Sobre Estórias e Estrelas Inco

Sobre Estórias e Estrelas Inco



Capítulo XIII – Sobre Estórias e Estrelas Inconvenientes


 


OoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO


 "O instante mágico é o momento em que um 'sim' ou um 'não' pode mudar toda a nossa existência."


 (Paulo Coelho)


 


 Nicole Carrew


 
Ver Lupin naquele estado me deixou com um pouco de pena dele. Quer dizer, ele parecia tão doente e andando pelo castelo sozinho de noite... E se for uma doença daquelas sem cura? Então eu fiquei pensando que talvez – apenas talvez – ele fosse assim tão rabugento por causa disso, não é meio que... Angustiante?


 Talvez eu devesse ser mais legal com ele. Se ele tentar ser mais legal comigo é claro. Não que eu ache que continuaremos a nos falar muito depois que este trabalho de Poções acabar, ele não é o tipo de pessoa que eu costumo estar perto, é tão sério e taciturno e sem imaginação. Bem, talvez seja mesmo por causa da doença, mas o que será que ele tem? Certamente seria muito indelicado perguntar e não acho que a Sra. Higgins me diria. É, acho que não vou saber, mas isso não me preocupa agora.


 Me apressei para a torre da Corvinal a fim de pegar minhas coisas para passar a noite fora. Oficialmente é proibido que alunos durmam fora de seus dormitórios, mas ninguém liga muito pra essa regra, então você não vai se meter em problemas a não ser que seja pego por um professor, coisa que nunca acontece na sexta a noite pois eles tem mais o que fazer.


 Kathy e Nani estavam conversando animadamente no dormitório. Dei “oi” para Nani e ignorei a Butcher insuportável e a conversa que elas estavam tendo. Ainda tinha muito tempo até as dez horas, então tomei um banho, me joguei na cama e fiquei lembrando de alguns momentos bons e divertidos que passei. Eu não estava triste, mas também não estava feliz e, tampouco, conformada. Era só que eu não acreditava que aquela história tivesse acabado ali. Sabe quando o capítulo da novela acaba deixando todo mundo na dúvida se o mocinho morreu mas você tem certeza que ele está vivo e vai reaparecer no outro dia? Era exatamente assim que eu me sentia. Fiquei meio desesperada no começo, afinal foram dois anos de namoro firme acabando de repente na frente da escola toda, mas alguns dias depois eu pensei: “Hey, não acabou a história enquanto o sentimento persistir, por que o descabelamento?” Então agora é só...  Hey! Lupin ficou me devendo uma hoje, quem sabe ele não me ajuda a falar com David e provar que sou inocente? Eu cuidaria disto depois.


 Continuei “viajando” em minha cama e, quando dei por mim, faltavam apenas vinte minutos para as dez horas. Os professores não se importavam muito que dormíssemos em outros dormitórios, mas Filch não ignoraria o toque de recolher mesmo que fosse natal. Me apressei pra fora do dormitório, onde só restara a Butcher estudando loucamente (que tipo de pessoa estuda na sexta a noite?!), e em poucos minutos estava adentrando o salão comunal da Grifinória.


 As pessoas continuavam me olhando como se fosse de outro planeta, mas não me importava nem um pouco, poucas pessoas em Hogwarts tem a capacidade de enxergar além das aparências. Aliás, poucas pessoas no mundo. Por isso sou tão fã de Dumbledore, ele é um mestre em enxergar o que não se mostra. Não estou dizendo que eu sempre veja as coisas, é claro, não é tão fácil assim.


 Localizei os cabelos vermelhos de Lily por cima de uma poltrona próxima a janela e fui até ela, que tinha o semblante pensativo e encarava um pergaminho.


 


– Problemas? – perguntei me sentando num banco em sua frente.


– Mais ou menos... Preciso do Remus. – falou erguendo os olhos do pergaminho e olhando em volta – Você não o viu por aí, viu?


 


Não respondi imediatamente pois a pergunta me pegou completamente de surpresa. QUEM perguntaria do Lupin pra mim? Será que ela sabia o que havia acontecido e estava vendo se eu contava? Ou quem sabe ela estava me testando pra ver se eu falava... Também podia ser coincidência... Sabia eu podia confiar em Lily, mas eu prometi a ele... O que eu ia responder?!


 


– Não, por que eu o teria visto? – respondi nervosamente.


– Você podia tê–lo visto no caminho ou pela sala... – respondeu sem me dar muita atenção, mas logo depois olhou para mim – Você podia tentar ser amigável com Remus, Nick, ele é um cara legal.


– Se você diz... Pra mim ele é só um adolescente com o temperamento de um velho ranzinza. – respondi. Lily apenas revirou os olhos. – Jéssica está lá em cima? – perguntei ao me dar conta de sua ausência.


– Acredito que não, mas não lembro de tê–la visto passar. – Lily voltara a encarar o pergaminho – Eu realmente queria que Remus estivesse por aqui.


