Capitulo 4



Capitulo 4 – A real influencia da Família


26 de dezembro de 1975, após o jantar.

Querido Diário

Eu juro solenemente, por Merlin, que nunca mais irei beber. Especialmente bebida trouxa.

Céus, além de estar com uma aparência péssima a minha cabeça está prestes a explodir. Fora o fato de que temos que ir ao beco diagonal comprar vestidos novos para a festa dos Malfoy. Yep, além de ficar morrendo de tédio ainda terei que agüentar Lúcius me perguntando se eu tenho ouvido falar do tal Lorde das Trevas.

Lógico que eu tenho ouvido do Lorde, a única coisa que meu pai tem me falado ultimamente é sobre o Lorde das Trevas e o quanto orgulhoso ele ficaria se uma de suas filhas fosse uma seguidora do mestre.

Bem, desde que a minha mãe morreu, ele mal tem tido tempo para falar conosco. Talvez isso explique-lhe o fato de suas três filhas estarem de casamento marcado com três importantes bruxos. Irônico, não acham?

Mas, vamos largar o meu pai (eu sei que ele jamais irá se remediar) e voltar ao quão incrível fora a minha noite. Céus, eu estou parecendo uma daquelas nanicas lufa-lufa que escrevem tudo em seus diários idiotas.

Ok vamos para com isso, e relatar o quão estúpido foi o meu dia, pelo menos até agora. Bem, você deve imaginar que eu fui a última a acordar. Certo, eu fui à penúltima, mas eu acho que o Sirius não conta, porque, de qualquer forma, ele estava de castigo e, portanto, sem tomar café, almoçar ou jantar conosco (ao que me parece um elfo levava as refeições em seu quarto).

-Desculpem o atraso. –Eu disse para a mesa enquanto entrava na sala de jantar. -Eu perdi a hora.

Eu me sentei no lugar de sempre, entre Andy e Cissa, enquanto percebia o olhar severo da minha Tia sobre mim.

-Uma dama jamais perde a hora, Bellatrix. –Ela disse severa enquanto eu começava a me servir de chá. Ótimo, era justo o que me faltava, levar um sermão da tia Walburga. –E, por favor, não vá “perder a hora” quando formos ao beco hoje à tarde.

Eu apenas assenti com a cabeça e continuei a tomar meu desjejum. Meu tio foi o primeiro a se levantar avisando-nos que estava indo trabalhar e só deveria voltar no horário da janta. Logo após ele se retirar minha tia olhou para nós e disse numa voz séria:

-Vão se arrumar, nós partiremos em uma hora. -E então ela se levantou e saiu da sala de jantar.

Nós apenas nos entreolhamos e Andy foi a primeira a dar de ombros. Cissa estava olhando para o nada em um canto, o que era estranho, já que ela passava a maior parte do seu tempo falando asneiras. Mas, a quem isso importa, afinal.

Assim que eu terminei meu desjejum, me levantei da mesa e fui direto ao meu quarto me arrumar. Tomei um rápido banho e assim que sai do banho notei uma foto antiga, que estava ao lado da minha cama. Nela a minha mãe me segurava ainda bebê em seu colo enquanto me colocava para dormir. E rapidamente as lágrimas encheram meus olhos. È difícil admitir, mas eu sinto tanta falta dela.

Eu escutei batidas na porta e rapidamente me recompus. Uma dama jamais deveria parecer fragilizada.

-Entre! –Eu gritei enquanto arrumava o roupão vermelho em meu corpo. A porta se abriu e Andy entrou por ela. – O que aconteceu?

-Nada. Eu apenas pensei que você, talvez, quisesse conversar.

-E porque eu gostaria de conversar?

-Bella, eu sei que algo está estranho. Eu não sou estúpida. Se você não quer me contar tudo bem, apenas não pense que eu sou igual a Cissa que aceita levar as suas respostas mal-criadas. Eu sou sua irmã mais velha e só quero o seu bem. –Por um momento, eu senti medo de Andy, o olhar dela era mortal e cortante. –Agora, vá se vestir que a tia Walburga logo irá cobrar a nossa presença.

E sem mais uma palavra ela saiu do meu quarto. Maldição, às vezes eu me odeio por deixar a Andy ter tanto comando sobre mim. Por que, com meras palavras, ela causa um efeito devastador em mim?

