Capitulo 3



Capitulo 3 –Sobre festas e festas


26 de dezembro de 1975, ao amanhecer.

Querido Diário

“Está é a sua noite, Bella”

Eu sussurrei para mim mesma. Já estava pronta, só esperando alguns minutos para a minha “entrada triunfal”. Como todos os anos, os Black’s oferecem uma festa no natal, e bem, este ano não havia porque ser diferente.

Eu ouvi batidas na porta e mandei a pessoa entrar. Estava sentada em frente à penteadeira dando os últimos retoques. A porta se abriu e Andrômeda passou por ela.

-Porque nós temo que descer mesmo? –Ela me perguntou enquanto se sentava um tanto quanto desanimada. Eu a olhei, através do espelho, com a sobrancelha erguida.

-Oras, porque se nós não descermos não poderão nos ver, e sendo assim, nossa tia não terá o que comentar sobre o quanto somos perfeitas e fabulosas. –Ela rolou os olhos e suspirou. Andy nunca gostara deste tipo de festas.

Para ela era tudo muito cansativo. Ficar horas a fio se preparando para depois passar mais algumas horas desfilando por ai e sorrindo docemente para pessoas que você não conhece porque delas podem ter algum tipo de importância/influência que poderá ajudar nossa família de algum modo. Para mim, aquilo era, apenas, a minha vida.

Após alguns minutos em silêncio Andy anunciou que iria descer. Era sempre assim, antes mesmo de todos os convidados chegarem ela descia. Confesso que muitas vezes eu era a primeira a ficar pronta, mas sempre a ultima a aparecer. Claro! Eu precisava ter as atenções todas voltadas para mim, e o que melhor do que aparecer apenas alguns minutos antes da chegada do natal?

Eu sorri para o meu reflexo. “Essa é a sua noite, Bella” o reflexo repetiu. Eu caminhei em passos lentos até o espelho de corpo inteiro. O vestido de cetim vermelho, feito sob medida, ficara perfeito em mim. Assim que eu cheguei ao topo da escada, respirei fundo e olhei para o andar de baixo.

O salão possuía um considerável numero de pessoas. Eu desci as escadas e, como sempre, todas as atenções voltaram-se a mim. Eu apenas sorri um pouco e continuei como se não fosse nada importante.

Assim que eu terminei de cumprimentar todas as pessoas importantes que estavam ali, decidi que era hora de tomar um pouco de ar fresco. Me aproximei um pouco da janela mais próxima e me apoiei no batente. Apesar de nevar lá fora a casa não estava tão fria graças aos feitiços de aquecimento que a minha tia colocara.

Uma mexa de cabelo caiu em meu rosto e eu a pus detrás da orelha. Foi então que eu ouvi a respiração dele próximo a minha.

-Cansada de ser o centro das atenções, bellinha? –A voz dele era rouca e provocante, eu continuava de costa para ele.

-Porque você diz isso? –Eu rebati sem demonstrar a fraqueza que a voz dele provocara em mim.

-Você me parece um pouco entediada. Apesar de eu achar que você sempre gostou de ser o centro das atenções. –Ele passou a mão por toda a extensão do meu braço. Confesso que aquele gesto provou um leve arrepio em mim. –Ou será que está festa é muito parada para você?

Me virei de frente para encará-lo, o que raios ele queria dizer com aquilo? Foi nesse momento que notei o brilho maroto nos olhos azuis dele. E eu gostei daquele brilho, da forma como ele trazia uma nova característica aos olhos frios da família.

-Por que dizes isto, Sirius? –Eu cruzei os braços sobre o peito e o vi sorrir de lado.

-Ora, belinha! Como ousa falar que eu estou planejando algo? –A cara de indignado que ele fez foi o suficiente para um pequeno alerta ser ligado na minha cabeça.

-Fale agora o que está planejando, Sirius Black!

-Okay, okay, não está mais aqui quem falou nada. -Ele levantou as mãos num sinal de redenção. - Eu apenas achei que, talvez, você procurasse por uma verdadeira festa.

Eu abri a boca para perguntar o que ele queria dizer com uma “verdadeira festa”, mas fui interrompida.

-Bella! Graças a Merlin eu te achei! – Cissa nos olhou de uma forma esquisita, como se perguntasse o que nós dois fazíamos juntos.

