Feliz aniversário



Paciência, meu povo... Paciência!
Mais momentos fofos aguardam um pouco mais a frente!!

Beijooos! ;*


**


Gina estava em frente a um grande espelho analisando sua aparência. Ela havia seguido as ordens de Draco e comprado uma roupa nova. Para quê, ela não sabia, mas várias vezes durante os dias ela tinha que se conter para não abrir o envelope de Maio. Só faltavam mais dois dias para que ela pudesse fazê-lo, e a ansiedade não deixava espaço livre em sua cabeça para que ela pensasse em mais nada.

Ela havia decidido vestir uma roupa preta para combinar com seu humor. As calças pretas davam um lindo formato a suas pernas e o corpete parecia deixá-la com o busto maior. Eddie havia feito um ótimo trabalho em seu cabelo e quando Gina passou a mão por entre os finos fios ruivos, sorriu ao se lembrar das conversas animadas que tivera com o amigo aquela tarde no salão e do “Parabéns pra você” que toda a equipe do salão havia cantado para ela.

Ela parou com os devaneios e voltou a analisar seu reflexo no espelho do quarto. Ela não se sentia como se tivesse vinte e oito. Quando era mais nova, ter quase trinta anos parecia estar tão longe... ela pensava que uma mulher naquela idade seria sábia e experiente, tão estabilizada com marido, filhos e uma carreira... Ela não tinha nada daquilo. Ela ainda se sentia tão verde como se sentira ao fazer vinte anos, apenas com o rosto um pouco diferente. Gina se sentou na borda da cama e continuou a olhar para si mesma. Não havia nada a ser comemorado sobre fazer vinte e oito anos.
A campainha tocou e Gina pôde ouvir a conversa animada e as risadinhas das amigas lá fora. Ela tentou se recompor, respirou fundo e tratou de pôr um sorriso no rosto.

“Feliz aniversário!” Todas gritaram em uníssono quando a porta foi aberta.
Gina olhou para seus rostos felizes e imediatamente foi contagiada por todo aquele entusiasmo. Ela as guiou para dentro da sala e deu um grande abraço em Jorge, que também tinha vindo e segurava uma câmera de vídeo.

“Não, Gina, você tem que ignorá-lo!” advertiu Luna, e então arrastou Gina para o sofá, onde todas a rodearam e começaram a enfiar presentes em seu rosto. “Primeiro, você tem que usar essa coroa porque é a princesa da noite!”

As garotas a ajudaram a colocar a coroa na cabeça enquanto Fred e Jorge soltavam vivas e filmavam a entrega dos presentes a um canto mais afastado. Naquele momento, rodeada por suas melhores amigas, Gina realmente se sentiu como uma princesa.

“Vamos lá abra o meu primeiro!” Gritou Luna, entusiasmada de um jeito muito suspeito.
Gina cuidadosamente retirou a fita adesiva do pacote.
“Ah, rasga logo!” disse Hermione para a surpresa de todos.
Gina olhou confusa para a caixa depois de rasgar o embrulho. “O que é isso?”
“Leia!” Luna disse animada.

Gina começou a ler a caixa em alta voz, “Funciona com pilhas, tem três velocidades de vibração diferentes, é um... Oh, meu Deus! Luna! Sua safada!” Gina e as garotas riram histericamente do pacote longo e fino.
“Bem, definitivamente vou precisar disso,” Gina riu, mostrando o objeto para a câmera.

Fred e Jorge de repente pareciam querer vomitar.

“Certo, agora o meu,” Hermione disse, colocando seu presente no colo de Gina. “É meu e do Rony, então não espere nada como o da Luna!”
“Bem, me preocuparia se o Rony me desse algo daquele tipo, isso sim,” ela disse, abrindo a caixa. “Oh, Hermione, é lindo!” Gina disse segurando o álbum prateado mais bonito que já vira. Aquela cor a lembrava Draco.
“Para suas novas lembranças,” Hermione disse carinhosamente.
“Ah, é perfeito,” ela disse, passando os braços em volta do pescoço da amiga. “Obrigada.”

“Muito bem, por último, mas não menos importante...” Gina piscou para Laura, que estava contorcendo as mãos nervosamente enquanto estudava o rosto da ruiva.

Era um porta-retrato também prateado com uma foto de Laura, Luna e Gina no Baile de Natal há dois anos atrás. “Oh, estou vestindo meu ‘vextido branco caro’!” Gina soluçou de brincadeira.
Antes de ser estragado,” Laura indicou.
“Deus, nem mesmo me lembro de isso ter sido tirado!”
“Nem me lembro de ter estado lá,” murmurou Luna pensativa.

Gina continuou a olhar tristemente para a foto enquanto andava até a lareira.
Aquele fora o último baile ao qual ela e Draco tinham ido, já que ele estivera muito doente para ter ido ao do último ano.

“Bem, isso vai ter um lugar de honra,” Gina anunciou, colocando o presente em cima da lareira, ao lado de sua foto de casamento, na qual se via ela e Draco, ambos sorrindo abobalhadamente enquanto se olhavam nos olhos a uma proximidade mínima.
“Muito bem, garotas, vamos ter uma grande noite de bebidas!” gritou Luna, abrindo uma garrafa de champanhe.



