Capítulo 2



Cap. 2 – O Esquisitão Bonitão.

A menina tinha um sorriso perverso enquanto admirava a foto do homem escolhido. Não havia candidato melhor: um bandido. “Aquela boba merece...” pensou. Começou a sentir que seu plano realmente daria certo.
- Por que você escolheu este nome? – perguntou Frida tirando a outra menina dos seus devaneios.
- Porque é o nome desse homem. – respondeu a menina mostrando a foto para a outra. Assim que Frida viu a foto, arregalou os olhos. O homem tinha a expressão muito séria e isso deu medo na menina.
- Olga, esse homem parece ser mau... – e pegou a foto da mão de Olga para ver melhor – E ele não parece ser o pai da Melinda. – concluiu.
- Ai, Frida, deixa de ser burra. Ele não precisa parecer. É tudo de mentirinha. Parece que não entende as coisas. – e pegou a foto de volta. Dirigiu-se para a máquina de escrever e colocou o nome de Severo Snape no local destinado ao nome do pai. – Já tá quase pronto! A gente só precisa de um nome de cidade.
- Pode ser Londres? – arriscou Frida.
- Não... A Irmã Paulina vive dizendo que Londres é muito grande e longe.
- Ela pode ter medo de ir lá sozinha, né?
- É... A gente precisa de algo diferente. Assim, fica mais fácil da bobona acreditar. Precisamos pensar. – As duas meninas ficaram pensando. Por viverem sempre no orfanato, a única cidade que elas conhecem era Bristol. Olga estava realmente pensando. Frida estava olhando para os objetos da sala da diretoria e na mesa viu um folheto e começou a ler em voz alta o que estava escrito:
- Coral re-li-gi-o-so se apre...apresentará na Cate-dral de “Vinches-ter” (Winchester). – a tentativa de leitura de Frida despertou Olga de seus pensamentos:
- O que? O que você tá lendo?
- É isso aqui, Olga. – e pegou o papel e entregou para a amiga. – Sabe, eu gostei desse nome “Vinchester”.
- Então vai ser esse. – e acrescentou mais essa informação à ficha. – Agora sim tá pronta.
- Olga, você sabe onde fica “Vinchester”?
- Não sei e nem quero saber. Com isso, a aberração irá correndo atrás do tal pai dela. – e começou a rir pensando no sufoco que a Mel iria passar. Frida riu também até que surgiu uma dúvida que a fez parar e coçar a cabeça.
- Você acha que ele ainda existe? Pode ser que ele morreu. – Olga parou de rir, mas a expressão de felicidade ainda estava mantida no rosto.
- Não sei, Frida. – respondeu fazendo pouco caso.