-O que há de errado, Narcisa? –Eu a olhei séria, de uma forma que não deixava espaço para perguntas impertinentes.

-Oh, sim. O papai está te chamando, ele quer que você conheça algumas pessoas.

-Certo. –Eu continuei olhando no que ela me encarava descrente. –O que está esperando? Vá, chispa!

Ela virou de costas e saiu emburrada. Eu virei para Sirius, ele me olhava meio maroto com um sorrisinho brincando entre os lábios.

-Isso não acaba por aqui, Black!

Bem, o resto da festa foi de sorrisos e acenos. Da forma como uma Black deveria se postar. Quando os últimos convidados se foram eu me juntei a Andrômeda no sofá da sala de estar íntimo. Suspirei fundo e olhei em volta. Narcisa estava sentada no sofá menor, com a cabeça apoiada no ombro de Régulo. Sabe, que eles até ficam bonitinhos juntos? E cá estou eu falando asneiras novamente. Narcisa é louca por Lucius jamais teria algo com o Régulo, até porque Régulo é... Bem, ele é o Reg, não o imagino fazendo nada do que o Sirius faz.

Após algum tempo ali eu decidi subir, alegando estar muito cansada. Assim que eu abri a porta do meu quarto vi umas roupas em cima da cama com um bilhete em cima.

“Esteja pronta á meia-noite. Você conhecerá uma verdadeira festa.

S.B.”


Eu olhei curiosa para aquelas roupas. Eca eram roupas de trouxa. Eu segurei com a ponta dos dedos o top preto, até que, para uma roupa trouxa, ele não era tão feio. Foi ai que eu cogitei a idéia de conhecer a tal festa. Bem, eu não seria vista por nenhum bruxo, e se fosse poderia chantagiar o individuo por estar no meio de trouxas, e sendo assim, não teria como me descobrirem.

Eu olhei casualmente para o relógio na parede e notei que faltava apenas meia-hora para a meia-noite. Decidi que iria sim, a tal festa trouxa. O que poderia me acontecer de ruim lá?

Comecei a me arrumar e notei que além do top, curtíssimo, por sinal, havia também uma mini-saia de um tecido grosso e num tom azul escuro. Ele quer que eu morra de frio ou o que? Eu jamais iria usar algo daquele tipo. Abri a porta do armário e encarei as minhas roupas por um segundo, o vestido verde musgo era muito fechado e aquelas mangas estavam fora de moda. O corpete vermelho parecia ser ideal, eu apenas não gostava dos detalhes dourados, era muito grifinório. Oh sim, O vestido preto de couro de dragão que eu comprei na nossa ultima viajem a Romênia, ele sim era perfeito, não era muito cumprido nem muito curto, acabava um pouco antes dos joelhos, o decote não era muito exagerado e favorecia meu colo, ideal para uma festa. Eu estava terminando a minha maquiagem quando Sirius entrou pela porta.

-Para onde você vai, vestida assim?- Ele me olhou de cima a baixo. Certo, ele não estava do jeito que eu achava que ele iria estar. Ele vestia uma calça do mesmo tecido da saia que ele me mandara e uma jaqueta de couro de dragão preta.

-Ora, eu pensei que você iria me levar a uma “festa de verdade”. –Eu imitei a voz dele no que ele caiu na gargalhada.

-Você só pode estar brincando né? –Ele perguntou ainda rindo, no que eu continuava séria. Ao ver que eu não estava para brincadeiras ele se endireitou e me olhou dos pés a cabeça. –Bellinha, querida, você não pode ir vestida desse jeito.

-E por que não? –Ele abriu a boca para responder no que eu o iterrompi. –Fique sabendo, Sirius Black, que este é um vestido de alta costura feito sob medida para mim e que ele foi caríssimo!

-E é por esse exato motivo que eu não posso te levar desse jeito. Ou você muda de roupa ou fica em casa. –Eu lhe lancei um olhar mortal e abri o fecho do vestido. Sim, eu estava a ponto de trocar de roupa na frente do meu primo.

E claro, pela cara de susto que ele fez, ele acreditava mesmo que eu iria fazer aquilo. Mas, o mais engraçado de tudo foi quando eu me abaixei para pegar a roupa que ele havia deixado no quarto. Oras, não vá me dizer que você também acreditou que eu iria trocar de roupa na frente dele não é? Por Merlin, se um dia eu fizer isso, por favor, me internem no St. Mungus.

