Capítulo 4



Cap. 4 – O presente de aniversário.


O dia no orfanato corria tranquilamente. Após o almoço, a madre chamou as Irmãs Alma e Sofia na diretoria para ter com elas.
- Com licença, madre. Podemos entrar? – perguntou Sofia. A madre estava fazendo umas anotações e ao perceber o chamado das freiras, limitou-se a apenas acenar, indicando para as freiras de que era permitido se aproximarem. Instantes depois, encerrou suas anotações e as guardou.
- Sentem-se. – ordenou a madre, indicando as cadeiras que estavam à sua frente. – Bom, chamei-as aqui porque tenho funções para delegar a vocês. Sofia, preciso que você visite uma casa.
- Qual casa, madre? – perguntou a freira.
- A casa dos Owen`s. – respondeu a madre – O Sr. e a Sra. Owen estão interessados em adotar uma menina. O casal já possui dois filhos homens e parece que a Sra. Owen não está disposta a enfrentar mais uma gravidez. Quero que vá até a casa, converse e observe tudo.
- Sim, madre.
- Dependendo do seu desempenho, poderá ficar sendo a encarregada das visitas. Já você, Alma... – a senhora, ao observar a moça, notou um detalhe em sua vestimenta que a fez perguntar molesta – Porque está com a vestimenta manchada? Isso é chocolate?
- Hã? – foi a primeira reação. Ao verificar sua roupa, acabou encontrando uma mancha marrom. Instintivamente, molhou o dedo com a saliva e tentou limpar a sujeira. A madre fez uma cara de asco. Sofia revirou os olhos e, em seguida, cutucou a amiga e, por gestos, pediu que a moça parasse com aquela lambança. Alma atendeu prontamente. Ao voltar sua atenção para a madre, encontrou a reprovação estampada em seu rosto. – Desculpe-me. – se lamentou.
- Quando você sair por esta porta, troque-se imediatamente. – ordenou a madre – Não que meu orfanato apresente funcionários relaxados. Seria uma vergonha.
- Sim, madre. – assentiu Alma. – Não tive a intenção. É que...
- Irmã Alma, eu gostaria de delegar logo a sua função. Acredito que tenha uma boa explicação para esse... seu desleixo. Apenas peço que me dê a palavra. Depois, permitirei que se explique. – a freira apenas concordou com a cabeça – Certo. Eu recebi uma ligação do Padre John da Igreja de St. Peter. Ele está precisando de ajuda no asilo que a paróquia mantém e eu indiquei você.
- Eu? – reagiu surpresa.
- Sim. – confirmou a madre – Achei que você fosse a mais indicada para exercer essa função. Soube que adora cuidar de idosos...
- Sim, gosto muito. – concordou Alma – Mas é que eu me afeiçoei muito às crianças e seria uma pena deixá-las... – falou se lamentando. Parecia que a moça estava propensa a não aceitar.
- Não se preocupe. Não irá embora para sempre. Passará apenas um tempinho fora, um mês e nada mais. – disse a madre tentando convencê-la. – Pense bem. É uma bela oportunidade de conhecer novas realidades e praticar a caridade. – A freira pensou por alguns minutos. – Então. Aceita? – perguntou a madre ansiosa.
- Sendo assim, não vejo problema algum. Eu aceito, madre.
- Excelente. – a madre estava muito satisfeita, porém procurou não manifestar tanto – Poderá partir amanhã mesmo. Agora, você pode me explicar esse... – apenas limitou-se a apontar para a mancha.
- Ah... É que eu estava fazendo um bolinho de chocolate para o aniv...
- Para o lanche da tarde. – cortou Sofia.
- Hum... – a madre olhava desconfiada para as freiras e ambas as moças tentavam mostrar cara de inocência. – Certo... Agora, podem ir. E, Irmã Alma, esteja pronta amanhã às 7h. Avisarei ao padre que você concordou em ajudá-los.
- E onde fica este asilo, madre? – perguntou Sofia.
- Em Derby...
- Como??? – se manifestaram as duas surpresas.