Balancei a cabeça a fim de afastar aqueles pensamentos e comecei a me vestir. Um vestido preto de verão parecia ideal. Pode parecer estranho, mas eu sempre gostei de preto, é uma das minhas cores favoritas, junto ao vermelho.

Exata meia-hora depois eu estava devidamente pronta e descendo as escadas para encontrar todos os outros já devidamente arrumados, inclusive Sirius. Eu apenas lhe lancei um olhar de desprezo e me sentei o lado de Andy para esperar-mos tia Walburga.

Assim que ela apareceu no topo da escada Sirius e Régulo levantaram-se e esperaram ela descer toda a escada para poderem se sentar novamente. Ela passou os olhos pela sala e então disse seca:

-Bella, você e Sirius iram na frente. –Ela lançou um olhar de desprezo para ele, que fingiu nem ligar. –Os outros e eu iremos logo em seguida.

-Certa titia. – Eu me levantei do sofá e me pus ao lado de Sirius, em frente à lareira. Ele pegou um punhado de pó de flu e ambos entramos na lareira. A viagem não fora nada agradável, como de costume, e assim que eu senti meus pés tocando ao chão novamente tratei de limpar minhas vestes.

Olhei um olhar de esguia para Sirius e ele apenas passou as mãos de leve pelas suas veste. Quando ele percebeu que eu o observava ele sorriu para mim (sabe um daqueles sorrisos típicos de cachorro? Pois é, um desses). Eu juro que neste momento a minha vontade foi correr até ele, pular em seu colo e beijá-lo até cansar, mas é claro que no exato momento em que eu pensava numa forma de fazer isso sem chamar muita atenção a minha tia apareceu com as minhas irmãs e o meu primo e eu me recompus.

Entramos em várias lojas, e em cada loja minha tia encomendava uma média de três vestidos ara cada uma. Quando chegamos a Madame Malckin, a vendedora nos levou até uma sala à parte e começou a nos mostrar vários modelos, na verdade, eu nem estava prestando atenção no que ela nos falava. Cissa pediu para experimentar uns cinco vestidos e ela se retirou para ir buscá-los.

A sala possuía araras em três paredes, todas repletas dos mais vaiados modelos e cores de vestidos, na ultima parede ficava o provador e um jogo de poltronas de veludo vermelhas. Eu estava olhando alguns modelos de vestidos, em uma das araras quando senti uma respiração rouca atrás de mim.

-No mesmo horário lá no meu quarto. –Eu disse para ele, antes de seguir para a outra arara.

A moça com os vestidos voltou e eu pedi para experimentar um, ele era vermelho-sangue e possuía um espartilho de couro preto. Cissa já ocupava o único provador então eu tive que usar o que ficava na área usual da loja.

-Incompetentes. –Eu sussurrei quando passei por ela.

Como era de se esperar o vestido ficou ótimo em mim, e quando eu estava prestes a sair da cabine quando a cortina se abriu e alguém entrou lá rapidamente. Eu me limitei a revirar os olhos ao ver Sirius para na minha frente. Ele era o que, afinal? Algum tipo de garotinho que não consegue esperar par chegar em casa antes de abrir seu brinquedo novo?

-O que você quer? - Eu o encarei séria e com uma sobrancelha erguida.

-Você. –Bem, eu não posso reclamar o fato dele ter sido direto. Eu gosto de homens diretos, especialmente os bonitões.

-E o que você faria para me ter? –Bem, estamos sozinhos num cubículo dentro de uma das lojas mais movimentadas do Beco Diagonal e, por que não jogarmos um pouquinho?

-Várias coisas. Só basta você pedir. –Ele sussurrou rouco no meu ouvido, confesso que eu senti um leve arrepio passar por mim neste momento.

-Resposta errada. –Eu o segurei pela gola da camisa e o beijei furiosamente. Quando nos separamos, já ofegantes, eu perguntei novamente: - E agora, o que você faria para me ter?

Ele passou as mãos pelos cabelos negos, aquilo significava que ele estava nervoso e/ou precisava pensar.

-Vamos, eu não tenho o dia inteiro. –Eu sorri maldosa e comecei a bater a ponta do sapato no assoalho. Apenas para enlouquecê-lo ainda mais.