Eu fui até o banheiro e troquei de roupa. Sabe que apesar da saia mal cobrir metade das minhas coxas eu até que gostei dela, ainda mais com o top preto e as botas que iam até os joelhos que eu havia pegado de Andy há alguns dias atrás.
Eu sai do banheiro e fui direto ao espelho de corpo inteiro. Estava ótima, eu olhei pelo reflexo e vi o Sirius sentado na minha cama de queixo caído.

-E agora, ta bom pra você? –Eu me virei para encará-lo, ele piscou algumas vezes antes de se levantar e vir até mim. Ele me olhava nos olhos e eu fazia questão de manter o contato visual. Ele chegou bem perto de mim e eu podia ouvir sua respiração em meu pescoço.

-Está ótimo. –Ele disse rouco em meu ouvido enquanto mordiscava a minha orelha. Eu me afastei dele num pulo para ele não perceber que havia me arrepiado.

-Então, como iremos a essa tal festa? –Eu perguntei para ele enquanto retocava meu batom.

-Fugindo.

-O que?Ficou maluco, Sirius? Você acha que eu, irei sabe-se lá para onde, com você?- Ele me encarou por alguns segundos, eu apenas bufei e puxei o sobretudo que estava em cima da cama. –Acho bom essa sua festa valer a pena todo esse esforço.

Eu resmunguei antes de amarra o, sobretudo. Assim que eu terminei de me arrumar, ele avisou que iria à frente para saber se a “barra estava limpa”. Ele fez um sinal de que estava tudo bem e eu o segui na ponta dos pés.

-Nós vamos sair pela porta da frente? –Eu sussurrei meio desesperada. Tente entender, a porta da frente é grande e pesada, além de barulhenta.

-Mas é claro que não! –Ele disse meio ríspido.

Ele foi até a janela e a abriu, depois passou um lado da perna para fora, depois o outro e segurou a janela acima da cabeça para eu poder passar. Confesso que aquela foi à forma mais “bizarra” que eu já vi para alguém fugir de casa.

-Não seria mais fácil ter saído pelo segundo andar?

-Um dos elfos poderia ter nos visto e, além do mais, você não saberia descer pela parede de pedra, acabaria por cair de bunda no chão. –Eu estava a ponto de pular no pescoço dele, mas como eu sou uma pessoa bastante controlada, eu não o fiz eu.

Nós seguimos em silêncio por todo o jardim. Ele me ajudou a escalar o muro e me ajudou a descer também. Eu confesso que não entendia o porquê dele estar fazendo tudo àquilo por mim. Justo eu que sempre o tratei mal e que sempre fui o oposto do que ele aspirava ser.

Mas, por mais estranho que pareça eu decidi ir até o fim com aquilo para saber onde iríamos chegar. Quando atingimos a rua o vento gelado nos atingiu e eu apertei meus braços em torno de mim.

-Falta muito para chegarmos? –Eu perguntei enquanto esfregava os braços.

-Não muito, fica no centro de Londres.

-O QUE? Ficou maluco? –Eu parei de andar e o encarei incrédula. Ele apenas revirou os olhos e fez um sinal para que eu o seguisse. Assim que viramos a esquina eu notei que havia algo estacionado na calçada, algo parecido com uma bicicleta só que motorizada.

-Eu pedi para o James deixar ela aqui. –Ele explicou de um modo simples enquanto seguia até a bicicleta estranha e montava nela enquanto eu o encarava incrédula. –O que você esperava que nós fossemos andando?

Foi ai que eu despertei do transe e me aproximei do troço onde ele estava sentado.

-Você não espera que eu ande nessa coisa não é? Ainda mais com você na direção...

-Ótimo, vá andando então. –Ele ligou o troço ou a motocicleta, como ele chama aquilo. Ele pegou impulso, pronto para partir no que eu me desesperei.

-Espera! -Ele me olhou com uma sobrancelha erguida. –Eu vou com você... Mas, você tem que jurar que não vai muito rápido.

-Está com medo Bellatrix? –Eu apenas lhe lancei um olhar mortal e subi na tal motocicleta. –Segure-se em mim.