X –X –X


Na mesma tarde, nas proximidades de Glasgow (Escócia), um homem estava sentado na poltrona lendo jornal na sala de sua mansão. Por ser terça-feira, um homem comum estaria ao menos trabalhando. Mas como esse homem era Draco Malfoy, chefe de um importante departamento e membro do conselho administrativo na filial do Ministério da Magia em Edimburgo, o caso era diferente.
- Hoje em dia, não se tira nada de útil do Profeta Diário. – resmungou virando uma página – Nunca pensei que poderia dizer isso, mas acontecem coisas mais interessantes no mundo trouxa... – desistiu do jornal e jogou-o sobre a mesinha.
- Draquinho, meu amor. – disse Pansy entrando carregada de sacolas. – Não esperava encontrar você aqui em casa tão cedo.
- Nem eu esperava você. – sussurrou molesto.
- O que disse? – perguntou sem entender.
- Nada querida. – fingiu um sorriso – Onde estava? Fez algo de interessante?
- Ah... Estava fazendo compras. – respondeu. “Como sempre!” pensou Draco. – Eu tenho que te falar: o comércio bruxo aqui na Escócia é muito fraco. Só consegui comprar essas coisinhas... – indicou para as seis grandes sacolas que estava depositando na mesinha e no chão. Draco olhou incrédulo das sacolas para a mulher.
- Vejo que não comprou quase nada. – comentou irônico.
- Exato. Que bom que você me entende, meu amor. Sonny? – chamou o elfo que apareceu imediatamente – Leve essas sacolas para o meu quarto.
- Sim, senhora. – o elfo pegou as sacolas e desapareceu.
- Porque não levou um elfo com você? – perguntou Draco.
- Não pude. – e sentou no sofá próximo à poltrona – Há compras do mundo trouxa também... Então, voltando à minha reclamação. O comércio mágico está mundo fraco por aqui. Não tem como você obrigar o pessoal do ministério a trazer lojas mais interessantes pra cá?
- Pansy, eu não sou o dono do Ministério. – falou entediado.
- Mas você manda lá... – falou fazendo manha.
- Mas não pra fazer esse tipo de coisa.
Draco teve que se controlar para não ser grosseiro. A verdade é que ele estava cansado da sua esposa. Nunca a amou. Casou-se pensando no dinheiro que Pansy herdou de uma tia distante, já que grande parte da fortuna dos Malfoy se perdeu com o fim da guerra. E agora estava pagando o preço de ter que aturar uma mulher irritante que só pensa em compras e dietas.
- Está bem... – resmungou Pansy contrariada como uma criança mimada. – Ah! Eu estava me esquecendo... Minha tia voltará para o Reino Unido e virá passar uns tempos com a gente.
- Qual tia? – Draco perguntou. “Que não seja a que eu estou pensando...” pensou temeroso.
- Minha tia Felícia, meu amor. – “Aquela bruxa!” pensou Draco molesto. – Lembra? Aquela prima da minha mãe que se encantou pelo Snape... Eu tenho um palpite: acho que ela decidiu voltar justamente por causa dele. Sabia que ela não iria desistir dele assim tão fácil. Vovó sempre dizia que as mulheres de nossa família não desistem nunca. E o Snape também poderia dar uma chance pra ela. É estranho que um homem da idade dele não tenha ninguém – “Você é que pensa” constatou Draco mentalmente. – Ele bem que poderia dar uma chance pra ela. Felícia Truman: uma mulher bela, culta e elegantíssima. Ela foi até Los Angeles experimentar técnicas de belezas trouxas e agora está em Nova York fazendo compras e... – Draco já não estava ouvindo mais nada. Sua mente se transportou para uma conversa que teve com seu padrinho há aproximadamente dois meses atrás...


