O Retorno ao Largo Grimmauld



Harry estava tão embasbacado com o fato de que um membro da Ordem da Fênix estava em seu quarto, sem sequer mandar uma coruja avisando, que se atropelou com as palavras:

-Mas como o senhor entrou aqui? Sem ninguém te ver?

-Todo o bom auror tem as suas maracutaias, moleque!-rosnou Moody em tom divertido-Agora, arrume as malas pra esperar o resto do pessoal.

Harry, ainda abismado, exclamou:

-Já? Verão passado vocês quase me mataram de curiosidade e me isolaram aqui nesta casa por mais de um mês.-seu sangue estava começando a ferver - Poderiam ter me buscado mais cedo!

-Não. Lembra o que Dumbledore disse?-agora o tom de Moody estava mais sério - Você tem que ficar na casa dos seus tios pelo menos uma vez por ano. Só viemos te buscar mais cedo antes que você tivesse um treco e saísse por aí fazendo besteira!

O fato de que achavam que ele poderia fazer loucuras como um desvairado o incomodou, mas iria deixar o sermão para mais tarde, assim que encontrasse Rony e Hermione na sede da Ordem.Falando nisso, eles ouviriam poucas e boas, onde já se viu? Não mandaram nem presente de aniversário como o usual!

-Vai logo se arrumar!-exclamou Moody - Daqui a pouco o pessoal da sua escolta vai chegar!

Harry começou a recolher seu material, roupas e vestes espalhadas pelo quarto.Então uma outra dúvida surgiu:

-Como é que a gente vai pra lá?De vassouras de novo?

Moody o encarou e respondeu:

-Não, aparentemente Arthur pôs as mãos em um velho carro linchado do Ministério. Sob vários protestos de Molly, claro.-acrescentou, divertido-
Ele pôs todos os aparatos trouxas dentro do carro, para disfarçar!

O garoto se pôs a imaginar o Sr. Weasley dirigindo um conversível pelas nuvens, com óculos escuros e ouvindo As Esquisitonas.

Logo após Harry fechar o seu malão com um click e enfiar com muito esforço Edwiges na gaiola, uma buzina de carro tocou no ritmo do hino do time de quadribol da Irlanda.

-Chegaram!-exclamou.

Ele e Moody desceram o mais rápido possível com toda aquela bagagem, mas assim que puseram os pés no hall os Dursley apareceram para verificar a barulheira.

-Mas o que é que esse...Esse...-parecia que as palavras as quais tio Valter estava tentando encontrar não eram o suficiente para descrever sua indignação-Esse CAOLHO está fazendo dentro da minha casa?!

-Nós viemos buscar o menino Potter!

-Nós?-perguntou ameaçadoramente o tio.

Mal as palavras haviam saído de sua boca, a campainha tocou. Muito trêmula tia Petúnia escondeu Duda atrás do marido e atendeu a porta. Esticando o pescoço Harry conseguiu identificar Tonks espiando o canteiro de flores perfeitamente podado, com muita curiosidade; Quim Shacklebolt, imponente como sempre; o Sr. Weasley olhando a toda a sua volta, fascinado e à frente de todos, na frente da porta, o prof. Lupin.

-Olá! O Harry está?-perguntou muito educado e sorridente.-Viemos busca-lo.

Petúnia continuou petrificada, então Harry se adiantou com o malão e a gaiola. Quanto o mais rápido ele saísse de lá, menor seria o quebra pau. Ele observou o tio inchar e ficar cor púrpura.

-Estou aqui!-afobou-se ele a dizer.Era melhor sair dali, antes que o tio explodisse.-Bom, então tchau!

-A seu moleque! Desaparece da minha frente!-rugiu tio Valter- E nunca mais traga essa gente, ralé pra dentro de minha casa, ouviu?

-Claramente!-retrucou o garoto.

-Até mais...-despediu-se Lupin, mas os Dursley não se despediram de volta.

A porta da casa se fechou com um baque forte.Finalmente ele estava livre da tortura! Na Ordem ele estaria ocupado, não teria que se preocupar em ficar lembrando, dolorosamente, de Sirius. Mas ele foi trazido bruscamente de volta a Terra, quando parou de chofre ao ver o tipo de carro que o Sr. Weasley arranjara: era um velho Fusca amarelo, havia um abafador de chá pendurado no espelho retrovisor interno e no painel do carro havia uma bússola flutuante cor prata, um pacotão de feijõesinhos de todos os sabores e uma chaleira fumegante.

-Olá Harry! –Cumprimentou sr. Weasley jovialmente.

-Ahhnnn… Oi Sr. Weasley...Belo carro.

-Obrigado! Achei nos fundos do Ministério, estava todo lascado e não dava partida com a varinha, então eu peguei sem ninguém ver e dei um trato!-Parecia que estava falando orgulhosamente de um filho. E ele sabia o porquê: Arthur Weasley adorava artefatos trouxas!

-Vamos então!-exclamou Lupin

-Vai entrando Harry, que eu ponho sua mala o porta-malas!-Tonks se ofereceu. Hoje ela estava com os cabelos pretos, olhos azuis e nariz de tomate.

Todos acomodados no carro (aumentado por dentro com magia) deu-se a partida. O garoto ficou imaginando se eles iriam voando como no velho Ford Anglia, ou como num carro normal, mas sua pergunta foi logo respondida quando, com um tranco, o carro foi levantando suas rodas dianteiras e depois as traseiras. Com muito esforço ele finalmente levantou vôo como um ganso muito gordo e desajeitado e as casas quadradas da rua dos Alfeneiros foram se afastando rapidamente, até se tornarem pequenos pontinhos e desaparecerem.

-Acho que dessa vez chegaremos mais rápido e mais confortavelmente -Lupin exclamou.

-Claro, ir de carro é melhor do que ir de vassoura… -Harry respondeu distraidamente.

Estava confuso. Claro que queria voltar para a Ordem para ficar junto dos seus amigos, por outro lado retornar significava ter de se preocupar com muitas coisas.Nem tudo era festa.

Esses pensamentos confusos ocuparam sua cabeça por toda a viagem e logo ele sentiu outro tranco, trazendo-o bruscamente para a realidade.

-‘tamo chegando pessoal!-gritou o Sr. Weasley.

E como um carrinho de montanha russa em uma descida o Fusca começou a descer vertiginosamente em direção ao chão.

-Preparar para turbulência!!!

O motor do carro fazia barulho de tosse, como se estivesse com dor de garganta. Descia cada vez mais rente a o chão e finalmente depois de muitas chacoalhadas, pousou com um baque no asfalto daquela conhecida rua decadente com latas de lixos reviradas e casas descascadas.

Mesmo com aquele visual, toda a insegurança de Harry foi embora. Ele finalmente retornara ao Largo Grimmauld nº12.

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N\A: Lá se foi o segundo capítulo. Ta frio, mas no terceiro é que vem a surpresa!

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