Bem, eu não ia segura-lo, mas após a guinada que o troço deu (que quase me fez cair, por sinal) eu decidi abraçá-lo. Eu tenho que admitir, o Sirius é cheiroso e confortável. E quando eu dei por mim, já estava com o rosto pousado nas costas dele.

Aos poucos, eu notei que ele diminuía a velocidade, aterrisamos novamente em uma ruazinha escura e mal iluminada, ele seguiu reto até que nós entramos em uma rua movimentada e muito clara, apesar de ser madrugada. Ele parou a moto em frente a uma lavanderia aberta 24hrs por dia, e tirou o capacete.

-Chegamos. –Ele disse enquanto descia da moto e apontava para a posta da lavanderia.

-Que dizer que você, praticamente me arrastou para fora de casa em plena madrugada para irmos a uma lavanderia? Poupe-me Black.

Ele revirou os olhos e começou a me puxar em direção a porta da lavanderia. Eu apenas fechei a cara e deixei-me ser levada por ele. Afinal, nós já estávamos ali não é? De que adiantava voltar agora.

Nós cruzamos a lavanderia e ele acenou com a cabeça para a moça do caixa, em seguida ele atravessou o balcão e abriu uma porta que, eu achava, deveria dar para os fundos da loja. Eu só não imaginava que uma simples lavanderia poderia esconder algo tão... Fantástico.

Era impressionante a quantidade de pessoas que cabiam naquele local tão pequeno. E, o que eu imaginava ser o depósito, era na verdade a festa da qual Sirius me falara. Bem, eu confesso que fiquei abismada.

Garotas da minha idade (ou um pouco mais novas) dançavam com calças de couro e blusas curtas até demais enquanto os garotos percorriam o corpo delas com as mãos, numa espécie de dança luxuriante. O ambiente era quente e eu pude notar que a maioria das pessoas que estavam dançando já estava bastante suadas. Sirius sorriu para mim quando notou que eu olhava aquilo tudo abismada.

-Você não quer beber alguma coisa? –Eu apenas balancei a cabeça, chocada por demais para falar algo. Ele me puxou até o bar e pediu duas bebidas ao barman e se virou para mim. –Então, o que achou do lugar?

-è... Aqui parece ser divertido. –Eu respondi enquanto tomava um gole da bebida que o rapaz acabara de deixar para nós. O liquido era doce e gelado, era estranho, mas bom.

-Espero que não se importe em tomar cerveja trouxa. –Eu arregalei os olhos e engasguei com a cerveja. –Calma, ela não é a mesma coisa que cerveja amanteigada. È só um pouco mais forte.

-Ah sim. –Patético, eu sei. Mas foi a única coisa que saiu da minha boca.

Eu balançava o meu corpo de acordo com a música alta do local. Não posso dizer que era uma musica calma, pelo contrário era agitada e com uma batida forte, bem diferente das que costumava tocar nas festas no Largo Grimauld.

-Quer dançar? –Ele me perguntou no que eu o olhei assustada. Uma coisa era eu apenas ouvir a musica e balançar-me de acordo com ela, outra coisa era eu ter de dançar. –Eu prometo que não mordo, e além do mais, ninguém nos conhece aqui.

Ele piscou maroto para mim no que eu sorri e aceitei a mão dele. Assim que nos aproximamos da pista de dança a musica mudou drasticamente. Agora a melodia era suave e com um ritmo gostoso.

If God had a name what would it be?
Se Deus tivesse um nome, qual seria?
And would you call it to his face?
E como você o chamaria na sua frente?
If you were faced with Him in all His glory
Se você se encontrasse com ele em toda sua glória
What would you ask if you had just one question?
O que você perguntaria se tivesse apenas uma pergunta?


Ele me segurou pela cintura e eu repousei minha cabeça no ombro dele. Apesar de eu ser mais velha que ele e estar com botas de salto alto, ele ainda era mais alto que eu. Eu senti o perfume amadeirado dele, oh Merlin, aquele garoto sabia enlouquecer alguém.

And yeah, yeah, God is great
E é, é Deus é maravilhoso
Yeah, yeah, God is good
É, é, é Deus é bom
yeah, yeah, yeah-yeah-yeah
É, é, é....