*** Flash Back***

Draco estava em seu escritório revisando alguns papéis quando a sua secretária anunciou que Severo Snape desejava vê-lo. Imediatamente, mandou a secretária autorizar a entrada do homem e, enquanto isso, guardava seus papéis numa pasta.
- Como vai, Draco? – perguntou Snape entrando na sala.
- Bem, obrigado. – respondeu Draco indo até Snape para cumprimentá-lo com um aperto de mão. – Que bom que tenha atendido ao meu pedido, Severo. – e indicou uma cadeira para que o homem se sentasse e logo retornou a sua própria cadeira. – Como está tudo?
- Está tudo bem. Estou conseguindo deixar tudo em ordem para a minha saída do colégio. O meu substituto é uma besta, porém minimamente competente. Dará conta do recado. Mas creio que não foi para saber que Hogwarts que você me chamou. – perguntou Snape erguendo a sobrancelha.
- Não, não foi por isso. – respondeu Draco com ar sério – Chamei você porque estou preocupado. – Snape fez uma cara de dúvida – Que tipo de relacionamento você tem com Felícia Truman? – perguntou de forma bem direta.
- Não há relacionamento nenhum entre nós. Nós apenas jantamos algumas vezes juntos. Estou estranhando esse tipo de pergunta. Você nunca demonstrou interesse em minha vida sentimental. O que houve? A futilidade da Pansy está lhe afetando? – perguntou com ar de deboche.
- Não brinque. Estou falando sério. Felícia anda espalhando aos quatro ventos do mundo mágico que tem interesse em você. Que quer ter um relacionamento sério e, se possível, casar com você.
- Ela que diga o que quiser. Não me importo. Reconheço que é uma mulher elegante e culta, uma boa companhia. – Draco começou a fazer careta – Perfeita pra ser uma BOA A-MI-GA. – fez questão de salientar essa parte. – Sua preocupação não tem cabimento.
- Severo, você é como um pai pra mim. E é meu dever alertá-lo: não caia na rede dessa mulher. Fuja de tudo que tenha haver com Parkinson, melhor dizendo, fuja das mulheres Baron!
- Como? – e arqueou a sobrancelha esperando uma explicação.
- Felícia Mae BARON Truman. Pansy Harriet BARON Parkinson
- Malfoy... – acrescentou Snape
- É... Infelizmente. – concordou Draco. – O que eu quero dizer é que evite se envolver com esse tipo de mulher. São capazes de fazer a vida de qualquer homem um inferno! E eu digo por experiência própria! – falou Draco desesperado. Snape não conseguiu conter-se diante do estado do afilhado e caiu na gargalhada. – Não vejo graça nenhuma. – disse o jovem molesto.
- Desculpe. – falou o homem depois de se controlar. – Fique tranqüilo. Eu saberei me cuidar... Felícia não possui nada que me interesse intimamente. – tal comentário acendeu uma luz na cabeça do jovem.
- E você já pensou que esses boatos podem chegar ao ouvido da Granger? – Snape ficou surpreso com essa possibilidade.
- Não... Mas como você sabe?
- A Granger pode ter muitos defeitos, mas é a única que pode te fazer feliz. O casamento dela não tem mais jeito, mesmo que aquele otário do Rouche continue a dar entrevistas dizendo que apenas estão passando por uma crise. Fiquei sabendo que você se ausenta do castelo com bastante freqüência. E que este hábito surgiu logo após os primeiros boatos de separação. Não foi difícil deduzir que você estava usando essas saídas para vê-la.
- Vejo que não dá para esconder as coisas de você por muito tempo... – comentou Snape com um sorrisinho irônico.
- Não quando se é uma das poucas pessoas que sabem da verdadeira história. – disse retribuindo o sorriso – Mais alguém sabe que você anda se encontrando com a Granger? Suponho que nem mesmo o Rouche saiba.
- Não, somente você e Dumbledore.
- E onde a Granger está residindo?
- Em Winchester.
- No Sul? Ela deve querer mesmo se esconder. Interior, no mundo trouxa... Quer mesmo se esconder... E como está indo? Estão relembrando os velhos tempos? – a pergunta foi feita com toque de malícia.
- Ainda não. – a resposta de Snape fez Draco estranhar – Alega ser uma mulher casada ainda e sente necessidade de respeitar o idiota.
- Grifinórios! – ambos exclamaram bufando e revirando os olhos.


*** Fim do Flash Back***


-... Ai, seria tão interessante! – exclamou Pansy.
- O que seria tão interessante? – perguntou Draco recém saído de suas lembranças.
- Ué, Draquinho, o seu “tio” casar com a minha tia. Eles dariam um belo par juntos... Assim como a gente, não acha? – perguntou Pansy.
- Não! – exclamou o loiro alarmado. A mulher fez cara de que não tinha entendido – Quer dizer, não sei Pansy. Não entendo dessas coisas... – tentou disfarsar.
- Bom, eu acho que eles são feitos um para o outro. Eles estavam indo bem, se encontravam quase sempre e até jantaram juntos algumas vezes... Só que de uma hora pra outra, ele mudou. Começou a dar muitas desculpas... Você tem alguma idéia sobre o que deve ter acontecido, querido? – perguntou Pansy inocente para o marido que tinha a culpa querendo transparecer em seu rosto.
- Não! – se apressou em responder e a dissimular – Nem sei o que dever ter acontecido. Não se preocupe, o Snape sempre foi estranho mesmo.