– Problemas de monitoria?


– Exato. Uns problemas da festa de Dia das Bruxas... Só uns detalhes que não consigo lembrar, Remus tem a memória melhor pra detalhes. – ela olhava irritada para o pergaminho – Quer saber? Vou deixar isso para amanhã, vamos subir?


– Por mim tudo bem.


 


Ajudei Lily a recolher suas (muitas) coisas e seguimos para o dormitório esperando encontrar as outras duas, mas apenas Alice estava lá. Já eram dez horas, então...


 


– Onde Jéssica se meteu? – perguntou Lily ao não encontrá–la.


  ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...


 


 Jéssica Buttler


  


Por culpa de Sirius Black eu estava atrasada para a noite das garotas E correndo o risco de ser pega fora da torre depois do horário permitido, então, por que mesmo eu não estava irritada com ele?


 Não, eu não sei a resposta. E não, eu não gosto dele, já disse. Ele é um cara estranho. Muito estranho. Desconfiado, nariz empinado, contraditório, indeciso, com essa pose de “bad boy” que só engana pessoas estúpidas... É, daria um ótimo personagem pra um romance. Hum... Ele, de certa forma, me lembra o Sr. Darcy*, só que sem a parte do cavalheirismo. E as frases bonitas. E os gestos doces escondidos. E os elogios.


 Talvez seja por isso que não me irrito com ele, é um mistério. Adoro mistérios, é o meu segundo gênero favorito de estórias. E eu quero ser uma grande escritora um dia, conviver e observar todo tipo de gente é bom, me dá idéias para fazer personagens consistentes no futuro, com perfis psicológicos interessantes e complexos que toda boa estória deve ter.


 Em todo caso, não me surpreendi quando ele, de repente e misteriosamente, desapareceu do meu lado quando os corredores ficaram um pouco movimentados. E não estou falando de muitas pessoas, mas de duas ou três aqui e ali. A explicação para isso é tão óbvia que quase o torna desinteressante: quer manter sua reputação de intocável... Homens são tão bobos.


 Cheguei à torre da Grifinória, mas ainda precisava de uma história. Não mesmo eu ia dizer que estava andando por aí com Sirius Black, pelo menos não com Alice lá. Na verdade, não sei se diria mesmo pra as meninas. Não é que não confie nelas e tal, é só que tenho certeza que iriam ficar dizendo que eu gosto dele e vice–versa... Bem, talvez Nick não concordasse com isso, é provável que ela dissesse que ele é seriamente perturbado. Talvez ela esteja certa.

Quando entrei no dormitório ainda não tinha uma história convincente nem para mim mesma (a criatividade foge quando mais precisamos dela), mas eu realmente queria entrar em meus confortáveis pijamas, então não esperei a idéia perfeita. As três garotas estavam sentadas em almofadas e travesseiros no centro do quarto formando um triângulo, havia um lugar para mim entre Alice e Nicole e vários doces estavam abertos no meio delas.

É claro que as perguntas começaram assim que dei dois passos para dentro.

– Eu fui responder a uma carta de Charles e...
– Charles?! – perguntaram/gritaram Nick e Lily.
– É, Charles. – respondi nada surpresa com a reação delas – E então...
– PERAÍ! – gritou Alice – Jéssica Buttler... Você é parente do Charles Buttler!?
– Irmã. – respondi devagar começando a achar que não precisaria mais de uma mentira mal inventada.
– Eu não acredito que nunca fiz a ligação...
– Acontece com muita gente. –  garanti a ela com uma piscada – Em todo caso...
– O que Charles disse? – Lily perguntou muito interessada.

Suspirei antes de sentar e começar a falar, elas não iam reagir bem a isto.

– Ah, meninas, temo que as notícias não sejam boas pra vocês. – falei seriamente. Elas aguardaram apreensivas que eu continuasse – Charles vai se casar.

Foi exatamente como eu esperava. Elas fizeram caras de choque e horror, logo depois veio a indignação.


 


- Quem!? Quem ousa roubar o nosso Charlie!? – Nick perguntou irritada. Lily a apoiou.


- Jane Bonham. – falei.


 


As duas abriram a boca, certamente para xingar a garota, mas pararam para pensar por alguns segundos. Lily falou primeiro:


 


- Droga! Ela é legal.


- Não dá nem pra xingar. – resmungou Nicole.


- Não acredito que um o cara mais legal e bonito que conheço vai se casar e não é comigo. – falou Alice em tom de desconsolo. Eu fui a única a rir.


- Ora, vamos, não é o fim do mundo. – argumentei.


- E então ele vai se mudar da sua casa e não poderemos mais ficar olhando pra ele durante as férias. – disse Lily.


- Vocês o viam nas férias? – Alice perguntou.


- Eu não conseguia me livrar delas, viviam invadindo minha casa! – reclamei.


- Por que não pensei em virar sua amiga antes? – Alice falou para si mesma. Nós rimos.