Eu levantei o rosto e, por um instante, nossos olhares se encontraram e eu sorri logo após isso ele desviou o olhar. Uma das minhas mãos foi parar em sua nuca e eu comecei a acariciar os cabelos rebeldes que havia ali. Notei que ele sorria de uma forma irônica e com a mão livre segurei em um dos braços dele, para que segurasse com mais força a minha cintura.

What if God was one of us?
E se Deus fosse um de nós?
Just a slob like one of us
Apenas um preguiçoso como nós
Just a stranger on the bus
Apenas um estranho no ônibus
Tryin' to make his way home?
Tentando voltar para casa?


Era engraçada a forma como eu me sentia sempre que estava em seus braços. Eu ficava confortável, de uma forma como, eu acho, nunca havia ficado. Sirius me trazia uma paz de espírito inigualável, era como se junto a ele, eu pudesse ser quem eu sempre sonhei. Sem família, sem ordens, sem ser obrigada a fazer aquilo que eles esperavam que eu fizesse.

Eu me ergui na ponta dos pés e depositei um beijo leve no canto da boca dele. Ele segurou meu queixo antes mesmo de eu abaixar meus pés e então me beijou. Eu sei, eu não deveria estar fazendo aquilo. Era errado beijá-lo, da mesma forma como era errado estar em uma festa trouxa as três e pouco da manhã. Mas, parecia ser um imã, e eu realmente não gostaria de desgrudar aqueles lábios tão macios e viciantes

If God had a face what would it look like?
Se Deus tivesse um rosto, como seria?
And would you want to see if, seeing meant
E você gostaria de vê-lo, se vê-lo significasse
That you would have to believe in things like heaven
Que você teria q acreditar em coisas como paraíso
And in Jesus and the saints, and all the prophets?
E em Jesus e os santos e todos os profetas?


Assim que nós desgrudamos nossos lábios eu abri os olhos e notei que ele sorria, ainda de olhos fechados. Eu o abracei forte e ele deu um beijo no topo da minha cabeça. Eu me senti como uma criança sendo protegida por seu pai naquele momento.

Nós dançávamos ao ritmo da musica, ou melhor, Sirius me embalava ao ritmo da musica, como se eu fosse exatamente uma criança. Talvez fosse isso, Sirius conseguia suprir todo o carinho que eu não tive enquanto era pequena. Meus pais estavam sempre ocupados dando festas ou indo a importantes reuniões que, na maioria das vezes, eu me limitava a brincar com Andy em nossos quarto. Mas, não era hora de relembrar meu passado quando se existe coisa bem melhor para se fazer.

And yeah, yeah, God is great
E é, é Deus é maravilhoso
Yeah, yeah, God is good
É, é, é Deus é bom
yeah, yeah, yeah-yeah-yeah
É, é, é...


Ele se afastou um pouco de mim e me beijou novamente. Eu não pude deixar de sorrir ao sentir a língua quente dele pedir passagem em minha boca. Nós ficamos nos beijando por mais algum tempo, até que nos separamos ofegantes. Ele me olhou e sorriu de lado. Provavelmente pensava na mesma coisa que eu.


Back up to heaven all alone
Volte para o paraíso sozinho
No, nobody calling on the phone
Não, chamando ao telefone
No, just tryin' to make his way home
Não, apenas tentando voltar para casa
Nobody calling on the phone
Ninguém chamando ao telefone
'Cept for the Pope maybe in Rome
Exceto pelo Papa talvez em Roma...


O refrão tocou mais uma vez e a musica foi morrendo aos poucos. Eu estava sem palavras, até Merlin estava contra mim. È por que, com aquela musica e os braços de Sirius ao redor da minha cintura, Merlin só pode me odiar. Sirius me beijou brevemente, de novo, antes de sussurrar em meu ouvido:

-Vem, eu tenho um lugar para pra você conhecer.

-Mais um? –Eu soltei um risinho débil. Provavelmente, o álcool já estava fazendo efeito em meu sangue.

-Vamos pra casa então.

Ele me pego pela mão e me arrastou para fora daquela festa. O ar de Londres estava mais frio do que eu me lembrava. E eu logo me arrepiei.

À volta até a mansão foi em silêncio. Nós nos aproximamos da casa e eu notei que ele fazia manobras para deixar a motocicleta o mais próximo possível da pequena janela do sótão.

-O que diabos vocês está tentando fazer, Black? –Eu perguntei irritada enquanto via-o manobrar a moto de uma forma que quase nos fez chocar com a casa. –Está tentando entrar em casa com esse troço?