X – X – X

As duas freiras estavam no quarto, onde Alma acabara de trocar de roupa.
- E agora? O que vamos fazer? – perguntou Sofia.
- Eu aceitei Sofia. – respondeu Alma – Irei para Derby. Será apenas por um mês. Logo, estarei de volta.
- Eu sei... Mas e a menina? Ela gosta muito de você.
- Eu também gosto muito dela. Também sentirei saudades... – suspirou Alma triste – Entrarei sempre em contato. Conto com você e com o Xavier para cuidarem dela. – disse passando a mão no ombro da amiga num gesto de afeto.
- Cuidaremos, claro. Bem, pelo menos eu irei tentar. Essas funções novas... Você acha que a madre está querendo nos punir? Por sermos as únicas a discordar das decisões dela?... Mandar você para Derby? É muito longe! E agora eu sou responsável pelas visitas às famílias e de ter outros trabalhos externos... Posso passar os dias inteiros fora! – se queixou Sofia.
- Sabe, eu prefiro nem pensar nisso. Estamos fazendo nosso trabalho que é servir a Deus. Não quero pensar em coisas ruins. Quanto à Melinda, rezo todos os dias para que algo de bom aconteça com ela.
- Eu também, Alma... Bom, vamos preparar as coisas para a nossa festinha. Xavier cedeu o quartinho dele...
- Então, eu vou ver como está o bolo!
- Bolo! – exclamou Sofia como se tivesse se lembrado de algo – Eu disse à madre que teríamos bolo agora para o lanche. Foi naquela hora em que você quase deu com a língua nos dentes.
- Simples. – falou Alma – Nós diremos que o bolo solou. E agora, vamos! Temos que preparar a festinha da nossa menina. O Xavier deve estar cansado de ficar distraindo ela...


X – X – X

Enquanto as freiras cuidavam dos últimos detalhes, Xavier estava conversando com a menina.
- Xavier, quantos aninhos você tem? – perguntou Mel.
- Ah... muitos! – respondeu o homem.
- Muinto quanto?
- Mais que todos os dedos que você tiver...
- Então não é mais aninhos, é anões. – comentou a menina que acabou fazendo o homem dar risada.
- Mel, você é uma menina encantadora. – disse depois de controlar o riso. – Me diga: o que você gostaria de ganhar de presente? Uma boneca?
- Não posso ganhar presente, a madre não deixa... – disse um pouco tristonha.
- Bom, eu posso te dar um abraço e um beijo. A madre não irá me impedir. – terminou de falar dando um abraço e um beijo na testa da menina.
- Eu gosto muinto de você, Xavier.
- Eu também, minha menina. – falou o homem e continuaram a falar até que começou a escurecer.


X – X – X

De dentro do quartinho, Alma estava na janela observando o homem e a menina se aproximarem.
- Silêncio! Eles estão chegando... – sussurrou Alma
Do lado de fora:
- Venha, Mel. Quero te mostrar uma coisa. – falou Xavier abrindo a porta do quarto.
- Mostrá o quê? – perguntou curiosa. Xavier acendeu a luz.
- SURPRESA!!! – gritou Alma.
- Alma! Não precisa de tanto escândalo. – repreendeu Sofia – Quer que nos descubram?
- Ai, Sofia. Deixa de ser chata! – reclamou a outra.
- Meninas – repreendeu Xavier de leve. Mel já estava rindo com a mão na boca.
- Mel, venha cá. – chamou Sofia e a garota se aproximou. – Hoje é seu aniversário e preparamos essa comemoraçãozinha pra você. Se nós tivéssemos condições, com certeza faríamos mais.
- Sofia está certa. – falou Alma – Se tivéssemos mais condições, faríamos muito mais... Bom, fizemos esse bolinho pra você. Espero que goste. – e mostou um bolo de chocolate que estava numa mesinha com seis velinhas cor de rosa. Na mesinha também tinha uma garrafa de refrigerante, alguns copos, biscoitos e bombons. Na parede, tinha um cartaz de cartolina com os escritos de “Parabéns, Melinda!”.
- Nossa! Eu gostei muinto, irmãzinhas. – falou Mel com o maior sorriso do mundo – Muinto, muinto mesmo. – e foi abraçar as freiras.
- Bom, o que vocês acham de assoprarmos as velinhas? – sugeriu Xavier.

Depois que cantaram os parabéns, Xavier falou para Mel fazer um pedido antes de apagar as velas porque os anjinhos gostam de realizar os desejos dos aniversariantes. Mel desejou com todas as forças encontrar uma família