- Bem, ele ficou de vir me ver no próximo passeio a Hogsmead, você podem dar uma passada por lá se quiserem. – falei já sabendo que acabaria me arrependendo disto.


- JURA?? – as três gritaram.


- Ok, mas eu disse dar uma passada. – frisei bem as últimas palavras – E não ficar lá a tarde inteira, quero ter um tempo com ele e Jane, tudo bem?


- Tá lega, a gente vai se comportar. – Disse Nick levantando a mão direita como quem jura a um tribunal.


- Tudo bem, então... – suspirei aliviada – Sobre o que estavam falando antes de eu chegar?


- Meu cabelo. – Alice respondeu – Estávamos pensando se ficaria legal fazer umas mechas nele, porque eu amei essa cor que a Nick colocou, mas não tenho coragem de pintar todo.


- Aah, o seu cabelo é curto e liso! – Nick exclamou animada – Quase qualquer cor que jogar aí vai ficar bom. – garantiu.


- Por que quase? – Alice perguntou.


- Imagina pintar de verde lodo. – Lily respondeu rindo e nós a acompanhamos com caretas ao imaginar a cena.


 


E a conversa sobre cabelos rendeu um bocado de tempo, como é de costume quando garotas se reúnem. Os tópicos foram mudando para roupas, lojas, férias, família e, finalmente, garotos. É claro, o assunto principal de toda “panelinha”, seja falando bem ou mal.


 


- Então eu disse a ele que estava muito enganado se achava que eu ia me jogar na cama dele só porque me deu uma rosa e fez um pedido de namoro uma semana antes e o mandei pra... Bem, vocês devem saber. – Alice riu – Eu não gosto muito de falar estas coisas, mas o ódio foi maior na hora... Enfim, então nós acabamos e eu estou solteira até hoje.


- Mas não há ninguém a vista? – Nick perguntou – Quer dizer, faz uns seis meses que vocês acabaram, deve ter aparecido mais algum pretendente.


 


Alice nos encarou pensativa, acho que decidia se podia ou não confiar em nós. Ou talvez nunca tivesse parado pra pensar se realmente havia alguém.


 


- Bem, talvez haja alguém. – ela se resumiu a dizer.


- Uma dica? – Lily pediu fazendo Alice rir.


- Ah, não é que eu não queira dizer, é só que não tenho certeza ainda. – ela respondeu – Ele tem sido um doce comigo... É bonito, gentil, engraçado... Mas ainda não sei se está a fim de mim ou até se eu mesma quero ficar com ele... E também ainda o conheço muito pouco, não temos nos encontrado com muita freqüência.


 


Vi nos olhos de Lily a esperança de que ela estivesse falando de Frank, mas alguma coisa no jeito que Alice falava me dizia que seus pensamentos passavam bem longe dele.


 


- Quando ele começou com as gentilezas? – sondei.


- Hmm.. Acho que foi no último passeio a Hogsmead. – respondeu – Eu estava esperando umas amigas no Três Vassouras, então ele chegou e...


- Espera! Você está falando de Charlie Stark? – Lily perguntou. Alice enrubesceu.


- Bom, então você me viu no bar. – falou tímida.


 


Um silêncio constrangedor se instaurou entre nós. Acho que todos perceberam o tom meio indignado de Lily. O que é mau, porque agora Alice pode pensar que Lily gosta do Stark e isso seria constrangedor.


 


- Charlie Stark da Lufa-lufa? – Nick perguntou quebrando o silêncio. Eu acenei afirmativamente com a cabeça – Ele é gatinho... Posso imaginar vocês juntos, formariam um casal bonito. – continuou sorrindo para Alice.


... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...


Lily Evans


 


Alice sorriu em agradecimento ao elogio de Nicole, mas ainda olhou para mim apreensiva antes de voltar a falar.


 


- Olha Lily, você... – ela começou.


- Não, não quero nada com Stark. – falei antes que ela terminasse – Eu tenho outra pessoa em mente. – sorri satisfeita – Desculpe o tom, foi apenas a surpresa. Sério, não há o que se preocupar quanto a isso.


- É verdade. – Jéssica apoiou.


- Ah, que bom. – a garota suspirou aliviada – Seria um tremendo mico eu aqui falando do cara que você gosta. Ainda mais na frente das suas amigas.


 


Nós rimos e tensão foi embora.


 


- Mas... E aí, quem é o cara? – Alice quis saber. Aaaaaah merda.


 


Ok, eu sei que é injusto e hipócrita da minha parte ficar perguntando coisas a Alice, fazê-la de abrir conosco e depois ficar escondendo o jogo. Eu não queria mentir, mas ainda não estava pronta para admitir a outras pessoas que eu estava apaixonada por James Potter. Bom, pelo menos não até ele lembrar de mim e retomarmos de onde paramos, o que, eu espero, não vai demorar muito tempo.


 


- Ah, ele é trouxa. – respondi sem graça – Amigo de infância, moramos na mesma rua e tal.