-Quase isso, Bellinha. –A voz dele não soou nada bem para mim. Pelo contrario, eu podia ouvir com clareza o tom maroto na voz dele.

Ele deu mais uma guinada com a moto e então, bum, ele estava com um pé apoiado na batente da janela e o resto do corpo segurando a moto. Eu arregalei os olhos e o olhei assustada.

-Vamos, saia. Você está infectando minha moto com seus germes. –Eu não sabia se deveria ficar ofendida ou pasma. Mas, a verdade é que eu mal conseguia me mover. Em primeiro a altura, detesto altura e em segundo onde estava a minha cabeça quando resolvi aceitar um convite de tamanho desmiolado.

-Você, realmente, não espera que eu tente sair daqui não é? – Ele me olhou com uma sobrancelha, num gesto muito Black para alguém que odeia a sua família.

-Ah, essa é uma novidade. Bellatrix Black com medo de altura? –Se olhar matasse, tenha certeza que ele estaria morto. Ele apenas esticou a mão enquanto eu o olhava descrente.

“Não olhe para baixo, Bella”. Eu repeti para mim mesma umas cinqüenta vezes antes de criar coragem e esticar uma perna e passá-la pela batente para dentro da casa. Aos pouco e fui transferindo o resto do meu corpo. Assim que estávamos, sãos e salvos, digo, que eu estava sã e salva do lado de entro da casa e ele ainda estava apoiado na moto com os cabelos esvoaçado graças ao vento, decidi que era à hora certa para dos despedirmos. Entenda quanto mais tempo eu passasse ao lado dele, mais tempo eu passaria sem pensar nas coisas que eu deveria fazer.

-Obrigado, isso foi... –Eu tentei achar a palavra certa. Maldição, porque era tão difícil pronunciar com os olhos dele focados nos meus. –Interessante.

Ele passou a mão pelos cabelos quase tão negros quanto à noite que se estendia e sorriu mais uma vez para mim.

-Então, eu te encontro em tipo assim, dez minutos no seu quarto? –Eu lancei um sorriso torto para ele e balancei a cabeça. Assim que ele acelerou a moto, para deixá-la sabe-se lá onde, eu corri até o meu quarto.

Quando ele entrou no quarto eu estava terminando de fechar meu robe preto. Eu gostaria muitíssimo de contar em detalhes o que aconteceu entre nós assim que ele fechou a porta mas, sabe de uma coisa? Eu não quero contar-lhes e que houve para nos deixar acordado até agora.

Boa noite, ou Bom dia, ou sei lá o que.

Bellatrix Black



NA: Oláaa meus queridos!!!!!
Poisé a autora ta feliz hoje! E eu tenho que lhes dizer que esse capítulo ficou pronto durante o carnaval (ou seria durante as chuvas do carnaval) + bem, eu confesso que a musica foi uma das primeiras coisas que vieram na minha cabeça, eu tava ouvindo ela enquanto procurava por uma baladinha dos anos 70/80 ai que eu me toquei. Eu sei que a letra vai parecer meio estranha mas a melodia é perfeita para esse momento.
E como eu to feliz eu vou responder os comentários!

Jessica Almofadinhas Black: Jessy!!! Minha beta/autora preferida!!!!!!!! Ahhh brigadinho pelos elogios *__* acho que sem você no meu pé o capítulo ainda não estaria pronto. Beijinhooos

Bella Black: Sabe que, de cara, eu já adorei o seu nome? Obrigada pelos elogios ( e pela inspiração também), e você conseguiu definir exatamente o que eu queria expressar aqui... Tipo, eu sempre achei a Bella uma personagem complexa, e porque não fazer uma fic sobre ela né? Beijos e Abraços pra você também ;)

Nina Lestrange: Obrigado pelo elogio! E, eu vou passar na sua fic sim, ok? Beijos

Lyla Garbo: Obrigada pelo elogio!! Beijos!

Carolina: Ahh, obrigado! Eu também já li várias fics S/B( é um dos meus casais preferidos) e concordo plenamente com você, eles devem ter se envolvido de algum modo. Beijos!
Bem, desculpem se eu esqueci de alguém, e eu prometo não demorar com o quarto. Beijos!!!

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