X – X – X

Já estava próximo ao horário de recolher, quando Mel saiu do quartinho do Xavier. Tiveram de sair um por um. Irmã Sofia foi a primeira e pegou o fim do jantar. Irmã Alma foi logo atrás para garantir que a cozinha estivesse vazia. Assim, Xavier chegaria com Mel e dariam a impressão de que jantaram na cozinha. As freiras mandaram Mel para o quarto e ficaram no andar de baixo enrolando e respondendo as perguntas daqueles que sentiram falta delas.
Quando Mel chegou ao seu quarto, duas meninas estavam esperando por ela.
- O que vocês tão querendo? – perguntou Mel na defensiva.
- Calma. – respondeu Olga – A gente veio em missão de paz.
- É... Missão de paz. – repetiu Frida.
- Que é isso? – perguntou Mel desconfiada. “Burra!” pensou Olga.
- Quer dizer que a gente não veio fazer nenhum mal pra você. O padre, uma vez, me falou que a gente tem que ser boazinha com as pessoas... A gente sabe que hoje é seu aniversário. E eu também pensei que não é legal a gente ser má com você – disse com ar de arrependimento – Você desculpa a gente? – perguntou Olga
- É... desculpa a gente, Melinda. – falou Frida com cara de boba.
- Tá... eu desculpo. – falou a menina
- Que bom! Você é muito boa. – Olga abriu um largo sorriso e abraçou a menina. Até Frida ficou chocada. – Quero que a gente seja amiga.
- Tá bom. – respondeu Mel inocentemente.
- Pra te provar que a gente quer o seu bem, a gente descobriu uma coisa muito importante.
- Que coisa? – perguntou curiosa.
- A gente descobriu porque as pessoas que querem te adotar, sempre te devolvem.
- A gente descobriu? – perguntou Frida surpresa. Olga deu rápido olhar de desaprovação para a amiga.
- Sim, a gente descobriu. Não lembra, Frida? – a menina continuou sem entender, mas Olga não ligou. – Não liga pra Frida, Melinda.
- Fala o que você descobriu. – insistiu Melinda já caindo na armadilha.
- A gente descobriu que na verdade você tem um pai! – disse Olga sua grande revelação.
- Um papai? Eu tenho papai? – perguntou Mel surpresa.
- Sim. Por isso que as pessoas te devolvem. Porque você tem um pai de verdade. Elas não gostam de crianças que já tem um pai.
- É verdade isso? Você não tá contando mentira? – perguntou a menina receosa.
- Não! – Olga tratou de responder depressa – Olha, todo mundo sabe que sua mãe morreu. Mas ninguém nunca falou do seu pai. Então, eu fui na sala da madre e achei esse papel. – e tirou um papel do bolso – Olha, aqui tá o nome do seu pai e a cidade que ele mora. O nome dele é Severo Snape e ele mora em Winchester. – e mostrou o papel para a menina.
Mel pegou o papel e viu que no lugar do pai tinha mesmo um nome e tinha também o nome da cidade. Viu seu nome e viu um sobrenome.
- Melinda Snape... – falou a menina – Esse é o meu nome... – Enquanto a menina admirava maravilhada o papel, o sorriso de Olga só crescia de satisfação. – Até que enfim... eu tenho um papai! – Mel pulava de alegria.
- Cuidado! – falou Olga – As Irmãs podem ouvir e pegar o seu papel de volta. Agora, que você sabe que tem um pai, precisa ir atrás dele. Ou você quer ficar no orfanato até ficar velha?
- Não, não! – respondeu Mel horrorizada – Eu vou atrás do meu papai. Só que eu não sei onde fica “Inchester”. Vou perguntar pras irmãzinhas!
- Não! Você não pode fazer isso. Elas não vão deixar você sair do orfanato. A madre não vai deixar. Por isso, que eu e a Frida vamos te ajudar.
- Como?
- A Irmã Clotilde vai até a cidade que o seu pai mora pra ver um coral. A gente ajuda você ir escondida no carro e quando chegar lá, você encontra seu pai.
- Sério?
- Sério. E não conta pra ninguém que a gente tá te ajudando, senão as Irmãs brigam com a gente.
- Tá. – respondeu a menina crente.
- Agora é hora de dormir. Você tem que tá pronta amanhã cedo pra encontrar seu pai. Vamos Frida, a gente também tem que dormir. Até amanhã, Melinda. – e Olga saiu arrastando a amiga.
Quando estavam longe o bastante do quarto, Olga falou:
- Estamos quase conseguindo, Frida. Tive até de abraçar aquela coisa! – falou com asco – Eu preciso tomar banho antes de dormir...

Enquanto isso, no quarto, Melinda dava pulos de alegria com o seu mais valioso presente de aniversário.


Continua...
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N/A: Férias é sempre bom... Dá pra relaxar e curtir. Novas idéias... até para uma fic nova... ops, não era pra falar isso!rsrsrsrs. Agora não precisam pedir mais, o capítulo está aí! Alguns foram carregados de um certo desespero... Calma gente, não precisa tanto! Fico até feliz por ser um sinal de que está agradando. Mas, por favor, moderação... Até a próxima!

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