- Amigos de infância? Que legal! Então vocês já devem saber tudo sobre o outro... Isso ajuda tanto em relacionamentos. – fiquei me sentindo péssima ao perceber que ela realmente estava feliz por mim – Mas vocês ainda não estão juntos? Por quê?


 


Merda de novo. Eu nunca invento histórias de última hora convincentes. Ok, na verdade, eu nunca minto de maneira convincente.


 


- Ah, é uma história linda! – Jéssica tomou a dianteira – Eles se conheceram na escola trouxa e se tornaram melhores amigos, mas os pais deles se odeiam, uma rixa antiga de família, então, quando descobriram, o mandaram para um internato na Austrália e Lily veio para Hogwarts. – ela contava a história tão empolgada que até eu quase acreditei, isso. Só espero que Alice não leia Shakespeare – Seus pais acharam que estava tudo resolvido, mas, quatro anos depois eles voltaram a se encontrar e se apaixonaram perdidamente, só que era impossível ficarem juntos! A não ser que fugissem e sabemos que não poderão fazer isso até que ele faça dezoito anos, porque é a maioridade trouxa. – Alice ouvia tudo com máxima atenção e interesse – É quando eles planejam se mudar para Londres e se casar. Porém, não tem nenhum compromisso pois, apesar de saberem que pertencem um ao outro, ele quis deixá-la livre para experimentar outros romances porque sabe que ela sempre voltará. – terminou em tom dramático. Alice cobrira a boca com as mãos e Nicole tinha lágrimas nos olhos.


 


O fim da história foi seguido de silêncio. Não constrangedor, mas... Bem, o que nós poderíamos dizer? Achei a história tremendamente exagerada, mas se Alice acreditou, não tenho do que reclamar.


 


- É a história mais linda que já ouvi em toda a minha vida. – exclamou Alice – Lily, você é tão sortuda! Você já saiu com algum outro cara?


- Bem, já. Mas nada mais que dois ou três encontros com cada um dos caras. – respondi.


- E qual é o nome dele? – ela quis saber.


- Edward Ferrars¹. – Jéssica respondeu outra vez. Gostaria que ela parasse de citar nomes e histórias que se podem encontrar em livros.


- Edward é um lindo nome, não acha? – Nick perguntou a Alice.


- Sim. – ela respondeu sorrindo bobamente – Ah Lily, será que um dia eu vou ter um romance lindo assim como o seu?


- Se é realmente isso que você quer... Espero que sim.


- E você, Jéssica, me conta a sua história. – pediu Alice.


- Aaah, eu não tenho o que dizer. Minha vida amorosa é um lixo. – Jéssica respondeu – Mas eu acho que até prefiro assim.


- Por quê?


- Veja bem, com todo respeito, acho os caras daqui uns idiotas. São todos tão comuns e previsíveis e... Apenas não fazem meu tipo. – Jéssica respondeu pensativa – Eu até tentei sair com uns dois garotos, mas realmente não rola. Talvez eu é que sonhe demais. – concluiu dando de ombros.


- Entendo perfeitamente o que você quer dizer. – falou Alice – E você, Nicole?


- Por favor, me chame de Nick. Bem, eu...


 


E Nicole começou a contar algumas de suas histórias sobre David e outras até sobre outros garotos, quando ela acabou já estávamos todas sonolentas (não por causa das histórias). Fomos dormir perto das quatro da manhã e eu acordei mais tarde com o alvoroço de Nick alegando estar super atrasada para sua detenção com McGonagall. Depois que ela desceu as escadas correndo, voltei a enfiar a cara no travesseiro e, assim que adormecei, sonhei com a noite do meu encontro com James.


... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...


 


Nicole Carrew


 
Parando rapidamente na torre da Corvinal para prender os cabelos e trocar de roupa (nunca daria tempo de tomar banho), desci os cinco andares que me separavam da sala da McGonagall tão depressa que me surpreendo de não ter tropeçado em algum degrau e quebrado pescoço.


 Esperei alguns segundos em frente a porta até que minha respiração se acalmasse e bati. A voz veio abafada por trás da porta me mandando entrar, no entanto, McGonagall pareceu surpresa ao me ver.


 


- Em que posso ajudá-la, Srta. Carrew? – perguntou parando de riscar um pergaminho que parecia ser algum trabalho de aluno.


- Eu vim para a detenção. – expliquei estranhando que ela não lembrasse.


- Te enviei uma coruja noite passada avisando que adiaria sua detenção e a do Sr. Lupin para semana que vem, Srta. Carrew, e estou certa de que a Srta. recebeu. – McGonagall respondeu e voltou a riscar o pergaminho aqui e ali e a fazer anotações.


- Mas que...? – eu ia enrolar uma corda no pescoço, mas consegui parar a tempo – Aaah, sim! Claro, a coruja de ontem a noite, claro, devia ser o seu aviso. Me desculpe, Professora, eu estava muito cansada quando ela chegou e não abri a carta e já acordei atrasada esta manhã... Bem, eu venho no próximo sábado então.


