempo ela e os demais ficaram hipnotizados pelo canto da Fênix, quando as portas da Ala Hospitalar abriram e entrou McGonagall.
– Molly e Arthur estão a caminho – anunciou ela, e o encanto da musica se quebrou: todos despertaram com se saíssem de um transe. – Harry, o que aconteceu? Segundo Hagrid, você estava com o professor Dumbledore quando ele... quando aconteceu. Ele diz que o professor Snape esteve envolvido em alguma...
– Snape matou Dumbledore. – respondeu Harry.
Ela o encarou por um momento, então seu corpo balançou de um modo alarmante; Madame Pomfrey, que parecia ter se controlado, acorreu depressa, e conjurou uma cadeira que empurrou para baixo de McGonagall.
– Snape – repetiu McGonagall com um fio de voz, desabando na cadeira. – Todos nos perguntávamos... mas ele confiava... sempre...Snape... não consigo acreditar...
– Snape era um Oclumente excepcionalmente talentoso – disse Lupin, sentindo-se muito amargurado e desolado. – Sempre soubemos disso.
– Mas Dumbledore jurou que ele estava do nosso lado! – Sussurrou Tonks, que ainda estava chocada com a traição de Snape. – Sempre pensei que Dumbledore soubesse alguma coisa de Snape que ignorávamos...
– Ele sempre insinuou que tinha uma razão inabalável para confiar em Snape – murmurou McGonagall, agora secando as lágrimas que caía dos cantos de seus olhos. – Quero dizer... com o passado de Snape... é claro que as pessoas duvidavam... mas Dumbledore me confirmou, de modo explícito, que o arrependimento de Snape era absolutamente sincero... não queria ouvir uma palavra contra ele.
– Eu adoraria saber o que Snape disse para convencê-lo – comentou Tonks.
– Eu sei – disse Harry, e todos se viraram, encarando-o. – Snape passou a Voldemort a informação que fez Voldemort caçar meus pais. Então, Snape disse a Dumbledore que não tinha consciência do que estava fazendo, que lamentava realmente o que tinha feito, lamentava que eles tivessem morrido.
Lupin sentiu uma raiva invadindo-o.
– E Dumbledore acreditou nisso?! – falou ele incrédulo. – Acreditou que Snape lamentava a morte de Tiago? Snape odiava Tiago...
– E achava que minha mãe também não valia nada porque tinha nascido trouxa... “Sangue-Ruim”, foi como a chamou...
Todos pareciam absortos no horror da revelação, tentando digerir a verdade monstruosa do que acontecera.
– É tudo minha culpa – disse McGonagall. Ela parecia desorientada, torcia o lenço molhado nas mãos. – Minha culpa. Mandei Filio chamar Snape esta noite, mandei buscá-lo para vir nos ajudar! Se eu não tivesse alertado Snape, talvez ele não se reuniria aos Comensais...
– Não é sua culpa Minerva – disse Lupin com firmeza. – Todos queríamos mais ajuda, ficamos contentes quando soubemos que Snape estava a caminho...
– Então, quando chegou ao lugar do confronto, ele passou para o lado dos Comensais? – perguntou Harry.
– Não sei exatamente como aconteceu – disse McGonagall aturdida. – É tudo tão confuso... Dumbledore tinha nos dito que ia se ausentar da escola, que devíamos patrulhar os corredores... Remo, Gui e Ninfadora viriam se reunir a nós... então patrulhamos. Tudo parecia tranqüilo, havia poderosos encantamentos em todas as entradas do castelo. Continuo sem saber como é possível que os Comensais tenham entrado...
– Eu sei – interpôs Harry – Entraram pela Sala Precisa.
– Meti os pés pelas mãos, Harry – disse Rony sombriamente. – Fizemos o que você pediu: consultamos o Mapa do Maroto e não vimos o Malfoy, e pensamos que devia estar na Sala Precisa, então eu, Gina e Neville fomos montar guarda... mas Malfoy conseguiu passar por nós.
– Ele saiu da sala mais ou menos uma hora depois que começamos a vigiar – acrescentou Gina. – Estava sozinho, segurando aquele horrível braço seco...