X – X – X


Na cidade de Winchester, um cheirinho de pão delicioso dava para ser sentido. A fonte deste cheiro era a Candy Lady`s Confeitaria e Café. Situada numa rua transversal à rua principal do centro comercial da cidade.
Era um ambiente charmoso, claro e arejado de dois andares. Nem grande, nem pequeno, era simplesmente aconchegante. O elemento principal da decoração era a madeira, que revestia o chão, o balcão e algumas vigas nas paredes. No primeiro andar, as mesas eram redondas e forradas com toalhas lisas e em cada mesa tinha uma cor diferente das outras. E um arranjo pequeno de flores dava o toque especial. Possuía sofás espalhados pelos quatro cantos do salão. Nas vitrines, os mais variados tipos de tortas, bolos e doces. No segundo andar, encontrava-se um pequeno escritório, banheiros, uma enorme estante com livros usados, sofás e almofadas espalhadas pelo carpete. Sons de música instrumental preenchiam o ambiente.
Era impossível sair da “Candy” sem provar um único biscoito. Os funcionários eram simpáticos e gostavam de conversar sobre qualquer assunto com os clientes. As pessoas iam para a “Candy” para se encontrar com os amigos, jogar conversa fora ou só para passar o tempo. Um detalhe: numa parede, um grande mural repleto de fotos chamava a atenção – eram fotos dos clientes mais assíduos. Por isso, muitos diziam que a “Candy” era como se fosse uma segunda casa.
Sua proprietária era Hermione Granger. Uma mulher de estatura mediana, de 24 anos de idade, cabelos castanhos levemente ondulados que quase chegavam ao meio das costas e lindos olhos de tonalidade que oscilava entre o mel e o castanho. Ela havia acabado de chegar e cumprimentou Rose, sua funcionária que estava conversando com uma cliente no balcão:
- Bom dia, Rose.
- Bom dia, Hermione. Chegou cedo. Pensei que não viria hoje.
- É que eu preciso confeitar algumas tortas para a encomenda. – e se virou para cumprimentar a senhora – Bom dia, Sra Hudson.
- Bom dia, minha filha. Ainda não tinha encontrado você antes porque eu estava fora da cidade. Mas eu precisava dizer que foi uma ótima idéia instalar uma pequena padaria. Esses pãezinhos estão divinos! São tão fofinhos... Não há dieta que resista! Do café, eu nem preciso falar. Estava sentindo falta dele. E você ainda insiste em não me contar como faz pra ele ficar tão gostoso.
- Sra. Hudson, eu já havia lhe dito que era segredo. Não adianta. Não vou contar. – respondeu Hermione com um sorriso no rosto. Rose também sorriu em cumplicidade. Nesse meio tempo, Beth, outra funcionária, se juntou ao grupo.
- Bom dia, Hermione. Eu precisava falar com você. – falou Beth.
- É algo sério?
- Não... É que eu encontrei o Clive Stevens, aquele meu amigo jornalista. Agora, ele trabalha no Hampshire News, e ele está interessado em escrever uma matéria sobre a loja. Como eu já o informei que você não gosta de dar entrevistas, ele quer saber se você permite que tirem algumas fotos daqui.
- Hampshire News? Mas esse é um dos jornais mais importantes do condado! – exclamou Rose eufórica.
- Sossega Rose. – ralhou Hermione num tom de falsamente irritado – Beth, pode dizer ao seu amigo que eu permito que tirem as fotos.
- Mas a gente pode dar entrevista? – perguntou Rose muito esperançosa.
- Já que eu vou me abster, alguém tem que falar em nome da loja. – concluiu Hermione.
- Muito obrigada, Hermione. – agradeceu Rose emocionada – Você vai ver como eu vou falar muito bem de você e da loja. Eu vou até falar pra todo mundo que eu vou sair no jornal!
- Eu só espero não me arrepender disso. – comentou Hermione arrancando gargalhadas das outras duas mulheres. Rose nem se importou. Hermione continuou a falar – Bom, eu vou à cozinha trabalhar um pouco. E se...
- Se o Esquisitão Bonitão aparecer, eu te aviso. – cortou Rose abrindo um sorriso maroto. Hermione revirou os olhos, mas não conseguiu disfarçar um leve rubor na face.
- Rose, você não existe... – e saiu de fininho rumo ao seu destino.

Assim que Hermione saiu, Beth foi atender outro cliente que havia chegado e Rose ficou conversando com a Sra. Hudson:
- Rose, me conte essa história do Esquisitão Bonitão.
- A senhora sabe que eu não gosto de fofoca. Só vou contar porque é a senhora. Então... Esse Esquisitão Bonitão é um homem que vem quase todos os dias comer aqui. A Hermione falou que ele tinha sido professor dela no colégio, mas acho que os dois tiveram algo mais.
- Algo mais? – perguntou a Sra. Hudson curiosa. – Por que você suspeita disso?
- Ah, isso dá pra perceber de longe...
- O que dá pra perceber de longe? – perguntou Ed que estava saindo da cozinha com uma travessa de biscoitos – Você anda fofocando demais, Rose. Sra. Hudson, aceita uns biscoitinhos de leite com erva-doce? Estão tão fresquinhos que desmancham na boca.
- Hum... Acho que vou querer alguns. Meu médico vai acabar me proibindo de vir aqui. Ele disse que eu não podia engordar... – lamentou.
- Não esquenta. A senhora está ótima! – falou Rose – Ed, a gente só estava falando do Esquisitão Bonitão.
- Você não deveria falar assim do Sr. Snape. – falou Ed – Não deveria ficar chamando ele de esquisito.
- Ah, Ed! Ele é esquisito mesmo. Um homem que só anda vestido de preto e com a cara amarrada, só pode ser esquisito.
- O senhor Snape só é um homem sério.
- Está certo. Eu não vou discutir com você. Me dê essa travessa e deixa que eu sirvo a Sra. Hudson. E, por favor, faça mais café. Por que o que tinha já está acabando. – o rapaz obedeceu e logo rumou em direção a cozinha para cuidar dos seus afazeres.
- Rose, por que você acha que a Hermione teve algo mais com o professor dela? – perguntou Sra. Hudson, retomando o assunto. Rose respondeu servindo os biscoitos:
- Simples. Ele sempre anda de cara feia, ou séria, como prefere o Ed. Mas quando ele está com ela, a expressão muda. E sem falar na intimidade que eles parecem ter. – Rose agora estava ajeitando os biscoitos na vitrine abaixo do balcão.
- Você acha que eles têm um caso? – perguntou a senhora mordendo um biscoito.
- Acho que não. Eles poderiam até ter. Mas conhecendo a Hermione como eu conheço, ela só se envolveria com outro homem se estivesse completamente livre.
- Completamente livre?
- É que ainda não saiu o divórcio dela com o Sr. Patrick Rouche. Parece que o homem não está facilitando o processo. Eu acho isso uma injustiça. Eu tenho certeza de que a Hermione nunca gostou dele de verdade e dá pra ver que o negócio dela é com o esquisitão. Mas qualquer dia, conversando com ela, vou saber mais detalhes dessa história. – Nesse momento, Beth se aproximou carregando uma bandeja com a louça suja.
- Do que vocês tanto falam? – perguntou Beth.
- Do Esquisitão Bonitão. – respondeu a Sra. Hudson.
- Ah! Eu me lembro da primeira vez que ele esteve aqui...