 


Saí da sala aliviada que a corrida até aqui tivesse me despertado ou acabaria me entregando para McGonagall. Tomei o caminho para o dormitório da Corvinal andando lentamente. Já eram oito e meia, mas os corredores estavam desertos como é de costume nas manhãs de sábado.


 Quando finalmente cheguei a minha cama, avistei a tal carta em meu criado mudo. A letra de McGonagall me avisava que, por motivos de saúde, Lupin não poderia comparecer à detenção e, como o objetivo era aprendermos a trabalhar em equipe, seria adiado até que os dois pudessem cumprir juntos.


Por um momento fiquei até irritada com Lupin por ter acordado e corrido por aí de besta por culpa dele, mas depois lembrei de como o encontrei noite passada e me pesou a consciência querer culpar alguém naquele estado. Sem falar que era inegavelmente minha culpa não estar no dormitório para receber o aviso. Em todo caso, parei de pensar sobre isso, tomei um banho e me joguei na cama.


XxXxXxXxXxXxXxX


Quando voltei a acordar já eram duas da tarde. Segui para o banheiro um tanto irritada... Bem, irritada não, incomodada, pois detesto passar o dia inteiro dormindo. Sei lá, me parece perda de tempo. Não havia mais ninguém no dormitório, é claro, deviam estar todos aproveitando a tarde lá fora.


Não há trabalhos atrasados, assuntos pendentes ou dúvidas em qualquer uma das matérias. Não tenho a mínima idéia de onde estão minhas amigas e muito menos esperança de encontrá-las propositalmente neste pequeno castelo. Não estou com fome, nem com vontade de ler e não agüento mais ficar parada. É, talvez os jardins sejam mesmo a melhor opção.


Estava um tarde de clima bastante agradável do lado de fora do castelo. Talvez as meninas estivessem aqui, afinal. Jéssica com um de seus livros e Lily olhando em volta pensativa. Posso facilmente pintar a cena em minha mente e, se estivesse junto a elas, certamente estaria esparramada na grama observando o formato das nuvens, adoro observar o céu. 


Mas deixando de lado toda essa melosidade, continuei andando pelos terrenos verificando nos lugares onde costumávamos passar o tempo. Não obtive muito sucesso, então parei no alto de uma grande pedra para tentar localizar os cabelos de Lily (sempre foram meu ponto de referência).


 


- Dá pra sair da frente? – uma voz masculina soou próxima a mim.


- Hã!? – exclamei me virando para olhar quem falou, mas... Eu estava sozinha.


- Você – a voz falou mais alto – está bloqueando a luz. – disse pausadamente, só então percebi que vinha de baixo.


 


Encostado à pedra em que eu estava em cima havia um garoto alto de cabelos pretos que tinha um livro aberto sobre as pernas. Eu não pude ver seu rosto até o momento em que um par de olhos cinzentos me encarou de maneira impaciente.


 


- Vai sair daí andando ou vou ter que azarar você? – perguntou em tom rude.


- Oh, me desculpe. – respondi percebendo que realmente não havia me movido ainda.


 


Pulei da pedra caindo de pé ao seu lado, ele apenas me lançou um rápido olhar irritado e voltou a ler. Mas então levou a cabeça e olhou pra mim outra vez. Bem, não exatamente pra mim, seus olhos estavam um pouco mais acima, muito possivelmente fixos em meus cabelos, e ele tinha uma expressão confusa no rosto.


 


- Garota maluca. – resmungou pra si mesmo e desviou o olhar.


- Eu ouvi. – brinquei. Não me importava que me chamassem de louca, não acho que seja um xingamento. Bem, nem sempre.


- E?


- E o quê? – perguntei sem entender.


- E daí que você ouviu. – respondeu e bufou – Olha, porque você não vai procurar o que quer seja pra fazer, heim? Aqui ta meio lotado.


- Você é um tanto rude, sabia? – perguntei, de novo, sem me importar – Foi essa a educação que seus pais te deram? – brinquei. Ele me olhou muito sério.


- Foi exatamente esta. – respondeu com desgosto e depois riu friamente.


 


Fiquei intrigada com ele, cara mais estranho... E ele não parecia estar brincando quando falou sobre os pais. Quem será que...


 


- Hey! – exclamei alto fazendo ele me olhar irritado de novo – Você é bonito, se veste bem e é super frio e mal educado. Só pode ser o... Ai, como é seu nome mesmo...


- Bingo! Agora cai fora. – ele disse.


- Alguma coisa com “S”... – eu não dava atenção a ele, ainda tentava lembrar seu nome. Merlin, Jéssica já falara mil vezes! – Simon? – arrisquei. Ele suspirou profundamente de olhos fechados.


- Não azarar garotas, não azarar garotas... – sussurrou – Black. Sirius Black. Feliz? Se manda. – falou mais alto.