– A Mão da Glória – explicou Rony ¬– Só o portador enxerga, lembram?
– De qualquer forma – continuou Gina –, ele devia estar conferindo se a barra estava limpa para deixar os Comensais saírem, porque, no momento em que nos viu, ele lançou alguma coisa no ar e ficou tudo escuro...
– Pó Escurecedor Instantâneo do Peru – esclareceu Rony, com amargura. – Do Fred e do Jorge...
– Tentamos de tudo: Lumus, Incêndio – explicou Gina – Nada deu certo; só nos restou sair tateando pelo corredor, enquanto ouvíamos gente passar correndo por nós. É óbvio que Malfoy estava exagerando por causa da tal Mão da Glória, e orientou os Comensais, mas não nos atrevemos a lançar feitiços nem nada, com medo de atingirmos a nós mesmos, e até chegarmos a um corredor iluminado, eles já tinham ido embora.
– Sorte a de vocês – disse Lupin rouco. – Rony, Gina e Neville toparam conosco quase em seguida. Encontramos os Comensais da Morte minutos depois, a caminho da Torre de Astronomia. É óbvio que Malfoy não esperava que houvesse mais gente vigiando; pelo jeito, tinha esgotado o suprimento de Pó Escurecedor. Lutamos, eles se dispersaram e nós os perseguimos. Um deles, Gibbon, escapou e subiu a escada da Torre...
– Para lançar a Marca? – perguntou Harry.
– Deve ter feito isso, sim, eles devem ter combinado antes de deixarem a Sala Precisa – disse Lupin – Mas acho que Gibbon não gostou da idéia de esperar lá em cima por Dumbledore, sozinho, pois voltou correndo para se juntar aos que estavam lutando e foi atingido por uma Maldição da Morte, que por pouco não me atingiu também.
Tonks perdeu o fio da conversa, absorta em seus pensamentos.
– Não é sua culpa. – disse Lupin firmemente, e de repente seus pensamentos a abandonaram e voltou àquela conversa tenebrosa. – Hermione, se você não tivesse obedecido e saído do caminho, Snape provavelmente teria matado você e Luna.
– Então ele subiu – disse Harry – e encontrou o lugar onde todos lutavam...
– Estávamos num apuro, estávamos perdendo – disse Tonks em voz baixa. – Gibbon estava fora de combate, mas os outros Comensais pareciam dispostos a lutar até a morte. Neville tinha sido atingido, Gui, atacado ferozmente pelo Greyback... estava tudo escuro... voavam feitiços para todo lado... o garoto Malfoy desaparecera, devia ter saído despercebido e subido a Torre... então outros Comensais correram para acompanha-lo, mas um deles bloqueou a escada depois de passar com algum feitiço... Neville avançou para a escada e foi atirado no ar...
– Nenhum de nós conseguiu passar – disse Rony –, e aquele Comensal grandalhão continuava a disparar feitiços para todo lado, que ricocheteavam nas paredes e por um triz não nos atingiam...
– Então, Snape estava ali – completou Tonks – e em seguida não estava...
– Vi quando vinha correndo em nossa direção, mas logo depois o feitiço daquele enorme Comensal passou por mim, sem me atingir, me abaixei e perdi a noção do que estava acontecendo – contou Gina.
–Vi Snape atravessar correndo a barreira mágica como se ela não existisse – disse Lupin – Tentei segui-lo, mas fui jogado pra trás exatamente como Neville...
– Ele devia conhecer um feitiço que desconhecíamos – sussurrou McGonagall. – Afinal de contas... ele era o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas... presumi que estivesse correndo no encalço dos Comensais que tinham fugido para o alto da Torre.
– E estava – falou Harry com selvageria–, mas para ajudar, não para deter... e aposto como era preciso ter uma Marca Negra para atravessar aquela barreira... então, que aconteceu quando ele voltou?
