Capítulo IV



Capítulo IV – Uma Freira...

Jane Granger observou o olhar vago do esposo. – Aconteceu alguma coisa, Charles? – indagou. – Algo que não quer me contar?

O homem sorriu, mas não genuinamente, como sempre costumava fazer. – Não querida.

-O que James queria? – algo em seu olhar se acendeu. - Não me diga que aconteceu alguma coisa com Lily?! Eu pude ver como ele saiu de seu escritório Charles, por favor, não minta para mim.

-Não foi nada com a Lílian, querida. Não se preocupe. Foi apenas uma visita de camarada para camarada.

Jane estreitou a vista e o fez lhe fitar. – Diga-me a verdade. Parece-me chateado... Raramente o vejo assim.

Charles suspirou e beijou a testa da esposa. – James veio me fazer uma proposta – a mulher ergueu a sobrancelha, para que continuasse. Sem entender o que poderia ser tão ruim. – Pedir a mão de Hermione em casamento para Harry.

Jane sorriu, mas logo entendeu o ar desanimado do marido. Mordeu o lábio inferior. – Hermione quer ser freira... – Charles assentiu desgostoso.

-Freira... Freira! Minha pequena arteira quer ser uma freira – ele murmurou inconformado, Jane o abraçou carinhosamente.

-Talvez seja apenas um pensamento passageiro, você lembra quando ela queria ser ministra da magia? A primeira mulher a dirigir o mundo mágico...

-Eu preferiria que ela continuasse, como quando tinha sete anos, querendo ser ministra da magia – disse. - Contanto que Christine também não queira ser freira... Eu quero netos!

Jane riu levemente. – Ah! Meu amor... Está tudo bem. Certamente Christine não irá seguir a irmã. Nunca foi muito religiosa.

Ele abaixou a vista para encontrar os olhos da mulher. – Hermione também não – pôde vislumbrar um quê de preocupação nos olhos dela, antes de Jane sorrir docemente e pedir que parasse de pensar em tolices.

Eles sequer repararam num par de olhos castanhos que especulava os dois com interesse. Par de olhos castanhos que fechou cuidadosamente a porta, para não ser pego no flagra; e que subiu a toda velocidade, com surpresa, as escadas do quarto ao encontro de outro par desses mesmos olhos castanhos...
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Assim que James entrou na casa, Lily Potter foi ao seu encontro e o abraçou, depositando um pequeno beijo em seus lábios, estava muito sorridente. – Está tudo resolvido?

-Está, mas não do jeito que você pensa, meu amor.

-O que quer dizer?

James suspirou. – Hermione quer seguir a ‘careira’ religiosa, se tornará uma freira.

Lílian lançou um olhar de incredulidade ao marido, e riu. – Céus, James. Essa foi a pior mentira que você já elaborou. Hermione, uma freira? Por favor...

-Eu também não acreditei a principio.

-Vamos, James, conte-me de uma vez. Como Charles agiu quando lhe contou das intenções do nosso Harry?

-Ele ficou feliz e depois arquejou os ombros e disse-me um: “impossível” muito baixo.

Lily sorriu. – Imaginei que ele não iria acreditar!

-Não entendeu, Lily... Ele disse “impossível” antes de me contar as intenções de Hermione... As de se tornar freira.

A ruiva virou os olhos. – Ainda continuará tratando de mentir? Não temos tempo para brincadeiras James! – ela sorriu com felicidade. - Ainda tenho de falar com Jane para resolver sobre os preparativos da festa, escolher as flores, o estilo de vestido de Hermione...

-Lily – ele a olhou seriamente. – Não estou brincando. Hermione decidiu ser uma freira!

-Hermione o que?! – Harry indagou, ele estava no meio da escada e ouvira a exclamação do pai.
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Hermione se sobressaltou quando a porta foi aberta repentinamente e uma Christine respirando com dificuldade foi ao seu encontro.

-Chris, por Merlin! O que há com você?

-Harry... Casamento... Freira... Papai.

Hermione fechou seu livro com força lançando um olhar intrigado e preocupado a irmã. – O que tem Harry? O que quer dizer com casamento e freira? E o que papai tem a ver com isto? - Christine ergueu as mãos, pedindo um tempo para recuperar o ar. - Vamos Christine! Está me deixando preocupada!

A morena lhe lançou um olhar irônico. – Preocupada é?

-Pelo jeito já recuperou o fôlego – retrucou secamente, fazendo a irmã sorrir.

-De fato, já o recuperei.

-Então o que está esperando? Diga-me!

Christine adquiriu um ar sombrio. – Não vai gostar nada, nada das novidades.

-O que? Papai aceitou o pedido do senhor Weasley? – Hermione indagou em pânico.

-Pior – disse mordendo o lábio inferior.

