A FUGA



Após não encontrarem nada que explicasse o que havia acontecido, o ministério de magia bruxo decidiu mandar as duas crianças para um orfanato trouxa, por falta de uma instituição bruxa para abrigar as crianças, o tempo passou e por mais estranho que pareça os irmãos uniram-se e se tornaram grandes amigos, talvez essa tenha sido a única forma de sobreviverem aos maus tratos, a que todas as crianças eram sujeitadas, dias sem comer, dormindo em chão frio e trabalhando duro para não apanhar, claro que as vezes a magia dos dois se manifestava e os ajudava a se defender; como no dia em que a supervisora do orfanato teve que ser levada ao hospital, pois jurava que a vara com que batia em uma das “pestinhas” tinha se transformado em uma pena diante de seus olhos.
Todavia nem tudo era trevas no orfanato, pois existia Flávia a menina era a melhor amiga dos gêmeos e era prima de Rodrigo, outro grande amigo os quatro estavam sempre juntos, Flavia tinha dez anos de idade, era negra retinta e tinha dentes muito belos, olhos negros como a noite e estava sempre esperando uma chance de fuga, desde que fora levada a dois anos para abrigo pelas mãos da própria mãe que dizia não puder cuidar dela e de seu primo, a negrinha era a alta e forte para a idade e todas as crianças sabiam que era boa de briga, ela já tinha batido a te mesmo na cozinheira quando esta a pós de castigo e por isso tinha ficado dias trancada no quarto, mas o castigo lhe havia sido suavizado pelos meninos que lhe traziam comida escondidos. Seu primo Rodrigo era um ano mais velho que ela e assim como os gêmeos iria completar onze anos dali a alguns dias, o menino era moreno, mais claro que ela, cabeça raspado, baixo e atarracado, era forte e na favela onde moravam antes tinha aprendido capoeira, seus olhos eram negros como os da prima, mas ele jamais sorria e estava sempre pronto para uma briga era um amigo leal, mas às vezes os outros o temiam.
Os dias iam passando no orfanato e nada mudava como sempre muitos castigos, pancadas e trabalho, o quarteto ia levando sua miserável vida, até o dia em que Rodrigo completou onze anos, ele era um pouco mais velho que os gêmeos, foi Flavia que escutou o click, eles estavam pitando o muro do orfanato perto do portão, ela virou rapidamente o rosto e viu o cadeado aberto devagar chamou os outros lanço-se sorrateiramente ao portão o escancarou e os quatro se puseram a correr antes que fossem impedidos.
Correram sem rumo pelo bairro do Itacurubi, esse bairro fica em Florianópolis capital de Santa Catarina, ao chegarem próximos ao cemitério avistaram um casarão abandonado, que é usado como morado por moradores de rua, onde entraram sem ser incomodados, dali em diante passaram a viver de pequenos furtos ou das esmolas que ganhavam no farol; o quarteto achava que esse seria seu destino, mas pelo menos estavam longe das surras, todavia dez dias após sua fuga algo estranho aconteceu um homem vestido de calças diz roxa, blusa laranja e chapéu verde musgo, veio a procura dos gêmeos e sem falar nada lhes entregou dois envelopes brancos com linhas douradas lacrado com o símbolo de uma grande árvore negra, ao olhar para Rodrigo percebeu o erro que havia cometido e lhe entregou um envelope igual, o ministério da magia brasileiro é muito bagunçado por isso muitos bruxos que nascem em famílias trouxas nem são detectados, pois só os puro sangue são monitorados, e desapareceu diante das crianças atônitas, horas depois eles decidiram abrir os envelopes, pois embora com medo estavam muito curiosos.
Os envelopes continham três cartas iguais que diziam que os três tinham uma vaga na escola de magia Muyraquitã, pois eram bruxos, para o espanto de Flavia que acreditou de primeira e para as gargalhadas do trio masculino que achou uma enorme palhaçada, a pedido de Flavia Felipe continuou a leitura da carta aos risos, após a mensagem seguia-se a lista de matérias mais estranha que ele já tinha visto: varinhas, caldeirões, livros com títulos loucos, oque rendeu ao grupo de garotos mais risos e elevou a perplexidade de Flavia, será que vou ficar de fora dessa aventura pensava ela, pois não lhe tinham entregado uma carta e justo ela sentia que tudo aquilo era verdade.
Para terminar abaixo da lista de materiais estava escrito que eles teriam de pegar uma chave de portal, o que quer que isso fosse, em um lugar chamado Luar de Prata.
- Vocês deviam ir, falou Flavia séria em meio aos garotos.
- Você acredita nisso? Disse seu primo, Rodrigo.
- Mesmo que fosse verdade como e pra onde a gente iria?
- Aqui diz toque na figueira, Falou Guilherme tendo em suas mãos sua carta aberta.
- Quê? Disseram os garotos
- É obvio é para vocês tocarem na figueira lá da Praça 15, por isso que aquela mulher estranha falou que ela era mágica, eu disse que ela tinha sumido, falou Flavia a um grupo agora intrigado.
- Ta nós podemos até ir, mas só temos três cartas, ou vai todo mundo ou não vai ninguém, disse Filipe.
- Lá a gente vê disse Flavia
E os quatro decidiram então ir ao centro e ver se algo naquela loucura era verdadeiro.
O trajeto de ônibus, graças ao cobrador que deixou passar por baixo da catraca, foi feito em silêncio cada um pensava e se fosse verdade.
Ao chegarem ao centro foram direto a figueira e quase desmaiarão, sentado em um banco próximo estava o homem que lhes tinha entregue as cartas, ele os chamou e eles foram até ele.
Conversaram animadamente e o bruxo que se chamava Airton ficou sabendo que o ministério era realmente um amontoado de bestas, pois os gêmeos só iriam fazer onze anos dali a uma semana, todavia Rodrigo fizera onze anos e sua magia se manifestou confundindo o ministério que julgou se tratar dos gêmeos, por isso ele estava ali e os tinha entregue as cartas, mas como era só uma semana isso poderia ser remediado.
Agora o caso de Flavia era diferente ela só faria onze anos dali a dois messes e podia nem ser bruxa, o olhar de Felipe deixou clara a decisão do grupo, se é assim dois de vocês devem dar as mãos a ela e atravessarem a barreira, andem direto até a figueira e passem por ela, os gêmeos deram as mãos a menina e caminharam rumo a Figueira, estavam nervosos começaram a correr e de repente se viram em um lugar totalmente novo e desconhecido.
Bem vindos ao Arco Paralelo diz Airton que acabara de atravessar a barreira junto com Rodrigo.

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