- Isso! Viu? Não foi difícil. Sou Nicole Carrew. – respondi estendendo a mão em cumprimento.


 


Ele se limitar a olhar do meu rosto para a mão e então para o meu rosto de novo fazendo cara de “sério?”.


 


- Bem, zero de educação. – falei para mim mesma, ele também não se importou, apenas virou uma página – O que está lendo? – perguntei.


- Quadribol. – respondeu sem tirar os olhos da página, por isso não percebeu que eu estava lendo por cima dele.


- Baleias brancas, barcos e Ismael? Isso não parece Quadribol. – comentei me encostando à pedra e olhando em volta.


- Olha você realmente não... – ele começou muito irritado, mas não deixei que ele terminasse.


- Lá estão elas! – gritei quando finalmente avistei os cabelos de Lily – Bom conhecer você, Simon, nos vemos por aí! – falei por cima do ombro enquanto me afastava.


- É SIRIUS! – gritou de volta.


... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...


Lily Evans


 


- Saiu da detenção agora? – perguntei a Nicole que se aproximava de nós nos jardins.


- Sem detenção. – respondeu sorrindo – Lupin ficou doente e, aparentemente, temos que trabalhar juntos, blá-blá-blá... – ela se jogou na grama ao nosso lado – Estava procurando vocês há algum tempo.


- Acabamos de chegar. – Jéssica respondeu.


- Aah, eu conheci seu amigo Simon. – Nicole comentou feliz olhando para Jeh.


- Simon? – a morena estranhou – Nick, eu não conheço nen...


- Claro que conhece, deve ter falado nele um milhão de vezes! – Jéssica olhava confusa para uma Nicole entusiasmada – Aquele bonito que tem TPM! – insistiu.


 


Jéssica tentava raciocinar enquanto Nicole tentava lembrar de mais coisas sobre o garoto. Bonito? TPM? Espera aí!


 


- Nick. – chamei – Você está falando de Sirius Black?


- Isso! – exclamou apontado para mim animada – É. Esse é o nome dele! Sirius Bl... Que tipo de cara tem nome de estrela?


- O que você quer dizer com “conheci seu amigo”? – Jeh perguntou – Ele não é meu amigo.


- Como isso aconteceu? – perguntei curiosa.


- Ele não te beijou também, beijou? Vai ver é um tipo de padrão. – Jéssica comentou meio irritada.


- Não, ele não me beijou, o que eu considero um bom começo. – Nick falou distraída enquanto se deitava esparramando os cabelos para trás – Eu topei com ele perto daquela pedra enquanto procurava vocês. – concluiu.


- Só isso? – insisti – Nem mais um comentário? – Nick olhou o céu pensativa antes de responder.


- Acho que ele precisa de ajuda profissional. – declarou por fim.


 


Jéssica riu discretamente antes de abrir seu livro e se deitar ao lado de Nicole. Apenas eu permaneci sentada observando as pessoas ao redor sem me focar em ninguém. A tranqüilidade domina, a mente só registra pensamentos rasos e sem importância. Em pouco tempo entrei numa espécie de transe da qual fui acordada horas depois com os gritinhos animados de Nick e Jeh por causa da chuva. Já eram quase cinco horas.


Corremos juntas até o castelo, rindo sabe Merlin de quê. Algum tempo se passou até que nos acalmássemos embora ainda não houvesse motivo aparente para as risadas. Talvez fosse apenas a euforia de ter tido uma tarde agradável fazendo nada ao lado das amigas.


Nicole seguiu para a torre da Corvinal enquanto eu arrastava Jéssica (que quase já dormia andando) para o nosso dormitório. Quase não consegui convencê-la a trocar de roupa antes de deitar. Prometi que traria algo para ela comer mais tarde e, depois de tomar um longo banho, fui para o salão principal.


Depositei o jantar de Jéssica em sua mesa de cabeceira com um feitiço contra insetos em volta. Não havia nada para fazer, mas estava cedo para dormir... Encarei o livro que Jeh lia mais cedo. “Admirável Mundo Novo”. Parecia interessante. Deitei na cama, comecei a ler e acordei sabe-se lá quanto tempo depois com o baque do livro ao escorregar para o chão.


Esfreguei os olhos. O jantar de Jéssica continuava intocado e Alice dormia na cama ao lado, devia ser tarde. Desci até o salão comunal para pegar um pouco de água, minha garganta estava seca. Ao chegar lá me dei conta da idiotice que estava fazendo, eu sou uma bruxa, poderia ter conjurado água lá em cima! Bem, talvez os nascidos trouxas nunca se acostumem de verdade a não precisar fazer esforço físico. Bebi minha água sem pressa.


 


- Não consegue dormir? – quase derrubei o copo de susto – Desculpe, eu devia ter me anunciado antes.


- Não tem problema, James, eu teria me assustado de qualquer forma. – respondi rindo fracamente. Era verdade – Acordado tão tarde? – quis saber. Ele apontou para a jarra de água ao meu lado.