Gina acordou com a cabeça latejando. Sua boca estava seca como a sandália de Gandhi quando sua visão entrou em foco. Ela se apoiou em um cotovelo e tentou abrir os olhos, que pareciam ter sido colados de alguma forma. Ela deu uma olhada em torno do quarto. Estava claro, muito claro, e tudo parecia estar girando. Algo muito estranho estava acontecendo. Gina se viu no espelho e tomou um grande susto. Será que ela havia estado num acidente na noite passada? Ela perdeu a força e caiu de costas na cama novamente. De repente, o alarme da casa começou a soar e ela levantou a cabeça do travesseiro e abriu um olho. Ah, leve o que quiser, ela pensou, contanto que me traga um copo d’água antes de ir embora. Depois de um tempo ela percebeu que não era o alarme e sim o telefone tocando ao seu lado.

“Alô?” ela disse numa voz rouca.
“Ah, que bom, não sou a única,” disse uma voz cuja dona parecia extremamente doente.
“Quem é você?” Gina disse com a voz arranhada novamente.
“Meu nome é Laura, eu acho,” veio a resposta, “mas não me pergunte quem é Laura, porque não sei. O homem do meu lado na cama parece achar que o conheço.” Gina ouviu Blaise rindo alto ao fundo.
“Laura, o que aconteceu ontem à noite? Por favor, me ilumine.”
“O álcool aconteceu ontem à noite,” Laura disse abobalhadamente, “muito, muito álcool.”
“Alguma outra informação?”
“Não.”
“Sabe que horas são?”
“Duas.”
“Por que está me ligando a essa hora da manhã?”
“Já é tarde, Virgínia.”
“Ah. Como isso aconteceu?”
“Gravidade ou alguma coisa assim. Eu filei aula nesse dia.”
“Meu Deus, acho que estou morrendo.”
“Eu também.”
“Acho que vou voltar a dormir; talvez quando eu acordar o chão já tenha parado de se mexer.”
“Boa idéia. Ah, e Gina, bem-vinda ao clube dos vinte e oito.”
Gina gemeu, “Não comecei como planejo ser. A partir de agora serei uma mulher sensível e madura.”
“É, foi isso que eu disse também. Boa noite.”
“Noite.” Segundos depois Gina já estava dormindo. Ela acordou várias vezes para atender o telefone, mas as conversas sempre pareciam parte de seus sonhos. E ela também fez várias viagens à cozinha para se hidratar.
Às nove daquela noite, Gina finalmente sucumbiu aos pedidos de comida de seu estômago. Como sempre, não havia nada na geladeira, então ela decidiu fazer-se um agrado e pediu comida japonesa em casa. Ela se aconchegou no sofá vestida em seus pijamas e começou a assistir o melhor da TV de sábado a noite enquanto se empanturrava. Depois do trauma de ficar sem Draco em seu aniversário no dia anterior, Gina ficou surpresa por perceber que estava contente consigo mesma. Era a primeira vez desde que Draco havia morrido em que ela se sentia bem com a própria companhia. Havia afinal uma minúscula chance de que ela conseguisse viver sem ele.

Mais tarde naquela noite, Rony ligou para seu celular. “E aí, irmã, o que está fazendo?”
“Vendo TV, comendo uma comida japonesa,” ela disse.
“Bem, você parece estar em boa forma, ao contrário da minha pobre mulher que está sofrendo aqui ao meu lado.”
“Nunca saio com você de novo, Gina,” ela ouviu Hermione gritar fracamente ao fundo.
“Você e suas amigas perverteram a mente dela,” ele brincou.
“Não me culpe, ela estava fazendo isso muito bem sozinha, pelo que me lembro.”
“Ela diz que não consegue se lembrar de nada.”
“Nem eu. Talvez seja algo que aconteça quando você faz vinte e oito anos, porque nunca fui assim antes.”
“Ou talvez seja só um plano maligno que vocês todas tramaram para não ter que nos contar o que fizeram.”
“Queria eu que fosse isso... ah, obrigada pelo presente, a propósito, é lindo.”
“Fico feliz que tenha gostado. Demorei séculos para achar o perfeito.”
“Mentiroso.”
Ele riu.

“De qualquer maneira, te liguei para saber se você vai sair para ver os amigos do Jorge tocarem amanhã à noite. Ele convidou todo mundo.”
“Onde é?”
“No pub ‘Hogan’s’”.
“Nem sob tortura. Sem chance de eu sequer pisar em um pub algum dia na minha vida novamente, principalmente para ouvir uma banda de rock que toca alto com guitarras agudas e baterias barulhentas,” Gina lhe disse.
“Ah, é a velha desculpa do ‘Nunca vou beber de novo’, não é? Bem, não beba, então. Por favor, venha, Gina. Fred e Jorge são praticamente os empresários dessa banda, estão todos animados e ninguém mais vai apoiar aqueles malucos.”
“Ha! Então sou a última opção, né? Bom saber que você me considera tanto.”
“Não é, não. Os gêmeos iriam amar ver a caçula deles lá e mal pudemos conversar no jantar, não saímos juntos há séculos...” ele implorou. “Preciso de você para me fazer companhia.”
Gina segurou a cabeça com as mãos e gemeu, “Ah, por favor, não me faça ir Rony.”
“Você vai.”
“Certo, mas não vou ficar para ver a coisa toda.”
“Bem, a gente discute isso quando chegar lá. Os gêmeos vão gostar sabe, geralmente ninguém apóia eles depois da história da loja e tudo o mais... Acham que eles vão bagunçar com tudo outra vez.”
“Certo, então. Oito horas?”
“Perfeito.”
Gina desligou e se sentou no sofá por mais algumas horas. Ela se sentia entupida, não conseguia se mexer. Talvez aquele japonês não tivesse sido uma boa idéia, afinal.

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