-Pior?! – a encarou em desconcerto. - O que pode ser pior?

-Tio James veio visitar papai...

-Sim? E o que tem...? – Hermione pôs as mãos na boca. – É o Harry! Aconteceu alguma coisa com ele... Oh meu Merlín – a morena já estava preparada para sair do quarto às pressas quando Chris negou segurando seu braço.

-Pior.

Hermione estremeceu, mas lançou um olhar enfadado à irmã. - Será que, ao invés de dizer “pior”, poderia falar de uma maldita vez o que aconteceu?

Christine respirou fundo. – Tio James veio pedir sua mão em nome do Harry.

-E-ele... me...? Ele pediu minha mão?! - Hermione deu um gritinho, antes de abrir um sorriso enorme e abraçar a irmã. – Mas isso é perfeito... Ele me pediu em casamento! Ele me pediu em casamento!

-Hermione... papai não concedeu sua mão – de imediato a morena se afastou para fitar a irmã esperando que lhe dissesse “É uma brincadeira, sua tola. Parabéns!”, mas Chris não fez isso. – Lem-lembra quando disse que queria ser religiosa? Queria ser uma freira – indagou com voz tremente. – Papai acreditou e, pelo jeito, disse isto ao tio James, ele estava bem desapontado quando saiu do escritório de papai, mais cedo.

-Não, não, não... – murmurou meneando a cabeça negativamente. - NÃO! – gritou. – Não é engraçado Christine!

A garota assentiu. - Eu sei.

Hermione caiu sentada em sua cama. – Não está brincando, não é?.

Chris negou. – Eu sinto muito, Herms...
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-Ela enlouqueceu de vez! – esbravejou descendo a trotes a escada.

-Harry, meu filho...

-Pai – Harry olhou seriamente para James. – Quero falar com Hermione.

-Harry...

-Leve-o James – Lily disse apenas, e sorriu para o filho.
***

-Não – Hermione disse levantando-se de súbito da cama. – Eu demorei séculos para finalmente fazer Harry despertar para mim.

-Mas Herms...

-Não importa o que tenha que fazer. Não quero ser uma bendita freira! Não se ele for meu pretendente. Harry será meu marido. Ah se será – disse determinada, ao encontro da porta.
***

-Não precisa me acompanhar, se não quiser – Harry disse, quando estavam à porta da residência Granger, ao pai. James não se deu ao trabalho de lhe responder, quando o mordomo abriu a porta, entrou na casa.
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Ela estacou no meio da escada ao encontrar os olhos de Harry, ele parecia muito irritado. Logo depois percebeu que não era apenas Harry, todos na sala a encaravam com estranheza. Não era para menos, antes de encontrar os olhos do rapaz estava descendo as escadas quase aos “trotes”.

-Que bom que apareceu! – Harry disse erguendo a sobrancelha de maneira irônica. – Gostaria muito de falar sobre tua... – ele estreitou os olhos e Hermione sentiu-se corar ao instante. - vocação. Posso?

Altiva como só ela poderia ser naquele momento, Hermione ergueu o queixo com dignidade e desceu as escadas como uma dama o faria. Ela se aproximou de James e o cumprimentou de maneira educada antes de volta-se a Harry. – Tudo bem, Harry. O que quer saber? – estava tão feliz por vê-lo ali... Tinha vontade de abraçá-lo, forte. Para não mais soltar. Mas apenas pôde fingir indiferença.

O moreno estava a ponto de ranger os dentes sob o cinismo dela, mas sorriu e lhe estendeu a mão. – Vamos aos jardins?

Ela ainda conseguiu lhe lançar um olhar curioso e observando um instante os pais, como se esperasse aprovação, aceitou sua mão.
(********)

Assim que se afastaram suficientemente dos ouvidos curiosos das demais pessoas, Hermione se voltou para o amigo com urgência, mas Harry tinha seus próximos planos...
O rapaz se afastou e lhe deu as costas, a encarou de maneira que Hermione julgou como “indecifrável” e expirou com força balançando a cabeça negativamente. Não disse nada por um instante e passou a mão sobre os cabelos displicentemente, então a garota soube que tentava se acalmar.

-Freira?! O que diabos você tem na cabeça?! Uma freira...?! – Harry vociferou, quase cuspira aquelas palavras.

Hermione franziu a testa, ainda que o ouvisse gritar, apenas sentia vontade de sorrir. Harry estava ali, estava ali! Pra ela... Mordeu o lábio inferior.

-Vocação? De onde tirou essa maldita idéia?!

A morena queria falar, esclarecer as coisas, mas o rapaz estava nervoso demais para perceber o olhar amoroso que ela lhe dispensava.

-O que tem na cabeça? - Harry bufou, acalmando-se. – Estava brincando, não é Hermione?