– Bem, o Comensal grandalhão tinha acabado de disparar um feitiço que fez metade do teto ceder, e também desfez o feitiço que bloqueava a escada – relembrou Lupin – Todos avançamos, pelo menos os que ainda estavam de pé, então Snape e o garoto saíram do meio da poeira, obviamente nenhum de nós os atacou...
– Simplesmente os deixamos passar – disse Tonks com pesar, quase inaudivelmente – Pensamos que estávamos sendo perseguidos pelos Comensais, e, no momento seguinte, os outros Comensais e Greyback estavam voltando e recomeçando a luta, pensei ter ouvido Snape dizer alguma coisa, mas não entendi...
– Ele gritou “acabou” – disse Harry. – tinha feito o que pretendia.
Todos se calaram. O lamento de Fawkes ainda ecoava pela propriedade às escuras. Tonks se sentia muito mal. Dumbledore morto por Snape. Não podia ser... e Gui?! O que aconteceria a ele?! Não queria que ele ou Fleur sofressem como ela e Lupin estavam sofrendo graças ao maldito Greyback.
As portas da Ala Hospitalar se abriram de repente, sobressaltando a todos: o Sr. e a Sra. Weasley vinham entrando pela enfermaria, Fleur logo atrás, seu belo rosto aterrorizado.
– Molly...Arthur... – disse a professora McGonagall, levantando-se, depressa, para cumprimentá-los. – Lamento muito...
– Gui – sussurrou a Sra. Weasley, passando direto pela professora ao avistar o rosto desfigurado do filho. – Ah, Gui!
Lupin e Tonks tinham se levantado rapidamente e se afastaram para o casal poder se aproximar da cama. Molly curvou-se para o filho e levou os lábios à testa dele.
Tonks segurou a mão de Lupin, que estava parecendo a ela meio desorientado, mas ele apenas largou, e ela não o fez mais.
– Você disse que Greyback o atacou? – perguntou Arthur, aflito, à professora McGonagall. – Mas não estava transformado? Então, que significa? Que acontecerá ao Gui?
– Ainda não sabemos – respondeu a professora, olhando desamparada para Lupin.
– É provável que haja certa contaminação, Arthur – explicou Lupin. – É um caso raro, provavelmente único... não sabemos qual será o comportamento dele quando acordar...
Molly tirou o ungüento de cheiro acre das mãos de Madame Pomfrey e começou a aplicá-lo nos ferimentos de Gui.
– E Dumbledore... – disse Arthur – Minerva, é verdade... ele realmente...?
A professora McGonagall confirmou.
– Dumbledore se foi – sussurrou Arthur, mas sua mulher só tinha olhos para o filho mais velho; ela começou a soluçar, as lágrimas caindo no rosto mutilado de Gui.
– É claro que a aparência não conta... não é r... realmente importante... mas ele era um g... garotinho tão bonito... e ia se...casar!
– E qu é qu a senhorra querr dizerr com isse? – perguntou Fleur, repentinamente, em alto e bom som. – Qu querr dizerr com “el ia se casarr”?
Molly ergueu o rosto manchado de lágrimas, parecendo espantada.
– Bem... só que...
– A senhorra ache qu Gui vai desistirr de casarr comigue? – quis saber Fleur. – A senhorra ache qu porr côse desses morrdides, el non vai me amarr?
– Não, não foi que eu...
– Porrqu el vai! – afirmou Fleur, empertigando-se e jogando seus cabelos para trás. – Serrá prrecise mais qu um lobisome para fazerr Gui deixarr de me amarr!
– Bem, claro, tenho certeza – respondeu Molly –, mas pensei que talvez... visto que... que ele...
– A senhorra pensô qu eu non ia querrerr casarr com el’? Erra essa a su esperrance? – desafiou Fleur, com as narinas tremendo. – Qu me importe a aparênce del? Ache qu sô bastante bonite porr nós dois! E eu é qu vou fazerr isse! – acrescentou com ferocidade, empurrando Molly para o lado e arrebatando o ungüento das mãos dela.
Molly recuou para junto do marido e ficou observando Fleur, com uma expressão muito curiosa no rosto. Ninguém disse nada, ficaram aguardando a explosão.