Eu só não esperava que ele me agarra-se pelos ombros e me jogasse de encontro à parede mais próxima e começasse a distribuir beijos por todo o meu rosto, pescoço e colo. Bem, eu confesso que aquilo estava por demasiado agradável, mas teria de parar algum momento, ele já estava no controle por tempo demais. Foi então que eu o afastei de mim, o suficiente para começara abrir os botões da camisa dele de uma forma lenta e sensual.

Eu podia sentir os olhos dele sobre mim, enquanto eu demorava o máximo de tempo possível. A única coisa que nós não esperávamos era que a maldita atendente viesse atrás de mim e nos interrompesse. Merlin, eu quase morri de susto quando ela perguntou se estava tudo certo, justo quando eu havia chegado ao ultimo botão da camisa dele.

Eu bufei irritada demais para sequer olhar para o que ele fazia. Apenas tratei de responder numa voz de puro desgosto.

-Está tudo certo. Avise a minha tia que eu já estou voltando. –Eu me virei para olhá-lo enquanto ele terminava de abotoar a camisa. Quando ele finalmente terminou de fechar a camisa e se escondeu num canto, de forma que ele não pudesse ser visto através do espelho, eu abri a cortina e passei feito um raio em direção a sala onde o resto dos familiares nos aguardava.

Assim que eu entrei na sala, olhei para a minha Tia e disse que já havia escolhido as peças que eu gostaria de levar, ela afirmou com a cabeça e disse que iríamos embora quando Andrômeda terminasse de experimentar seus últimos vestidos.

Assim que ela voltou com os vestidos que havia escolhido, a nossa tia mandou a vendedora enviar a conta para o meu tio e foi embora seguida por todos nós.

Quando chegamos em casa, faltavam apenas uma hora para a janta e por isso, todos foram para seus quartos. Um elfo seguia atrás de nós levando nossas compras para nossos respectivos quartos.

-Onde eu posso deixar esses embrulhos, jovem srtª. Black?- O elfo me perguntou com os grandes olhos arroxeados olhando para o chão.

-Deixe-os ao pé da cama, Laif. –Eu respondi com desprezo, o elfo colocou os embrulhos ao pé da cama com o máximo de cuidado e voltou-se para mim novamente:

-A srtª. deseja mais alguma coisa?

Eu ponderei por um momento, eu estava cansada e com os pés doloridos por causa das botas de ponta que eu usara o dia inteiro.

-Sim, prepare-me um banho de espuma, certo? –O elfo apenas balançou a cabeça e entrou no banheiro.

Eu suspirei cansada e fechei a porta do quarto. Joguei-me de costas na cama e encarei o teto por alguns segundos. Nós corremos um risco hoje que jamais poderíamos correr, quase fomos pegos por aquela estúpida funcionária. Isso definitivamente não poderia acontecer, nunca mais. Levantei-me da cama e comecei a me despir, puxei o roupão que estava jogado sobre a poltrona preta e o amarrei envolta da cintura com um nó frouxo.

Entrei no banheiro e percebi que a banheira já estava cheia, com a ponta dos dedos eu pude sentir a água quente que contrastava com a temperatura fria do ambiente, o que me causou um leve arrepio. Voltei ao quarto e prendi meu cabelo num coque frouxo no auto da cabeça, voltei ao banheiro e soltei o nós que prendia meu roupão. Foi nesse instante que senti dois braços enlaçando-me pela cintura.

Eu soltei um grito abafado e ele começou a distribuir beijos pelo meu pescoço, me virei de frente para ele e pus minhas mãos no peitoral dele, empurrando-o de encontro a pia.

-Você ficou louco? –Perguntei surpresa antes de apanhar meu roupão no chão e vesti-lo rapidamente. –E se alguém entrar? Aliás, como você conseguiu entrar aqui?

-Pela porta, oras. –Ele respondeu enquanto ele me olhava feito a um suculento pedaço de carne. –E ai, nós vamos tomar banho ou não?

-Em primeiro lugar, nós não vamos a lugar nenhum. Em segundo, eu vou tomar banho e sozinha. E em terceiro, quer fazer o favor de sair daqui?