* Flash Back*

Numa manhã de sábado, um homem de preto estava andando pelas ruas de Winchester. Estava irritado. Tinham lhe ordenado uma missão incomum: comprar uma torta de limão. A pessoa que havia ordenado exigiu que a torta fosse daquela cidade. Segundo a pessoa, somente naquela cidade tinha uma confeitaria digna de preparar a melhor torta do mundo.
Contra a sua vontade, o homem foi até Winchester e estava procurando a tal confeitaria. Olhou mais uma vez o papel que estava dentro do bolso com a finalidade de se orientar. Percebeu que estava na rua certa. Uma rua estreita, só de pedestres, transversal à rua principal. Avistou a loja e se encaminhou até ela.
Entrando na loja, sentiu uma sensação de acolhimento. Olhou ao redor, e percebeu pessoas conversando e comendo. Umas pessoas com aventais parecidos, que ele presumiu serem funcionários, serviam as pessoas e também conversavam com elas. O cheirinho do café e a aparência dos bolos despertaram a ânsia do seu estômago por comida. Imediatamente, lembrou que por estar irritado, esquecera de comer. Então resolveu sentar-se numa mesa mais afastada e escolher no cardápio algo para comer.
Uma alegre funcionária apareceu para atendê-lo:
- Bom dia. O senhor deseja comer alguma coisa? – perguntou a moça com um sorriso
- Se eu não desejasse comer, eu não estaria aqui. – respondeu de cara amarrada. A funcionária, tão receptiva, recuou. E se afastou alegando que daria um tempo a ele para pensar. Na verdade, a funcionária foi até a cozinha atrás da dona da loja que estava terminando de confeitar uma torta de morango.
- Srta. Hermione, tem um cliente difícil para a senhorita atender. – falou a funcionária.
- Pode me chamar só de Hermione, Beth. Ele é difícil? – a moça confirmou com a cabeça – Então, pode deixar comigo. Eu já terminei por aqui. Jerry, por favor, peça para o Gil incluir esta torta na lista de entrega de encomendas. E peça também para a Diana caprichar na embalagem desta. Bom, vou lá resolver esse assunto. – Sem tirar o avental, Hermione apenas lavou as mãos e foi ter com o cliente difícil.
O homem já tinha escolhido o que iria comer, quando percebeu que outra funcionária estava indo na sua direção. Hermione não estava querendo acreditar que o cliente era quem ela pensava que era.
- Severo? – questionou Hermione assim que se viu frente a frente com o homem. Este levantou a cabeça na intenção de recriminar a moça por estar o tratando com intimidade. Ao olhar bem para moça, a reconheceu:
- Hermione? Quer dizer, Sra. Rouche. – a moça se decepcionou um pouco com a formalidade que estava sendo tratada.
- O que você está fazendo aqui? – perguntou sem entrar no jogo dele.
- Eu vim a mando de Dumbledore. Ele queria que eu comprasse uma torta de limão dessa loja, mas me admiro ver a senhora trabalhando aqui. Pelo que eu soube, a senhora era vice-presidente de um banco internacional. Nunca poderia imaginar que a veria atrás de um balcão. – falou com ar de superioridade.
- Pois é. As coisas mudam. Eu tinha uma vida muito agitada e o trabalho estava me consumindo. Então, eu resolvi largar meu emprego, me mudei para o interior e abri esta confeitaria. Ainda tenho ações no banco, não preciso de dinheiro. Apenas resolvi investir num hobby que era cozinhar e viver uma vida mais tranqüila. – Snape ouvia tudo com atenção e precisou conter a curiosidade de perguntar mais sobre a vida da mulher.
Assim que Hermione parou de falar, os dois ficaram se encarando por um curto período.
- Bom, eu irei providenciar a torta para o Prof. Dumbledore. Enquanto isso, você poderia comer algo. – sugeriu.
- Eu acho que não. Apenas gostaria que a senhora trouxesse a torta o mais rápido possível. – Snape não estava se sentindo confortável. Queria sair correndo dali e, se possível, azarar o velho. Hermione não se deu por vencida diante da recusa do homem. Por isso, o desafiou:
- Peça o que você quiser e só pague se gostar. Se não se sentir satisfeito, a torta de limão sairá de graça.
- Isso é um desafio, Sra. Rouche? – perguntou Snape levantando uma sobrancelha.
- É Granger. Sra. Rouche não existe mais. – Snape ficou surpreso com a revelação. Hermione continou – E é sim um desafio. – Hermione chamou um funcionário que estava perto – Ed, atenda o Sr. Snape, por favor. Enquanto isso, eu irei providenciar a torta. Com licença. – Hermione saiu rumo à cozinha deixando um Snape ainda surpreso.

