Capítulo VIII



Capítulo VIII

Ginny olhava aterrorizada para o registo que tinha nas mãos. O nome da vítima era Hermione Potter, e tinha sido alvejada mortalmente a sangue-frio. Ela estava à espera de morte por atropelamento, ou até mesmo ataque cardíaco. Mas morta a sangue-frio?
“Calma Ginny, raciocine. Já sabes o apelido dele, agora é mais fácil”. Ginny pediu uma cópia do ficheiro na recepção e dirigiu-se para o hotel.
Quando chegou ao quarto, pegou no telefone e marcou o número do escritório. Pouco depois, ela ouviu a voz de Luna do outro lado da linha.
- Olá Luna sou eu. Não imaginas o que eu acabei de encontrar!
- Digo-te o mesmo. Temos uma super novidade para ti. Mas conta primeiro a tua.
- Consegui encontrar o atestado de óbito. Então é assim ela chamava-se Hermione Potter, e foi morta por um John Stuart –disse ela enquanto folheava as páginas do processo à procura de mais informação –mas não sei mais nada, porque o resto, segundo a recepcionista me disse, foi usada como prova para um julgamento.
- Julgamento?
- Parece que sim... Agora diz-me a tua novidade.
- Encontrámos outra carta – informou Luna num tom de voz vitorioso.
- Outra?! Mas como?
- Isso agora não interessa. Telefonei para o hotel e perguntei se era possível enviar um fax para um hóspede. Por isso, já sabes.
- Obrigada, vocês são fantásticas – disse Ginny sinceramente.
- Nós sabemos.
Depois de desligar a chamada, a ruiva saiu do quarto e desceu as escadas apressadamente. Ao chegar ao balcão, onde se fazia o check-in, perguntou ao homem da recepção se havia algum fax endereçado a ela.
Pouco depois, já tinha a folha na mão. Subiu para o quarto e fechou a porta atrás de si. Abriu a janela que dava acesso à varanda, na tentativa de refrescar a suíte. Desdobrou a folha e, imediatamente, reconheceu aquela caligrafia.

22 de Setembro de 1992
Meu Amor,
Hoje finalmente fiz justiça. Agora sim podes descansar em paz, sem nada que te possa apoquentar. Com a ajuda do Kevin, finalmente consegui provar a culpabilidade dos assassinos e vingar a tua morte.
Vi o homem que disparou sobre ti a implorar por piedade, a tentar convencer o juiz, que tinha feito tudo sem ter consciência dos seus actos. Não imaginas o esforço que fiz para não agarrar na arma que ele usou e disparar sobre ele.
Garanto-te que não teria qualquer tipo de remorsos. A única pena que mais se aproximava da justiça era a morte. Nenhuma pena era demais para o que ele fez.
O juiz deu-me o poder de decidir se ele levava ou não à prisão perpétua. Nunca me esquecerei do pânico que os olhos dele transmitiam. Ele implorava sem palavras, enquanto que eu assistia divertido. Finalmente ele estava a sentir o mesmo que eu senti quando partiste. Ver a vida a escapar pelos nossos dedos, sem podermos fazer nada para a impedir.
Eu sei que nunca aprovarias o que fiz, condenar outra pessoa à prisão e a trabalhos forçados, era o que tu chamavas de “injustiça extrema”. Mas, mesmo assim, eu decidi. E, para meu espanto, senti uma paz de espírito que há muito tinha desaparecido do meu alcance.
Podia jurar que te vi na sala de tribunal a sorrir para mim. Como se o teu olhar me dissesse obrigado. Isso elevou-me, não em corpo, mas em alma.
Decidi retirar-me, e amanhã apresentarei a minha carta de demissão. Lembro-me das vezes que me disseste que o que eu fazia era demasiado perigoso. Mas mesmo assim, nunca me pressionaste a desistir. Pelo contrário, sempre me incentivaste.
E por causa da minha teimosia em não deixar os tribunais, acabei por perder a pessoa mais importante da minha vida: TU.
Agora passarei os dias no mar, onde sinto que estás ainda mais perto de mim. Foi o mar que nos juntou, por isso, sempre que navego, faço-o na tentativa de te encontrar mais uma vez.
Com amor,
Harry

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N/A: Peço desculpa pela demora, mas tive problemas com o computador e só agora é que consegui postar. Obrigado pela paciência e não se esqueçam de deixar comentários :)

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