E sabe o que aquele petulante idiota fez? Ele apenas cruzou os braços e respondeu:

-Não. –Eu o encarei descrente no que ele sorriu feito um cachorro (não que ele não seja um) e se aproximou de mim. –Nós temos um jogo para continuar, você não acha?

Por Merlin, eu sei que eu sou irresistível, mas será que ele não poderia esperar até todos terem ido dormir? E o que ela aquela voz rouca dele no meu ouvido hein? Ele enlouquecera de vez? Ou o que ele desejava era me enlouquecer?

A mão dele estava na minha cintura e a outra estava no meu pescoço, eu podia sentir o perfume doce e amadeirado emanando do corpo dele. Nossos narizes estavam quase colados e eu sussurrei para ele:

- So, what you’re waitting for?* - Eu sorri de lado e ele retribuiu com um sorriso safado antes de me beijar.

Bem, eu acho que está claro que a minha idéia de tomar banho sozinha foi para longe e nós terminamos abraçados dentro da banheira. Ele me abraçava por trás e eu apoiava as minhas costas em seu peitoral enquanto brincava com a espuma.

Palavras não eram necessárias para saber o que o outro pensava. Eu refletia sobre o que fazer dali para frente e ele parecia sonhar com um futuro romântico e impossível, pelo sorriso que ele mantinha nos lábios. Eu suspirei triste e fechei os olhos tentando imaginar um possível futuro ao lado dele.

Um menino e uma menininha, ambos de cabelos negros e olhos azuis corriam por um jardim, enquanto um Sirius mais velho estava sentado embaixo de uma arvore com um pequeno embrulho nos braços.

-Mamãe!!!-A garotinha corre e me abraça pelas pernas. Eu sorri sem jeito e a pego no colo, ela é um pouco mais pesada do que eu imaginei, logo o outro garotinho corre até nós.

-Mamãe, você veio!!!-Ele também me abraçou e eu pus a sua, pelo que eu deduzi, irmã no chão e segurei os dois pelas mãos. Eles me levaram até onde a versão mais velha do Sirius estava.

-Papai! Papai! A mamãe veio, papai!! –Os dois largaram as minhas mãos e correram até o pai. O Sirius mais velho me olhou e sorriu para mim.

-Que bom que você veio. –Ele se levantou meio desajeitado, ainda com a criança no colo. –Hydra dormiu ainda a pouco, ela sentiu saudades suas.

Ele me passou o pequeno embrulho e eu olhei para a bebezinha com uma fina penugem preta sobre a cabeça, que dormia tranquilamente chupando dedo. Todos pareciam tão felizes, eu gostaria de ser assim.


-Bella, Bella. –A Voz distante de Cissa me fez abrir os olhos assustada. Merlin me ajude e diga que ela não o viu. –Por Merlin, Bella, todos estão te esperando para a janta. O que diabos aconteceu aqui para você estar assim?

-Nada. –Menti enquanto saia da banheira e colocava meu roupão. –Eu já estou descendo, me dê 5 minutos.

-Quem estava aqui com você? –Ela me perguntou enquanto sentava-se na minha cama. Eu olhei para ela estática.

-O que diabos você está falando? Eu estive sozinha o tempo todo. –Eu terminei de subir a saia de couro marrom e agora procurava por uma blusa.

-Não minta para mim Bellatrix. Eu vi vocês ontem eu vi você e o Sirius fugindo no meio da noite. –Eu parei e olhei para ela, que agora apontava o dedo na minha cara. - Eu não vou lhe perguntar nada nem lhe obrigar a me contar nada, eu só espero que você tenha consciência suficiente para saber que se você fizer algo que atrapalhe o meu noivado com a Lucius, pode ter certeza que todo o mundo bruxo ficará sabendo o que acontece entre você e o Sirius.

-Sua fedelha irritante olhe como fala comigo! Sou sua irmã mais velha e exijo seu respeito! –Por dentro eu estava quase morrendo de susto, por fora eu agia como se aquela fosse à maior balela. –E tire este dedo idiota da minha cara.

Cissa apenas se virou de costas e saiu do quarto batendo a porta irritada. Bem, após isso eu terminei de me arrumar e desci as escadas. A janta foi feita num silencio palpável, como sempre e assim que terminei de comer pedi licença e me retirei. Já tinha problemas demais para refletir.

Bellatrix Black
* - E então, o que você está esperando?

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