– Nossa tia-avó Muriel – disse Molly após um longo silêncio. – tem uma linda tiara, feita pelos duendes... e estou segura que posso convencê-la a lhe emprestar para o casamento. Ela gosta muito do Gui, entende, e a tiara ficaria muito bonita em seus cabelos.
– Muite obrrigade – respondeu Fleur formalmente – Tan certez de qu ficarrá bonite!
E então, as duas mulheres estavam chorando e se abraçando.
– Está vendo! – exclamou Tonks, cansada, olhando aborrecida para Lupin. – Ela ainda quer casar com Gui, mesmo que ele tenha sido mordido! Ela não se incomoda!
– É diferente – respondeu Lupin, quase sem mover os lábios, parecendo subitamente tenso. – Gui não será um lobisomem típico. Os casos são completamente diferentes...
– Mas eu também não me importo! Nem um pouco! – retrucou Tonks, agarrando Lupin pela frente das vestes e sacudindo-o. Ela tinha perdido a noção de onde e com quem estava. – Já lhe disse isso um milhão de vezes...
Tonks estava com os olhos tremendo involuntariamente.
– e eu já disse a você um milhão de vezes – respondeu Lupin, evitando os olhos dela, encarando o chão com um enorme frio na barriga. – que sou velho demais para você... pobre demais... perigoso demais...
– E tenho lhe dito o tempo todo que a sua atitude é ridícula, Remo – interpôs Molly, por cima do ombro de Fleur.
– Não estou sendo ridículo – disse Lupin com firmeza – Tonks merece alguém jovem e saudável.
Tonks já se sentia impotente, pequena. Queria sair dali...
– Mas ela quer você – disse Arthur com um sorrisinho. – Afinal de contas, Remo, os homens jovens e saudáveis não permanecem sempre assim.
– Este não... não é o momento para discutir o assunto – replicou Lupin, evitando os olhares de todos e olhando, aflito, para os lados. – Dumbledore está morto...
– Dumbledore teria se sentido o mais feliz dos homens em pensar que havia um pouco mais de amor no mundo – disse secamente a professora McGonagall, no momento em que as portas da enfermaria tornaram a se abrir e Hagrid entrou.
– Fiz... fiz o que mandou professora – disse Hagrid com a voz sufocada. – Re... removi ele. A professora Sprout fez a garotada voltar para a cama. O professor Flitwick está descansando, mas diz que logo estará bem, e o professor Slughorn diz que o Ministério foi informado.
– Obrigada, Hagrid. – McGonagall se levantou imediatamente e voltou a sua atenção para o grupo em torno da cama de Gui. –Terei de ver o pessoal do Ministério quando chegar, Hagrid, por favor, avise os diretores das Casas... Slughorn pode representar a Sonserina... de que quero vê-los sem demora no meu escritório. Gostaria que você também se reunisse a nós.
Ao ver Hagrid assentir, dar as costas e sair da enfermaria, ela se dirigiu a Harry.
– Antes de me reunir com o Ministério, eu gostaria de dar uma palavrinha com você, Harry. Se quiser me acompanhar...
Harry se ergueu e saiu atrás de McGonagall enfermaria afora.
Tonks olhou de esguelha para Lupin, e disse com a voz tremida.
– Bem, acho que já vou... Tchau pessoal...
Ela ouviu murmúrios de adeus, mas não prestou atenção. Quando saiu da enfermaria, aumentou o passo, já estava quase correndo, as lágrimas visíveis em seu rosto.
– É melhor você ir atrás dela. – disse seriamente Arthur Weasley a Lupin. – Ela não parece estar bem.
Ele olhou para as pessoas envolta. Luna estava conversando com Rony e Hermione e Fleur e Molly cuidando de Gui.
– É... vou lá. Tchau Arthur...
– Tchau Remo.


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N.A.: sorry pela lentidão :/
mas é que é incrível, quando eu tô de férias e tenho todo o tempo do mundo
não sai nadaaa! :/
e na aula de matemática, com a professoara q eu odeio, sai uma criatividadeee....... bjuuus guys!

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