O encarou ofendida. – Por que estaria brincando? – Harry a encarou sem ação, perdera a fala. Então era verdade? Ela... Céus, ela queria ser mesmo uma freira? – Onde está indo? – indagou visto que Harry lhe dera as costas, afastando-se.

-Sei o suficiente para entender que não tenho o que fazer aqui – retrucou apenas.

Atrevidamente, ela segurou seu braço, para impedi-lo de dar mais passos. Então, se postou a sua frente. - Harry, não seja tolo – ela virou os olhos.

-Não seja tolo? – indagou parecendo alheio à conversa. – Você quer ser uma freira e eu sou o tolo? – retrucou a encarando por fim, num pedido silencioso para que o soltasse, ela o fez e Harry tornou a andar.

Nervosa e ignorando a compostura, ela postou as duas mãos sobre o peito dele, fazendo-o parar, mais pela surpresa que pela força que exercia. – Não entendeu – disse rapidamente e em tom muito baixo. – Disse a papai que seguiria minha... bom, minha “vocação” porque ele tornara a tornar no assunto de casamento!

-Não quer casar?

-Não! Por Deus, claro que não! – ela sorriu e Harry pareceu ainda mais insatisfeito com sua resposta.

-Realmente não tenho nada o que fazer aqui – disse secamente, sentia-se muito decepcionado, até mesmo magoado, para esconder o ressentimento.

Hermione lhe lançou um olhar incrédulo. O que estava dizendo? Como não tinha nada a fazer ali? E o casamento deles?
Repassou mentalmente as frases que lhe dissera e prendeu a respiração, como pudera ser tão estúpida?

-Harry, escute-me... – pediu calmamente, impedindo-o outra vez de fugir de suas mãos. – Não quero casar se Ronald Weasley for o meu marido – Harry voltou a encará-la, interessado. A morena mordeu o lábio inferior. – Sei que teu pai veio aqui mais cedo... E - sentindo o rosto queimar, ela pigarreou. – E que fez o pedido - foi a vez do moreno ficar rubro, sob o olhar indagador que este lhe ofereceu, ela acrescentou: - Christine me contou, parece que ela ouviu acidentalmente - Harry riu, mas observando-a melhor, perdeu o sorriso. Hermione o encarava seriamente, quase solene. – Foi realmente da... da tua vontade? – Harry sorriu sem jeito em resposta e Hermione o retribuiu, mas precisava ouvi-lo. – Harry, por favor?

-Foi minha vontade, Mione. Percebi que não conseguiria supurar a sensação de perda que sentiria quando cassasse com Rony e eu me senti tão culpado por desejar profundamente que seu pai não lhe concedesse tua mão... Mas sabia que não serias feliz ao lado dele, assim como, se estivesse ao lado dele, e não ao meu, eu o seria igualmente.

-Oh Harry – Hermione o abraçou com força, como queria fazer desde que o vira. Ela levou seus lábios ao seu ouvido. – Eu adoraria ser tua esposa.

Saindo do torpor, Harry a abraçou de volta, beijando o topo de sua cabeça. – Amo-te, Hermione – disse com carinho. – Era isto que estava tentando dizer...

Hermione se afastou o suficiente dele para encontrar seu rosto com um sorriso grande. Travessa, cortou a distância entre eles e depositou os lábios nos dele. – És, certamente, um rapaz muito lento, Harry – ela riu com leviandade. - Já o sabia há tempos - segredou ao pé do ouvido. – Estava a espera que percebesses – Harry pareceu interrogativo e Hermione enlaçou seu pescoço com ambos os braços, num gesto cheio de possessividade e afeto. - E sim, rapaz tolo, amo-te. Amo-te em demasiado, meu rapaz tolo - disse recostando a cabeça em seu peito.

Fim
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Obrigada pelos comentários^^!
Uma fic, ao menos, completa! EHHHH!!!!!
Espero que tenham curtido, ainda que eu tenha achado este final muito do bestinha... Aff.
Fala sério, Hermione teria matado a mãe de desgosto de tão “atrevida” que era.^^ XD
Desculpem-me os erros. Comentem, ta?
Beijão!

PS: Sobre um epílogo, eu não sei. Na verdade, até tenho idéia para fazer uma continuação desta fic. Mas estou realmente sem tempo pra escrever no momento... Então, bem, não posso prometer que farei um epílogo, certo?

Mais uma coisa: Para quem acompanha "Meu Marido Até a poeira abaixar", em breve eu postarei. Mas tenho uma bendita prova quarta e uma excursão na quinta... Então, acredito que só passarei a escrever (na verdade, terminar de escreve, já que eu tenho uma parte do capítulo pronta) na sexta. Talvez - e não é uma promessa. - sábado ou domingo o capítulo esteja pronto.

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