- Esqueci o feitiço de conjuramento. – riu meio sem graça – Eu sei, é estúpido.


- Bom, ao menos você teve amnésia, já eu... – comentei. Ele riu mais.


 


Dei o copo a ele e fiquei observando enquanto bebia. Não sei se deveria ficar ali esperando feito uma retardada, mas também não queria ir embora. Mesmo sabendo que ele iria dormir dentro de alguns segundos.


 


- Você me parecia com a memória tão boa. – comentei.


- Ah, bem... Eu me lembro da maioria das coisas, mas outras estão difíceis de voltar...


 


Ele me olhou por um momento e pôs a mão em meu queixo. Um arrepio percorreu minha espinha e prendi a respiração.


 


- Você, por exemplo, é o maior dos mistérios até agora. – ele disse isso sério, me hipnotizando com os olhos, e então sorriu – Deve ser parte do charme. – concluiu apertando minha bochecha e rindo.


 


Acompanhar aquela risada custou todo meu auto-controle. Ou talvez fosse conseqüência da falta dele.


 


- Hey, está com sono? – perguntou de repente.


- Ah... Na verdade não. – admiti.


- Então... Posso te conhecer? – piscou me lançando um sorriso maroto.


- Hmm... Deixe-me pensar... – respondi em tom falsamente duvidoso. Ele sorriu e saiu me puxando para o sofá próximo à lareira.


- Então, como foi que nos conhecemos? – perguntou após se sentar a vontade no sofá.


- Num encontro às escuras. Você foi o meu primeiro... Bem, você sabe. – menti, pela primeira vez na vida, brilhantemente – E depois de me fazer um monte de promessas você... me deixou pela... – fingi chorar e enterrei o rosto nas mãos. Ele estava tão chocado que mal conseguia falar. E vermelho, muito vermelho.


- Lily... E-eu... Err... – tentou dizer sem jeito.


- Desencana, Potter, é brincadeira! – falei rindo e lhe dando um tapa no braço. Ele suspirou e relaxou a postura.


- Não teve graça. – falou ainda muito vermelho. Eu ri ainda mais.


- Que pena, eu achei muito engraçado. – disse entre risos.


 


Ele revirou os olhos emburrado, eu comecei a gargalhar enquanto ele fechava ainda mais a cara e começava a olhar pelo outro lado.


 


- Aah, desculpa. – falei meio sem fôlego enquanto secava uma lágrima – Eu não resisti. Acho que é a convivência com Jéssica, ela sempre faz isso. – ele me olhou intrigado.


- Jéssica? – perguntou interessado.


- É, uma das minhas melhores amigas e colega de quarto... Acredito que tenha sido a primeira pessoa que você viu depois que acordou. – expliquei.


- Sim... Acho que lembro. – falou pensativo – Ela sempre faz isso?


- Ah, o tempo todo! Nas nossas férias do quarto ano estávamos no shopping e ela tava com unas espinhas perto dos lábios, eu pedi um pouco da coca dela e quando devolvi o copo ela soltou: eu já te disse que tenho herpes? – contei – Eu quase morri engasgada com o refrigerante! Levou semanas até eu acreditar que era mentira.


 


Foi a vez dele cair na gargalhada e, nossa, ele passou muito tempo rindo. Talvez porque seja o tipo de brincadeira que ele e seus amigos gostam de fazer. Me refiro, é claro, à parte de deixar as pessoas preocupadas e com cara de bobas. Bem, é mesmo engraçado quando não é conosco. De qualquer forma, não me importei que ele risse, o som era... Confortável, entende? Era apenas bom e agradável e quente... Talvez você saiba o que quero dizer.


 


- Essa foi genial. – comentou quando finalmente parou com a crise de risos.


- Tenho de admitir que foi. – concordei.


- Mas ainda quero saber tudo que puder me contar sobre nós. – pediu.


- Bem... Eu detestei você na primeira vez que nos vimos. Sério. – me apressei em dizer porque ele parecia achar que eu estava brincando de novo – É que eu não sabia nada sobre o mundo bruxo além do que meu melhor amigo na época me contava e nós estávamos na mesma cabine e você ficou fazendo pouco dele...


- Oh, é! Eu me lembro disso, porque o Ranhosos disse que... Espera aí! O Ranhoso era seu melhor amigo? – perguntou com uma expressão de nojo.


- As coisas eram diferentes naquela época. – respondi triste. Este assunto me incomoda até hoje.


- Me desculpe, eu não devia ter ofendido o seu amigo na sua frente.


- Não foi nada. – respondi depressa para poder mudar logo de assunto – Em todo caso, você o ofendeu, então nos tornamos meio que inimigos. As coisas não melhoraram quando crescemos mais porque você foi se tornando arrogante e prepotente e vivia pegando no pé do Snape.


- Não parecia tão ruim quando Sirius e Remus me contaram... – comentou meio envergonhado.