* Fim do Flash Back*

- Eu também me lembro desse dia. – comentou Rose.
- Mas conte o resto da história. – falou a Sra. Hudson – Ela ganhou mesmo o desafio?
- Ganhou? Ganhou de goleada! – disse Rose.
- Como assim? – questionou a senhora sem entender.
- É que assim que o Sr. Snape fez o pedido. Hermione mandou o Ed caprichar no serviço: tudo o mais fresquinho possível. E deu certo. Ele comeu tudo com vontade. Depois, a Hermione mandou o Ed entregar a torta sem cobrar. Ele pegou o pacote e saiu.
- Mas ele saiu sem pagar? – questionou a senhora.
- Não... A gente também pensou isso. Mas quando o Ed recolheu a louça, viu o dinheiro dentro do guardanapo e quando contou, percebeu que ele tinha pagado a mais. – falou Rose – E, desde então, ele tem vindo sempre. Acho que isso tem quase um ano.
- Menos Rose. Deve ter uns oito meses. – corrigiu Beth.
- Que coisa! Eu nem tinha idéia disso. Gostaria de ter a oportunidade de vê-lo – falou a Sra. Hudson.
- Então aproveite... – o comentário de Rose chamou a atenção da senhora que acompanhou o olhar da moça e ao se virar, percebeu que um homem sério, todo vestido de preto, entrara na loja. Este cumprimentou as mulheres com um aceno de cabeça e se dirigiu para a parte superior da loja. As três mulheres apenas o acompanharam com o olhar.
- Viu? Eu não disse que ele era esquisito? – indagou Rose. As outras mulheres preferiram nem comentar.


X –X – X


As meninas estavam tão entretidas com a travessura que se esqueceram de vigiar a porta. Passos e vozes estavam se aproximando e quando elas se deram conta, só dava tempo de se esconder. Esconderam-se atrás da cortina grossa de cor escura e ficaram rezando para não serem descobertas.
- Irmã Clotilde, eu te chamei aqui, pois precisava falar com você. – falou a madre entrando na sala.
- Pode falar, madre. – respondeu a freira que a estava seguindo. A madre estava próxima à sua mesa quando continuou a falar:
- Eu quero lhe informar que eu fui convidada para acompanhar o coral que se apresentará amanhã na Catedral de Winchester. – a madre estava procurando o folheto até que o achou caído no chão e entregou à freira. – Mas, infelizmente, as minhas responsabilidades com o orfanato me impossibilitarão de ir. E também, uma conhecida minha de Londres, chegará à cidade amanhã e eu preciso me encontrar com ela. Então, eu gostaria que você fosse me representando e se quiser, poderá levar uma das irmãs com você. Aceita?
- Sim. Claro, madre. Será uma honra representar a senhora. Mas por quanto tempo eu irei me ausentar do orfanato?
- Apenas um dia. Os integrantes do coral irão hoje à noite para Winchester. Você poderá partir amanhã de manhã e à noite já estará de volta. Não se preocupe com o transporte: o dono do mercado precisa ir até lá para resolver uns problemas e ofereceu carona. Só preciso informar a ele que aceitamos a oferta.
- E para que horas está prevista a partida, madre?
- Por volta das 10h. Bom, já que você aceitou esse assunto está resolvido. Vamos, precisamos informar ao padre que você irá me representar na viagem e também, quero que avise às Irmãs Alma e Sofia que preciso ter com elas mais tarde. Todas as meninas já tomaram café da manhã?
- Creio que sim, madre. – respondeu a freira. As duas continuaram conversando enquanto saíam da sala.
Assim que perceberam a sala vazia, as meninas saíram do esconderijo.
- Ufa! Essa foi por pouco. – falou Olga.
- É mesmo, por pouco. – falou Frida.
- Tudo culpa sua que tinha que vigiar a porta. – acusou Olga.
- Desculpa...
- Não importa. Agora ficou fácil se livrar da aberração. A gente tem que fazer ela ir junto com a Irmã Clotilde.
- Mas como? A Irmã Clotilde não vai deixar. – disse Frida.
- Ai, sua tonta, ela vai escondida e a gente vai arranjar um jeito de ajudar. Precisamos pensar. Vem comigo. – a menina saiu correndo da sala.
- Espera por mim, Olga.

Continua...
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N/A: Gente, pela última vez, é a Olga que acha o Snape feio, não a autora.
Valeu pelos sinceros comentários e espero melhorar cada vez mais. Até a próxima!

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