- Éramos jovens empolgados e tolos, James, eu também não era um poço de calma e imparcialidade. – repliquei.


- Você fala como se tivesse sido há tanto tempo.


- Muita coisa mudou em um ano, o tempo passa rápido. – respondi – Você mudou, eu mudei, as circunstâncias mudaram... Continuando a história, acho que as coisas só pioraram quando você começou a me chamar pra sair insistentemente.


- Mesmo? E nós saímos? – perguntou com um estranho interesse preocupado.


- Bem... O que você se lembra? – era um terreno perigoso demais pra ir com pressa.


- Tenho pelo menos um milhão de fragmentos de lembranças de você discutindo ou gritando comigo. – admitiu envergonhado outra vez.


- Provavelmente são as minhas respostas aos seus pedidos. – expliquei envergonhada também – E broncas de monitora para desordeiro-mor. – nos rimos fracamente – Mas os pedidos não paravam. Você foi ficando mais maduro, admito, mas eu não queria saber disso. Acho que, no fundo, te culpava pelo fim de minha amizade com Severo. O que, obviamente, não tem nada a ver com a história... – meu coração começou a bater mais rápido, a história se aproximava do momento do nosso encontro, o que eu ia dizer? – Então quando eu acabei com essa idiotice, comecei a perceber que agora você é um cara legal e... Eu fiz uma coisa muito ruim. Foi sem querer, porque eu sou muito impulsiva e uma péssima mentirosa, e por causa disso você começou a me odiar, eu acho.


- Eu odiando você? Isso não me parece possível. – falou bem humorado.


- Eu agradeço a gentileza, James, mas só porque você não se lembra...


- Não é isso. – me interrompeu – Não são só as lembranças, é a sensação que elas trazem. A maioria é divertida ou... Sei lá, esperançosa e até meio inebriante, e tem outras de angústia ou frustrantes... Mas nada que se aproxime de raiva. – a estas alturas eu já estava cor de cereja.


- Obrigada. – foi tudo o que consegui falar.


- Mas... Você estava falando sobre uma briga que tivemos. – me incentivou a continuar.


- É, nós brigamos e você ficou muito chateado comigo e eu ficava tentando te pedir desculpas, mas você não queria conversa comigo e ficava me evitando... Até um dia em que eu consegui te encurralar e me fazer ouvir, o que ainda não foi fácil... – hesitei, estava na hora e não tinha como escapar – Aí você finalmente me ouviu quando eu disse que...


- Pontas? O que está fazendo... Evans. – Sirius me olhou com o desprezo que se dá a uma barata que sujou seu sapato ao ser esmagada.


 


Ele apareceu vestido em roupas de frio. O que fazia lá fora de madrugada? Bem, não me interessa, mas ele tinha que chegar logo agora?


 


- Hey, Sirius. – James sorriu – Quer sentar? – Sirius me lançou outro olhar mortífero antes de responder.


- Não. Na verdade, preciso falar com você em particular. – o tom dele era sério, fiquei pensando se teria acontecido alguma coisa ruim.


- Não pode esperar?? – James pediu – Lily estava me...


- É urgente. – ele insistiu.


- Ok. – James suspirou – Nos vemos por aí, Lily, e então terminamos esta conversa. – ele sorriu – Boa noite. – disse antes de depositar um beijo em minha bochecha e sair.


 


Ele seguiu Sirius para o dormitório, ainda pude ouvir uma parte da conversa desagradável de Sirius.


 


- Você bebeu, Pontas? Está sendo simpático com a Evans? Esqueceu que ela... – ouvi sua voz diminuindo enquanto se afastavam.


 


Dei um longo suspiro antes de levantar do sofá e ir para o meu próprio dormitório. Sirius conseguiu me deixar de mau-humor em tempo record. Por que ele tinha de ser tão intrometido?


Encontrei Jéssica devorando seu jantar sob a luz da varinha apoiada na escrivaninha. Ela me analisou enquanto mastigava deixando para falar só depois de engolir.


- Por que essa cara de...


- Amanhã, Jeh. – respondi com o máximo de simpatia que meu humor permitiu.


Ela apenas me lançou um olhar preocupado antes de retornar sua atenção para a comida. Eu dormi assim que encostei no travesseiro.


 


OoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO


1. Edward Ferrars é um personagem do romance Razão e Sensibilidade, de Jane Austin (é, eu adooooro os livros dela :D ).

 N/A: Então, galera, peço desculpas pelas atualizações demorarem tanto a sair aqui na Floreios, mas é que a falta de comentários desencoraja tanto que eu esqueço que posto aqui também. Na verdade, lembrei outro dia e voltei a  postar porque uma leitora de longa data me perguntou quando saia o próximo capítulo e disse que lia por aqui, então... Vamos, deixem um comentariozinho e incentivem a escrita , não apenas minha, como de todos os autores.


Beijooos, até o próximo!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.